Thursday, June 28, 2007

O Equívoco da Diversidade e da Multiculturalidade


"Você, que nunca acordou e olhou no espelho de manhã pra uma cara preta, você que nunca teve que botar uma cara preta na rua e sentir o que é as pessoas olharem pra uma cara preta. Você que nunca sentiu ninguém dirigir a palavra a um preto. Como você, sem estas informações básicas, pode afirmar que não existe racismo no Brasil?"
Arnaldo Xavier

O que mais se ouve falar aqui na Europa é Diversidade e Multiculturalismo. Estes dois temas - embora eu goste de tratá-los como um único - vêem tomando conta dos debates culturais, sociais e religiosos nos últimos pares de anos ou mais. Aliás, desde que a Europa é Europa [mais sobre a UE], estas questões são centrais, já que tem um ideal humanístico e comum aos países que fazem parte dela. E como não poderia deixar de ser, ao expandir-se ao leste, a UE começa a ter que lidar com culturas diversas das quais estava acostumada.

Para se estabelecer um diálogo com o seu próximo, primeiro é preciso reconhê-lo como seu próximo. E para reconhecer um outro como "um próximo", devese-se encontrar algo de comum. Por exemplo, somos todos seres humanos. Desse ponto a UE já passou, por bem!

Tudo muito básico, entretanto... se passarmos da estrutura "nativa" do próximo - ser-humano - para a ideológica - cultural, social, antropológica - começamos a lidar com identidades particulares, que nos leva a considerar neste ser-humano, neste mesmo "próximo" de outrora, uma "experiência elementar" de vida, em nada diferente da nossa, embora completamente diferente. Passamos a ter que identificar o próximo como si mesmo, embora diferente de si. E isto é tão fundamental, ao ponto que se negarmos este "diálogo" estaremos negando o próprio e qualquer diálogo.

Como aceitar o que nos é estranho, desconhecido? Como abrir o diálogo para algo que não compreendemos? Até por não ser propriamente externada, devido à limitação das línguas - a busca de uma suposta língua universal que inevitavelmente vai limitar lexica, social, cultural e antropologicamente a verdadeira expressão daquela experiência elementar e qualquer tentativa de compreensão mais séria acabará esbarrando, talvez muito talvez pouco, nestes fatores.

Devido à sua penetração cultural - meios de comunicação, linguagem visual, publicidade, internet - os países ocidentais - a maioria branca, católica e/ou protestante - dominam a cena mundial, e levam (impõem) ao mundo uma "lavagem cultural" incomensurável, com conseqüências tão inimagináveis a médio e longo prazo que a única saída é a promoção da "diversidade" e do "multiculturalismo". O problema é: a que termos?

Como disse o grande poeta e profeta Pyndahýbico Arnaldo Xavier, mais ou menos nestas letras ou noutras: "Você, que nunca acordou e olhou no espelho de manhã pra uma cara preta, você que nunca teve que botar uma cara preta na rua e sentir o que é as pessoas olharem pra uma cara preta. Você que nunca sentiu ninguém dirigir a palavra a um preto. Como você, sem estas informações básicas, pode afirmar que não existe racismo no Brasil?"

Segundo o último Tratado de Reforma da União Européia, parece que a coisa não anda no caminho certo. Como discutir diversidade e multiculturalidade se não se aceita por completo o próprio? Aquele mesmo ser-humano antes identificado como "próximo", gerador dessa diversidade / multiculturalidade. Como estabelecer-se um diálogo onde certos países fazem parte da UE, mas seu povo não? O interesse econômico, então, prevalece sobre o humano. De novo!

Falta interlocutor a este diálogo, pois os Estados e a própria UE não estão dando conta. Se não expandir-se a capacidade crítica do diálogo - avesso à posição tomada por britânicos e alemães, nem tanto franceses e holandeses, indeferentes ou inexpressivos italianos e portugueses.

Corremos o risco de "diversidade e multiculturalidade" se tornar apenas assunto de estudo para teses em sociologia, antropologia ou teologia, e as "manifestações bárbaras que não se encaixam no comportamento social e cultural do homem moderno" serem tratadas com aquela mesma intolerância ao qual a humanidade teme ver, mas ao final já está acostumada.

