tag:blogger.com,1999:blog-83356222024-02-20T18:49:14.849+00:00The Waste Land<center>no desterro, não é a distância que incomoda, mas o espaço</center>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.comBlogger807125tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-52951398497023500072022-08-10T20:58:00.006+01:002022-08-22T21:24:46.787+01:00O Livro de Reclamações<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;">
... ou As Aventuras de Josef K. em Portugal</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhkDRY6VmT0B7GklZp0DiDidgIr40q8sNucEIubVfmKX_iFir6GQDQSn2xCXbvny-m4XkK4JrN8sWJYG8vQVGI8UdPBv_1MjT-Zw4xmUjs2sp9tA-qF7Qi-GYonp3wf648dFdkx0m-Cc2mF6DadR1_oV8UHyrR08qXu8QZ9pYFrayvvPMWYg/s745/buro.png" style="display: block; margin-left: auto; margin-right: auto; padding: 1em 0px; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="745" height="323" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhkDRY6VmT0B7GklZp0DiDidgIr40q8sNucEIubVfmKX_iFir6GQDQSn2xCXbvny-m4XkK4JrN8sWJYG8vQVGI8UdPBv_1MjT-Zw4xmUjs2sp9tA-qF7Qi-GYonp3wf648dFdkx0m-Cc2mF6DadR1_oV8UHyrR08qXu8QZ9pYFrayvvPMWYg/w400-h323/buro.png" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Bureaucratic Landscape by <a href="https://www.artworkarchive.com/profile/hudson-county-community-college-foundation-art-collection/artist/curt-frankenstein" target="_blank">Curt Frankenstein</a></i></td></tr></tbody></table>
<div style="text-align: justify;">Um amigo meu que "está a morar" em Portugal me conta que dia desses sentiu-se dentro d'O Processo, romance de Franz Kafka sobre um cidadão que é detido e acusado por uma autoridade desconhecida sem saber qual o crime e a razão do processo. Conta-me ele que na manhã de uma segunda-feira como outra qualquer, recebeu uma chamada da AT (autoridade Tributária) em relação a uma encomenda (um celular comprado pela internet) confiscada na alfândega! Ao perguntar o motivo da retenção, a funcionária disse:
<blockquote>-- O senhor possui uma dívida com o IRS (imposto de renda).<br />
-- Uma dívida? Do que se trata esta dívida?<br />
-- Não sei dos detalhes, mas uma comunicação foi-lhe enviada.<br />
-- Mas não recebi nada...<br />
-- Isto não é problema meu, senhor. Foi enviado pelo CTT (correios).<br />
-- Mas eu não recebi nada do CTT...<br />
-- Pois isso não é problema meu - o senhor é que vá lá ter com o CTT!</blockquote>
Disse-me ele que ao entrar no Portal das Finanças, em sua página de contribuinte, deparou-se com um aviso em vermelho, citando a tal dívida, mas ainda sem explicação do que se tratava. Apenas "Dívida do IRS". Jurou de pé-junto que não estava lá o aviso na sexta-feira anterior, já que verificava o portal pelo menos 1 vez por semana.
<br /><br />
Indignado mas controlado - as aulinhas de yoga têm ajudado, me diz - comenta, com cautela e educação, que tampouco é problema dele. Se as Autoridades Tributárias mandaram uma correspondência para ele, e essa correspondência não chegou, as Autoridades Tributárias é que deveria ir "lá ter com o CTT".
<br /><br />
Ela aconselhou que ele fosse à agência das Autoridades Tributárias para se informar melhor, e desligou!
<br /><br />
Como bom cidadão, assim o fez. Chegando lá, disposto a pagar, foi muito bem atendido. Um funcionário até explicou do que se tratava a dívida - um erro da esposa no portal. Satisfeito, deu baixa na dívida e tomou conhecimento de que a encomenda seria liberada. Foi para casa feliz!
<br /><br />
Dia seguinte, ansioso que estava para receber o celular novo, parecia-lhe que as horas se arrastavam. Deu meio-dia e nada do tal CTT. Ligou. Calhou de atender a mesma funcionária que havia lhe ligado no dia anterior.
<blockquote>-- Bom dia senhora. Ligo para saber da minha encomenda.<br />
-- Sua encomenda foi devolvida para a transportadora e o senhor tem que entrar em contato com eles.<br />
-- ... Mas... estive aí ontem e paguei a dívida! Como é que a encomenda foi devolvida para a transportadora? Qual transportadora?<br />
-- Como o senhor disse que não iria pagar a encomenda teve que voltar, pois não pode ficar aqui.<br />
-- Eu não disse que não iria pagar, tanto que fui até a agência como a senhora me recomendou, e lá esclareci minha dúvida e paguei a dívida.<br />
-- Mas agora já se foi o pacote, tens que falar com a transportadora - arremata a funcionária, já querendo desligar.</blockquote>
É quando, já sonoramente irritado, solta, "Mas isto não é possível! A senhora tem aí o <i>Livro de Reclamações?</i>"
<br /><br />
O Livro de Reclamações! Já ouvira falar... parecia uma palavra mágica! Uma senha que desmantelava o mau humor, acabava com a deseducação e aniquilava impaciências!
<blockquote>-- O Livro de Reclamações? Sim... temos... mas está aqui na agência...<br />
-- Pois não tem problema - falou firme. Passo aí hoje mesmo para assiná-lo!</blockquote>
Na verdade ele nem sabia do que se tratava o tal do Livro de Reclamações! Tampouco o que fazer com ele!
<blockquote>-- Ora, meu senhor, nem é para tanto. Deixe-me ver aqui como podemos fazer... O senhor sabe qual é a transportadora? Se DHL ou UPS? Pois nem é preciso, vou já aqui encaminhar um email para ambas, citar o número do pacote e pedir para que o enviem para vossa morada... tenho aqui seu email e já mando-lhe copiado na correspondência... Costumam ser rápidos nesses negócios... Como lhe parece?</blockquote>
Pareceu um milagre!
<br /><br />
Mesmo assim, tentou reclamar: "cobrança coerciva de imposto sem notificação prévia", bradou uma vez; "tratamento arbitrário por funcionário", bradou uma segunda vez, mas seu brado deu no vazio. Tudo o que conseguiu foi assinar o tal do Livro das Reclamações. Nele, enumerou:<br />
- Não me foi dado o benefício de ser notificado sobre a dívida;<br />
- Senti-me injustamente coagido a pagar uma dívida desconhecida através do confisco de um bem;<br />
- Apreensão desnecessária e precipitada de um bem (ferramenta de trabalho), já que não havia a necessidade de coerção;<br />
- Faltaram-me com o direito a um serviço de qualidade;<br />
- Faltaram-me com o direito a ser informado de forma clara sobre os meus direitos e deveres tributários;<br />
- Faltaram-me com o direito a ser assistido por profissional legalmente habilitado/a;<br />
- Faltaram-me com o direito a ser informado sobre minha situação tributária;<br />
- Faltaram-me com o direito a ser ouvido antes de qualquer decisão desfavorável;<br />
- Fui caluniado.
<br /><br />
<i>O Estado burocrático é isto... um monstro invisível, pensei, com múltiplos tentáculos, com milhares de olhos, clínicos, atentos para a falha humana e para a falta do quadradinho no papelzinho, um resquícios inexplicável do período pré-digital da civilização. Esse Estado supremo e autoritário, um bocado vesgo, cego mesmo, para tantas coisas dO Capital (minha bagagem socialista falando mais alto) mas ao se tratar do cidadão comum, não se pode argumentar ou explicar - apenas obedecer.</i>
<br /><br />
Se o livro vai funcionar, isso ele ficou de me contar depois...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-42513961970652225672022-07-28T21:21:00.010+01:002022-07-28T21:27:04.923+01:00De Embargos e Consumidores<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPw7Uterdcmhr9dCE5oIkIjUCMkNcpzpxe9QErjnZIoebrvoVya80O__YpfnsArpX2IpGFwrx_XgD_o3_2ZBVcxb2NAmF5kD0MziIsfNffe4tiGOgBZXXSRrrxg6bBDKru3HoE4-MDdgNK6TexVjdryDU2hBHTI__nyw5qCKjdYmtyxoS_Ng/s640/embargo.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" width="400" data-original-height="481" data-original-width="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPw7Uterdcmhr9dCE5oIkIjUCMkNcpzpxe9QErjnZIoebrvoVya80O__YpfnsArpX2IpGFwrx_XgD_o3_2ZBVcxb2NAmF5kD0MziIsfNffe4tiGOgBZXXSRrrxg6bBDKru3HoE4-MDdgNK6TexVjdryDU2hBHTI__nyw5qCKjdYmtyxoS_Ng/s400/embargo.jpg"/></a><i>image source: </i><a href="https://www.alamy.com/" target="_blank">https://www.alamy.com/</a></div>
<br /><br />
<div style="text-align: justify;">Adam Smith, o grande economista e filósofo escocês, conhecido como pai da Economia e do Capitalismo, em seu livro "A Riqueza das Nações", de 1776, escreveu que as necessidades dos produtores deveriam ser consideradas apenas sob a ótica de <u>atender as necessidades dos consumidores</u> (o sublinhado é meu). Uma filosofia consistente com o conceito de marketing, mas em algum momento da história a ganância falou mais alto, e o mantra passou a ser identificar, antecipar e satisfazer as necessidades e desejos dos clientes.
<br /><br />
Hoje em dia as organizações fazem de tudo para antecipar necessidades e desejos de consumidores em potencial, na tentativa de satisfazê-los de forma mais eficaz do que os concorrentes. E fazem isso usando uma das técnicas mais agressivas de todos os tempos, uma ferramenta de comunicação de marketing que emprega a distribuição de mensagens, tanto explícitas como subliminares, geralmente patrocinadas, com a desculpa de promover ou vender um produto, mas o intuito e de apreender a atenção, a vontade, o poder de decisão e quem sabe até a consciência do inadvertido alvo, deste mal universal destew século dos serviços pseudo-gratuitos... o ANÚNCIO!
<br /><br />
Anúncios são uma praga, não importa qual! Pode-se argumentar que alguns anúncios são criativos e tal, quase "uma obra de arte" (sic), mas o problema não é só o conteúdo, ou se o anúncio é criativo ou não, nem mesmo importa qual produto está sendo anunciado... o problema é a privacidade. É o momento. Sem mencionar o custo social - anúncios falsos; anúncios direcionados a crianças; anúncios perversivos, que querem fazer você pensar que é o que não é, e etc, etc.
<br /><br />
Lembro-me dos velhos tempos do telemarketing, quando costumávamos receber ligações aleatórias sobre produtos diferentes, promoções e várias "oportunidades imperdíveis", geralmente na hora do jantar! Lembro-me de meu pai uma vez, depois de dizer 2 ou 3 vezes que não estava interessado, sugeriu "Olha Fulano, por que você não me dá o número do seu telefone que eu ligo pra você quando você estiver jantando! O que acha?", E desligou o telefone!
<br /><br />
Basta disso! Basta de panfletos indesejáveis na caixa de correio! Chega de e-mails desgraciosos, pop-ups invasivos enquanto navegamos pela internet, e o mais chato de todos, os anúncios intrusivos que são inseridos no meio dos vídeos do YouTube, e não apenas no início dos vídeo, o que já é chato pra cacete! Anúncios dos aplicativos de rádio da internet, que se declaram antes de iniciar o streaming da estação escoilhida... BASTA!
<br /><br />
Não chegassem os anúncios que temos que engolir nos chamados "intervalos comerciais" - que só ali deviam existir! Anúncios não solicitados são como conselhos não-pedidos: ninguém os quer, ninguém os precisa!!!
<br /><br />
Estas campanhas DEVERIAM estar causando efeito justamente oposto ao que almejam, e em vez de criar empatia com consumidores satisfeitos, vão acabar por gerar repulsa em uma legião de consumidores frustrados, que não têm muitas opções de como sair desse oceano de lixo e poluição visual, sonora e mental.
<br /><br />
O que nós, consumidores, podemos fazer?
<br /><br />
BANIR! BOICOTAR! EMBARGAR! Isso sim, é um embargo! Não o gás da Rússia!!!
<br /><br />
Não compre nada de quem lhe meta um anúncio intruso na sua frente! Abaixo os anúncios indesejados e não solicitados! O consumidor tem o poder!
<br /><br />
Sim... bem que poderíamos.</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-74110605402014711172021-05-23T17:10:00.005+01:002022-02-26T22:58:42.291+00:00Comida: Ciência da Felicidade?<div class="separator" style="clear: both;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPrfK-EOdM4WtTrEyg-XjEgWBjkC9orNSSqYFovOKBdT4gT3dMqCb4lP6PLIMi2HCdq87v2NBIqSJ0t0k54fHsTjH1OuENURhuIAByPD2mthorcVW5NkYSqA3syGGEKsWeouCZ/s948/happy.jpg" style="display: block; padding: 1em 0; text-align: center; "><img alt="" border="0" height="400" data-original-height="948" data-original-width="474" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPrfK-EOdM4WtTrEyg-XjEgWBjkC9orNSSqYFovOKBdT4gT3dMqCb4lP6PLIMi2HCdq87v2NBIqSJ0t0k54fHsTjH1OuENURhuIAByPD2mthorcVW5NkYSqA3syGGEKsWeouCZ/s400/happy.jpg"/></a></div><div style="text-align: justify;">
<div style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;">
ou Como Enganar-se Sem Culpa!</div>
<br />
<br />
Pois é verdade: tem um cara chamado Dr. Psicólogo Fulano de Tal que está lançando um livro interessantíssimo - segundo ele mesmo - chamado <i>The Science of Happiness</i>... E ele se atreve a dizer que a COMIDA é o fator central de nossas vidas - portando, conclue, da felicidade!
