Há uma máxima na cultura japonesa que diz que não se deve servir o próprio copo. Além de ser uma atitude solícita para com o seu próximo, torna-se também mais saudável ser servido, o que acaba por lhe previnir de beber sozinho, hábito que geralmente não é um bom presságio. Afinal, o bom costume de encontrar pessoas pode ser algo fácil de ser esquecido nesses dias de virtualidades. E quando encontramos pessoas onde menos esperamos é que temos a real noção de quão pequeno é esse nosso mundo.
Silkeborg, Dinamarca. Uma cidadezinha, ou uma grande vila, com um belo lago no centro. Simpática, principalmente com o verão maravilhoso que anda fazendo por aqui (para desespero dos irlandeses). Uma vez explorada a cidade, resolvi "me perder" pela Dinamarca... munido de um bom Sistema de Posicionamento Global (o famoso GPS), é claro!
Meu destino era Løgstør, uma vila na região de Nordjylland, na península de Jutland, pois havia um festival de jazz acontecendo por lá. Como parte daquela simpatia habitual dos europeus, o dono do albergue me deu uma carona até o centro da vila e me pagou uma cerveja. Conversa vai, conversa vem, descobre que sou brasileiro e me diz que há um restaurante brasileiro na vila, e que a dona é brasileira. Duvidei, no bom sentido, e ele me levou até o Café Kunst. Matilde, a dona, atarefadíssima comandando duas chapas de panquecas, a especialidade da casa, teve a paciência de me aturar com meu papo-furado! Muito simpática a moça!
Embora o site de turismo dinamarquês não cite (link), o Café Kunst serve comida brasileira sim... no menu tinha casquina de siri, camarão à baiana, e, claro, caipirinha!
No dia seguinte, apareci para o café, e para mais papo-furado. Matilde me sugeriu ir até Skagen, uma vila de artistas, passando por Blokhus e Løkken, duas praias famosas. Um passeio e tanto! Obrigado Matilde, os lugares realmente valeram a pena!
Voltando ao hotel, depois de um dia cansativo - dirigi quase 300 km! - não me restou outra alternativa do que tomar um bom vinho. Um maravilhoso Brunello di Montalcino, que havia comprado no caminho - olha a má intensão - e que paguei a ba-ga-te-la de 110 DKK, que dá mais ou menos 14 euros. Na Irlanda custaria 30! Com os devidos ornamentos - proscuito e mozzarella di bufala - já que o vinho é o prato principal, caí no dilema da filosofia japonesa: como servir-me do vinho sem me servir do vinho? Como servir uma taça que não posso tomar? Ligar para a recepção? Levar a garrafa no bar e pedir ao garçon? Não, muito embaraçoso...
E tudo isto enquanto o vinho decantava - claro que o abri! Como bebê-lo era parte de outro problema, abrir ou não abrir a garrafa não chegou a ser um dilema. E toda solução que envolvesse um terceiro, ou um segundo, neste caso, me parecia embaraçosa - como de fato é! Então, para evitar tais embaraços, camaradinha, não deu outra... o negócio foi deixar a etiqueta do lado de fora do quarto e entornar o vinho na garrafa mesmo!
SAÚDE!
Silkeborg, Dinamarca. Uma cidadezinha, ou uma grande vila, com um belo lago no centro. Simpática, principalmente com o verão maravilhoso que anda fazendo por aqui (para desespero dos irlandeses). Uma vez explorada a cidade, resolvi "me perder" pela Dinamarca... munido de um bom Sistema de Posicionamento Global (o famoso GPS), é claro!
Meu destino era Løgstør, uma vila na região de Nordjylland, na península de Jutland, pois havia um festival de jazz acontecendo por lá. Como parte daquela simpatia habitual dos europeus, o dono do albergue me deu uma carona até o centro da vila e me pagou uma cerveja. Conversa vai, conversa vem, descobre que sou brasileiro e me diz que há um restaurante brasileiro na vila, e que a dona é brasileira. Duvidei, no bom sentido, e ele me levou até o Café Kunst. Matilde, a dona, atarefadíssima comandando duas chapas de panquecas, a especialidade da casa, teve a paciência de me aturar com meu papo-furado! Muito simpática a moça!
Embora o site de turismo dinamarquês não cite (link), o Café Kunst serve comida brasileira sim... no menu tinha casquina de siri, camarão à baiana, e, claro, caipirinha!
No dia seguinte, apareci para o café, e para mais papo-furado. Matilde me sugeriu ir até Skagen, uma vila de artistas, passando por Blokhus e Løkken, duas praias famosas. Um passeio e tanto! Obrigado Matilde, os lugares realmente valeram a pena!
Voltando ao hotel, depois de um dia cansativo - dirigi quase 300 km! - não me restou outra alternativa do que tomar um bom vinho. Um maravilhoso Brunello di Montalcino, que havia comprado no caminho - olha a má intensão - e que paguei a ba-ga-te-la de 110 DKK, que dá mais ou menos 14 euros. Na Irlanda custaria 30! Com os devidos ornamentos - proscuito e mozzarella di bufala - já que o vinho é o prato principal, caí no dilema da filosofia japonesa: como servir-me do vinho sem me servir do vinho? Como servir uma taça que não posso tomar? Ligar para a recepção? Levar a garrafa no bar e pedir ao garçon? Não, muito embaraçoso...
E tudo isto enquanto o vinho decantava - claro que o abri! Como bebê-lo era parte de outro problema, abrir ou não abrir a garrafa não chegou a ser um dilema. E toda solução que envolvesse um terceiro, ou um segundo, neste caso, me parecia embaraçosa - como de fato é! Então, para evitar tais embaraços, camaradinha, não deu outra... o negócio foi deixar a etiqueta do lado de fora do quarto e entornar o vinho na garrafa mesmo!
SAÚDE!
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