Wednesday, June 27, 2007

5 jazzes


Quer ouvir jazz na faixa - de graça? Sintonize a JazzFM. Nao precisa nem se cadastrar se não quiser, mas vou logo avisando: se se cadastrar, não vais receber aquele amontoado de "carne enlatada" - vulgo SPAM [leia mais sobre SPAM aqui e aqui]. Nem ao menos um emailzinho... só música, aquela "da lata", aquela da boa!

As "5+" de hoje foram, em ordem de execução:
  • Gil Evans - Where Flamingos Fly
  • Pat Matheny Group - Are you coming with ne?
  • John McLaughlin - Arjen's Bag
  • Keith Jarrett - Prism
  • John Abercrombie - Timeless

Tuesday, June 26, 2007

turistando...

Difícil "turistar"* e não passar por tolo.

No Rita Bar e Ristorante Italiano - o bar ao lado do Duomo que elegi como o meu "local bar", que aliás fiquei sabendo que é uma sigla para Ristorante ITAliano - existe o preço "local" e o preço "turista". A garçonete que usualmente me atende estava de folga. Ao pedir uma taça de vinho branco - como sempre - o garçon me veio com a conta: €3,20. Ao reclamar dizendo que pagara €2,20 no dia anterior, retrucou: "Va benne, €2,20 allora!"

* "Turistar", verbo intransitivo [fui turistar nas férias]; transitivo direto [não foi possível turistar por Gênova neste fim-de-semana]; transitivo direto e transitivo indireto [turistar terras longínquas], [turistar pela Europa].

Monday, June 25, 2007

Manca lo Spirito Europeo

A visão italiana do acordo firmado sábado último, no encontro para a reforma do tratado da União Européia não é das mais otimistas.Embora tenha-se chegado num acordado "sim", parece ainda haver muita coisa a ser revista nas entrelinhas.

Por motivos diferentes, Reino Unido e Polônia foram os principais obstáculos do tratado.

Basicamente, a Polônia, que demandava um sistema de votação diferente do novo sistema de "dupla maioria" - que exige maioria de 55% de países da UE que representem um mínimo de 65% da população do bloco para a aprovação de mudanças, e dá muito peso aos países maiores do bloco, inclusive à Alemanha, sua inimiga histórica - abriu as pernas.

A Grã-Bretanha sim saiu satisfeita das negociações, já que os os pontos essenciais que exigiam - os direitos fundamentais não podem alterar a lei britânica, a manutenção do controle nacional sobre política externa, Justiça e assuntos internos - foram atendidos.

O que se percebe disso tudo é que cada qual quer puxar a brasa para a sua sardinha, como manda o bom figurino capitalista. E com a entrada no bloco dos 12 países do Leste Europeu, os antigos membros cmeçam a tomar medidas de prevenção contra a "invasão" da mão-de-obra, concessão de direitos civis e benefícios sociais.

Parece que a Europa Unida já não é mais tão unida assim. Vide o co(w)ork de UGO LA PIETRA...

Sunday, June 24, 2007

Um pouco sobre o Feeder

Feeder é um mecanismo que - supostamente - serve para facilitar a sua vida na sua frenética busca por informação na web. Ao "assinar" um feed, você acaba por criar um espaço - uma web page - de onde suas "inscrições" podem ser vistas a cada vez que sofrerem uma atualização. Digamos que você "se inscreva" no meu blog (pretensioso, não?) e em mais um outro qualquer. Isto vai gerar uma página personalizada onde, quando houver qualquer atualização nas páginas "inscritas", aparecérá neste seu espaço que tal página foi atualizada. Assim, supostamente, você não precisa sair navegando por aí em busca de atualizações. Os sites que você curte e gostaria de saber se há novidades (pretensiosamente, o meu!), serão divulgados nesta sua página. Simples, não?

Resta saber se é útil... Espero retorno!

tecnologia para que te quero tecnologia

Lidar com novas tecnologias sempre foi um problema desde os primórdios da humanidade [vídeo]. Aliás, nem mesmo precisa ser assim tão nova; basta você não estar habituado a ela para correr-se o risco de ser atrapalhado ao invés de ajudado pela tal da tecnologia...

Eu mesmo que lido com tecnologia, muitas vezes já presenciei situações em que a coisa começa a atrapalhar, e nestes casos, o melhor mesmo é "dar um tempo" e retomar a coisa do jeito antigo, "como nos velhos tempos".

