SIMPLESMENTE… SER Sem pensar no que somos, donde e ao que viemos. Somos, apenas... com a deliciosa dúvida da escolha: cá ou acolá, agora ou depois, isto ou aquilo, hoje ou amanhã... ah, como é bom poder escolher! Mesmo escolhendo errado – o que às vezes pode ocorrer – ainda assim é o “poder” da escolha, pois somos seres fadados ao plano cartesiano espaço x tempo: temos que escolher, e bem; o melhor que pudermos, ao menos, pois o tempo, invariável, passará, e se nossa escolha não for a correta, este tempo estará perdido para sempre. Fôssemos diferentes, todavia, poderíamos, brincar com tais equações: se não nos subjugássemos à rigidez “espaço x tempo”, por exemplo, teríamos tudo ao mesmo tempo agora. Não precisaríamos decidir entre estar aqui ou ali – poderíamos estar nos dois (ou mais) lugares ao mesmo tempo. Tampouco precisaríamos nos preocupar em fazer isto ou aquilo – faríamos tudo ao mesmo tempo – e “tempo” não passaria de uma medida tridimensional, que poderíamos arrastar para cá, para lá ou acolá, conforme a conveniência.
Outra maneira de subvertermos o espaço x tempo, seria se fôssemos imortais. Daí, a próxima pergunta, uma vez passada a euforia que a idéia da imortalidade carrega em sí mesma, seria “o que fazer com isso”? Quem agüenta ser imortal?
Nada fácil pensar numa continuidade sem fim, sem “objetivo”. A finitude das coisas nos dá o parâmetro necessário do nosso esforço e objetivo. Sendo assim, nossa finitude é a coisa mais natural – e esperada! – da nossa vida mortal. Só não sabemos quando, e só pensamos em adiá-la o máximo possível – dentro dos limites humanos da dignidade.
E o que dizer quando essa “naturalidade” é interrompida pela mão brusca da natureza (ou de deus, para os gnósticos)? Quando algo que vinha no prumo se desconchava, quando um pai perde o filho... é difícil entender a cosmologia.
Já se foi dito que se os cavalos ou os bois pudessem esculpir, fariam estátuas de deuses à sua semelhança e os adorariam... tal qual fazem os humanos!
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