<br />
<br />
Quê?!?
<br />
<br />
Mas a coisa continua com o entrevistador perguntando, ou melhor, implorando por afirmação, se é "OK" se matar de comer açucar e carbohidratos... "sabe, né, de vez em quando..." E o Dr. responde que... "Claro! É absolutamente normal (!!!), principalmente quando estamos no meio de uma pandemia!!!
<br />
<br />
Bem, para não dizer que não falei das flores, ele bem que disse uma ou duas coisas que se aproveite: que é importante comer pensando no intestino e que vegetarianismo não é saudável!
</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-55862164194313744222020-04-13T21:06:00.000+01:002020-04-16T20:51:10.249+01:00O Novo Consumidor<div style="text-align: right; font-size: 120%;"><i>ou Não jogue seu lixo no meu quintal!</i></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsx9MKl3Bzn0ZfP9ZE6Yats1IcwUtIdqNbah7i6MZy4540KJvkAYog8DDKjsQ8GrD-1ZhZ-ivbMC1Ogz7St7vwarjsx_R1bFQKAVEGbgFtDyjvrnh96t_qKquBNIahcGIQeZ6C/s1600/an-array-of-2820212_1280.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsx9MKl3Bzn0ZfP9ZE6Yats1IcwUtIdqNbah7i6MZy4540KJvkAYog8DDKjsQ8GrD-1ZhZ-ivbMC1Ogz7St7vwarjsx_R1bFQKAVEGbgFtDyjvrnh96t_qKquBNIahcGIQeZ6C/s400/an-array-of-2820212_1280.png" width="340" height="400" data-original-width="1089" data-original-height="1280" /></a></div><div style="text-align: justify;">Adam Smith, o grande economista e filósofo escocês, conhecido como pai da Economia e do Capitalismo, em seu livro "A Riqueza das Nações", de 1776, escreveu que as necessidades dos produtores deveriam ser consideradas apenas sob a ótica de atender as necessidades dos consumidores (o sublinhado é meu). Uma filosofia consistente com o conceito de marketing, mas em algum momento da história a ganância falou mais alto, e o mantra passou a ser identificar, antecipar e satisfazer as necessidades e desejos dos clientes.<br />
<br />
Hoje em dia as organizações fazem de tudo para antecipar necessidades e desejos de consumidores em potencial, na tentativa de satisfazê-los de forma mais eficaz do que os concorrentes. E fazem isso usando uma das técnicas mais agressivas de todos os tempos, uma ferramenta de comunicação de marketing que emprega a distribuição de mensagens patrocinadas com o intuito de promover ou vender um produto... o ANÚNCIO!<br />
<br />
Anúncios são uma praga, não importa qual! Pode-se argumentar que alguns anúncios são criativos e tal, quase "uma obra de arte" (sic), mas o problema não é só o conteúdo, ou se o anúncio é criativo ou não, nem mesmo importa qual produto está sendo anunciado... o problema é a privacidade. É o momento. Sem mencionar o custo social - anúncios falsos; anúncios direcionados a crianças; anúncios persivos que querem fazer você pensar que é o que não é, e etc, etc.<br />
<br />
Lembro-me dos velhos tempos do telemarketing, quando costumávamos receber ligações aleatórias sobre produtos diferentes, promoções e várias "oportunidades imperdíveis", geralmente na hora do jantar! Lembro-me de meu pai uma vez, depois de dizer 2 ou 3 vezes que não estava interessado, sugeriu "Olha Fulano, por que você não me dá o número do seu telefone que eu ligo pra você quando você estiver jantando! O que acha?", E desligou o telefone!<br />
<br />
Basta disso! Basta de panfletos indesejáveis na caixa de correio! Chega de e-mails indesejados, pop-ups indesejados enquanto navega a internet, e o mais chato de todos, os anúncios indesejados que são inseridos no meio dos vídeos do YouTube, e não apenas no início dos vídeo, o que já é chato pra cacete! Anúncios dos aplicativos de rádio da internet, que se declaram antes de iniciar o streaming da estação escoilhida...<br />
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Não bastassem os anúncios que temos que engolir nos chamados "intervalos comerciais" - que só ali deviam existir! Anúncios não solicitados são como conselhos indesejados: ninguém os quer, ninguém precisa!!!<br />
<br />
Estas campanhas podem estar causando efeito justamente oposto ao que almejam, e em vez de criar empatia com consumidores satisfeitos, vão acabar por gerar repulsa em uma legião de consumidores frustrados, que não têm muitas opções de como sair desse oceano de lixo e poluição visual, sonora e mental.<br />
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O que nós, consumidores, podemos fazer?<br />
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BANIR!<br />
BOICOTAR!<br />
EMBARGAR!<br />
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Não compre nada que lhe meta um anúncio intruso na sua frente!<br />
Abaixo os anúncios indesejados e não solicitados!<br />
O consumidor tem o poder!<br />
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Sim, até que poderíamos ...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-49527900796780792662020-04-07T18:20:00.000+01:002020-04-12T20:36:56.520+01:00Sonho, logo existo?<div style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;"><i>uma fábula chinesa</i></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZmonIFwnsM8sSnNkQslSjz0rJY05C6eHOsmd1xvtCc2zM95mov_LI0B33BcsOrEiIN4_WgLHvBOWkPNvANiweZyX3f0CHQXyGKAXZXx14fKrP7j6FISjUc4n4nRShwuSVlZEf/s1600/Zhuangzi-Butterfly-Dream.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="296" data-original-width="384" height="385" width="500" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZmonIFwnsM8sSnNkQslSjz0rJY05C6eHOsmd1xvtCc2zM95mov_LI0B33BcsOrEiIN4_WgLHvBOWkPNvANiweZyX3f0CHQXyGKAXZXx14fKrP7j6FISjUc4n4nRShwuSVlZEf/s400/Zhuangzi-Butterfly-Dream.jpg" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Tem uma fábula chinesa que diz que em uma noite, Zhuang Zhou<sup>(*)</sup> - Zhuangzi para os íntimos - sonhou que era uma borboleta, a voar alegremente pelos campos, e que quando acordou, questionou se realmente era Zhuangzi que acabara de sonhar ser uma borboleta, ou se era uma borboleta sonhando ser Zhuangzi...<br />
<br />
Raul Seixas, letradíssimo no Caminho do Tao, no Buda, em Confúcio, em Krishna, Jesus Cristo, Alex Crowley e o diabo-a-quatro (literalmente), registrou a fábula na canção "O Conto do Sábio Chinês", no LP "Abre-te Sésamo" de 1980. Belíssima!<br />
<br />
O <a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Argumento_do_sonho" target="_blank">argumento do sonho</a> sugere que o ato de sonhar fornece evidências de que nossos sentidos, na qual tanto confiamos para distinguir realidade de ilusão, não são totalmente confiáveis, e qualquer interpretação que dependa dos sentidos, deveria no mínimo ser cuidadosamente examinada antes de concluírmos se é de fato realidade!<br />
<blockquote><i>-- Como assim? Tudo o que vejo, ouço, sinto e percebo não é real? Ou pode não ser real?<br />
<br />
-- Pois é... louco né?</i></blockquote>Se fosse hindu esta fábula, provavelmente traria a questão da não-dualidade embutida, e talvez explorasse a possibilidade de Zhuangzi e a borboleta serem um só!<br />
<br />
Deixo aqui um haiku/tanka<sup>(**)</sup> com a minha versão zen-budista/vedântica do dilema:<blockquote><i>borboleta não viu Zhuangzi<br />
Zhuangzi não viu borboleta:<br />
nem borboleta, nem Zhuangzi - <br />
observador<br />
que a tudo observa.</i></blockquote><br />
<hr align="left" width="50" /><i><sup>(*)</sup> Zhuang Zhou foi um influente filósofo taoista chinês do século IV a.C. Muitas vezes conhecido como <a href="https://plato.stanford.edu/entries/zhuangzi/" target="_blank">Zhuangzi</a> (/ˈʒwæŋˈziː/; Chinese: 莊子) ("Mestre Zhuang"), viveu por volta do século IV a.C., durante o período dos Reinos Combatentes, um período correspondente ao cume da filosofia chinesa, o período das cem escolas de pensamento. <br />
<br />
<sup>(**)</sup> Haiku (俳句) é uma forma curta de poesia japonesa de 17 sílabas poéticas arranjadas em versos de 5 - 7 - 5 sílabas. O Tanka (短歌) é outra forma curta de poesia japonesa formada por 31 sílabas poéticas arranjada em versos de 5 - 7 - 5 - 7 - 7 sílabas. Além da forma, elas também diferem no tema; tradicionalmente o haiku trata de temas ligados à natureza, enquanto o tanka é mais genérico. Outra curiosidade é que o haiku originou-se do tanka. Nesta minha interpretação da fábula, ofereço as duas formas - o haiku (3 primeiras linhas) e o tanka (2 últimas linhas adicionais).</i></div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-50713765887294975802020-04-05T19:07:00.003+01:002020-04-10T12:05:55.626+01:00Puxando o plugue...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizGWTJCGLQMWNQelG9Q5XGnLw6f1NOXH7kGVoza5oHO9eSiT67J67kfGzwLYQjlkLGlzqsfWPw32Hbh9SCMmgwM4JFwDHCAkWhmGlgJaC_Mmx8f0ljD6BnaM8k7-VRRXao1fFD/s1600/casa-sape.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="377" data-original-width="465" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizGWTJCGLQMWNQelG9Q5XGnLw6f1NOXH7kGVoza5oHO9eSiT67J67kfGzwLYQjlkLGlzqsfWPw32Hbh9SCMmgwM4JFwDHCAkWhmGlgJaC_Mmx8f0ljD6BnaM8k7-VRRXao1fFD/s1600/casa-sape.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Você se atreveria a dar uma pausa nesta vida caótica e louca em que vivemos? Desligar o celular, o computador, a eletricidade e tudo o mais que seja do "mundo moderno" do qual somos tão dependentes e começar tudo de novo? Em termos totalmente diferentes?<br />
<br />
Ouso dizer que praticamente ninguém o faria.<br />
<br />
Os acontecimentos recentes estão nos oferecendo uma oportunidade única de reflexão. A realidade é que não puxamos o plugue. Em vez disso, fomos forçados a uma situação que todos queremos ver terminada o mais rápido possível. Como não temos garantia de nada, vamos apenas levando, mas deveríamos ao menos examinar a vida que todos nós tomamos como garantida.<br />
<br />
Podemos não dar as costas totalmente para a Internet e outros confortos e mudar para uma casinha de sapê no meio do nada e viver à luz de lampião e fogão a lenha - para nossas mentes viciadas seria impossível viver uma vida sem dinheiro - mas se considerarmos o impacto que estamos tendo no planeta, seria uma grande motivação! Desconectado da modernidade, esfregando gravetos para acender o fogão, vivendo da natureza, caçando e pescando. Um retrato bucólico e reflexivo, livre de discursos doutrinários ou sentimentos de culpa.</div>
Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-54339559678192318942019-07-21T20:12:00.000+01:002019-07-30T01:55:33.634+01:00Não me levanto!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAL9QeDEBf_ag1UO7psLRhyphenhyphenW7UnkVGgYbeyo1_18RWL59jmex8eTC9VnfE3nEYk3sQSiYGqXEsc7vwQ_CYWTo9wspvJMBRCleRSRDtGEJFP88I9BDVe73kTLKEjeS67VD2KO3r/s1600/691C4219-E585-4EDD-B464-CCAAD87A201C.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAL9QeDEBf_ag1UO7psLRhyphenhyphenW7UnkVGgYbeyo1_18RWL59jmex8eTC9VnfE3nEYk3sQSiYGqXEsc7vwQ_CYWTo9wspvJMBRCleRSRDtGEJFP88I9BDVe73kTLKEjeS67VD2KO3r/s400/691C4219-E585-4EDD-B464-CCAAD87A201C.jpeg" width="400" height="266" data-original-width="474" data-original-height="315" /></a></div><div style="text-align: justify;">Foi em primeiro de Dezembro de 1955 que Rosa Parks disse “não me levanto” para James Blake, o condutor de um ônibus em Montgomery, capital do Alabama, EUA. Naquela época, naquela terra de ninguém, os assentos dianteiros eram reservados a pessoas de pele branca, os do fundo às pessoas de pele escura; nos do meio podiam sentar-se qualquer um, mas se um branco estivesse em pé, tinha preferência sobre o assento.<br />
<br />
Perante a surpreendente resposta de Rosa Park, James Blake só pôde dizer “bem, nesse caso terei que levá-la à delegacia”, e Rosa respondeu “pois vamos”!<br />
<br />
Em tempos de Bolsonaro, imagino como as Rosas Park andam se virando por aí... Embora o motivo deste <i>post</i> vá além de Bolsonaro.<br />
<br />
<b>O Boicote aos Ônibus de Montgomery<br />
</b><br />
O boicote aos ônibus de Montgomery foi um protesto pelos direitos civis durante o qual os afro-americanos se recusaram a andar de ônibus urbanos em Montgomery, no Alabama, para protestar contra os assentos segregados. O boicote ocorreu de 5 de dezembro de 1955, quatro dias após Rosa Parks ter sido presa e multada por se recusar a entregar seu assento de ônibus a um homem branco, até 20 de dezembro de 1956, e foi considerada a primeira manifestação de larga escala dos EUA contra a segregação.<br />
<br />
