Acabei de ouvir uma entrevista do Carlos Alberto Sandemberg com um professor, sobre os preços da carne na Europa, por motivo do boicote europeu à nossa carne (já discutido aqui). O tal professor quis, simplistamente, converter o euro para reais e dizer que o motivo do boicote é porque os preços na Europa são bem mais caros, e que a carne brasileira é competitiva. O que provavelmente é verdade, mas querer mostrar que 20 euros por um quilo de contra-filé equivale a quase 53 reais soa um absurdo.
Vamos aos fatos: é verdade que pode-se pagar até 20 euros por um quilo de contra-filé aqui na Irlanda, mas também é verdade que pode-se comprar diretamente nos açougues distribuidores - abertos ao público em geral - e pagar 8 euros o quilo. Além do que, seria no mínimo tendencioso não considerar outros fatores do custo de vida. Para dar um exemplo mais realista e sem muitas contas e números, usemos o Índice Big Mac*. Segundo a revista The Economist, um BigMac no Brasil custa em média R$ 6,40 (R$7,50 em São Paulo). Em Dublin paga-se €3 por um BigMac. Assim, podemos dizer que o salário mínimo em Dublin equivale ao poder aquisitivo de 3.06 BigMacs por hora. Numa carga horária de 8 horas/dia, daria 24.48 BigMacs por dia, e 489.6 BigMacs num mês de 20 dias. No Brasil, o poder aquisitivo equivalente a 489.6 BigMacs seria algo em torno de R$3133,44. Um belo salário mínimo, não?
* O Índice Big Mac (from wikepédia)
É um índice calculado sobre o preço do Big Mac em mais de 100 países, tendo como objectivo medir o grau de sobre- ou subvalorização de uma divisa em relação ao dólar americano, comparando os preços do hamburger Big Mac nos Estados Unidos com o preço do Big Mac do país no qual se pretende comparar a moeda. O princípio é que os procedimentos operacionais da cadeia de fast food McDonald's são os mesmo em todos os países em operação, inclusive a margem de contribuição por produto. Por exemplo, se um Big Mac custar 3 dólares em Nova Iorque e 3 Libras Esterlinas em Londres, significa que 1GBP equivale a 1USD. O índice foi criado em 1986 e é calculado pela revista The Economist.
É isto a globalização...
Vamos aos fatos: é verdade que pode-se pagar até 20 euros por um quilo de contra-filé aqui na Irlanda, mas também é verdade que pode-se comprar diretamente nos açougues distribuidores - abertos ao público em geral - e pagar 8 euros o quilo. Além do que, seria no mínimo tendencioso não considerar outros fatores do custo de vida. Para dar um exemplo mais realista e sem muitas contas e números, usemos o Índice Big Mac*. Segundo a revista The Economist, um BigMac no Brasil custa em média R$ 6,40 (R$7,50 em São Paulo). Em Dublin paga-se €3 por um BigMac. Assim, podemos dizer que o salário mínimo em Dublin equivale ao poder aquisitivo de 3.06 BigMacs por hora. Numa carga horária de 8 horas/dia, daria 24.48 BigMacs por dia, e 489.6 BigMacs num mês de 20 dias. No Brasil, o poder aquisitivo equivalente a 489.6 BigMacs seria algo em torno de R$3133,44. Um belo salário mínimo, não?
* O Índice Big Mac (from wikepédia)
É um índice calculado sobre o preço do Big Mac em mais de 100 países, tendo como objectivo medir o grau de sobre- ou subvalorização de uma divisa em relação ao dólar americano, comparando os preços do hamburger Big Mac nos Estados Unidos com o preço do Big Mac do país no qual se pretende comparar a moeda. O princípio é que os procedimentos operacionais da cadeia de fast food McDonald's são os mesmo em todos os países em operação, inclusive a margem de contribuição por produto. Por exemplo, se um Big Mac custar 3 dólares em Nova Iorque e 3 Libras Esterlinas em Londres, significa que 1GBP equivale a 1USD. O índice foi criado em 1986 e é calculado pela revista The Economist.
É isto a globalização...
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