Concordo em muitos pontos com você, Dori, mas também não concordo com alguns.
Quando você diz que querer ensinar as pessoas a usarem drogas com segurança é inseguro e perigoso, eu discordo. Que fique claro que não se trata de sair por aí ensinando como se drogar, não. Acredito que a informação é o melhor caminho, mas ela também traz uma certa "exposição". Assim, seria certo "ensinar" dependentes e usuários (você diferenciou-os muito bem) a se drogarem com segurança (pureza das substâncias, doses seguras, efeito das drogas no organismo, etc) junto com sessões maciças de conscientização e exposição dos malefícios, etc, etc, pois já que eles já usam a droga ou dependem dela, informar nunca é demais, e droga+informação passaria a ser um pacote que não se venderia separado! Se você resgatar uma ovelha no rebanho, será uma vitória! Utópico? Tolo? Talvez, mas não demagógico!
É claro que tudo isso precisaria ser precedido pela regulamentação do governo. Afinal, não há maneira de controlar sem "regulamentar", o que não significa "legalizar". São coisas diferentes. Em Amsterdam, por exemplo, prega-se que a maconha é "liberada" nos cafés e até nas ruas, mas é pura ilusão. Você pode ter esta impressão, mas não no fundo é apenas "tolerância". O governo "regulamentou" o uso, cobra taxas altíssimas dos estabelecimentos que vendem maconha e psicotrópicos "naturais" - como cogumelos. Todas as outras substância entorpecente são proíbidas, comercialização e consumo.
Conversando com cidadãos holandeses, pude notar que eles parecem satisfeitos com o sistema, tanto os simpatizantes (usuárois ou não) quanto os não-simpatizantes. Os não-simpatizantes ressaltam o aspecto educativo que os filhos levam disso tudo. Os simpatizantes o sistema é bom mas o que estraga são os turistas. Um chegou a me dizer que deveriam usar política de "repressão aos turistas", pois eles não têm a "cultura" do consumo controlado e assistido e acabam "exagerando". Na Holanda fuma-se maconha no final da tarde como se toma uma taça de vinho durante o jantar: não há motivo e tampouco graça no exagero... perde o sentido!
Quanto a suas dúvidas se você teria parado de usar se existisse locais de uso controlado, eu diria que sim, você pararia. E você tem que acreditar nisso, pois senão você será um eterno recaído. As oportunidades e as desculpas para usar estão por toda a parte e aparecem a todo o momento, como "pop-ups" na internet, e você as está recusando... até que "aquela" que justifique sua recaída apareça? Mesmo que esteja no passado? Não é isso, Dori. Ou você parou - só por hoje - ou não! E se existisse locais que você pudesse usar controladamente, talvez num primeiro estágio você tentaria passar para o uso controlado (uma série de fatores mudariam o seu consumo, primeira e evidentemente o aspecto "legal", depois o local/horário/motivo - local determinado, não pré- ou pós- balada), mas depois cairia na real... Claro que pararia... "parei... só por ontem!" (já que estamos falando de passado), pois tudo é uma questão de consciência e determinação! Não há nada mais forte do que isso, droga nenhuma! O problema é alcançar este estágio de conscientização... aquele em que se é capaz (decide-se) de serrar o tornozelo para fugir das correntes que o aprisionam a uma bomba (está determinado a viver... como é outra história!).
Concordo quando você diz que quando o indivíduo passa do uso para o abuso de drogas está iniciando a sua dependência. O problema é saber qual e aonde está a linha que delimita o uso e o abuso... onde está este maldito "ab" do meu uso... Eu mesmo já me questionei muito se sou dependente ou não... se fosse traçar um perfil psico-social, ocupacional, emocional, etc&tal, etc&tal, etc&tal, eu diria a mim mesmo: se interna! Hoje não uso nenhuma substância além do álcool, e ainda assim me vejo (me coloco à prova, mas não para me provar, mas por puro acaso) em situações que me abstenho dele, facilmente! E quando uso, uso com moderação e em situações específicas onde ele nunca é mais do que um complemento, embora aqui na Irlanda ele seja a estrela principal em qualquer evento!
Eu também sou muito cético quanto a programas que envolvam boa-vontade, solidariedade, bom-senso... simplesmente porque não acredito mais na humanidade! De jeito nenhum! Acredito na individualidade e em certos indivíduos que esporadicamente juntos possam fazer uma diferença, mas não levanto mais bandeiras... perdi esta ilusão ainda jovem, com muito mais vigor do que tenho hoje, e a experiência adquirida com os anos não mudou meu ceticismo.
É isso aí Dori: Todo dependente nunca será usuário, alguns usuários podem se tornar dependentes!
