Depois da Sociedade-Líquida de Zygmunt Bauman, Manuel Castells (filósofo espanhol nascido em Hellín, na região de La Mancha, em 1942) sugere a Sociedade-Rede - mais que líquida - onde tudo é articulado de forma transversal e com menos controle das instituições tradicionais.
Uma sociedade em que a visibilidade na esfera pública midiática é a principal preocupação, onde o controle da imagem pública exige meios que sejam controláveis, coisa que a internet não o é... e isso explica, segundo Castells, por que os poderes têm medo da internet. Como controlar a internet?, é a pergunta dos poderosos. Não se pode!, é a resposta. Pode haver vigilância, mas não controle.
Castells defende que a internet é determinante na vida social e econômica, e seu acesso pode ser um fator de exclusão. É preciso educar! Sem educação a tecnologia não serve para nada. Na Espanha a chamada divisão digital é uma questão de idade: dados mostram que entre os maiores de 55 anos, só 9% são usuários da internet, mas entre os menores de 25 anos são 90%. Isto nos sugere que quando esta geração mais velha tiver desaparecido, não haverá mais divisão digital.
Ele diz também que na sociedade da internet o complicado não é saber navegar, mas saber aonde ir, onde buscar o que se quer encontrar e o que fazer com o que se encontra. Isso é isso que exige educação. Na realidade, a internet amplia a mais antiga lacuna social da história, que é o nível de educação.
A internet oferece acesso a toda a informação, e assim aumenta a incerteza, mas ao mesmo tempo é um instrumento chave para a autonomia das pessoas... em suma estamos globalizados, nosso dinheiro está em algum fluxo global que não controlamos, somos submetidos a pressões migratórias muito fortes, o que torna cada vez mais difícil encerrar as pessoas em uma cultura ou em fronteiras nacionais.
Globalização, simplesmente...
Leia a entrevista que Manuel Castells concedeu ao El País.
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