Isso não significa que devemos abandonar a nova tecnologia, não! Apenas nos afastamos dela por um tempo, até nos recarregarmos de boa-vontade e disposição para novas incursões nestes mares nunca dantes navegados! E foi o que fiz!

Como não sou nenhum expert em Web Design - e não pretendo! -, tentar incluir novos recursos neste blog sempre é uma tarefa não muito trivial como pode parecer. Há algum tempo a ferramenta de tradução automática do Google havia parado de funcionar. Tentei arrumá-la na ocasião, mas como não obtive sucesso, deixei-a de lado.

Hoje, ao introduzir uma nova ferramenta - o "Feeder", que é um mecanismo de inscrição de sites, para que você possa ler tudo o que gosta a partir de um único lugar - resolvi novamente mergulhar naquele velho problema, e... voilà! C'est tout en train du marcher encore!

That's all, folks!

Friday, June 22, 2007

A Gota D'Agua - Chico Buarque de Holanda

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa

Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta
Pro desfecho da festa

Por favor

Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água
Pode ser a gota d'água

Thursday, June 21, 2007

da soberba & mais seis pecados capitais

É a segunda vez que sou chamado de "arrogante", em menos de um ano... Talvez seja hora do meu lado acanhado, acautelado, cauteloso, comedido, desafetado, desambicioso, desempoado, despojado, despretensioso, discreto, ensimesmado, espartano, fechado, humilde, moderado, modesto, ponderado, pudico, recatado, reservado, sensato, simples, singelo, sóbrio, tímido, e ( ... ufa!) compreensível, prestar um pouco atenção no que meu outro-eu fala - ou escreve.

Até aí, pura opinião, e realmente não acho que tenha (ainda) que me preocupar com minha suposta arrogância. Mas foram além...

Dizer que eu me chateio comigo mesmo é demais. Eu diria que eu sou o cara que mais me curto, ao memso tempo que sou o cara que mais curto! Como poderia me chatear comigo mesmo? Estas, ao meu ver, sim são palavras inúteis, que buscam significado onde não se encontra fundamento, a não ser os retóricos.

Vamos lá. Sejamos racionais ao tratar da subjetividade: "arrogante" pode estar relacionado ao ato de arrogar(-se), de atribuir a si algum direito, poder ou privilégio ao qual não lhe cabem. Ou ainda, pode ser a qualidade ou caráter daquele, que por suposta superioridade moral, social, ou intelectual, assume uma posição ou atitude prepotente ou de desprezo em relação aos outros.

Mas não é só isso! Uma palavra - e palavras NÃO SÃO INÚTEIS, como podem por aí pensar - é muito mais do que ela "soa" ou "mostra". Ela é carregada de sentidos "ocultos", tanto em sua etmologia como na sua metalingüagem.

No caso de "arrogante", uma pesquisa básica nos mostra suas origens no latim, antepositivo de "rògo", que pode significar 'dirigir-se a, consultar, propor', com um sentido geral de 'perguntar, pedir', que no português ficou "rogar", 'pergunta, pedido, súplica'; do romano "rugàcìune", 'aquele que pede ou solicita para outrém; pedinte, o que pergunta, o que propõe'; e viaja-se até "rogitatìo", 'pedir a ab-rogação, de ab-rogar, suprimir por lei; tirar, suprimir, privar de', daí chegamos em "abrogátor", 'o que ab-roga; destruidor'; arrogar-se, assumir ou dar-se ares de, atribuir a si sem fundamento; atribuir, conceder', e por fim "arrògans", 'arrogante, altivo', "arrogantìa", 'arrogância, altivez, presunção, orgulho; teima, obstinação'.

Vixe, tá chato isso, né? Mas já estou terminando. No caso do "meu" arrogante, prefiro os sentidos antecedentes da palavra ("consultar", "propor", e num sentido mais recente, o português antigo "rogar", "suplicar").

E para fechar com chave de ouro, peço licensa, para eu também citar! Da série "Os Brutos Também Citam - Reloaded!", só que bem mais chique, pois eu não cito frase, cito provérbio:

Era uma vez um grande porém já idoso Samurai que se dedicava a ensinar a arte zen para os jovens. Numa certa tarde, um guerreiro conhecido por sua falta de escrúpulos apareceu querendo derrotar o Samurai e assim aumentar sua fama. O velho aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo. Chutou algumas pedras em sua direção cuspiu em seu rosto, gritou insultos e ofendeu seus ancestrais. Durante horas fez de tudo para provocá-lo, mais o velho permaneceu impassível.

