Saturday, May 26, 2007

-: de ódio & barbárie :-

Gosto de pensar ódio como frustração. Ódio não passa de frustração devido à impotência frente aos fatos: você não concorda com "a coisa", não pode aceitar "a coisa", e nada pode fazer para mudar ou impedir "a coisa"... o que sobra? Duas coisas: Desprêzo ou Ódio. Mas é inútil demonstrar, muito menos com minúcias: os "Protocolos" pertencem ao universo do ódio estúpido, não aos da razão e dos argumentos.

Na pior da hipóteses, eu fico com o desprêzo...

Barbárie desarmada

O controle informatizado de tudo e todos, do celular ao cartão de crédito, terá o contraponto revolucionário dos desistentes da tecnologia, neo-hippies que não mais se juntarão em comunidade para cultuar uma falsa natureza, mas, lobos solitários, preguiçosos e tranqüilos, sem telefones nem computadores, cultuarão tudo que é devagar e ali na esquina.

Abaixo os fast-foods!

Monday, May 14, 2007

pedras, pedrinhas & pedronas

Dois momentos distintos: a visita do papa Bento ao Brasil e as eleições na República da Irlanda. Qual a possível relação entre os dois? Uma palavra: ESCRÚPULO.
De origem latina na palavra scrupus, que significa pedra, era usada como medida de peso, e seu diminutivo scrupulus, ou pedrinha, as subdivisões desse peso. O caso é que muitos comerciantes preferiam calcular o peso da mercadoria de acordo com a cara do freguês, e geralmente, roubavam no preço, ainda que só em vacas magras - nas pedrinhas. Com o tempo, escrúpulo deixou de ser uma medida física e tornou-se sinônimo de consciência dotada de sentido moral.

Escrúpulo não pode depender da cara. É algo que ou se tem ou não se tem, certo? Assim como dinheiro é dinheiro, não importando se do Zé da Esquina ou do Taoiseach (primeiro ministro na Irlanda), e precisa ser declarado. Humildemente eu também diria que abusar sexualmente de crianças é crime, não importa se o abusador é padre ou não. E digo humildemente porque parece que nem todo mundo concorda com isso! Diria ainda que pior é encobrir esses abuso, como fez e faz a igreja católica.

Infelizmente concluímos que as pedrinhas sacras têm outro peso e outra medida.

Friday, May 04, 2007

PCC Technology

Deu no Irish Times:

Ex-garda to head inquiry into prison phone call
A retired Garda superintendent is to lead an investigation into how a prisoner in a high security jail was able to ring RTÉ's Liveline using a mobile phone.

Imaginem a conversa:
Apresentador: Oi Fulano, tudo bem?
Fulano: Tudo.
Apresentador: Está ligando de onde?
Fulano: Da minha cela, no presídio Tal...
A polícia local de Dublin ficou encafifada ao descobrir que um preso, de dentro de um presídio de segurança máxima, conseguiu ligar para o RTÈ Liveline, um programa de TV, quarta-feira passada. É o segundo incidente involvendo a mídia - o outro foi para uma rádio. Diz-se já ser mais de 600 celulares nas prisões irlandesas...

É a Tecnologia PCC, diretamente do Brasil para a Irlanda!

Tuesday, May 01, 2007

escrever pra quê?

essa eu ouvi na rádio daqui:
"O que faz você pensar que queremos ler o seu blog?"
Essa é boa. E eu tenho uma boa resposta pra quem faz este tipo de pergunta:
"Quem disse que eu quero que você leia o meu blog?"
É a mesma pergunta estúpida que se faz a um escritor: "O que faz você pensar que queremos ler o seu livro?" Ora, acho muita pretensão desse alguém achar que seja ele assim tão importante para achar que o escritor faça questão da sua leitura. Não quer ler, simplesmente não compre-o! E no caso dos blogs, não leia-os.

Pois é, a máxima de que quem escreve quer ser lido não é de todo verdade. É claro que há os narcisistas. E não há nada de errado nisso! A parábola de Narciso tem sido uma grande fonte de inspiração para os artistas há pelo menos dois mil anos, começando com o poeta romano Ovídeo, no livro III de suas Metamorfoses. Em séculos mais recentes, outros poetas como John Keats, pintores como Caravaggio (dono da ilustração acima), Nicolas Poussin, Turner, Salvador Dalí, e Waterhouse. É claro que há casos em que o "artista" se transforma no próprio Narciso - dizem isso do Ulisses Tavares, mas eu duvido...

Bem, eu mesmo me rendi à facilidade dos blogs em 2004, por puro exercício de escrita, organização e textualização de idéias, nada mais. Passar a divulgar o endereço para certas pessoas - geralmente um rol restrito de amigos - não significa que quero que leiam, simplesmente porque não espero retorno; simples assim. Mas não me levem a mal, hem? É claro que retornos são bem-vindos...

Por isso me pergunto:
"Será que tem alguém que pensa que eu quero que leiam meu blog?"
Se tem, só quero lhe dizer uma coisa, meu camaradinha... você acertou!