A Suprema Corte americana finalmente ordenou que Montgomery integrasse seu sistema de ônibus, mas muito além dessa vitória, está a mensagem de que o povo tem o poder! Imaginem se os americanos - e apenas os americanos - decidissem não beber Coca-Cola, ou não comer no MacDonalds... por um ano, apenas!<br />
<br />
Que mensagem!!!<br />
<br />
De volta ao boicote de Montgomery... Um dos líderes, um jovem pastor chamado Martin Luther King Jr., emergiu como um proeminente líder do movimento americano de direitos civis, de 1955 até seu assassinato em 1968.<br />
<br />
Mas essa é uma outra história...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-48465201241523815842019-02-03T20:11:00.001+00:002019-02-07T23:26:12.382+00:00foi esse o sonho...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5mJ4rGDcTVUkLeCoHWjZaV-45novWD3retqD0u3s-ra0XgHZERCbo4JwoI8rLRLU2fbzNDTff1uRa-c2JoE5jG3dc7PHWdvjtm2GnekwMFSmPVHpQAmUeIvXh2J2hK1zn7r6b/s1600/Ishtar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5mJ4rGDcTVUkLeCoHWjZaV-45novWD3retqD0u3s-ra0XgHZERCbo4JwoI8rLRLU2fbzNDTff1uRa-c2JoE5jG3dc7PHWdvjtm2GnekwMFSmPVHpQAmUeIvXh2J2hK1zn7r6b/s400/Ishtar.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Ishtar, with her cult-animal the lion,</i><br />
<i>and a worshipper Modern impression from a cylinder seal,</i><br />
<i>c. 2300 BC In the Oriental Institute, University of Chicago</i></td></tr>
</tbody></table>Uma mulher me falava que meu pai e minha mãe tinham sofrido um acidente. Era em Dublin, tenho quase certeza. Eu a interrogava “Onde eles estão?” e ela dispersava, “Ah, estão ali...” “Onde?”, gritava desesperado, “Ali...” e apontava displicentemente para um beco escuro, e alertava: “Mas se eu fosse você eu não iria lá...”.<br />
<br />
Claro que eu fui.<br />
<br />
Entro no beco e encontro minha mãe caída, desacordada, e meu pai cambaleante, tentando levantá-la. Num instante - num daqueles instantes de sonho que transgridem todas as leis da física - estávamos todos no saguão de um hospital: lembro-me bem de pai, meu irmão e minha esposa. Tem mais gente mas não me lembro quem são, ou não vejo seus rostos. Todos estavam bem calmos, esperando não sei o quê. Eu só queria chegar ao quarto de minha mãe. <br />
<br />
Peço informação. Era o quarto número 9, mas disseram que eu não saberia chegar lá... Mostraram-me o mapa do hospital, que parecia o James Connolly, em Blanchardstown, Dublin 15, mas as imediações tinha a representação urbana de Barcelona, em Espanha.<br />
<br />
Chamei minha esposa para dar uma olhada no mapa, na esperança de que ela conhecesse o caminho, mas ela estava distraída... Peguei o mapa e disse “Deixa que eu me viro.” Chamei meu irmão para ir comigo. Ele veio, mas no caminho nos perdemos um do outro. Pedi informação para um enfermeiro-estudante - era um hospital universitário. Ele pegou o mapa, olhou, coçou a cabeça, chamou outro colega, “Não é aquele lugar onde não se pode dormir à noite?”, “Sim, lá não se dorme...”. “Tudo bem”, disse, "eu só quero chegar lá!".<br />
<br />
O enfermeiro-estudante me conduziu, correndo um pequeno trote, entre portas e corredores. Um verdadeiro labirinto, e conforme nos emaranhávamos hospital adentro, suas alas ganhavam um aspecto de abandono, de desolamento.<br />
<br />
Chegamos ao lugar. O enfermeiro sumiu - mais uma daquelas distorções das leis da física. A porta do quarto número 9 ficava numa parede, e parecia uma gaveta. Confuso, abro a tal porta e vejo o corpo de minha mãe. Embora ela estivesse bonita, não aguento a imagem e despenco em prantos. Retoricamente me pergunto "Por que não me avisaram antes?", já que eu tinha a impressão de que todos sabiam, menos eu.<br />
<br />
Acordo... e me concentro em entender o sonho. O número 9.<br />
<br />
Para quem acredita em numerologia, o 9 encerra um ciclo natural, a morte de um ciclo e as portas para o início de outro. Pode ser interpretado como o fim das ilusões ou como um recomeço.<br />
<br />
Eu, que sou e sempre fui cético para estas coisas, acabo dando ouvido mais pela mitologia, como fenômeno popular de transformação e sua capacidade de conectar diferentes culturas através de histórias, geralmente baseadas em tradições e lendas feitas para explicar os fenômenos naturais, a criação do mundo, o universo ou qualquer outra coisa além da simples compreensão.<br />
<br />
Nessa linha, tem um mito bem descritivo da essência do número 9: o Mito da Descida de Ishtar ao submundo. Ishtar, deusa suméria da fertilidade, do amor, da guerra e do sexo, desce ao submundo através de uma imensa caverna vertical e conforme avança os sete portões do inferno, um guardião retira uma peça de seu vestuário real. Quando chega ao fundo do poço, Ishtar está totalmente nua, despojada de suas armas e atributos reais, de seus símbolos de status e de realeza. Voltou ao seu estado original. Quando consegue voltar, ela está modificada - pode-se dizer que morreu e renasceu.<br />
<br />
Está aí uma boa explicação para o meu número 9...Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-20412882714782071902018-06-11T07:23:00.001+01:002018-06-11T07:23:34.219+01:00Bilderberg<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir3lRSFBOo5lfpaRfqmKXlZ8sLqIN3ytkC2XGWe28E07e-qLjVHJqGKEXwL82RGXFaa_99lpTECML0XXsxWAkSNiNw675P1IGqQfHyMBHv9XnYiw2yPKJCA7jB_nKJZ40Bfktb/s1600/bilderberg.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir3lRSFBOo5lfpaRfqmKXlZ8sLqIN3ytkC2XGWe28E07e-qLjVHJqGKEXwL82RGXFaa_99lpTECML0XXsxWAkSNiNw675P1IGqQfHyMBHv9XnYiw2yPKJCA7jB_nKJZ40Bfktb/s400/bilderberg.jpg" width="389" height="400" data-original-width="475" data-original-height="488" /></a></div><br />
Terminou ontem em Turin, a reunião secreta do grupo secreto da elite mundial, o chamado Grupo Bilderberg.<br />
<br />
O grupo se auto-define como uma conferência anual privada estabelecida em 1954 para cerca de 150 especialistas em indústria, finanças, educação e meios de comunicação que fazem parte da elite política e econômica da Europa e da América anglo-saxônica.<br />
<br />
Segundo o livro de Daniel Estulin, Os segredos do Clube Bilderberg, de 2006, o grupo é uma "panelinhas sinistras onde os lobistas Bilderberg 'manipulam o público' para instalar um governo mundial que não conhece fronteiras e não é responsável perante ninguém, exceto a si mesmo."<br />
<br />
Em relação ao ano passado, o assunto populismo subiu de oitavo para primeiro lugar.<br />
<br />
Os assuntos discutidos foram:<br />
<br />
<ol><li>Populismo na Europa</li>
<li>O Desafio da Desigualdade</li>
<li>O Futuro do Trabalho</li>
<li>Inteligência Artificial</li>
<li>Os EUA Antes das Eleições de Midterms</li>
<li>Livre-Comércio</li>
<li>Liderança Mundial dos EUA</li>
<li>Rússia</li>
<li>Computação Quântica</li>
<li>Arábia Saudita e Irã</li>
<li>O Mundo da "Pós-Verdade"</li>
<li>Eventos Atuais</li></ol></div><br />
<b>Quem foi?</b><br />
O Comitê Executivo é responsável por eleger uma lista de 120 a 150 convidados entre figuras importantes da política, indústria, finanças, academia e mídia. Dois terços dos convidados são da Europa, e o restante da América do Norte; um terço das pessoas na lista de convidados trabalha na área política e governo.<br />
<br />
Veja a lista de participantes <a href="http://www.bilderbergmeetings.org/participants.html">aqui</a>.Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-1719579683917530672018-03-22T17:41:00.002+00:002018-03-22T17:41:27.135+00:00Possível Memória <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidE71ag6wBw0TqOv9XOzUV4f55UhLkB9q3FmY4HYPYJLkpDHmRlLhQ9A6Z2ZAb7lGBKQhfm5I3ahN5HQCgKpOl7_45uMbV6htZzJ-XY3DSOljZvLdzeOrwj4jlFDKmbp7Q8FYp/s1600/Self-Taugh%252C+de+Mat%25C3%25ADas+Sierra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidE71ag6wBw0TqOv9XOzUV4f55UhLkB9q3FmY4HYPYJLkpDHmRlLhQ9A6Z2ZAb7lGBKQhfm5I3ahN5HQCgKpOl7_45uMbV6htZzJ-XY3DSOljZvLdzeOrwj4jlFDKmbp7Q8FYp/s400/Self-Taugh%252C+de+Mat%25C3%25ADas+Sierra.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Self-Taugh, by <a href="http://matus76.deviantart.com/" target="_blank">Matías Sierra</a></i></td></tr>
</tbody></table><br />
<div align="justify">Possíveis memórias não são só as memórias que lembramos - daí seriam apenas memórias... O que dizer das memórias que não lembramos? Ora, absolutamente nada!<br />
<br />
E para não perdê-las, roubamo-las! Por vezes temos a oportunidade de tomá-las em concórdia, em forma de depoimentos, outras vezes são tomadas forçosamente pela tortura. De qualquer maneira, uma vez tomadas, se não usadas logo, as memórias rapidamente incorporam-se a quem as tomou, buscando serem esquecidas novamente. E uma vez lá, no fundo de quem as tomou, as memórias podem ficar guardadas por muito tempo, quietinhas, paradinhas, tão desapercebidas que chega mesmo a parecer que as esquecemos... Ledo engano! Depois de um tempo, as memórias voltam com urgência, aquela urgência dos desesperados, que se agarram a qualquer fio de esperança!<br />
<br />
E cada memória tem seu próprio tempo de ressurgência... hibernadas, cada qual em seu próprio inverno. As minhas - as que tomei de meu pai - levaram 19 anos para aflorarem... e agora, de repente, cá estão, a me lembrar com urgência que precisam sair, precisam vir à tona, e fazerem-se ouvir.<br />
<br />
Te acalma, memória, que já estou a te servir...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-65699178707988248372018-01-14T16:27:00.000+00:002018-01-14T16:32:29.410+00:00Quase (minha) memória<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglYMb7WBraxAPp89ifylSX71GkoO9PktnYmTO2YNxt_YtCg3d4jEeFLNHOCnISp52UBJ0pJfdVo4-OGnA1QqTX9XVa1C-spqtKLXESo_iHuXyosQKnQNFDS2Aj4QtybdjCmwGE/s1600/cony.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="740" data-original-width="1200" height="336" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglYMb7WBraxAPp89ifylSX71GkoO9PktnYmTO2YNxt_YtCg3d4jEeFLNHOCnISp52UBJ0pJfdVo4-OGnA1QqTX9XVa1C-spqtKLXESo_iHuXyosQKnQNFDS2Aj4QtybdjCmwGE/s640/cony.jpeg" width="530" /></a></div><div style="text-align: justify;">Morreu dia 5/1/18 aos 91 anos no Rio de Janeiro, o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony. Membro da Academia Brasileira de Letras e jornalista militante, sobretudo durante o regime militar, Cony dava expediente regular na Folha de São Paulo, com suas crônicas geniais! Aliás, foram as crônicas de Cony que me incentivaram a escrever crônicas... o estilo, gingado, desembaraçado, quase líquido, me inspiraram muito e influenciaram também.<br />
<br />
Cony publicou vários romances também, e um em particular, me pegou... Quase Memória.<br />
<br />
Publicado em 1995, Quase Memória narra as histórias do pai de Cony, seu Ernesto, que também era jornalista. Nas palavras de Cony, um sonhador, com uma magnificiência perfeccionista nos simples detalhes da vida!<br />
<br />
Foi esse romance me inspirou a tomar depoimentos do meu pai, sobre sua juventude... tenho tudo gravado, esperando tempo ou oportunidade de serem transcritos.<br />
<br />
Também inspirou o nome do meu livro de poemas, o "Quase", de 1998 (na internet, fiz uma selecão em <a href="http://edotm.info/literal/poesia/algo-de-quase/" target="_blank">Algo de Quase</a>).<br />
<br />
Grande figura da literatura, esse Cony! Enquanto isso, eu aqui, pensativo como sempre acontece nesses momentos, só espero ter tempo de transcrever aquele livro e mostrá-lo ao meu pai...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-5165040431330748122018-01-10T08:30:00.000+00:002018-01-10T08:30:30.254+00:00Obediência antecipada<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JjVGyA51c2ykR-RusP18fRV43SXybFgsIcWdi3irYukplgcak9QVKwAEp4CXkJv5h8tjU2h4BAdXwRKiNfjk64PccRuDhUA9qWOp7HLANRKwn6Znj72zNWiAZimWp475oS0u/s1600/obedience-ann-bakina.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="744" data-original-width="900" height="331" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0JjVGyA51c2ykR-RusP18fRV43SXybFgsIcWdi3irYukplgcak9QVKwAEp4CXkJv5h8tjU2h4BAdXwRKiNfjk64PccRuDhUA9qWOp7HLANRKwn6Znj72zNWiAZimWp475oS0u/s400/obedience-ann-bakina.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Obedience, by <a href="https://fineartamerica.com/profiles/ann-bakina.html" target="_blank">Ann Bakina</a></i></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">As runas são letras características, usadas para escrever nas línguas germânicas da Europa do Norte, principalmente na Escandinávia, ilhas Britânicas e Alemanha (regiões habitadas pelos povos germânicos) do século II. Com o avanço do cristianismo na Europa central a partir do século VI, as runas foram aos poucos sendo substituídas pelo alfabeto latino. As inscrições rúnicas mais antigas datam de cerca do ano de 150.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvHj5mywlf0NQscrI4ccGthYDHu1IwhCKoOAn-OEX_W1EQJvUjS56F_kKEP4c3l_8fFrwXxk3ZKDvEkhLmfgxhWYjxocYEw7kqtloolhywIFxxoJLsY4KTItACkF2vlpTE4EoX/s1600/runes.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvHj5mywlf0NQscrI4ccGthYDHu1IwhCKoOAn-OEX_W1EQJvUjS56F_kKEP4c3l_8fFrwXxk3ZKDvEkhLmfgxhWYjxocYEw7kqtloolhywIFxxoJLsY4KTItACkF2vlpTE4EoX/s320/runes.gif" width="320" height="153" data-original-width="1439" data-original-height="687" /></a></div><br />