No final do dia, sentindo-se exausto e humilhado, o guerreiro retirou-se. Os alunos, perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade. O mestre responde:

"Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?"

"A quem tentou entregá-lo", respondeu um dos discípulos.

"O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos", concluiu o mestre. "Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo".

E cadê os 6 pecados capitais do título?, perguntariam alguns. Ora, as senhoras avareza, luxúria, inveja, gula, ira e preguiça também foram devidamente entregues no pacote, mas como não as aceitei, devem lá estar com seus entregadores...

Wednesday, June 20, 2007

Você Abusou - Antonio Carlos e Jocafi

Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou

Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor que eu já nem sei
Se é meninice ou cafonice o meu amor

Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão

Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou

E me perdoe se eu insisto nesse tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa que não seja o amor

Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração como expressão

Você abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou
Tirou partido de mim, abusou

Sunday, June 17, 2007

para quem usa camiseta...

Inaugurando a série "não tendo-se o que escrever escreve-se qulaquer merda", registro duas camisetas com dizeres no mínimo interessantes:

"você está saindo do setor americano"


"o amor é um jogo, ponha uma moeda"

Nesta última, faltou a setinha apontando para o cofrinho...

quinque vaccae

As vacas estão em Milão!!!

Não é o que pode parecer... Já ví estas vacas em Barcelona e em Praga, e agora em Milão. É o "Cow Parade", que passeia pela Europa e pelo mundo, e parece que vai estar no Brasil, em Belo Horizonte e Curitiba!

Cá em Milão, andei cortejando certas vacas, e selecionei as 5 melhores:

United Europe?


Milk Stop


Muuusic


Viva la Diffèrence


Eco(w)

rita caffè e ristorante italiano

Depois de umas boas andadas no centro de Milão, encontrei um Bar e Ristorante a preços módicos - aos padrões dublinenses, é claro! Como toda cidade turística européia, as coisas aqui em Milão custam "o olho da cara". Por exemplo, uma birra piccola - 300ml - custa 8€! Uma bicchiere di vino di tavola - 125ml - chega a custar 6€! Mas no Rita Caffè e Ristorante, pode-se beber uma taça de vinho - e bem servida - por 2,20€. Além do mais, a partir das 18h, tem um happy hour, onde pede-se qualquer bebida por 5,50€ com direito a beliscos diversos - paninis, pizzas, risoto, pasta. Nada mal para um bar/café/restaurante ao lado do Duomo! Just around the corner, como diria Paul Hanily!

Mas o mais interessantre foi a taça de vinho e a porção de chips que ganhei na faixa... da Rita (A rita levou meu sorriso, no sorriso dela, meu assunto..)!

E enquanto degustava algumas taças de vinho branco - sim, branco! O calor não me encorajou ao tinto, e me recusei a beber cerveja - pude reparar pessoas. Este talvez seja o exercício mais surpreendente de todos, pois nunca se espera o que se acaba vendo.

"Man, I can stand this white wine for a while..."

Depois de mais algumas taças, voltei às minhas aulinhas de italiano...

a rita - chico buarque de hollanda

não me saiu da cabeça essa música, o dia todo... talvez seja por causa do restaurante da rita (post acima). anyway, merece um post.

a rita levou meu sorriso
no sorriso dela meu assunto
levou junto com ela o que me é de direito
arrancou-me do peito e tem mais
levou seu retrato, seu trapo,
seu prato, que papel!
uma imagem de são francisco
e um bom disco de noel

a rita matou nosso amor de vingança
nem herança deixou
não levou um tostão
porque nao tinha não
mas causou perdas e danos
levou os meus planos, meus pobres enganos
os meus vinte anos, o meu coração
e além de tudo, me deixou mudo o violão.

Friday, June 15, 2007

Dorival Caymmi - Maracangalha

(Sinceramente não sei o porquê das bananas...)

Eu vou pra Maracangalha eu vou
Eu vou de uniforme branco eu vou
Eu vou de chapéu de palha eu vou
Eu vou convidar Anália eu vou

Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só, eu vou só
Se Anália não quiser ir eu vou só
Eu vou só, eu vou sem Anália
Mas eu vou.

dublagem & bobagem

Estou para descobrir do que se trata:

1) Orgulho desmedido pela língua;
2) Preguiça de ler;
3) Pressão do Sindicato dos Dubladores de Filmes Estrangeiros.

