A lógica binária - ou bolleana - é aquela do 0 ou do 1, do tudo ou do nada, do sim ou do não... é onde não há o meio-termo - o aspecto quântico da superposicão de estados. Na lógica binária ou você é 1, ou você é 0. O problema é definir o que é 1 e o que é 0.
Para tornar o abstrato um pouco mais concreto, deixemos 1s e 0s de lado - a definição do número 0 já é um complicador em sí só - e falemos do bem e do mal. Seja em religião, direito ou pura filosofia, bem e mal sempre terão um espectro oposto e dualístico, onde os positivos te conduzem a uma direção e os negativos à outra.
Por definição filosófica, bem e mal são absolutos, já que o objeto (a moral) que anunciam é válido independentemente do sujeito (que ou quem o pratica). Assim, afirmar que roubar é errado, é uma declaração absoluta que independe do sujeito - não é correto para ninguém roubar, e não só para certas pessoas.
Se atribuirmos a bondade ao desenvolvimento pessoal do indivíduo, a maldade seria o resultado de uma condição humana imperfeita. Se tanto o bem quanto o mal podem ser aprendidos simplesmente como consequência da estrutura cultural e social (um conceito pré-socrático, desnudado da moral rígida socrática e pós-socrática por Nietzsche em Para Além do Bem e do Mal), se são "aprendidos" podem também serem "esquecidos". Mas se não houver um "freio" - seja moral, social ou religioso - para o mal, dificilmente alguém que se beneficie desse mal desejará "desaprendê-lo", e conduzirá assim sua própria ética da vantagem pessoal em detrimento do próximo, o que num certo país da América do Sul é chamado de "jeitinho brasileiro".
Neste país também tido como terra de ninguéns, e sim de espertinhos, certos deles pregam que ensinar a moral do roubo não caracteriza roubar. E se defendem dizendo que os outros (de outros países) também fazem - o que é bem justificável. Dizem ainda que tais "dicas" são para que você "fique esperto" e não caia nos golpes. Por exemplo, ensinam como se faz para calotear sua conta de gás, de energia e de telefone, além de incentivar o calote na fatura do cartão de crédito... Claramente um serviço de utilidade pública, em que você, banqueiro, dono de empresa de energia ou de telecomunicações, lendo aquele purgatório social da internet, saberá se prevenir desses fulaninhos!
E o pior de tudo é que daqui do meu exílio voluntário, percebo que esses tais entidades brotam mundo afora, pregando tais ensinamentos, maravilhados, deixando todos bem alertas de que lá naquele paisinho a coisa é assim: bobeou dançou! E que com aquela gentinha não se mete, pois você pode se dar mal!
Fácil entender por que, embora muita gente lute contra, aquele país não vai para a frente.
Para tornar o abstrato um pouco mais concreto, deixemos 1s e 0s de lado - a definição do número 0 já é um complicador em sí só - e falemos do bem e do mal. Seja em religião, direito ou pura filosofia, bem e mal sempre terão um espectro oposto e dualístico, onde os positivos te conduzem a uma direção e os negativos à outra.
Por definição filosófica, bem e mal são absolutos, já que o objeto (a moral) que anunciam é válido independentemente do sujeito (que ou quem o pratica). Assim, afirmar que roubar é errado, é uma declaração absoluta que independe do sujeito - não é correto para ninguém roubar, e não só para certas pessoas.
Se atribuirmos a bondade ao desenvolvimento pessoal do indivíduo, a maldade seria o resultado de uma condição humana imperfeita. Se tanto o bem quanto o mal podem ser aprendidos simplesmente como consequência da estrutura cultural e social (um conceito pré-socrático, desnudado da moral rígida socrática e pós-socrática por Nietzsche em Para Além do Bem e do Mal), se são "aprendidos" podem também serem "esquecidos". Mas se não houver um "freio" - seja moral, social ou religioso - para o mal, dificilmente alguém que se beneficie desse mal desejará "desaprendê-lo", e conduzirá assim sua própria ética da vantagem pessoal em detrimento do próximo, o que num certo país da América do Sul é chamado de "jeitinho brasileiro".
Neste país também tido como terra de ninguéns, e sim de espertinhos, certos deles pregam que ensinar a moral do roubo não caracteriza roubar. E se defendem dizendo que os outros (de outros países) também fazem - o que é bem justificável. Dizem ainda que tais "dicas" são para que você "fique esperto" e não caia nos golpes. Por exemplo, ensinam como se faz para calotear sua conta de gás, de energia e de telefone, além de incentivar o calote na fatura do cartão de crédito... Claramente um serviço de utilidade pública, em que você, banqueiro, dono de empresa de energia ou de telecomunicações, lendo aquele purgatório social da internet, saberá se prevenir desses fulaninhos!
E o pior de tudo é que daqui do meu exílio voluntário, percebo que esses tais entidades brotam mundo afora, pregando tais ensinamentos, maravilhados, deixando todos bem alertas de que lá naquele paisinho a coisa é assim: bobeou dançou! E que com aquela gentinha não se mete, pois você pode se dar mal!
Fácil entender por que, embora muita gente lute contra, aquele país não vai para a frente.
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