Aí tem o <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Heinrich_Himmler" target="_blank">Heinrich Himmler</a>, que foi um dos homens mais poderosos da Alemanha Nazista, e um dos principais responsáveis pelo Holocausto. Ele tinha um certo fascínio pelo simbolismo rúnico, tanto que as runas aparecem nas insígnias da <i>Schutzstaffel</i>, ou SS, a organização paramilitar liderada por Himmler, representada pelos símbolos rúnicos "ᛋᛋ". Diz a lenda que toda a idealização do extermínio em massa de judeus veio da SS, espontaneamente, sem que tivessem recebido ordens para fazê-lo. Eles acharam que seus superiores queriam algo parecido, e eles demonstraram que era possível!<br />
<br />
Essa é a tal da "obediência antecipada"! No primeiro estágio, significa adaptação instintiva, sem reflexão sobre uma situação nova. Mais ou menos o que aconteceu com o povo Alemão em relação às atrocidades contra os Judeus: uns olharam com espanto, outros com curiosidade, mas a maioria aceitou sem questionar!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2_WxtrdrrxwdOwIz3g7YaW6-Kflf-oXZ2qcFcRWMIPm4tCbqvgb7JP-khL8SFxkNRMwgtgUpKkVmy3efy1hkeIluEgFIRiaWeqYg-5M-6Jdf4TQ1RqUsqzN9ZTPUuVBBKMeUY/s1600/milgram.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 0em; margin-left: 0.5em;"><img border="0" data-original-height="330" data-original-width="620" height="106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2_WxtrdrrxwdOwIz3g7YaW6-Kflf-oXZ2qcFcRWMIPm4tCbqvgb7JP-khL8SFxkNRMwgtgUpKkVmy3efy1hkeIluEgFIRiaWeqYg-5M-6Jdf4TQ1RqUsqzN9ZTPUuVBBKMeUY/s200/milgram.jpg" width="200" /></a></div>Dr. <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Stanley_Milgram" target="_blank">Stanley Milgram</a>, um psicólogo social da universidade de Yale, ficou famoso por seu controverso experimento sobre obediência, conduzido nos anos 60, que demonstrou como pessoas comuns e sem traços violentos podiam ser capazes de atos atrozes. Sua maior inspiração era entender como pessoas apareentemente decentes e de bom caráter podiam ter colaborado com os horrores do holocausto. Milgram acreditava que qualquer pessoa, se submetida à pressão da autoridade, tem tendência de simplesmente obedecer. Recentemente assisti ao filme sobre o expimento, <a href="http://www.imdb.com/title/tt3726704/" target="_blank">Experimenter</a>: 40 voluntários emitindo choques de até 450 volts em desconhecidos, apenas porque foram gentilmente solicitado a faze-lo.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQBjECUztilf_1ZKP3nCuWzHWtRTzspqmbIYk1YgKU1q5LlWbaR0OtpTIf4x220_eFTHXfbZLsAdKcKO8PYERR9wSgVS_5tqKrgFMbZ5A313cs_VD6JdJg0paN0CKGPiN1o3TU/s1600/orinoceronte_blog.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 0em; margin-right: 0.5em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="370" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQBjECUztilf_1ZKP3nCuWzHWtRTzspqmbIYk1YgKU1q5LlWbaR0OtpTIf4x220_eFTHXfbZLsAdKcKO8PYERR9wSgVS_5tqKrgFMbZ5A313cs_VD6JdJg0paN0CKGPiN1o3TU/s200/orinoceronte_blog.jpg" width="185" /></a></div><a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Eug%C3%A8ne_Ionesco" target="_blank">Eugène Ionesco</a>, um dos maiores patafísicos e dramaturgos do teatro do absurdo, presenciou os amigos, aos poucos, se renderem aos absurdos nazistas. No início, diz ele, todos eram veementemente contra, mas aos poucos, mais e mais foram suavizando o discurso: "eu sou contra, mas que, no fundo, eles têm uma certa razão, ha, isso eles têm". Dessa sua experiência, Ionesco deu a luz à sua obra-prima, a peça Rinocerontes, de 1959 (que aliás eu tive o prazer de assistir no teatro TUCA, no final dos anos 90). Lançada também em livro, Rinocerontes é leitura prazerosa, garantida!<br />
<br />
Apesar dessa mistura de assuntos, o recado ainda é um só: tenha um sólido sistema moral, siga seus princípios, questione as idéias feitas e as autoridades pela autoridade... Só isso já é um bom começo. Não de ano, mas de vida!</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-60775696740353459202018-01-03T15:16:00.001+00:002018-01-13T10:20:02.451+00:00A mesma mesmice...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbc0DQd7hS15ZEmw_Axuq0s2l1SJBR9YfFhkVdAAlk_J18aFrKI5UuVXp0xY-vLAQkstJtD2qa2c0UQ5Hdt5UZUDZ0T3CcuuSat7_A4fKpEjzDSqHtG5j7xPszA0opmeGKOzdW/s1600/smedia.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="708" data-original-width="873" height="324" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbc0DQd7hS15ZEmw_Axuq0s2l1SJBR9YfFhkVdAAlk_J18aFrKI5UuVXp0xY-vLAQkstJtD2qa2c0UQ5Hdt5UZUDZ0T3CcuuSat7_A4fKpEjzDSqHtG5j7xPszA0opmeGKOzdW/s400/smedia.jpeg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">Lendo um artigo do Marcelo Coelho na "Foia" – confesso que fui atraído pelo título: até a mudança faz o elogio da mesmice! – me deparo com uma afirmação no mínimo controversa: "Muita gente ainda acha que homem nasce homem, mulher nasce mulher e ponto final – qualquer mudança nesse programa é invencionice, coisa de quem defende a "ideologia de gênero" e pretende "ensinar o homossexualismo"."<br />
<br />
Geralmente acontece com quem escreve sobe vários assuntos... não dá pra estar sempre atualizado em tudo! Acontece comigo também! Vez ou outra posso falar uma besteira sem tamanho! Mas o bom é que ainda assim, não passa de opinião! E não sei se é coincidência, mas no mês passado saiu um estudo sobre genes e sexualidade. O estudo, como tantos outros do passado, reivindica ter finalmente "achado o gene gay".<br />
<br />
Imaginem o que uma matéria com o título "Estudo encontra o Gene Gay" é capaz de fazer com as vendas de um jornal? Manda lá pra lua! É claro que se colocarmos todo o sensacionalismo de lado, e formos um pouco além das manchetes – ou seja, ler os artigos – encontraremos afirmações mais sérias e menos sensasionalistas, como o próprio pesquisador enfatizando que assuntos complexos como sexualidade dependem de múltiplos fatores, tanto genéticos como ambientais, e mesmo que genes específicos tenham sido identificados, eles sozinhos têm pouca influência no resultado final. O mesmo já foi concluído em estudos sobre os "genes da inteligência", diz ele.<br />
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Ou seja, nada de novo no reino do DNA... Ainda bem, não? Imagine ainda no útero você ser "condenado" a ser burro? Ou a ser "macho"? Acabam com suas opções antes mesmo de você se dar por gente!<br />
<br />
Agora, falando de comportamento, Marcelo também fala sobre aquela coisa de vestir irmãos gêmeos com roupas iguais. Confesso nunca ter pensado nisso, mas tendo a concordar que é mais perigoso do que bonitinho, e os pais deveriam se esforçar em diferenciar ao máximo os gêmeos/gêmeas, ao invés de alinhá-los/las na igualdade, afinal, como geralmente acontece, as crianças podem ser parecidas fisicamente, mas as personalidades são diferentes. E ao contrário da onda, agora tem uma nova moda que é mãe se vestir igual à filha! Tem loja vendendo conjunto mãe/filha - roupa igual igualzinha! Desde biquini a vestidinho longo!<br />
<br />
Para mim, que não acompanho muito o que vai lá em Pindorama, esse fenômeno é novo, mas aquele das mães que parecem irmãs das filhas, esse já conheço há tempos! Eu chamo de crise da busca do tempo perdido! Está cada vez mais notório, mães nos seus 30+, 40+ se vestindo como adolescentes de 15-17 anos. E o inverso, então? Meninas de 11-15 anos cada vez mais aparentando 18-20, e se vestindo como se tivessem 25?<br />
<br />
A princípio pode parecer bom, mulheres de 30+ terem aparência jovem, crianças terem aparência madura... mas por trás disso tem o aspecto psicológico e comportamental, que não pode ser ignorado, e certamente precisa de mais estudos.<br />
<br />
Acabar com as diferenças de vestimenta entre quem tem 13 ou 30 anos pode estrapolar para numa ideologia excessivamente igualitária, onde mães e filhas passem a demandar igualdade de poder, direitos e autoridade – que aliás já acontece! E é uma via de duas mãos, onde as mães também querem resgatar os privilégios de uma vida sem compromissos (aversão à responsabilidade de mãe, síndrome do casamento precoce, poucos namorados, sensação de que não aproveitou a vida), e soltar um "não enche, vou sair e voltar tarde, se vira!" para filhos, filhas e maridos! Eu até tenho uma amiga que está (estava?) passando por essa fase... É notável! A filha pequena escessivamente exposta nas mídias sociais, maquiada e com roupinha de mocinha, e ela na crise do tempo perdido!<br />
<br />
Eu, particularmente, acho que as mídias sociais (sim, elas novamente!) podem colaborar muito para isso... mas como já disse meu amigo Luther, <a href="https://lutherlebtag.wordpress.com/2017/12/31/porque-o-facebook-nao-e-o-problema/" target="_blank">o Facebook não é o problema</a>!<br />
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'braço forte!</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-44750806805233200502017-12-23T21:48:00.004+00:002018-01-13T10:09:35.347+00:00colhões, é preciso!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8G_F4huJ02KczHBCio9aAEd50AZ4feh688zeSoVi2TdX_IcYJX5opk5NA18ZP-zILu30sgXbEhZebVVKszsqtns2DNtC96T2cA2bI6_FsD7hZ4MjzII2lRacCM05AumKf2AO0/s1600/xmas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="615" data-original-width="565" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8G_F4huJ02KczHBCio9aAEd50AZ4feh688zeSoVi2TdX_IcYJX5opk5NA18ZP-zILu30sgXbEhZebVVKszsqtns2DNtC96T2cA2bI6_FsD7hZ4MjzII2lRacCM05AumKf2AO0/s400/xmas.jpg" width="367" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Ter colhões nada mais é do que ter coragem. Expressão sexista, é verdade, pois mulheres não tem colhões. E como lá na Terrinha de Portugália tudo é mais civilizado, eles dizem que és "um homem de tomates!", o que soa bem menos chulo e sexista. Mas para as mulheres, dizem que és "uma mulher de cona funda"! Vai entender...<br />
<br />
Falo de colhões, tomates e conas porque sempre que tenho uma idéia literária que não é propriamente desenvolvida, geralmente devido à falta de tempo, acabo me pergurtando quando é que vou tomar vergonha na cara (ou ter colhões!) e me dedicar à literatura em tempo integral! Trocar a comodidade e a segurança da féria mensal pela incerteza da literatura? É... precisa de muito colhão para viver de literatura, e muito mais para morrer de literatura! Assim, por enquanto vou passando...<br />
<br />
<hr align="centre" width="50" /><br />
Mas é natal afinal, e novamente. Ainda bem! Significa que sobrevivi mais um ano! Ao mesmo tempo, começa tudo de novo, o mesmo ovo, do mesmo cu sujo da mesma galinha de ouro... o tal Consumismo, aquele Senhor das Terras Distantes, refinadíssimo, que nos encara com seus olhos de fornalha, seus brincos de tortura e seus colares de acorrentes, que nesta época do ano se veste de papai noel, e sobrevoa o abismo vertiginoso do consumo despropositado.<br />
<a name='more'></a><br />
Mas pode ser que haja uma luz, minguante luz, no fim do túnel...<br />
<br />
Baseado na ideia de que os recursos do planeta um dia se esgotarão, o conceito de Decrescimento Econômico conquista cada vez mais adeptos mundo afora. A mim, no cume da minha leiguice, parece uma solução bem viável, baseada principalmente no princípio da relocalização, que tem a ver não só com a redução da energia necessária para o transporte, mas também com o fomento da cooperação de base (vixe, tão comunista...) numa escala onde as comunidades possam retomar o controle das economias locais. Claro, não há mágica, mas poderia ser uma opção em meio ao crescimento e consumismo desenfreado, onde a maioria dos bens que consumimos vêm de longe, e não necessariamente sabemos como são produzidos, tampouco nos importamos com o quão eticamente são produzidos.<br />
