Sunday, December 30, 2007

pra piorar o que já não ia bem..

A morte de Benazir Bhutto no dia 27 de dezembro de 2007 durante um atentado suicida, vem para piorar o que já não ia bem: o balanço do ano de 2007. Não há muito de bom para ser lembrado, e certamente isso contribui para marcar 2007 como um ano ruim para o mundo: o Senhor Jorge Caminhador Arbusto (Mr. George Walker Bush todo, ele mesmo, é algo ruim, o verdadeiro Senhor da Guerra: Guerra do Petróleo, Guerra Contra o Terror, Guerra Contra o Meio-Ambiente), o Aquecimento Global (e algumas pessoas e organizações querendo dizer que Aquecimento Global é balela), a crise bancária mundial, o fortalecimento da direita facista na Europa, a exacerbação do consumismo a cada ano e cada vez mais...

Vladimir Putin está usando o petróleo como arma política, assim como Bush e Chávez. A própria China, que vem se mostrando uma verdadeira potência mundial - o poder dominante não só economicamente, mas também andam mexendo seus músculos militarmente - prevê que em 2020 os chineses consumirão o equivalente a toda a atual produção de petróleo do mundo. Numa estimativa apenas razoável, dá pra se dizer que a ávida raça humana em breve, muito breve, precisará de um segundo planeta para habitar. Isto porque as pessoas querem consumir e pronto! Alguém aí consegue imaginar que chineses ou indianos concordariam em parar seu desenvolvimento? E o Brasil a respeito da Amazônia? A que custo desenvolvimentista parar com o desmatamento? Haveria uma "compensação" para este retardamento desenvolmentista? Seria justo cobrar algo para não destruir o que resta dos recursos naturais do planeta, como já destruíram os países desenvolvidos?

Complexo não? Mas para simplificar um pouco a coisa, cabe a pergunta: reparaste se alguns de teus familiares, amigos ou vizinhos propuseram uma reavaliação de seu consumismo notório? É da natureza humana que pessoas só tomem este tipo de atitude em casos de extrema necessidade - e o que seria extremo? Usar máscaras de oxigênio para poder respirar? A ciência ter que encontrar uma alternativa para a água potável? Não poder mais se expor durante o dia aos raios solares? Estará tudo isso muito distante dos nossos dias? Ou será isso apenas um problema para nosso bisnetos - problema deles, então!?!? Sem falar na última das catástrofes possíveis - e que daria um final muito mais trápildo a tudo isso: A Guerra Nuclear.

"Não, não a guerra nuclear! Aí você já está sendo pessimista, derrotista", dirão uns. "A ameaça nuclear acabou junto com a guerra fria". Infelizmente não é bem assim... apocalíptico sim, eu sou, mas a história do poder geopolítico mostra que a Guerra-Fria não terminou devido a um tratado de paz, mas sim por um mecanismo chamado MAD - Mutual Assured Destruction (Destruição Mútua Garantida). Em poucas palavras, EUA e (na época) URSS não poderiam disparar suas armas nucleares sem se destruírem a sí mesmos. Ou seja, nada muito nobre, apenas auto-preservação.

Ontem mesmo discutía com amigos sobre a Teoria do Caos: Tudo está conectado. Seja a produção de carne no Brasil que tenta entrar na Europa, seja as enchentes na Ásia, a seca na África, o mercado de ações ao redor do mundo... E como disse James Downey no Irish Independent, que "... o silêncio permanente de uma brava mulher transformou um ano ruim num ano verdadeiramente terrível." Benazir Bhutto era a atual Presidente do Partido do Povo Paquistanês (PPP, Pakistan Peoples Party), um partido de centro-esquerda afiliado à Internacional Socialista. Bhutto foi a primeira mulher eleita para liderar um Estado muçulmano, tendo sido duas vezes Primeira Ministra do Paquistão. Seu assassinato tem uma abrangência muito maior do que possa parecer. A importância geopolítica do Paquistão é colossal, e se desintegrada, o choque será sentido em todo o mundo, seja pela ameaça de suas (possíveis) armas nucleares, seja pelos fundamentalismo islâmico que o país abriga.

Como já dizia o poeta: "Paz na Terra aos homens de má-vontade, pois os de boa-vontade já estão cheios dela!"

Com sorte, 2008 será um pouco melhor.

Friday, December 21, 2007

Um Conto de Natal

Já passava das 10 da manhã quando ele chegou no escritório. Não sentia-se vigiado por isso, tampouco pressionado de maneira alguma. Sentia-se, como há tempos não se sentia, aliviado! Talvez o resultado dos 90 minutos de academia logo pela manhã, talvez o resultado do bom trabalho que vem fazendo ultimamente e que vem lhe rendendo elogios de clientes, parceiros e associados, ou talvez apenas o Espírito Natalino...