Concordo em muitos pontos com você, Dori, mas também não concordo com alguns.
ReplyDeleteQuando você diz que querer ensinar as pessoas a usarem drogas com segurança é inseguro e perigoso, eu discordo. Que fique claro que não se trata de sair por aí ensinando como se drogar, não. Acredito que a informação é o melhor caminho, mas ela também traz uma certa "exposição". Assim, seria certo "ensinar" dependentes e usuários (você diferenciou-os muito bem) a se drogarem com segurança (pureza das substâncias, doses seguras, efeito das drogas no organismo, etc) junto com sessões maciças de conscientização e exposição dos malefícios, etc, etc, pois já que eles já usam a droga ou dependem dela, informar nunca é demais, e droga+informação passaria a ser um pacote que não se venderia separado! Se você resgatar uma ovelha no rebanho, será uma vitória! Utópico? Tolo? Talvez, mas não demagógico!
É claro que tudo isso precisaria ser precedido pela regulamentação do governo. Afinal, não há maneira de controlar sem "regulamentar", o que não significa "legalizar". São coisas diferentes. Em Amsterdam, por exemplo, prega-se que a maconha é "liberada" nos cafés e até nas ruas, mas é pura ilusão. Você pode ter esta impressão, mas não no fundo é apenas "tolerância". O governo "regulamentou" o uso, cobra taxas altíssimas dos estabelecimentos que vendem maconha e psicotrópicos "naturais" - como cogumelos. Todas as outras substância entorpecente são proíbidas, comercialização e consumo.
Conversando com cidadãos holandeses, pude notar que eles parecem satisfeitos com o sistema, tanto os simpatizantes (usuárois ou não) quanto os não-simpatizantes. Os não-simpatizantes ressaltam o aspecto educativo que os filhos levam disso tudo. Os simpatizantes o sistema é bom mas o que estraga são os turistas. Um chegou a me dizer que deveriam usar política de "repressão aos turistas", pois eles não têm a "cultura" do consumo controlado e assistido e acabam "exagerando". Na Holanda fuma-se maconha no final da tarde como se toma uma taça de vinho durante o jantar: não há motivo e tampouco graça no exagero... perde o sentido!
Quanto a suas dúvidas se você teria parado de usar se existisse locais de uso controlado, eu diria que sim, você pararia. E você tem que acreditar nisso, pois senão você será um eterno recaído. As oportunidades e as desculpas para usar estão por toda a parte e aparecem a todo o momento, como "pop-ups" na internet, e você as está recusando... até que "aquela" que justifique sua recaída apareça? Mesmo que esteja no passado? Não é isso, Dori. Ou você parou - só por hoje - ou não! E se existisse locais que você pudesse usar controladamente, talvez num primeiro estágio você tentaria passar para o uso controlado (uma série de fatores mudariam o seu consumo, primeira e evidentemente o aspecto "legal", depois o local/horário/motivo - local determinado, não pré- ou pós- balada), mas depois cairia na real... Claro que pararia... "parei... só por ontem!" (já que estamos falando de passado), pois tudo é uma questão de consciência e determinação! Não há nada mais forte do que isso, droga nenhuma! O problema é alcançar este estágio de conscientização... aquele em que se é capaz (decide-se) de serrar o tornozelo para fugir das correntes que o aprisionam a uma bomba (está determinado a viver... como é outra história!).
Concordo quando você diz que quando o indivíduo passa do uso para o abuso de drogas está iniciando a sua dependência. O problema é saber qual e aonde está a linha que delimita o uso e o abuso... onde está este maldito "ab" do meu uso... Eu mesmo já me questionei muito se sou dependente ou não... se fosse traçar um perfil psico-social, ocupacional, emocional, etc&tal, etc&tal, etc&tal, eu diria a mim mesmo: se interna!
Hoje não uso nenhuma substância além do álcool, e ainda assim me vejo (me coloco à prova, mas não para me provar, mas por puro acaso) em situações que me abstenho dele, facilmente! E quando uso, uso com moderação e em situações específicas onde ele nunca é mais do que um complemento, embora aqui na Irlanda ele seja a estrela principal em qualquer evento!
Eu também sou muito cético quanto a programas que envolvam boa-vontade, solidariedade, bom-senso... simplesmente porque não acredito mais na humanidade! De jeito nenhum! Acredito na individualidade e em certos indivíduos que esporadicamente juntos possam fazer uma diferença, mas não levanto mais bandeiras... perdi esta ilusão ainda jovem, com muito mais vigor do que tenho hoje, e a experiência adquirida com os anos não mudou meu ceticismo.
É isso aí Dori: Todo dependente nunca será usuário, alguns usuários podem se tornar dependentes!