<br />
Sem falar da pegada ecológica que eles deixam para trás (toda essa livre movimentação de bens - eu disse bens, porque pessoas precisam de "visto"), tudo para optimizar o lucro dos investidores... Essa é a palavra-chave hoje em dia no mundo corporativo. Tenho certeza que você não só já ouviu mas também sabe muito bem o que quer dizer: tudo para "eles", migalhas para você.<br />
<br />
E quem tem o poder? O Capital! E o Capital precisa de... consumidores! Então, quem tem o poder é VOCÊ, consumidor! Basta decidir não consumir! Ou ao menos consumir com responsabilidade. Por exemplo, boicotando produtos Israelenses em protesto à expansão territorial arbitrária e à matança sistemática de civis, incluindo crianças! E não me venha com esse papo de anti-semitismo, pois não se trata de ódio ao povo judeu, e nada contra seu histórico étnico, cultural ou religioso. O fato é, as ações políticas de seus líderes são crimes contra a humanidade!<br />
<br />
É, pode soar um pouco chato, mas é essa a minha mensagem de natal, que envio para mim mesmo... mas se alguém quiser plagiá-la, fique à vontade.<br />
<br />
<ul><li>Assuma responsabilidade pela face do mundo</li>
<li>Estabeleça os limites de uma vida privada</li>
<li>Faça contato visual com as pessoas, e bata-papo de verdade (não por email, texto, celular)</li>
<li>Contribua para alguma boa causa</li>
<li>Compre menos, muito menos, nesse natal (talvez a mais importante)</li>
<li>E do pouco que comprar, compre com consciência!</li>
</ul><br />
Além do mais, como dizia Walter Franco, naquele lindo estribilho:<br />
<blockquote>Tudo é uma questão de manter<br />
A mente quieta<br />
A espinha ereta<br />
E o coração tranquilo</blockquote>É, camaradinha... haja tomates - e conas!<br />
<br />
<b><span style="color: red;"><</span><span style="color: white;">8</span><span style="color: red;"><span style="color: white;">¬</span>]</span><span style="color: white;">=</span><span style="color: white;"> </span></b><br />
<b><span style="color: red;">H</span><span style="color: #3333ff;">o</span>... <span style="color: red;">H</span><span style="color: #3333ff;">o</span>.. <span style="color: red;">H</span><span style="color: #3333ff;">o</span>.</b></div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-39471523614207957802017-11-05T16:32:00.001+00:002017-11-05T16:34:11.857+00:00estão jogando com você...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZvuWUonju7GCeAQuwcDVDUyRJSA7nt3UZyZAo67_-Agnwl0LgxKYjKRjzduSinyQ7XcwGceETBF4SvFKebmfDhLMKCksam7PpjFsSyeZHKVq45PNZY8M-1Nf1zvL_l_9cFnOi/s1600/privacy-big-data-291x300.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="188" data-original-width="291" height="258" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZvuWUonju7GCeAQuwcDVDUyRJSA7nt3UZyZAo67_-Agnwl0LgxKYjKRjzduSinyQ7XcwGceETBF4SvFKebmfDhLMKCksam7PpjFsSyeZHKVq45PNZY8M-1Nf1zvL_l_9cFnOi/s400/privacy-big-data-291x300.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">Deu na mídia semana passada (mídia real, de verdade... o bom e velho jornal) que o Facebook - que eu gosto de chamar de Livrocara - atingiu a marca de 2 bilhões de usuários por mês! É muita gente perdendo tempo nesse programinha, não?<br />
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Nada de errado com isso, alguém pode dizer... cada um perde seu tempo como quer! Afinal, a recém renovada "missão" do Livrocara é dar às pessoas o poder para construírem comunidades, e juntas tornarem o mundo mais próximo.<br />
<br />
Quem engole tal balela?<br />
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A primeira pergunta, e bem básica, que vem à mente é Por quê? E para entendermos o Por quê da questão, devemos entender o Para quê e o Para quem!<br />
<a name='more'></a><br />
O escritor laureado John Lanchaster, num ensaio revelador para a revista The London Review of Books, desvenda alguns fatos que Zuckerberg - o Zuck - faz questão de não divulgar! Sim, fatos, e não "teoria da conspiração", uma tarja bem comum atualmente, usada para dissimular as pessoas dos grandes esquemas que cada vez mais vão sendo revelados mundo afora, geralmente arquitetados, facilitados e financiados pelo Capital.<br />
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A coisa toda remete à 2012, quando Zuck resolveu vender ações do Facebook na Bolsa de Valores Americana. Um pequeno parênteses: dizem que foi em 2012 que Zuckerberg pensou em ganhar dinheiro pela primeira vez, mas todo mundo que assistiu o filme do Social Network (brilhantemente traduzido em Pindorama como A Rede Social) sabe que ele era mal-caráter e ganancioso desde o começo, que passou a perna em todo mundo envolvido no protótipo do que hoje é o Livrocara, roubou não só a ideia, mas também o dinheiro das pessoas que o contrataram.<br />
<br />
O Facebook tem muita, mas muita informação sobre sua "comunidade". E podem classifica-las com uma especificidade nunca antes vista: pode ser demográfico (por exemplo, pessoas entre 30 e 40 anos, do sexo feminino), geográfico (pessoas num raio de 50km da cidade de São Paulo), e ainda baseado no seu perfil no Facebook (solteira ou casada, com ou sem filhos, preferências sexuais, etc.).<br />
<br />
Assim podemos entender o Para quê e Para quem: a verdadeira missão do Facebook é vender espaço para anúncios publicitários para seus clientes. E não se iluda achando que você, mero usuário do Facebook, é o cliente... quem paga por aqueles espaços são os clientes! E você, usuário dependente dessa droga, apenas trabalha para o Facebook, fornecendo a ele suas informações pessoais, suas preferências, sua localização, suas ideias e opiniões, além de sua família e amigos. Todo mundo agregando valor ao Facebook!<br />
<br />
E o modelo facebookiano parece ser infalível, e baseia-se num princípio de que "imitar é a raiz de todo o comportamento". Ainda, de que as redes sociais "são nossa (seres-humanos) natureza". E dói perceber de que eles não estão errados! As pessoas adoram ver os outros, e adoram serem vistas pelos outros, e para isso constroem uma imagem online de como gostam de serem vistas pelos outros, e se empenham muito em divulgar essa imagem!<br />
<br />
É a coisa mais estúpida já inventada pelo homem, e ao mesmo tempo a mais brilhante! O Facebook - e todas as redes sociais - não está nem aí com o caminho que a humanidade pode tomar, afinal todas as coisas ruins que acontecem conosco são coisas que nós fazemos. O Facebook apenas permite que as pessoas se conectem... e as pessoas se conectam. Se conectam àqueles que pensam como eles! E embora ainda não haja estudos suficientes que possam provar o quanto perigoso a criação dessa "bolhas" é para a sociedade, as consequências já estão começando a surgir, e a velha ideia de "nós" está se estreitando cada vez mais, e a humanidade como conhecemos, está ficando menor e menor...<br />
<br />
Mas vender informação e espaço para publicidade é apenas o primeiro aspecto do Facebook. O segundo aspecto surge da percepção de como essa especificidade de informação pode ser usada. Bem-vindo ao fake news!<br />
<br />
Fake news e post-truth são termos cada vez mais comuns hoje em dia, que começou a feder mesmo com os escândalos de influência das mídias sociais nas eleições americanas e no Brexit! Tanto que o próprio Zuckerberg assumiu publicamente que sim, pode ter havido informações falsas no Facebook!<br />
<br />
Como princípio capitalista, o Facebook não tem o mínimo interesse financeiro na verdade. A internet já nos ensinou muito bem que se o produto é gratuito, você acaba sendo o produto! Negar isso é ingenuidade, aceitar ainda é uma opção - mas pode deixar de ser! Uma vez que os clientes do Facebook não são seus usuários, por que se preocupar em pagar por notícias? E se o que é divulgado é verdadeiro ou não? É o modelo perfeito, o que as pessoas postam, o que os anúncios vendem ou o que os "agentes de notícias" divulgam, não tem nada a ver com o Facebook!<br />
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Em uma ocasião em 2016, houve um "anúncio" anti-Clinton no Facebook, que repetia incansavelmente um discurso que Hillary Clinton deu em 1996 sobre "super-predadores". O anúncio foi direcionado ao público negro de áreas onde os Republicanos estavam perdendo. Ninguém mais no Facebook viu o anúncio, apenas as comunidades negras das áreas escolhidas! Noutra ocasião, em 2017, descobriu-se que a inteligência Russa comprou 100 mil dólares em anúncios no Facebook que apontavam para páginas que divulgavam material no mínimo controverso sobre raça, armas e religião.<br />
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Por isso camaradinhas, cada vez mais os apelos de consciência demandam ação, num mundo onde tentam remodelar a moral e acomodá-la ao interesse de grandes corporações. E se formos mais criteriosos ao analisarmos aqueles 2 bilhões de usuários, devemos considerar que apenas 3.5 bilhões de pessoas no mundo têm acesso à internet, cerca de 750 milhões estão na China e/ou Irã, onde o Facebook é censurado; na Rússia, cerca de 100 milhões, usam outro applicativo, o VKontakte. Assim o potencial de audiência do site é de 2.6 bilhões em países desenvolvidos. Considerando estatísticas americanas de que 75% da população usa o site ativamente, e temos 1.95 bilhões. Ou seja, não há muito mais para onde expandir, esse Facebook. em termos de seres humanos! O que mais irão inventar?<br />
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A única arma contra o Facebook é não usá-lo... mas talvez esse seja um preço muito alto a pagar para salvar a humanidade.</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-73931212164347887992017-08-05T14:43:00.000+01:002017-12-23T21:52:54.513+00:00Um Mero Detalhe<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzcTnZCjUQ0ayaQ5JSCNstmJEAnyayEYZ6dUTgQVkEcL6XbjDN7lsOoPY-JoTO2HraigsWxilW29ZI1PvbJOSlj35W-fE510RJzultOuTSKsVDiBkXDODxlo_kLrrMl9ZWkgoG/s1600/image008.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="177" data-original-width="386" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzcTnZCjUQ0ayaQ5JSCNstmJEAnyayEYZ6dUTgQVkEcL6XbjDN7lsOoPY-JoTO2HraigsWxilW29ZI1PvbJOSlj35W-fE510RJzultOuTSKsVDiBkXDODxlo_kLrrMl9ZWkgoG/s400/image008.jpg" width="400" /></a></div><h3 style="text-align: right;">ou Dinheiro? Pra quê dinheiro?</h3><br />
<div style="text-align: justify;">Engraçadinhos de plantão logo arrumaram uma piada para a nota de cem reais, dizendo que o peixe é para lembrar que dinheiro que é bom, nada!<br />
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Piadas à parte, o <i>Epinephelus Marginatus</i>, também conhecido como Mero (na Terrinha) ou Garoupa (em Pindorama), são hermafroditas sequenciais do tipo protogínico, ou seja, nascem fêmeas, e num certo ponto do seu desenvolvimento sofrem uma inversão sexual, tornando-se machos.<br />
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Um mero detalhe, não?<br />
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<hr width=50 align=center /><br />
Esta semana, Neymar foi produto da maior transação monetária já feita no futebol - 222 milhões de euros! E o Neymar vai ganhar meros €575.000,00 (quinhentos e setenta e cinco mil euros) POR SEMANA! Líquido!<br />
<a name='more'></a><br />
Perguntado se a quantia não era obscena, o <a href="https://en.wikipedia.org/wiki/Ars%C3%A8ne_Wenger" target="_blank">Arsène Wenger</a> disse que hoje em dia já não se olha mais para números de maneira absoluta, pois os salários de certos jogadores deixou de fazer parte da vida normal há muito! Está fora do contexto de qualquer sociedade...<br />
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Eu diria até que está fora do contexto humano! €575.000,00 por semana! E neguinho passando fome, morando na rua...<br />