- Não! Não o espírito natalino - pensou. Esta seria a última coisa à qual ele atribuiria seu bem-estar. Não acreditava nestas coisas. Perdera muito cedo a inbocência do natal, e isto havia lhe deixado um azedume no espírito. Aconteceu quando tinha 5 anos, num dos jantares de natal que seus pais costumavam oferecer para a família. Ao recipitar-se para a cozinha, constatou que o Papai-Noel que há pouco distribuíra presentes e gargalhadas, não passava do seu obeso tio, que agora estava sentado à mesa de jantar com a barba ao colo, comendo e bebendo compulsivamente. E o embaraço dele ao tentar recolocar a barba, a boca cheia de comida, babando o vinho, e seus pais querendo afastá-lo da cozinha... depois daquele ano, nunca mais houve Papai Noel, nem renas nem duendes... o natal deixara de ser aquele algo mágico e passara a ser apenas mais uma noite com um jantar caprichado, falsas mensagens de paz e esperança e algumas porcarias trocadas entre as pessoas.

Era um dia tranqüilo, uma sexta-feira tranqüila, clara, fria e ensolarada. Não havia muitas requisições, mais nenhuma exposição agendada para este ano, praticamente não havia nada para ele fazer. E como só decidira se feriar nesta semana, pegou a oportunidade para dedicar algum tempo ao lazer remunerado... Avisou aos colegas que iria ao banco. Desceu as escadas, acenou ao porteiro, de maneira que fosse visto saindo do escritório. entrou no carro e deu uma volta no estacionamento, parando o carro atrás de uma moita. Vestiu sua roupa de motoqueiro (ele nunca tivera moto), sua balaclava, armou-se do seu pé-de-cabra e dirigiu-se até a porta dos fundos do depósito.

Ele conhecia os seguranças. Sabia que se revesavam durante o almoço, e também sabia que Pedro estaria cobrindo a carga horária de João, que tirara a sexta-feira de folga, por conta própria. Pedro comeria um lanche na guarita mesmo. Ele sabia que Pedro teria que ir comprar o lanche na cantina, e para isso se ausentaria por não mais do que 4 minutos... A hora era agora.

Forçou a porta com o pé-de-cabra com o cuidado de não arrebentar a fechadura, de maneira que pudesse fechar novamente por dentro. Aproximou-se dos quadros. Embora pressionado pelo tempo, escolheu-os cuidadosamente: "O Lavrador de Café", obra de 1939 de Cândido Portinari, e "O Retrato de Suzanne Bloch", um Pablo Picasso de 1904. Retirou os quadros da moldura com um pequeno mas bem afiado estilete, pois com a moldura não seria possível sair pela porta da frente. O Picasso media 65x54 centímetros e o Portinari 100x81 centímetros.

Três minutos após sua entrada, saia tranqüilamente pela porta da frente do depósito. Sabia que, a não ser pelo vigia, ali não era caminhos de ninguém. Um minuto foi o suficiente para chegar ao carro sem ser visto. Do carro pode ver o vigia voltando com seu lanche na mão. Colocou os quadros no porta-malas, tirou a roupa de motoqueiro e a balaclava, entrou no carro e voltou para o estacionamento. Estacionou calmamente, subiu ao escritório e, ao ser encarado com cara de espanto pelos colegas, disse:

- Esqueci meu cartão! Abre a gaveta, pega o cartão e sai novamente, avisa que não voltará mais hoje, e deseja a todos um ÓTIMO NATAL e um ANO NOVO CHEIO DE PAZ E PROSPERIDADE!

No caminho de casa parou no Shopping Centre para comprar uma barba postiça, o último adereço que lhe faltava: seria o papai-noel para os sobrinhos naquele natal...

xmas & nuyear

Dizem que sou louco / por subir no pé de coco
pra pegar o coco / descer com o coco
do pé do coco / e abrir o coco
pra saber se o coco / é oco.
( anônimo, em 'Pequeno Livro dos Despautérios e das Causas Perdidas do Povo do Norte-Leste Brasileiro’, 1757,)

é só iço que ouuerã :

emcoantu aijmda algo d nos meesmos nos falta,

é como averija de seer: nõ podemos dijzer que

ouro o prata nõ teemnhä nenhuüm' ijmportãcia

) ë seer, por seer, com seer ( neesta modernaijdade :

emtam dijguo falhame señr, que valhote, amen

- agora y na ora d mijnha ora . . .


Y neeste novu anno que sy açerca,

que a terra sejanos leve mas nosas oras lomgas . . .

que a gamnãçija nõ ademtre muijto em nossos corações

poijs huü pouco só - y asy só -

casy nõ se apercebe,

- neë tampoco se pod' ijmpedjr.


