Escrevi no dia, mas só deu pra postar hoje...
É. pois é. É meu niver, e daí? Tô aqui com meu note, meu charuto e minha champagne (que já passou para conhaque), que na verdade não é champagne, pois não é da região de Champagne, e não é conhaque pelo mesmo motivo, não é da região de Cognac, então, cá estou com meu Notebook, meu Charuto baiano - não cubano -, meu Frisante e meu Brandy...
Parabéns pra você nesta data querida... e que tudo o mais vá pra o inferno... Simples manifestação existencialista de quem já não sabe se é crente, ateu ou agnóstico, embora filosoficamente tenha comigo que não é possível ser ateu, kantianamente falando, pois não há como não acreditar em Deus tentando provar sua não-existência (não-existência do que não se acredita já é um paradoxo). Isso já uma crença! Assim, para não dizer - retro-ativamente - que creio, melhor agnóstico, do que ateu, o que seria muito triste!
Mas é sobre aniversários que vou falar...estando aqui, meio isolado de tudo e de todos, repenso o sentido da data. Afastado do sentido capitalista do aniversário, sobrou o sentido humano: considerações. Só considerações, sem presentes comprados e pagos com dinheiro suado do trabalho de alguém, que provavelmente foi explorado na sua força-trabalho - longe da mais-valia - e que assim ajudou a engordar uma cadeia de exploradores que vão cada vez mais enchendo suas bundas enormes de dinheiro explorado, gerado por gente explorada que muitas vezes não pode nem comprar o produto de seu trabalho explorado. E mesmo os exploradorezinhos são ao mesmo tempo motor e engrenagem de um sistema maior e impessoal, onde tratados são feitos sob as aparências da legalidade, favorecendo os ricos - cada vez mais ricos - em detrimento dos pobres - cada vez mais pobres.
Bem, mas isso tudo não é nem novidade e nem sobre aniversários... talvez seja porque ainda estou meio entorpecido pelos dois ótimos filmes que assisti no fim de semana:
"The Yes Man" - um filme sobre um grupo de ativistas que incorporam os representantes da WTO (World Trade Organisarion) e aparecem em palestras, seminários, rádio e TV, dizendo uma série de bobagens, para desmoralizar a WTO, passando a verdadeira mensagem de que eles são uns verdadeiros exploradores, bandidos e assassinos, pelo jeito que conduzem os tratados internacionais, priveligiando os países ricos com uma série de imposições aos países pobres. Nós, brasileiros, que digamos, sobre os Estados Unidos (vide ALCA). A mais recente é que se fez passar por um porta-voz da empresa Dow Química, responsável por uma das maiores catástrofes industriais da história, o desastre de Bhopal, na Índia (após vinte anos, o acidente continua matando uma pessoa por dia). O "porta-voz" conseguiu convencer a surcusal francesa da BBC de que a Dow estaria preparando uma indenização bilionária aos parentes das vítimas. A matéria foi ao ar e causou a queda das ações da empresa.
O outro filme chama-se "Edukators", com uma atmosfera de idealismo romântico, socialista-marxista, três jovens brincam de invadir casas de pessoas ricas e deixar mensagens que os façam pensar na condição deles perante a miséria do mundo... e educa-los. Por mais desatualizado que o tema possa parecer, é sempre atual, pois são questões que observamos diariamente, e cada vez mais. Quem diz que Marx está ultrapassado (eu não diria isso!) talvez esteja fazendo uma referência rasa à época de Marx, certamente não às idéias, principalmente se as interpretarmos sob a luz da modernidade. Como já disse pelas palavras de Max de Castro no post anterior, "atrás da mais-valia só não vai quem já morreu". E para citar o saudoso Arnaldo Xavier, "Citar Mais é de Marx, né?"
Fui!
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