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Por mais que tentem justificar, não dá: alguma coisa está muito errada neste mundo...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-40064299593854158802017-04-11T23:06:00.000+01:002017-12-20T19:35:11.958+00:00o brasil de ver<div style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;">o brasil de viver</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0MjbM0ULWwN3t1FMmoJ5lJ7fFud93eAQU0BObRh99z3eEtpBnQyGWsI8oQa8WQPE6JdWaTaCihdLKwF6wdiOEEg__4j8XpftJK1dWPbWAkmCeZMWH_QNhDa-Xb4TV1v3rDnNA/s1600/pizzabrasil.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0MjbM0ULWwN3t1FMmoJ5lJ7fFud93eAQU0BObRh99z3eEtpBnQyGWsI8oQa8WQPE6JdWaTaCihdLKwF6wdiOEEg__4j8XpftJK1dWPbWAkmCeZMWH_QNhDa-Xb4TV1v3rDnNA/s400/pizzabrasil.jpg" width="396" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Ilustração: <a href="http://www.william.com.br/">William Medeiros</a></i></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Pessoas do bem: já piso terras pindorâmicas!<br />
Pessoas do mal: me perdi, ainda não cheguei!<br />
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Vir ao Brasil é sempre uma aventura que começa antes mesmo de chegar: neguinho furando fila, com malas super-cheias barganhando uns quilinhos a mais, pulando de um acento ao outro querendo garantir três acentos vazios para dormir, gritando dentro do avião, desrespeitando o sinal de apertar os cintos, levantando antes do avião parar, se amontoando para coletar as malas na área sinalizada para ficar livre... E quando chega é a saudades do calor pegajoso, do trânsito sufocante, dos motoristas irracionais, do ar irrespirável, da super-população nos meios de transporte, das notícias populistas, da sensação de insegurança que paira no ar... A invasão de espaço, de privacidade e de dignidade. Desrespeito não só ao próximo, mas também ao anterior e ao atual! É tanta malandragem, é o jeitinho brasileiro, o carma do homem cordial, a maldição da lei de Gerson; é tanta hiprocrisia, cara de pau e corrupção de valores - monetário e principalmente morais! O crescimento da cultura do "vigilante" (salve Charles Bronson!), onde cada vez mais cidadãos, que já se sentiam juízes absolutos da situação nacional, estadual e municipal, agora, mais preocupante, também o são das ruas, onde a máxima malufiana "bandido bom é bandido morto" é usada como grito de guerra! Aí, quando os trê pilares da democracia - legislativo, executivo e judiciário - se concentram numa só pessoa ou grupo de pessoas, cabendo a elas decidirem, julgarem e executarem, aí a merda já não fede mais camaradinha, pois você já a engoliu! Mas tem futebol (cartolado) na TV, cerveja (com milho transgênico) na geladeira e carne (adulterada) no <i>freezer</i>, e uma pá de séries legais pra assistir/baixar: Prision Break, Walking Dead, Game of Thrones, Empire, Pretty Little Liars, The Blacklist... Nomes no mínimo sugestivos!<br />
<blockquote>- Tá dando a delação premiada da Odebrecht na TV...<br />
- Ah... Vocês vão querer pizza de quê?</blockquote></div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-66105072214426749052017-04-09T22:17:00.000+01:002017-04-09T22:29:06.858+01:00uma tarde em barcelona<div style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;">uma pausa Catalã</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzFG11yYerm0y652Pr2_pmGRpUjJ2YhrXzptrOlh2_58POysloIOkN8bYsNKpoJyErmgxyXMeWaRLgwMN6AN29XokH-ODAG0sleMKHm8EY9CB_AOJ61gpbgf_2yLb9qD7J30nK/s1600/begbarcelona.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzFG11yYerm0y652Pr2_pmGRpUjJ2YhrXzptrOlh2_58POysloIOkN8bYsNKpoJyErmgxyXMeWaRLgwMN6AN29XokH-ODAG0sleMKHm8EY9CB_AOJ61gpbgf_2yLb9qD7J30nK/s400/begbarcelona.jpg" width="400" height="266" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Antes de embarcar ao Brasil fiz uma pausa Catalã: dois dias de tranquilidade e espairecimento antes de enfrentar "o tranco"!<br />
<br />
Escrevo este post ouvindo <i>moça feia</i> com Vinícius Cantuária. Não podia ser mais oportuno: <i>eu queria te emprestar meus olhos, pra você se olhar e rir"</i>. Alguém pode dizer que não se aplica a Barcelona, uma das beldades européias, mas quando olhado de perto, tem os mesmos problemas que qualquer grande cidade (européia - deixemos Brasil e o resto do terceiro mundo de fora por enquanto!).<br />
<br />
Segundo os princípios do meu "novo eu" (que ninguém conhece, além de Teresa), onde o belo é inato e por isso contido em tudo, "se não encontrar beleza, olhe novamente". Fácil curtir Barcelona tomando uma cava na beira da praia, ou <i>tapaeando</i> enquanto se ouve a um concerto de música barroca ao ar livre em plena praça. Eu diria que difícil é ignorar os inúmeros pedintes e toda a sorte de habilidades exercidas a céu aberto, a todos os passantes - que não pediram por isso. São malabaristas, músicos, artistas plásticos, escultores, atores, mímicos, etc, etc e etc.<br />
<br />
A quem surpreende? A ninguém! E este é o problema! É como o caso do brasileiro entrevistado na rua, logo após um atentado a bomba em Londres. Ele passando, perguntaram: Você está assustado com o que aconteceu? Resposta: Estou abismado, mas não assustado... eu sou do Rio de Janeiro!<br />
<br />
Tomara que o Rio de Janeiro não chegue aqui...<br />
</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-5407051086054081302017-01-17T18:56:00.000+00:002017-08-06T17:54:27.192+01:00Invasão!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUitIMxsGvhTPMFlIWQR1VplPuLSP0GBvJxzRozOk1f8Eriup5r-xLa2UnK5UbT0ELmmOGCUQfYNV69DcY7vi_qDty2vkjqzUfLNCmiNTfwk6A08VBTL7DgpuJNqA2xXqEXkz/s1600/Untitled.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="224" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioUitIMxsGvhTPMFlIWQR1VplPuLSP0GBvJxzRozOk1f8Eriup5r-xLa2UnK5UbT0ELmmOGCUQfYNV69DcY7vi_qDty2vkjqzUfLNCmiNTfwk6A08VBTL7DgpuJNqA2xXqEXkz/s400/Untitled.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><br />
</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Esses dias no Youtube, ao assistir ao discurso de despedida do Obama, resolvi também recordar o discurso de vitória do Trump. Dois belos discursos, diga-se de passagem, mas o que me surpreendeu mesmo foram as propagandas, essas grandes invasoras de privacidade de hoje em dia!<br />
<br />
Nos pouco mais de 60 minutos do Trump, tive vários (ou deveria dizer vááááááriosssss!!) daqueles irritantes momentos em que um anúncio comercial interrompe seu vídeo para lhe falar das mais nova "coisa incrível" que você não pode viver sem! E é claro, fazem isso porque sempre tem gente genuinamente capaz de se perguntar como é que viveu até agora sem aquilo, seja lá o que aquilo seja! Irritante, para dizer pouco, e enquanto esperava os eternos 4 segundos que para voltar ao vídeo, anotava o nome do produto, só para ter certeza de NUNCA comprar da dita marca, por mais que eu genuinamente precise do item!<br />
<br />
Enfim, findo o vídeo do Trump, fui ao de Obamam, e para a minha surpresa, foram 50 minutos sem ao menos um dos irritantes anúncios! Achei fantástico! Só me pergunto como... seria falta de interesse dos patrocinadores no Obama, pois agora ele é apenas o EX-presidente, enquanto o Trump é O presidente, ou teria o Obama pago o Youtube para que não houvesse anúncios?<br />
<br />
Ora, quem se importa? Perguntariam... pois eu me importo, com os anúncios, os do Youtube e além, que só beneficiam aqueles que anunciam e o meio em que é anunciado. Para o "consumidor" (tem opção?) do anúncio, sobra chatice, aborrecimento e perda de tempo. "Ah, mas quando anunciam algo que preciso, aí é útil", diriam uma daquelas gentes "genuinamente capazes de precisar de qualquer coisa", mas eu ainda acho que não...<br />
<br />
O problema está mesmo é no consumismo (xi, papo de socialista/comunista!) e no paradigma do crescimento infinito! Crescer é a palavra de ordem! Crescer, crescer e crescer... mas pra onde?!?<br />
<br />
Nos tempos antigos, quando as sociedades tradicionais eram fortemente baseadas na agricultura, os laços familiares eram bem mais marcantes... De repente, esses laços foram substituídos por habilidades individuais, surgindo os técnicos, os grandes empreendedores, que visando grandes lucros e dispostos a correr grandes riscos, dão campo ao surgimento dos grandes bancos, que proporcionam pesados investimentos em infra-estrutura de transportes e comunicação, que ajuda a ampliar o comércio externo, que traz um aumento das taxas de investimentos e poupança, que gera investimentos em novas técnicas agrícolas e industriais, com tecnologia (sempre) de ponta e o surgimento de diversas novas indústrias, a expansão do comércio ao nível internacional...<br />
<br />
A economia experimenta grandes mudanças, e aqueles antigos valores se tornam ultrapassados. Praticamente não há carência tecnológica em nenhuma área de produção, e países passam a poder produzir aquilo que acharem necessário. Atingimos, assim, o crescimento auto-sustentado! E uma vez lá, precisamos manter a roda rosdando, e é aí que o consumo de massa entra no jogo!<br />
<br />
O inevitável - e considerável - aumento da renda per capita gera o anseio pelo bem-estar social, e finalmente a necessidade das pessoas não pertence mais a elas, mas é sim direcionada pelo marketing das grandes empresas, e suas motivações para o consumo também não partem mais delas, mas de aspirações sociais criadas por aquele mesmo marketing, como sucesso, prestígio ou exclusividade.</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-58847936289530023912016-12-31T10:00:00.000+00:002016-12-31T22:42:16.704+00:00Ai. Ai. Ai-ai...<div style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;">ou "tá chegando a hora"</div><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfgYMsVYW4SO6bGFgG-UgqjrCmnw1oOcgXkwF-eYOu2tKbUTLWZem6_Y-y4_cNhyphenhyphen1-E31QXPk9y3K8CqmneckAhYw-UplttWtw9eHnNUktSEO6TxPtLyctyvNC-uqenrhTrpZ-/s1600/theimage.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjfgYMsVYW4SO6bGFgG-UgqjrCmnw1oOcgXkwF-eYOu2tKbUTLWZem6_Y-y4_cNhyphenhyphen1-E31QXPk9y3K8CqmneckAhYw-UplttWtw9eHnNUktSEO6TxPtLyctyvNC-uqenrhTrpZ-/s400/theimage.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i><a href="http://www.visitourchina.com/tianjin/attraction/yangliuqing-new-years-painting-studio.html" target="_blank">Yangliuqing New Year's Painting</a></i></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;">Wilson Simonal disse que quem parte, leva a saudade de alguém que fica chorando de dor. Figuradamente falando, a saudade deveria sim ficar com a pessoa que ficou, e não ir com a pessoa que partiu. Enfim, dizia que "quem parte, leva saudade de alguém que fica chorando de dor". E continuava dizendo que "por isso não quero lembrar quando partiu meu grande amor".<br />
<br />
Já na versão original Mexicana, Cielito Lindo, diziam que da Serra Morena desciam um par de olhinhos negros de contrabando... Esse primeiro verso, adaptado pelo compositor Quirino Mendoza ao encaixar o verso à sua própria melodia, tinha outras melodias e outras variações de letras, muito menos românticas do que a versão que acabou se tornando um símbolo do México, especialmente em comunidades de expatriados. Foi <a href="https://www.blogger.com/null" hreff="https://es.wikipedia.org/wiki/Arturo_Ortega_Mor%C3%A1n" target="_blank">Arturo Ortega Morán</a> nos alertou que que no início do Século XVII, bandidos armados se refugiaram nas montanhas da Serra Morena, um dos principais sistemas de cordilheira da Espanha que se estende por 450 quilômetros de leste a oeste em todo o sul da Península Ibérica, e que as pessoas temiam por suas vidas quando tinham que viajar pela região. "Seu rosto é a Serra Morena, seus olhos são ladrões que lá vivem."<br />
<br />
Isso me lembra do que olhos românticos são capazes de fazer com realidades cruas: transformá-las...<br />
<br />
Onde macro-mudanças - mudanças políticas, econômicas, tecnológicas e sociais que estão ocorrendo no mundo - geram micro-transformações cada vez mais aparentes - em cada um de nós - o auto-policiamento se torna vital, e os olhos românticos têm que trabalhar dobrado, pois lançar aquele olhar crítico e negativo sobre o mundo não vai ajudar muito, e corremos o risco de logo sermos mais um pedaço de chumbo, rígido e frio!<br />
<br />