Y que a paz faça morada na memte dos homeës de maas uontades,

porque os de booas uontades ja a tem!



o<[¦¬]==
oh, oh, oh
& felizannonovodenovo &
> 2oo7, 2oismileoit8 <
asyno eduardo miranda
deste porto seguro d' jlha d' Eire,
oje, sestª feira, vjgesº prjmerº dija d dezº-segº mez deeste Anno-Domijnij d MMVII .

Wednesday, December 19, 2007

tá cada vez mais down no high society

Executivos da RTÉ estão sendo questionados pelo parlamento Irlandês sobre as fontes utilizadas no controverso documentário "High Society" (Alta Sociedade) sobre o uso de cocaína. O programa foi baseado no livro de mesmo nome, de Justine Delaney-Wilson, que alega ter entrevistado um político, um piloto de avião e uma enfermeira e todos disseram ser usuários habituais de cocaína.

O problema foi mexer com os políticos - um Ministro! O programa afirma que um Ministro do Parlamento admitiu usar cocaína regularmente, fato que deixou os membros do parlamento embaraçados e emputecidos, que agora querem dar nomes aos bois - quem é "O" Ministro? Quem é ou são as fontes?

O pessoal da RTÉ apenas diz que "todos atestam a veracidade do programa. Não há razão para não fazê-lo", mas o que a ministrada quer ver é ação: nomes. Eles querem nomes, seja o do ministro, seja o da suposta fonte da jornalista. Parece-me justo. Sigilo profissional aqui não se aplica: quem mata a cobra tem que mostrar o pau! Ou a jornalista diz logo quem é o cheirador ou se redime. A RTÉ já se comprometeu a não fazer mais programas "fortemente baseados em fontes ou contribuições anônimas".

Pergunta-se a Esopo qual é a melhor das coisas e Esopo mostra sua língua, dizendo: «é a língua a melhor das coisas». E perguntam-lhe em seguida qual é a pior das coisas. E ele mostra de novo a língua dizendo: «é a língua».

Esse parece ser um problema da imprensa em todo o mundo: muitas vezes apenas fazem acusações ou insinuações levianas mascaradas de notícias, com um bom grau de sensacionalismo para garantir a venda do produto, e assim os supostos furos chegam ao grande público sem que as fontes ou a simples veracidade das informações sejam checadas - não há tempo para isso. É o vil metal novamente, infelizmente.

Isso sem falar de quando a mídia se auto-classifica como um deus todo-poderoso, que usa seu poder de penetração sob a carapuça da liberdade de expressão, e muitas vezes pratica a parcialidade - dizer mentiras afirmando apenas meia-verdades.

Seria bom ver algo ao fim deste episóldio: cabeças rolando. Ou a do cheirador ou a da fonte da jornalista.

Nossa carne é melhor que a deles...


Não contente em banir a carne brasileira da Irlanda, o Departamento de Agricultura Irlandês quer que UE também adira ao boicote da importação da carne brasileira.

A ministra da Agricultura Mary Coughlan disse em entrevista hoje no programa Morning Ireland da RTE 1 que as práticas pecuárias e agrícolas no Brasil ainda são motivo de preocupação. Fitossanitarismo e rastreabilidade. Em outras palavras, nossa higiene não é satisfatória e nossa carne não pode ser adequadamente rastreada...

EUA, Australia, Japão e Coréia do Sul já bloquearam a carne brasileira, mas a UE mantêm apenas bloqueios regionais - por enquanto. A Irlanda importou 330.000 toneladas de carne brasileira no ano passado.

O Vil Metal

Dizem por aí que tudo não passa de lobby dos pecuaristas, já que a carne brasileira é mais barata do que a que é produzida no país.

Se é mais barata, não sei... mas que é melhor, isso é!


Sunday, December 16, 2007

O papa impop

Não sei se é só eu ou se todo mundo compartilha da idéia de que este papa NÃO é pop, NÃO é simpático e tem cara de mal!

Consenso ou não, o fato é que o papa tem um passado engajado em causas não muito nobres, quando defendeu pedófilos e foi indiciado pela justiça americana, mas acabou se livrando da acusação com a ajudinha do Senhor Jorginho Arbusto - também comhecido como Mr. George Bush. (Leia aqui).

O papa "impop" de 80 anos Pope andou dizendo por aí que o aquecimento global deve ser tratado sem alarmismo, e com base científica. Ora, nada de novo, não? Há muito tempo os cientistas vêm alertando para os perigos do aquecimento global, mas ninguém liga! Agora que a coisa anda quase no limite, com graves conseqüências sendo observadas pelo mundo afora, vem o Seu Bento nos dizer que devemos ouvir os cientistas? Cabe uma pergunta aqui: A quais cientistas Seu Bento se refere? Àqueles que dizem "Parem as máquinas AGORA!" ou aqueles que dizem que "... o aquecimento global é fruto da indústria do pânico"? Estaria o impop-papa se aliando ao discurso americano - ou arbústico, bushístico - de que aquecimento global é um exagero e que os EUA não vão reduzir suas emissões ou retrair sua indústria baseado em "boatos" e "pânico"?

