E aqui me parece necessário uma pequena definição de vírus, antes que tarde...
Um vírus nada mais é do que um programa de computador. Elementar, meu caro leitor. E já que todo vírus é um programa, deixemos logo explicitamente claro que o inverso não é verdade; nem todo programa é um vírus. Mais óbvio ainda? Ótimo, ou poderia alguém sair por aí a concluir coisas à forma dos lógicos: "se todo criminoso é um ser-humano, todo ser-humano é um criminoso!"
Pois bem, busquemos agora uma definição comportamental para vírus. O que vai mais lhe caracterizar é seu comportamento. O conceito de vírus chama a atenção para uma característica peculiar: a auto-replicação. Consta de 1948 o conceito de inteligência artificial e a possibilidade de vida artificial criada eletrônicamente. Seria isto já um virús? Creio que não. Embora a auto-reprodução seja o que mais caracteriza um vírus, ainda assim não é tudo.
Nos anos 60 estudantes universitários já criavam competições científicas com o objetivo de desenvolverem minúsculos programas de auto-replicação; nos anos 70 estudantes fizeram a primeira tentativa efetiva de desenvolver um software que se duplicasse e executasse alguma ação útil - viram? uma ação útil - mas foi só nos anos 80 que estudantes - eles de novo! - escreveram, para o Apple II, um programa que se auto-reproduzia. E nem mesmo assim poderíamos chamá-lo de vírus...
O termo "vírus de computador" foi cunhado por Fred Cohen, em 1986, na apresentação de um trabalho no seu doutoramento em engenharia elétrica da University Southern California. Ao cunhar o termo, aproveitou e definiu como sendo um programa que pode infectar outros programas modificando-os e incluindo neles uma cópia de si mesmo.
É isso? Hum... eu diria mais: além da infecção e da reprodução, creio que o ato, a intensão conta muito. Consta que o primeiro "programa malicioso" foi desenvolvido em 1987, também para sistemas do Apple II, por um garoto de 15 anos chamado Rich Skrenta. O programa se auto-instalava à partir do "boot" (carga do sistema operacional), reproduzia-se e, após o quinquagésimo "boot" da máquina, mostrava na tela a mensagem:
Elk Cloner: The program with a personality
It will get on all your disks
It will infiltrate your chips
Yes it's Cloner!
It will stick to you like glue
It will modify RAM too
Send in the Cloner!
Embora este "mal" seja considerado apenas uma brincadeira de mal gosto - a poesia é semântica e gramaticalmente ruim - este foi, provavelmente, o primeiro relato do ataque de um vírus. Outra característica virótica foi o fato de que o programa - Elk Cloner - ter sido também o primeiro a ser espalhado fora de laboratórios ou computadores onde estes experimentos eram criados e testados.
Diz-se que a idéia de desenvolver o vírus veio por acaso, já que Rich, para se divertir, gostava de pregar peças em seus amigos, e para tanto presenteava-os com jogos "modificados" - ele mesmo os modificava - para que, após um certo número de vezes que fossem acionados, parassem de funcionar, mostrando algum tipo de mensagem de humor sarcástico na tela. Quando seus amigos começavam a se interessar pelo jogo, ele simplesmente parava de funcionar. Após algum tempo os amigos de Rich aprenderam que não podiam deixar seus disquetes por aí, ao seu alcance, e foi assim que Rich teve a idéia de criar o Elk Cloner, para continuar a perturbar seus amigos sem que precisasse ter acesso aos disquetes.
Jargões às favas: a necessidade faz a força...
Diz-se que a idéia de desenvolver o vírus veio por acaso, já que Rich, para se divertir, gostava de pregar peças em seus amigos, e para tanto presenteava-os com jogos "modificados" - ele mesmo os modificava - para que, após um certo número de vezes que fossem acionados, parassem de funcionar, mostrando algum tipo de mensagem de humor sarcástico na tela. Quando seus amigos começavam a se interessar pelo jogo, ele simplesmente parava de funcionar. Após algum tempo os amigos de Rich aprenderam que não podiam deixar seus disquetes por aí, ao seu alcance, e foi assim que Rich teve a idéia de criar o Elk Cloner, para continuar a perturbar seus amigos sem que precisasse ter acesso aos disquetes.
Jargões às favas: a necessidade faz a força...
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