Veja, olhos românticos: o capitalismo selvagem dos banqueiros e suas consequências sociais e econômicas, a solidariedade cada vez mais em baixa, o ódio e a intolerância cada vez mais em alta, tanto que até "pessoas esclarecidas" estão "justificando" o ódio e a intolerância - vide a crise dos refugiados. <br />
<br />
Veja também o Trumpismo americano, o Brexitismo britânico, o terrorismo fanático disfarçado de islã, o imperialismo israelense disfarçado de auto-defesa, o ISIS e a Síria, a Rússia querendo um pedaço do bolo geopolítico que os americanos não querem dividir, as falácias no projeto Europeu, a ganância dos abastados e suas particulares corridas-do-ouro, verdadeiros tiros-no-pé, mas eles são tolos demais para verem...<br />
<br />
E a formação do "sujeito contemporâneo", com todas transformações subjetivas da atualidade mais a experiência midiática da multiplicidade do eu, onde a co-existência de "múltiplos eus" afiança a impunidade intelectual e a irresponsabilidade das palavras... é o transtorno da múltipla personalidade implantado, instalado no outro, distribuído nas mídias sociais: afinal, quem tem muitos nicks acaba sendo anônimo.<br />
<br />
Sim, os olhos românticos têm muito, mas muito trabalho pela frente, com sua capacidade de transformar realidades cruas em viabilidades, possibilidades, esperanças...<br />
<br />
Era isso. Agora, pra não acabar como o José (... a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José? Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta? E agora, José? Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia, sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto que fuja a galope, você marcha, José! José, para onde?), já vou indo...<br />
<br />
Ai. Ai. Ai-ai... a hora já chegou e o dia já raiou: tem que ser agora!<br />
<br />
<span style="font-family: "courier new" , "courier" , monospace;"><b><span style="color: lime;">^</span><span style="color: red;">2</span>0<span style="color: red;">1</span><span style="color: lime;">6</span>><br />
<span style="color: cyan;">></span><span style="color: yellow;">2</span>0<span style="color: cyan;">1</span><span style="color: yellow;">7</span>+</b></span></div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-33257042253293033872016-12-23T12:57:00.001+00:002016-12-24T12:59:43.160+00:00Ho... Ho.. Ho.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhia2zHQOVAnK7C-h9CLhny7Bw6MKLN4Crzej1W7QLjUY0XyTRQlgiMAMveMy-Bg-cy1Ix2Ni8Hsy64C9eVjetUfniVK2blflqqZ5hTmZG3F1l7FV7HCChD3mr5Grc9KCoMTAoe/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhia2zHQOVAnK7C-h9CLhny7Bw6MKLN4Crzej1W7QLjUY0XyTRQlgiMAMveMy-Bg-cy1Ix2Ni8Hsy64C9eVjetUfniVK2blflqqZ5hTmZG3F1l7FV7HCChD3mr5Grc9KCoMTAoe/s400/image.jpg" width="381" /></a></div><div style="text-align: justify;"><blockquote><i>Papai Noel velho batuta, rejeita os miseráveis. Eu quero matá-lo, aquele porco capitalista. Presenteia os ricos. Cospe nos pobres! Mas um dia vamos sequestrá-lo e vamos matá-lo. Porque aqui não existe natal.</i><br />
Garotos Podres, in “Papai Noel Velho Batuta” (1985).</blockquote><br />
Na verdade a música se chamava Papai Noel Filho da Puta, mas a censura não permitiu... <br />
<br />
Um pouco menos do que Mao, mas desde de muito também sou indiferente ao natal. Acho que foi depois de ver o amigo do meu tio, que se vestia de papai noel na noite de natal, comendo gulosamente na mesa de jantar, ao entrar lá de surpresa... Vê-lo tentar por a barba durante uma garfada de macarrão e perú matou meus sonhos natalinos... de alguma forma.<br />
<br />
Também padeço de uma indignação com o consumismo desenfreado e o aspecto econômico da data, sem falar das decorações de mal-gosto, dos compromissos que nos impomos, das mesmas músicas tocando em todo lugar... É a época do ano caracterizada pelos excessos justificados. O comércio entupido, os consumidores se acotovelando pelo último exemplar de uma besteira qualquer, a comilança - mesa natalina é uma exceção à regra, pois a glutonia é permitida uma vez por ano!<br />
<br />
"Azia? Epocler!"<br />
<br />
<blockquote><i>(...)<br />
E um grande mar de emoção ouvia-se dentro de mim...<br />
Sou nada...<br />
Sou uma ficção...<br />
Que ando eu a querer de mim ou de tudo neste mundo?<br />
(...)<br />
"Se eu não tivesse a caridade..."<br />
Meu Deus, e eu que não tenho a caridade!</i></blockquote><br />
É, seu Álvaro de Campos, se não fosse o Joãozinho querendo escrever cartinha pro Papai Noel (Inc.), sei não... E quando ele descobrir que Papai Noel não passa de uma marca empossada por uma mega-empresa multi-planetária, e que a fábrica de brinquedos não é mais no polo norte, mas foi relocada para China e Índia por motivos financeiros? Que decepção...<br />
<br />
A melhor coisa que se pode fazer é plantar a consciência e o bom exemplo nas crianças: filhos e filhas, sobrinhos e sobrinhas, afilhados e afilhadas, netos e netas, e toda outra criança que você puder, porque mudando a coisa lá no comecinho, a tendência é de não mudar nunca! Então nesse natal, tenha uma pausa consciente e refletiva, e tente passar essa consciência para os seus. Se todos fizerem, a gente chega... se não lá, pelo menos perto!<br />
<br />
<strong><span style="color: red;"><</span><span style="color: white;">8</span><span style="color: red;"><span style="color: white;">¬</span>]</span><span style="color: white;">=</span><span style="color: white;"> </span></strong><br />
<strong><span style="color: red;">H</span><span style="color: #3333ff;">o</span>... <span style="color: red;">H</span><span style="color: #3333ff;">o</span>.. <span style="color: red;">H</span><span style="color: #3333ff;">o</span>.</strong></div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-83348001893713707592016-09-25T17:26:00.001+01:002016-09-26T17:58:12.043+01:00Quão justa é a vida?<div style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: 140%; font-weight: bold; text-align: right;">... ou "Eu Também Quero um Pedaço do Bolo!"</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ07zoLlQ2jCwA4hoozf5cZURCgeV-WFBJ-ga5blhs1hLDtiKcuuqVm9bSELNYRKbNris1EYICHN3rU7p1jJJi4xEbHDT7pyYnedrXXGG-wDbT7MaDLJEgys1v1DBQ-A-PbH5k/s1600/apple.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJ07zoLlQ2jCwA4hoozf5cZURCgeV-WFBJ-ga5blhs1hLDtiKcuuqVm9bSELNYRKbNris1EYICHN3rU7p1jJJi4xEbHDT7pyYnedrXXGG-wDbT7MaDLJEgys1v1DBQ-A-PbH5k/s400/apple.jpg" width="480" /></a></div><br />
<div style="text-align: justify;">Justo, aqui, e muito mais subjetivo do que objetivo, e como a própria Justiça, sujeito a interpretação! Afinal, o que é justo? Alguém pode considerar justa uma ação que outro vê como injusta. Experiências pessoais, pré-conceitos, educação e até mesmo interesse - tudo pode influenciar nosso julgamento, tornando-nos virtualmente incapazes de atingir a plena equidade. Agora, sabendo que 17% da população mundial consome a maior parte dos recursos do mundo (cerca de 80%), deixando quase 5 bilhões de pessoas a viver com os 20% restantes, a mim não importa sob quais lentes queiram interpretar tais dados: que é injusto, é!<br />
<br />
Num mundo onde a divisão entre os ricos e os pobres cresce a cada ano, onde 20% da população (cerca de 1,2 bilhão de pessoas) vive com menos de US$1 por dia, e outro outro 30% (1,8 bilhão) vive com menos de US$2 por dia. Isso soa injusto. O acúmulo crescente de riqueza e poder, onde os 500 mais ricos do mundo acumulam 1,9 trilhões de dólares, que é mais do que a soma da renda dos 170 países mais pobres do mundo. Isso também soa muito injusto!<br />
<br />
Tá tudo <a href="http://worldcentric.org/conscious-living/social-and-economic-injustice" target="_blank">aqui</a>, ó... pode conferir!<br />
<br />
No contexto do capitalismo, o dinheiro manda, ponto final! A governos cabe o papel de regulamentar a fim de proteger os excluídos do Clube dos Ricos. Implícito a essa obrigação está todo o resto: prover educação, saúde e moradia. Tais coisas são tão básicas que deveriam estar além do lucro, mas acabam por oferecer mais oportunidades aos ricos de crescer sua riqueza.<br />
<br />
Pois bem, a vida não é justa, então... E essa realidade transborda por todos os lados, manchando também os negócios, distorcendo os princípios do comércio justo, e reforçando o carma de que os mais pobres têm pouca oportunidade de quebrar o ciclo de pobreza, e tende a continuar por gerações, ao menos que o capital respeite os princípios básicos da não-exploração.<br />
<br />
Vide o recente caso da Apple na Irlanda. A Apple pagou meros 0,005% de taxas sobre seu lucro! Como se não fosse suficiente a Irlanda estar entre as menores taxas corporativas do mundo, 12,5%, a Apple ainda arrumou um jeitinho de sonegar algo em torno de 13 bilhões de euros! Se legal ou ilegal não é importante se levarmos a discussão para o lado da ética num mundo como o descrito acima. Se as leis irlandesas tinham brechas que permitiram a Apple fazer tais manobra de evasão fiscal, efetivamente evadir o dinheiro, embora "legal" não foi "justo". Difícil entender como alguém pode não ver por esse prisma...<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvlATQ8ACO-dl0evBBAT1BFA3uNaKHf43PWapmpdbgeZxJKsjBGUa9UcqkPdA5VjpA4Vju8ieJReC4YioyhWAw_1WyLBIbQ2_OI5bMIp2Kv7-i4nUytorsNgwi2shXPXRYRsEp/s1600/karma.gif" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 0em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvlATQ8ACO-dl0evBBAT1BFA3uNaKHf43PWapmpdbgeZxJKsjBGUa9UcqkPdA5VjpA4Vju8ieJReC4YioyhWAw_1WyLBIbQ2_OI5bMIp2Kv7-i4nUytorsNgwi2shXPXRYRsEp/s200/karma.gif" width="200" /></a></div>Mas a cegueira humana não tem limites. Veja no Brasil, a hipocrisia do "chega de corrupção" do brasileiro que fura fila, não devolve troco a mais, mente e engana para se dar bem perante o próximo. Na Irlanda, a insanidade dos preços dos aluguéis está levando as pessoas a cobrarem absurdos por moradias que não valem dois terços, por vezes metade do preço, sem se darem conta de que além de contribuírem para o problema dos sem-tetos, pois mais e mais pessoas se vêem incapazes de pagar aluguél, estão também contribuindo para o aumento do custo de vida, que eventualmente vai atingí-los também.<br />
<br />
E o governo, disfuncional como nunca, segue seu rumo, no seu mundinho de privilégios corporativistas...</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-26280086893949298322015-11-07T20:44:00.000+00:002015-11-14T20:48:42.411+00:00do ócio e da lida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfyXR-4M-fphGy16tDB5Y_yxMENwXbRc2LOrfwDMJNzgsvugiuANA4DlhcNz_WeFYJIb4tQdn3axhlvDaeHdT_-BadBj21Mdgn_j5E406z1DtbE5s7chFf3TDPmqV3A051LNIX/s1600/dirty-873205_1280.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfyXR-4M-fphGy16tDB5Y_yxMENwXbRc2LOrfwDMJNzgsvugiuANA4DlhcNz_WeFYJIb4tQdn3axhlvDaeHdT_-BadBj21Mdgn_j5E406z1DtbE5s7chFf3TDPmqV3A051LNIX/s400/dirty-873205_1280.jpg" width="400" /></a></div><br />
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Ela parou de fazer o sinal da cruz ao passar por igrejas. Eu nunca fiz. Sempre fiz o sinal da cruz em decolagem de avião. Ela também parou com isso. Não acredito nessa simbologia… o meu sinal da cruz em decolagens é pura superstição, mas ela… Embora ela também tenha seu ceticismo – sempre discutimos “religião” – essa mudança repentina, de certa maneira, me preocupa. Às vezes me pergunto se essa falta de sinais da cruz seria um sinal… retoricamente.<br />
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Ah, férias! Sempre esperadas… e uma vez lá, deve-se tomar certas precauções para que não pareçam demasiadas! Eu sempre digo que é preciso se habituar ao ócio. Outros podem pensar ser fácil, o ócio… ledo engano! No ócio, o silêncio pode ser ensurdecedor, e a inação, exaustiva… e a mente é o seu maior inimigo: “Mente vazia, morada do diabo”, dizia minha avó, naquela sabedoria que não se aprende em escolas.<br />
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A amizade é uma coisa valiosa. É bom ter amigos, mas muito melhor é sentir-se amigo de alguém. E como construímos as amizades é muito, mas muito importante. É o que determina o rumo, a duração e a intensidade das amizades. Há amizades construídas no oportunismo – as piores. Outras são construídas na conveniência – chamo-as de resgatantes. As melhores são as construídas com base em semelhanças e diferenças. Sorte de quem tem um amigo. Eu acho que tenho alguns – sortudo. Também conquistei desamigos ao longo dos tempos, seja pelo meu verbo-peixeira, seja pela minha indiferença (perdoa-me Nicanor!).<br />
