Wednesday, March 23, 2011

there will be blood

Muito tem se discutido sobre a questão da Líbia, e alguns comentários começam a tomar o rumo do bom-senso e da coerência: Deixem a Líbia pra lá!

A insistência dos EUA em empurrar sua (pseudo) democracia goela abaixo de países de culturas diversas vai acabar contribuindo para uma merda ainda mais fedida. Já nem se consegue mais identificar se é pura arrogância imperialista ou se é simples ganância mesmo - o medo de ficar sem seu barrilzinho de petróleo, devido à instabilidade nesses países que controlam grande parte do óleo do planeta. Qualquer estudioso de assuntos do oriente, sério e independente, dirá que ao cair Gafafi, a coisa toda desaba. O país todo vira uma bomba, pronto para ser detonado. É inerente da cultura - dizem até estar no Corão!

Assim que alguém assumir o poder, outros dez farão fila para derrubá-lo. Quem está no poder, o mantém pela força. Da mesma maneira um novo governo só se estabelece pela força. Não há nada parecido com democracia nestes países, é um conceito que não existe! Para impor a democracia para esses povos seria preciso apagar seu passado e reescrever os últimos 5000 anos de sua história! Talvez mais! Assim chegariam perto de entender o que é democracia, e poderiam até, quem sabe, aceitá-la.

Se Qaddafi está certo? Se ele é um ditador cruel e tirano ou se é um líder carismático? Não importa muito... ele vai fazer de tudo para manter o poder - inclusive matar civis e extinguir etnias contrárias a seu regime, tal qual fazia Saddam Hussein, que embora tenha sido deposto e assassinado, o Iraque continua a mesma merda, um vulcão prestes a entrar em erupção. É só os ianques estadosunidenses sairem da moita...

Qaddafi pode não ser um santo, ou mesmo ser o próprio demo em pessoa, mas apostar que quem quer que venha assumir o poder numa eventual queda do regime não vá fazer o mesmo ou pior, é inocente demais... ou "americano" demais.

Monday, March 21, 2011

Caga Latim Neles!


Foi com essa frase que um passante manifestou seu apoio à coluna de um nobre jornalista, querendo dizer não só que o jornalista deveria continuar descendo a lenha - ou o verbo - nas instituições e nos corruptos, mas com aquele linguajar e conteúdo que só ele sabia dar.

Isso foi há algum tempo... infelizmente hoje em dia, não se caga mais Latim. Nem mesmo se caga português (com "p"), língua muito menos nobre do que Latim (com "L"). Fala-se muito e diz-se pouco. Aqueles belos artigos, com muito conteúdo, muita informação - muito pano para a manga - já não são mais produzidos... Hoje em dia caga-se muito, sim, mas com uma qualidade duvidosa, e com um objetivo mais duvidoso ainda... que nos leva a chamar de merda mesmo!

Friday, March 11, 2011

Porque hoje é Sexta-Feira

Conheci um Sexta-Feira. Era esse o seu nome - Friday. Ou melhor, apelido. Apelidaram-no assim porque Sexta-Feira é o dia em que reconhecidamente ninguém trabalha direito devido à expectativa do final de semana. E assim era Sexta-Feira... um não-trabalhor, como prontamente corrigia se alguém lhe chamasse de desempregado:

- Desempregado é alguém sem emprego, alguém que perdeu o emprego. Eu nunca trabalhei! Sou um não-trabalhador!

E dizia isso cheio de um orgulho que deixava as pessoas confusas, a se perguntarem do que exatamente Sexta-Feira sentia-se orgulhoso. E se perguntassem a ele do que sentia orgulho, responderia de bate-pronto, "De ser independente!", o que poderia levar os mais desavisados a pensar que não era verdade, já que Sexta-Feira só sobrevivia devido caridade dos outros; caridade dos que lhe davam comida, caridade dos que lhe davam abrigo vez ou outra, caridade dos que lhe davam roupas, e caridade também dos que lhe davam ouvidos... talvez essa a única caridade da qual Sexta-Feira realmente dependesse.

Seria um engano dizer que Sexta-Feira não era independente. Ele era independente do dinheiro sujo. Segundo Sexta-Feira, o dinheiro, mesmo aquele proveniente do trabalho honesto, era sujo, pois ele dizia não haver trabalho honesto num mundo onde as vantagens e as oportunidades tomadas sobre o próximo regem as engrenagens. "Vide os mercados financeiros, os interesses das grandes organizaçcões e seus políticos lobistas, os patrões sobre seus empregados, os ricos sobre os pobres...", dizia Sexta-Feira.

O negócio é que Sexta-Feira sumiu. Desapareceu... uns dizem que deram um fim nele, pois andava incomodando muita gente com aqueles pensamentos pseudo-comunistas. Outros dizem que achou um bilhete de loteria premiado.

A verdade é que nunca mais se viu o Sexta-Feira...

Tuesday, March 08, 2011

Além do Carnaval


Ora, só porque eu não briquei o carnaval não significa que eu não tenha aproveitado o carnaval. Aproveitei sim, ouvindo muito sambinha antigo! É uma coleção chamada "História do Samba", que vendia em banca de jornal... uma bela historiografia em 40 fascículos, com CD e tudo, mas que infelizmente eu só tennho os 20 primeiros...

Tem coisas do fundo do baú, como "Pelo Telefone", considerado a primeira gravação classificada como samba, em 1917. Na verdade, haviam já algumas gravações classificadas como samba, mas não chegaram a alcançar repercussão. A canção "Pelo Telefone" está no disco de mesmo nome, e tem a autoria reivindicada por Ernesto dos Santos com co-autoria atribuída a Mauro de Almeida, mas há quem diga que foi uma criação coletiva de músicos que participavam das festas da casa de tia Ciata, uma cozinheira e mãe de santo cuja casa era palco de rodas de samba.

Dali, o samba começou a se espalhar pelo país, primeiro associado ao carnaval, depois como gênero musical independente.

Friday, March 04, 2011

Os Não-Morais


Ah, é carnaval... o apogeu da "cultura" brasileira, com pouco trabalho e muita folia... muito sexo, drogas e samba. Época de festejar...

Festejar o quê, pergunto? A nomeação do Tiririca para a Comissão de Educação e Cultura da Câmara?

Deixa o tiririca de lado e voltemos ao carnaval. Pode dizer que é pejorativo, mas não deixa de ser verdade. Todo mundo gosta de brincar o carnaval, sem dúvida, mas os fatores agregados é que incomodam.

A violência, por exemplo. Com sorte, você fica sabendo pelo rádio, TV ou jornal. Com um pouco menos de sorte, você conhece alguém que sofreu alguma violência. Descendo mais na escala, você presencia um ato de violência sem se envolver, e na pior das hipóteses, você sofre a violência.

Quanto ao sexo, as drogas e ao samba, ora, cada um na sua, desde que não atrapalhe os que não querem desfrutar da trindade.

Por isso, camaradinha... viva e deixe viver - ou seja, não venha desfilar seu bloco na minha sala de estar! Cuide do seu nariz (também de suas veias e de seu pulmão, dando-lhes o devido respeito e não socando substâncias duvidosas canais adentro) e me deixe em paz! Tenha um ótimo carnaval, e que você não encontre nenhum mascarado pelo caminho!

Tenho certeza que quando Chico Buarque escreveu "A Noite dos Mascarados", lá nos idos de 66/67, não pensou que o título da canção teria duplo sentido no carnaval! Nem mesmo Os Três Morais, que fizeram as vozes da música no LP Chico Buarque de Hollanda - vol.2, contavam com essa!