Saturday, January 18, 2014

deus das pequenas coisas

... ou a arte de se surpreender sempre

Surprise ~ Leonard Filgate
Sem querer me referenciar ao livro de Arundhati Roy, é realmente impressionante como pequenas coisas afetam o comportamento das pessoas e suas vidas! Hoje, quando voltava da caça (entenda-se trabalho, que é a caça moderna), vinha pensando com meus botões, em coisas da vida, como a idade chegando, os pequenos prazeres que valem a pena, as incontáveis coisas que não valem a pena, o mundão ainda por descobrir... e inevitavelmente me veio a imagem da Teresa, num país qualquer em que viajamos, observando uma paisagem e me pedindo para tirar uma foto... Sorri. Andando na rua, sozinho, sorri, ri mesmo, de uma alegria imensurável, pela imagem que me ocorrera, e por saber que a poucos passos estaria em casa, e ela estaria lá...

Eu por exemplo, tenho amigos de todas as categorias: solteiros, casados, separados. Dentre os solteiros há os aventureiros que navegam e pescam em quaisquer águas, e há os que querem achar um porto para seu barquinho. Dentre os casados há os que cuidam bem do seu jardim, há os acham a flor do vizinho mais cheirosa do que a dele, e há os que pulam a cerca em busca da flor alheia. Os separados geralmente navegam entre estas situações...

Tenho certeza que alguns amigos ficariam surpresos, ou mesmo com aquela pontinha de inveja. E essas coisas ainda me surpreendem, e eu me pergunto: como posso, na minha sensibilidade poética e musical, não ser assaltado por tais sentimentos com mais frequência? Culpo o trabalho, o dia-a-dia, e as pequenas coisas consumidoras de tempo - jogos eletrônicos, mídias sociais e TV. Nestas últimas nem me atenho... uma tvzinha de quando em vez e só.

O que eu quero mesmo é ter a disposição dos meus trinta anos quando estiver nos 60... será que é pedir demais?

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