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No ofício de escritor constantemente cai-se numa armadilha: ócio versus inspiração… são coisas que dificilmente caminham lado a lado, e geralmente quando uma se sobressai, acaba por anular a outra. Invariavelmente.<br />
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Ela frequentemente fala Dela. Não de si… Dela. Hoje mesmo, passado tantos anos do ocorrido, ela mencionou a falta que Ela lhe faz. Não é saudade, é falta mesmo… que nesse caso é pior. A mim também Ela faz falta, embora ela diga que é diferente… e acredito mesmo que seja. Com esta dor não posso ajudar, mas estou sempre ao seu lado. Creio que acabo ajudando, um pouco… E falo de hoje por pura conveniência do momento que escrevo, pois não passa dia ou dois em que ela não comenta sobre Ela… e creio que isso nunca mudará.<br />
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Há sempre algo de podre nalgum reino, nalgum lugar. E disso foge-se. Não covardemente, mas bravamente. Hoje, numa praia sardenha, tive vontade de ficar só. Por um instante apenas, tive vontade de me ajuntar ao tempo, que embora saibamos ser inexorável, sempre, naquele instante resolvera parar: ah… como quis participar daquele vácuo, raro, e aglomerar-me em meio aos momentos encavalados daquele instante, e esquecer-me, na duração de uma unidade qualquer que pudesse medir o tempo em sua ausência… mas logo sou confortado por um abraço, doce, sincero, seguido de um comentário inocente, quase infantil, sobre a beleza estonteante da paisagem perante nossos olhos, um beijo roubado… “Vamos?” Fomos.<br />
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Nicanor é meu paradigma de mágoas na vida. Ele e Eugênio, o melhor amigo. Tanto mágoas causadas – sem intenção – como mágoas sofridas – pura escolha. Ela diz que preciso mudar. Eu digo que mudo constantemente… Talvez ela não enxergue minhas mudanças, assim como todo mundo! Duro é decidir se isso é ruim para mim – não estou mudando – ou se é ruim para mim – ela é como todos os outros. “Ser ou não ser, eis a questão”. Sem achar a resposta, acabo não pensando muito nisso… Lembro de um grande amigo, Dario (outro padadigma), que levou a questão às últimas consequências! Todos pensaram ser suicídio, mas eu tive acesso ao diário de Dario… e digo: daria um conto! Perplexidades e inquietações de pequenez e grandiosidade… Escrevesse eu mais como Eugênio, Nicanor e Dario, daria um pessoinha...<br />
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Dario era um grande amigo. Também escritor, e dos bons, na minha opinião. Diferentemente de Wandesilvo, um conhecido que escrevia contos policiais e acabou dando-se mal ao relatar um suposto assalto a banco, que por azar era o plano de alguém. Dario não… Dario falava da alma, profunda e densa… e com intensidade! Havia intensidade em cada palavra que Dario punha no papel, fosse poesia, fosse conto, fosse ensaio… Versátil! Isso é o que Dario era. Mas não durou Dario, que nunca se dedicara seriamente à literatura – engenheiro de tráfego? Ora Dario, faça-me o favor! Eu seria capaz de dar um cavalo para ler o que Dario escreveria hoje. Um conto! Um conto! Um cavalo por um conto de Dario!<br />
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Não há receita para a vida. E se houvesse, ou seria puro interesse, ou seria puro veneno. A humanidade morreu na primeira transação monetária, muito antes da invenção do dinheiro! Chega uma fase em que você se conscientiza de que só lhe resta fazer o melhor que puder, seja lá o que for. Você deve dar o melhor de si nessa tarefa, e é isso… Sorte sua se ninguém depende de você, ou essa responsabilidade se exponencia. Prover, reportar, exercer, apresentar… são verbos com os quais vamos nos acostumando, ao longo da vida. A cabeça erguida ou abaixada é que varia… Assim como o tanto de dignidade que se queira dar a essa existência.<br />
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<b>R</b>epense<br />
<b>I</b>sso,<br />
<b>P</b>ois…<br />
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<div align="center"><b>+</b></div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-70265096787286195562015-09-07T23:59:00.000+01:002015-10-30T09:37:57.720+00:00Os outros brasileiros<div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT40OhLih4k5rVI1jKCwUQzOWvdJKq967y_z_9f9SF7WNMiRdVnESR47JlNIQMpVGyZxjtD9F4rb8tOpAzOuH0m_c_Z5GL-4H2FcqPdAhMLHmO-2rRWQMr01DPyKCSgriw8smW/s1600/gers.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT40OhLih4k5rVI1jKCwUQzOWvdJKq967y_z_9f9SF7WNMiRdVnESR47JlNIQMpVGyZxjtD9F4rb8tOpAzOuH0m_c_Z5GL-4H2FcqPdAhMLHmO-2rRWQMr01DPyKCSgriw8smW/s320/gers.png" width="320" /></a></div><br />
Ao termos notícia de brasileiros barrados na Europa, o sentimento tende à indignação e discriminação. Quase nunca questionamos se tais brasileiros mereceram o veto. Juízo de valores à parte, as autoridades estrangeiras estão cada vez mais alertas sobre o já famoso - e famigerado - "jeittinho brasileiro"! Em se tratando de ditos populares, depois que o cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça, você, que não é cobra, acaba ficando indignado. E com razão!<br />
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Na ocasião do jogo amistoso de futebol entre Brasil e Irlanda, aqui em Dublin, um amigo trabalhou como guia turístico para um grupo de mais ou menos 40 brasileiros. Contratado à partir do Brasil, ele buscou o grupo no aeroporto, fez passeios pela cidade, levou-os do hotel para o jogo e, no dia seguinte, quando deveria fazer o translado do grupo para o aeroporto, foi avisado que não seria necessário, pois o grupo não voltaria ao Brasil. Espantado, perguntou o motivo, e disseram que ficariam para morar - ilegalmente - no país! Quando a imigração descobrir, provavelmente não vai sair à caça dessa gente, mas que a notícia vai se espalhar na comunidade européia, isso vai... <br />
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É assim que muitos pagam por poucos.<br />
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Independentemente de serem legais ou ilegais, na lógica perversa da vantagem, muitos são - ou se tornam - verdadeiros bandidos. Veja essa comunidade no Orkut, intitulada "Tópicos do Mal", onde o fundador dá "dicas de sobrevivência" na Irlanda, acompanhado por outros entusiastas, que se divertem aplicando golpes de duvidosa moral, e crimes de estelionato. São coisinhas como não pagar o transporte público, dar nome e endereço falsos em hospitais, abrir várias contas bancárias antes de voltar para o Brasil e deixá-las negativa, dar calote na última conta do cartão de crédito, beber cerveja na conta dos irlandeses, e outras "espertezas" bem apropriadas para o famoso estereótipo do "jeitinho brasileiro de levar vantagem em tudo (certo?)".<br />
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O pior é a impotência dos que são discriminalizados simplesmente por serem brasileiros e serem confundidos com essa gente. Assim, as pessoas de bem (diferentemente daquelas do mal), nós, os outros brasileiros, além de nos sentimos envergonhados, devemos combater esse tipo de atitude e pensamento, tornando-o público, na esperança de refrear tais comportamentos.<br />
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Cada uma, né?!?</div>Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8335622.post-46217484274946098252015-06-11T22:27:00.003+01:002015-10-29T23:42:31.023+00:00... é de espírito a pobreza!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZZrq-gs9aXpvld6njLWC7cJ-XC1PfMdSpqV_31nSLeagguBUsbjiWQ7bZBoYPIXsrHj3SzmKCv7lwngYUJEd-VZvgx2vFFWEjs405AtTGK_WZ_JCrVS6D2868ZDLOWLoM8gOY/s1600/brazil-flag-graffiti.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZZrq-gs9aXpvld6njLWC7cJ-XC1PfMdSpqV_31nSLeagguBUsbjiWQ7bZBoYPIXsrHj3SzmKCv7lwngYUJEd-VZvgx2vFFWEjs405AtTGK_WZ_JCrVS6D2868ZDLOWLoM8gOY/s400/brazil-flag-graffiti.jpg" width="400" /></a></div>
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Há 11 anos venho ao Brasil anualmente. Até duas vezes ao ano, em anos de gordas vacas! No começo, sentia uma euforia danada pela viagem. Não apenas por rever família e amigos, mas pelo "retorno" ao país, mesmo que por curto tempo - geralmente passava as férias toda, 30 maravilhosos dias!<br />
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Pois esse sentimento do retorno foi-se esvaindo de mim, logo no segundo ano. Aos poucos, é verdade, como se o desgosto que tentava em mim se intalar encontrasse uma resistência saudosa, de algo que a memória buscava, mas os olhos não mais encontravam.<br />
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Rever a família e os amigos sempre foi prazeroso, mas confesso que uma sensação de que passava muito tempo no Brasil começou a se agigantar, e por fim, estabeleceu-se em mim, e estipulou que 2 semanas era, ao mesmo tempo, período mínimo para valer o fuso e o custo, e período máximo para aguentar a pobreza...<br />
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E é de espírito essa pobreza!<br />
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Sempre fui apaixonado por São Paulo. E ainda sou! Só que agora é ela lá e eu aqui! Dirão que só vejo defeitos... talvez! Mas é difícil manter, por muito tempo, a beleza só na memória, enquanto a realidade se escancara à sua frente. E não precisa de muito para vivenciar as coisas, pois se você não sofreu um transtorno hoje, devido a uma manifestação qualquer na Av. Paulista, terá outra amanhã, ou depois. Em outra avenida, até. Greve nos transportes públicos. Semáforo queimado. Se não faltou energia em sua casa este mês, no seguinte, certamente, faltará. Entra-ano, sai-ano e os mesmos problemas se repetem, eternos e sem solução: choveu, dá enchente! E assim como tem enchente, tem seca também. Na mesma cidade! Em São Paulo falta água, falta luz, a telefonia é péssima e cara, a TV a cabo falha regularmente, e a internet acompanha a qualidade dos outros serviços, constantemente. Sem falar na falta de respeito no trânsito, no trem, no metrô e no ônibus... é um deus-nos-acuda, um cada-um-por-si que dá pena de ver as pessoas neste nível de humor e energia. A poluição é absurda. Ruas, rios, terrenos baldios, lixões a céu aberto. Falando em ruas, não mencionei os buracos - algumas crateras - nas vias públicas! E os motoboys? Um capítulo à parte!<br />
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O desrespeito generalizado às regras - veja que não falei leis, senão tería que falar de criminalidade, violência, etc, etc. Falo de regras. O desrespeito a pequenas regras de convívio, as pequenas transgressões de moralidades do cotidiano. Tal atitude faz do brasileiro um ser peculiar, dotado de uma capacidade impressionante de cometer o que se chama de erro fundamental de atribuição e avaliação, sem provavelmente saber do que se trata!<br />
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Por exemplo, ele é capaz de chamar a influência que uma pessoa exerce sobre outras por dois nomes diferentes, dependendo do ponto de vista. Se fala de um político que contratou um parente para um cargo de confiança, chama de nepotismo. Mas se ele é o parente contratado, chama de "networking".<br />
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E quando ele, cidadão, consegue um encaixe na fila do
hospital através de um amigo que trabalha no setor de agendamentos, não considera uma corruptela, mas se acha um cidadão de sorte, e nunca pensará naqueles que foram passados para trás. É o famoso espírito da vantagem sobre o próximo, não importando muito quem o próximo seja.<br />
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E assim vai-se vivendo, dia após dia, alimentando essa roda-viva, onde começa a surgir motes como "já que todos fazem, eu também vou fazer"; "se eu não fizer, outro faz"; "não adianta eu ser se ninguém é" (quanto a ser honesto).<br />
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Uma miséria incomensurável!</div>
Eduardo Mirandahttp://www.blogger.com/profile/07880812029710704252noreply@blogger.com0