O caso é que não se consegue assistir um puto de um filme falado em inglês nos cinemas da Itália. Os caras exibem desde "Homem-Aranha" até "Joe Strummer: The Future Is Unwritten" DUBLADO!!! E na TV também. Pelo menos na TV que é oferecida nos hotéis "em geral". Tem filme em francês, em alemão, em nederlandês... mas não em inglês. Se serve de consolo, tem CNN... mas filme em inglês não.

Nem tanto pela língua - numas de relaxar, até encaro um filminho em italiano, como "exercício de apoio" às aulinhas básicas que venho me auto-impondo, mas DUBLADO é demais! Faz lembrar aquele quadro do Chico Anísio (genial!) em que o som era propositadamente defasado da imagem, apenas alguns décimos de segundos, dando aquela horrível impressão de que a boca fala uma coisa e você ouve outra!

Pois é... isso é o cinema e a TV italiana!

Wednesday, June 13, 2007

línguas & língua

Parla che te fa bene!

Enquanto curto essa tenporada italiana, nada melhor do que uma "imersão" na língua.

Alguns cursos legais online e gratuitos são o "Dentro l'Italiano - Un Corso Elementare" da RAI, e o "Italian Steps", da BBC. Aliás, no site da BBC pode-se encontrar outras línguas tambem. Vale a pena conferir:
http://www.bbc.co.uk/languages/

o relógio e o arbusto

Pois é, camaradinha... quase roubaram o relógio do Bush na Albânia. Já pensou? O homem está doido para instalar umas basesinhas nucleares aqui e ali; se roubam-lhe o Timex, podia ser o começo de uma nova Guerra Fria!!!

É isso aí: o Bush vem para a Europa fazer merda, quase perde o relógio, e ainda quase acusaram os Albaneses de povo ladrão!

A sabedoria popular diz: "não leve seu relógio para o arbusto" - ou seja, ao fazer suas necessidades, deixe o relógio num lugar seguro, ou você corre o risco de esquecê-lo. Numa tradução livre para o inglês, poderíamos dizer: "If you are going to shit, do not bring your watch to (the) Bush!

Leia mais...
Veja o vídeo...

Sunday, June 10, 2007

o bom vilão

Estavam querendo dar o papel de vilão para o Putin, mas ele estrategicamente virou o jogo: ofereceu uma base comum no Azerbaijão. Os aliados dos americanos estão excitadíssimos, estudando a tal proposta.

Ainda assim se fala: "talvez uma nova Guerra Fria seja a maneira deles combaterem o Aquecimento Global".

Há quem não duvide...

leia mais...

Friday, June 08, 2007

cotidiano nº 2 - toquinho & vinícius

Hay dias que no sé lo que me pasa
Eu abro meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
e acabo discutindo futebol

Mas não tem nada, não
Tenho meu violão

Acordo de manhã, pão com manteiga
e muito, muito sangue no jornal
aí a criançada toda chega
e eu chego a achar Herodes natural

Mas não tem nada, não
Tenho meu violão

Depois faço a loteca com a patroa
quem sabe nosso dia vai chegar
e rio porque rico ri à toa
também não custa nada imaginar

Mas não tem nada, não
tenho meu violão

Aos sábados em casa tomo um porre
e sonho soluções fenomenais
mas quando o sono vem a noite morre
o dia conta histórias sempre iguais

Mas não tem nada, não
tenho meu violão

Às vezes quero crer, mas não consigo,
é tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: "Escute, amigo,
se foi pra desfazer por que é que fez?"

Mas não tem nada, não
tenho meu violão

Wednesday, June 06, 2007

estácio, eu e você

luiz melodia

vamos passear na praça
enquanto o lobo não vem
enquanto sou de ninguém,
enquanto quero te ver

vamos passear na praça
enquanto sou de você
enquanto quero sofrer
curtindo dessa donzela, donzela

hoje o tempo está mais firme,
abre mais meu apetite
me cura e seca minha bronquite
algumas folhas de hortelã

vamos circular a praça,
prenda bem esse cansaço
'inda vou passar no Estácio,
o Estácio pode lhe querer
eu posso querer você
nós dois podemos te querer
estácio eu e você

Saturday, June 02, 2007

O Anti-Panegírico

Bem que eu tentei dar profundidade a isto tudo… mas foi em vão. Tentei ser bom, correto, e ao menos isso penso que consegui, mas agora me questiono se realmente valeu a pena todo este esforço. Ser bom é um esforço. Ao menos tentar ser bom exigiu muito esforço.

