Thursday, December 26, 2013

Nos velhos tempos...


Entre os vários rituais pagãos que acabaram fazendo parte do Natal, um deles, queimar o tronco de Yule (do nórdico antigo Jōl, hoje em inglês moderno, sinônimo de natal, época natalina), simbolizava a continuidade da sorte ao longo do ano. Os druídas costumavam mantê-lo aceso por 12 dias durante o solstício de inverno (por volta de 22 de Dezembro), e parte do tronco era guardado para a chama inicial que iria acender o tronco do ano seguinte. Os vikings esculpiam runas (inscrições antigas) nas toras e pediam aos deuses para afastarem o indesejado; geralmente a má sorte e a desonra, grandes valores da época.

Ninguém crê muito na sorte hoje em dia. E honra, nesta floresta de pedra da modernidade, muita gente nem sabe o que é, ou distorceu o sentido... e aquele princípio de conduta pessoal fundamentado na ética, honestidade, dignindade e coragem, entre outros, hoje são considerados virtuosidades! Aquele conjunto de normas, princípios e padrões sociais, amplamente aceitos e mantidos por indivíduos, para o bem de uma sociedade, que se bem me lembro dos valores que mamãe e papai me ensinaram, a honra já estava lá... mas parece que não mais.


Mizaru Kikazaru Iwazaru

Os Três Macacos Sábios é uma lenda japonesa. Eles são uma máxima pictórica que encarna o princípio proverbial "não veja nenhum mal, não ouça nenhum mal, não fale mal", mas no mundo ocidental, a frase é muitas vezes erroneamente usada para se referir àqueles que dão as costas para problemas.

Se uma coisa só fizéssemos, que fosse o que representam os três macacos sábios, aqui muito melhor representados...

Saturday, December 21, 2013

Outro tesouro

Já disse nesse espaço que tempo era um luxo - e ainda é! Eu, exemplo vivo, que o diga! Blogar, escrever, tocar... atividades que tanto gosto, estão ficando cada vez mais esparsas...

Mas há um outro tesouro, uma outra riqueza, que sempre que acho que tenho a graça de possuir, percebo que algo me falta, pois assim que alguém diz "eu tenho", já é o sinal de sua falta.

Humildade!

Entre tantos tesouros - saúde, tempo, bom-senso, sabedoria, sensibilidade - talvez a humildade seja o mais valioso de todos, e consequentemente o mais difícil de obter-se, devido ao intríseco poder de repulsão que ela possui.

Incrível o poder inverso que a humildade exerce nas pessoas: quanto mais humilde alguém se mostra, se apresenta, mais falta humildade no outro, próximo ou distante. É como se a humildade, não humilde ela mesma, não suportasse a convivência com outra de sua própria espécie, e travam então uma batalha de nervos, onde apenas uma delas acaba vencendo e botando a outra pra correr!

E se você for o azarado da humildade derrotada, só lhe restará rezar, camaradinha, para que um resquício qualquer de bom-senso o desperte da arrogância alucinada na qual você provavelmente estará atolado, a discursar absurdos cheio de propriedades, e com um pouco de sorte, você se retrairá a tempo de salvar um pouco de dignidade...

Rara e cara, desejada e difícil de se obter, e mesmo quando está disponível, acaba-se não tendo! E se de algo me falto, também me alimento, que a pele é a melhor escola - tudo que se sente na pele, sente-se mais; tudo o que se aprende pela pele, nos marca mais!