Parece mais acerto de contas, pagamento de dívida, retribuição de favor... Eu, hem? Mr. Bean para PAPA, JÁ!!!

Thursday, December 13, 2007

CPMF - Com Parcimônia e Muita Fé

Do total da CPMF, 51% vai - IA - para a saúde. Para a Previdência 25%, e para o Desenvolvimento Social mais 24% de toda a arrecadação da CPMF. Ia, não vai mais... O que já era ruim agora vai ficar pior: vamos ver como se dará o país da piada pronta com R$ 40 bilhões a menos no orçamento... será menos dinheiro para a saúde, para a educação, para as reformas... e menos para os ladrões também! E quer saber? Ao final vão culpar o Lula - incompetente!

Quem não quer a CPMF são aqueles que querem fazer o “desmanche” do Estado e de suas políticas sociais, são os que acham que o mercado é mais eficiente para dar hospital e escola, são os que mantêm o “Caixa Dois”, são os que querem acabar com as favelas simplesmente desaparecendo com elas, pois o problema não é deles, são os que querem nomear o Coronel Ustra diretor-geral da Polícia Federal, e assim só prender “preto-pobre”, são os mesmos que só acreditam no que lêem na Revista Veja e querem matar o Governo Lula de fome, como manda o bom neo-liberalismo.

Quem sabe assim os Deputados e Senadores resolvam tirar um pouco de dinheiro de seus próprios bolsos (não o dinheiro deles... pois o dinheiro deles é público)! Contando salários, assessores (pra não chamar de parente), verbas para isso e aquilo, auxílio-gasolina, auxílio-viagem, auxílio-vestimenta, auxílio-cesta-básica, auxílio-champagne-Dom-Pérignon, e etcetera, passa de R$100, fácil, fácil...

Álcool & Publicidade

Bom engov para você também!

Ah... pera lá! Tá parecendo Irlanda? Bom Engov pra você? Quer dizer, beba, mas beba bastante, até passar mal, aí você manda um Engov goela abaixo e tudo bem? No meu tempo, o jargão era outro - igualmente mal, mas nem tanto: "Engov - um antes e um depois"!

Esse tipo de publicidade é que deveria deixar as pessoas indignadas. São estas coisas (e outras como estas também) que as pessoas deviam aproveitar e mostrar um pouco de dignidade, protestar, boicotar, mas não... todo mundo acha graça, e a coisa acaba "pegando"! Vamos acabar ouvindo nas ruas - se já não se ouve! - "Bom Engov!" E o outro, sorridente, responde, "Bom Engov para você também!".

É preciso acabar com este estigma de que o brasileiro ri da própria desgraça... A desgraça não tem graça, como a própria palavra diz.

* * *

O ocaso do acaso


Cerveja sem álcool? Essa não pega aqui não... o pessoal vai preferir deixar "ele" ao acaso!

Wednesday, December 12, 2007

EMT - Eduardo Miranda Time


Gostei do Chavez esta semana - criou seu próprio fuso horário, o que já vem sendo chamado de HCT, ou Hugo Chavez Time! Deu na BBC!

Eu também resolvi criar o meu próprio Fuso Horário, o EMT, Eduardo Miranda Time. Ele desloca 2 horas para frente ou para trás de GMT, conforme o período do dia. É simples, de manhã, como o dia por aqui anda dando as caras lá pelas oito e tanto, quase nove, como diria Chavez "para aproveitar a claridade", eu atraso o relógio em duas horas, e 9am GMT passa a ser 7am EMT... hora de levantar, tomar um banho, o café e ir trabalhar, começando no escritório lá pelas 8:30 EMT (sem se importar em ser 10:30 GMT, azar de quem não está no meu "timezone").

Como o pessoal do escritório não está em EMT, todo mundo vai almoçar lá pelas 12, 1pm GMT, que na verdade é muito cedo para mim, entre 10am e 11am EMT. Então, como sou um ser sociável, esta é a hora de retornar meu relógio para GMT e ir almoçar!

À tarde, porém, percebe-se que lá pelas 2pm GMT o dia começa a dar sinal de esvaecimento, e normalmente anda escurecendo entre 4pm e 5pm GMT. Hora de entrar em EMT novamente, adiantando o relógio em 2 horas, assim 2:30pm GMT será 4:30pm EMT, hora de ir pra casa... afinal, ninguém merece trabalhar mais do que 8h por dia, né?