Não vou aborrecê-los com pormenores da minha infância, pois realmente não valem à pena – se é que uma pena tem algum valor. Dela posso dizer que foi como qualquer outra infância, normal, não fui abusado, tampouco espancado. Tive uma educação religiosa baseada na inexpressiva doutrina católica – o que resultou em agnosticismo –, freqüentei a escola normalmente e razoavelmente e tive paqueras que não deram em nada. Fumei cigarros, fumei maconha, tomei porres homéricos, tive alucinações coletivas e duradouras... sempre em nome de mim mesmo.

Tudo começou, digamos, quando me tornei gente. E isso só se dá muito tarde na vida, pois sempre se tem um impressão errada deste estado: primeiro lá pelos 14 anos, depois ao redor dos 18, novamente aos 24, 25, e depois aos 30. Só quando se chega aos 40 é que entendemos o que é a vida. É preciso começar a morre para se viver. Então passei a ser gente. Daí pra frente, as coisas só pioraram, e todos os meus sonhos de não-gente foram por água à baixo, pouco a pouco. Trabalhava para o sustento, sufocava minhas vontades, submetendo-me a vontades que não eram as minhas, privava-me de horas preciosas ao qual eu não dava a real impotância. Constitui uma família, pois me fora imposto que assim o tinha que ser. Traí minha esposa não por amor, mas por convenção. Separei-me, deixei filhos para trás, casei-me de novo, cuidei de filhos que não eram meus, não os amei como deveria, nem amei minha segunda esposa como pensei que amaria, e acabei por traindo-a também, novamente não por amor, mas por um vazio que sempre carreguei comigo e que não se resume em amor tampouco sexo. Fiz outros filhos, oficiais e clandestinos, que também não dei a atenção devida, ou que eu agora acho que seria devida, e levei a vida.

É verdade que no meio disso tudo tentei dar certa graça ao tempo que passava, fazendo coisas que pareciam mais nobres apenas por não serem impostas, cobradas ou esperadas, como tocar numa banda de jazz, escrever alguns contos, um ou dois romances e umas tantas poesias, além de me engajar em projetos sociais que nunca deram certo, me infiltrar na política – inevitavelmente de esquerda – para demonstrar que estava tentando mudar alguma coisa do sistema que me oprimia, mas tudo em vão.

No quesito tentativa, não tenho do que reclamar, pois tentei bastante. No quesito sucesso, sou só fracassos. Por mais que eu tenha tentado dar profundidade à minha existência acabava me propagando apenas em periferias, abrangências limítrofes, ciscedentes, muito aquém donde queria chegar. O que mais posso dizer sem levá-los ao aborrecimento? O porquê disso tudo? Claro... o porquê.

Dias antes do ocorrido, enquanto fazia compras no supermercado, um carro com quatro pessoas se aproximou de mim e estas pessoas me encararam como ninguém... demoradamente. Achei estranho, encarei-os de volta, mas eles não se intimidaram. Eu me intimidei. Passados aqueles 3 ou 4 segundos de encaração me intimidei, mas pude perceber de rabo-de-olho que meus observadores não se intimidaram. No dia seguinte ouvi na rádio local que um jovem havia sido morto a tiros numa casa nas redondezas e a polícia concluiu que fora provavelmente um engano, pois a vítima não tinha nenhum antecedente criminal. Isto me fez pensar naquele carro...

Não falo polonês, mas posso identificar a língua. E aquelas pessoas se dirigiram a mim em polonês, disso eu tenho certeza! Falaram coisas em polonês, gritaram em polonês, apontaram-me uma arma polonesa, e dispararam tiros poloneses.

Certamente mataram o cara errado.

Friday, June 01, 2007

the little green bug

For those who know The Green Bug it is getting smaller. Technical issues.

Welcome the new, the amazing, the unquiet... The Little Green Bug ! ! !

Enjoy it.