Pois é, e o Euskadi Ta Askatasuna, mais conhecido como ETA, baixou as armas. O grupo clandestino, armado e ilegal que seguia uma ideologia independentista marxista revolucionária e usava a luta armada para tentar a independência do Euskal Herria (País Basco em euskara, a língua basca), anunciou seu cessar fogo à partir de 24 de Março.
Mas antes da comemoração, é necessário entender o terror basco. Pelo que consta (ainda não tive o prazer de constatar eu mesmo) o terror do ETA vai além dos atentados. Seus tentáculos chegam até a violência urbana que os simpatizantes do grupo promovem pelas ruas, num vandalismo sistematizado. Extendem-se também até a extorsão aos empresários bascos, com a cobrança do "imposto revolucionário", aliás, a principal fonte de renda do grupo. Como sobreviverão sem ela? O ETA sobreviveu até hoje graças ao terror. Na forma de bombas de efeito midiático, sim, mas também na forma de assassinatos covardes, que atingiram indistintamente figuras do Estado espanhol assim como políticos representativos da sociedade basca e inocentes em geral.
Sem contar que não deve haver trégua nem anistia aos terroristas presos. Isso é um apelo das associações dos parentes das vítimas do ETA. E deve ser respeitado
Devemos antes de tudo distinguir o que nem sempre é claro de outras paragens: uma coisa é o nacionalismo basco. Outra é o terrorismo & fanatismo basco. Este, através do ETA, usou mil braços políticos, (os partidos Herri Batasuna e o Euskal Heritarrok, por exemplo) para disputar eleições e nunca teve respaldo do eleitorado, enquanto aquele ganhou todas as eleições na região (ou mais exatamente o PNV, Partido Nacionalista Basco) desde a redemocratização, há quase 30 anos.
Há quem diga que o ETA já estavam sem moral para negociar qualquer coisa, e que a proposta de negociação feita por Zapatero no ano passado foi a “saída honrosa” da organização. Que seja! Com arma não se brinca!
Jakin-nahi Euskal (Curiosidades Bascas)
O ETA, fundado em 1958, luta pela formação de uma entidade independente no País Basco, região histórico-cultural localizada no extremo norte da Espanha e no extremo sudoeste da França, cortada pela cadeia montanhosa dos Pirineus e banhada pelo Golfo de Biscaia. Na tradição basca, Euskal Herria é formado por sete regiões. Quatro compõem Hegoalde (que em basco significa parte meridional, do sul) e três compõem Iparralde (parte do norte). A maior parte do País Basco está localizada em território espanhol.
Hegoalde é composta de quatro províncias:
· Álava (Araba em basco)
· Biscaia (Bizkaia em basco, Vizcaya em castelhano)
· Guipúscoa (Gipuzkoa em basco, Guipúzcoa em castelhano)
· Navarra (Nafarroa em basco)
Iparralde está localizado no território da França, integrando três províncias:
· Baixa Navarra (Behe Nafarroa em basco, Basse-Navarre em francês)
· Lapurdi (Labourd em francês)
· Sola (Zuberoa em basco, Soule em francês)
Da língua - O Euskara
A língua basca, (em basco euskara ou euskera) não é um idioma indo-europeu, mas uma língua aglutinante, considerada uma língua isolada e antiga, provavelmente oriunda da língua dos primeiros povos que migraram para a Europa. Alguns lingüistas consideram a língua basca, através de comparações, aparentada a línguas até hoje faladas no Cáucaso, enquanto outros ainda tentam ligá-la a línguas africanas e ao idioma dos etruscos.
Consta que o euskara já era falado muito antes de os romanos introduzirem o latim na Península Ibérica. Por conta disso, criaram-se a seu respeito um grande número de idéias sem embasamento lingüístico, tais como “o basco é a língua mais complexa do mundo”, “ninguém além dos próprios bascos jamais conseguiu aprender a língua”, “todos os verbos são passivos”, e muitas outras imprecisões.
A verdade é que sua estrutura sentencial é praticamente idêntica à do turco ou do japonês (aliás, também tida como uma língua isolada). Sua morfologia é, essa sim, de um tipo bastante incomum na Europa, mas fora da Europa podem ser encontrados sistemas morfológicos semelhantes ao do basco em centenas de outras línguas.
Um parênteses: o sumério, a primeira língua escrita conhecida, hoje tida como extinta, também era uma língua isolada, assim como pirahã, língua da família Mura falada por 150 indígenas pirahã, um povo monolíngue e semi-nômade que habita as margens do rio Maici, afluente do rio Amazonas.
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