Friday, April 10, 2009

morte...

... eis um tema que gera muitas discussões, diferentes opiniões, diversas crenças... mas sem dúvida é um tema que nos assusta, talvez nem tanto se se tratar da nossa própria morte, mas certamente se se tratar da morte de um ente querido.

Sempre que pensava sobre a morte, nos meus tempos de adolescente, me vinha à mente aquela música do Raul Seixas, Um Canto Para a Minha Morte... e ela realmente te faz pensar. Raul sempre foi lembrado como um artista que foi capaz de fazer todo mundo entender Nietzsche, devido à simplicidade de sua poesia...

Tem um documentário belíssimo chamado Nós que aqui estamos por vós esperamos, de 1998, dirigido pelo Marcelo Masagão que basicamente é uma leitura da "Era dos Extremos: o Breve Século XX", do Eric Hobsbawm, e mostra os contrastes entre as guerras, a banalização da violência, o desenvolvimento tecnológico, a esperança e a loucura das pessoas. O título vem do nome de um cemitério em Paraibuna, interior de São Paulo... na qual eu tive o prazer (foi um espanto!) de visitar pessoalmente.

Enfim, este documentário, entre tantas outras belezas, num determinado momento, mostra um piloto kamikaze em ação. Junto à cena, uma colagem de uma frase mais ou menos assim:
"Não é possível para uma mãe ver um filho seu morrer... vai contra as leis da natureza!"
Pura verdade! Se já é difícil pensarmos na morte de nossos pais, quem dirá eles na nossa!

Isso tudo é devido à triste ocasião da morte da Dona Rosa, o que me faz pensar no que vale a pena... Estar longe dos pais vale a pena? Para a Teresa, agora, certamente não. E pior de que não valer a pena, é perceber que não valeu a pena... já foi, já passou, e você falhou... inevitavelmente é esse o sentimento que nos vêem à mente: falhei! Não estive presente na morte da minha mãe! Embora saibamos que, mesmo estando no Brasil, as coisas podem acontecer de uma maneira que não estejamos presentes do mesmo modo, mas porque estamos afastados, isolados, desterrados, nos sentimos pior...

Eu sei o que é isso. Embora não saiba o que é passar por isso, só a idéia de passar por isso me assombra; é o meu maior fantasma!

Tenho fé na cosmogonia das coisas, e espero que eu tenha tempo de me redimir... me redimir das minhas ausências (ou das ausências que criei para mim), me redimir da palavra rude que disse num momento de exaltação, ou simplesmente ter um tempo extra para agradecer (de novo e novamente!) a tudo o que eles, meus pais, me proporcionaram, e que talvez, devido à minha juventude, inexperiência e tolice, não tenha me manifestado apropriadamente, para que entendessem todo o meu amor e toda a minha gratidão a eles...

Desculpem-me, meu pai e minha mãe, se me ausento, se me omito, se me escondo... sou apenas um tolo e imperfeito filho, tentando sobreviver à minha maneira (provavelmente errada), e ainda aprendendo sobre os reais valores dessa vida...

Amorzinho... alivie sua alma, seu espírito... sua mãe sabe de tudo, já o sabia em vida e agora além! Católico, Budista, Espírita ou Agnóstico - cosmológico - o mecanismo das águas manterá o moinho em movimento...

luv.u
e.du

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