Sempre achei amigável, e ao menos simpático, tentar falar o idioma do país em que se está, nem que seja a China! Baseado nesta premissa, sempre estou com um
phrasebook no bolso, muita vontade e sem nenhum pingo de vergonha na cara, me metendo a falar qual seja o aidioma.
Com o Inglês, Francês e Espanhol, sem problemas... quase nem preciso do livro de frases, mas as outras... Lembro da vez que, em Praga junto com a Te, estávamos procurando as escadarias baixas que davam acesso ao Castelo. O mapa não era claro, e só nos restou perguntar... em inglês? Claro que não! Lá vou eu, metido que só vendo, perguntar, em Checo, pro policial aonde ficava a tal escadaria...
“Kde je ta dolní schod” ou algo assim, provavelmente sem a mínima fluência. O que eu não esperava (ou até esperava, mas acabei me surpreendendo) era o guarda entender o que eu havia dito e passar a responder, claro, em Checo!
Não fosse a universal linguagem dos sinais, eu estaria perdido. A Teresa diz que nada paga a minha cara de espanto frente à enxurrada de palavras sem o mínimo sentido que o policial passou a falar, eu procurando prestar o máximo de atenção que podia, e buscava me orientar nos gestos do homem, que desenhava o caminho no ar com as mãos, enquanto falava. Ao final, com um largo sorriso no rosto, só podia mesmo era agradecer: “Děkuji”!
Mal dobramos a esquina e a Te quase rolou no chão de tanto rir... “É, mas ao menos ele me entendeu!”
É preciso uma certa cara-de-pau e nenhuma vergonha pra enfrentar um situação destas. E atualmente venho enfrentando o mesmo, aqui em Antuérpia, na Bélgica. O idioma é o Nederlandês, falado na Bélgica e na Holanda, também conhecido como
Dutch ou
Holandês na Holanda, e
Flemish ou
Flamengo, na Bélgica, embora já tenha ouvido que
Flemish não é língua, mas dialeto. Sei não... O que sei é que se fala o mesmo idioma na Holanda e na Bélgica, com diferenças regionais que beiram as mesmas existentes no Português entre Portugal e Brasil, no Castelhano entre Espanha e América do Sul e no Inglês entre Inglaterra e Estados Unidos.
É verdade que quando estou trabalhando não preciso usar outra língua que não seja o Inglês, embora eu arrisque uma ou outra palavra em Nederlandês no restaurante da empresa, para pedir o meu prato. Igualmente no hotel, ou no centro da cidade, o Inglês e o Francês são bem falados. O problema está nos bairros... aí a coisa complica. Poucos falam outra coisa que não o Nederlandês, e você tem que soltar a língua mesmo, ou não vai ser compreendido...
Até que soltar a língua é fácil, pois sempre é possível montar as frases que se quer usar com calma... mas e entendê-los? Entrar numa lanchonete, pedir por um lanche qualquer só porque ele está exposto no display, o que deveria tornar a tarefa menos árdua, mas não... a pessoa vira pra você e pergunta algo do tipo “blijven of meenemen”, querendo saber se você vai comer na mesa ou prefere levar para viagem, ou ainda, “klein, gemiddeld of groot”, para pqueno, médio ou grande... Estas coisas te pegam de surpresa, e a inevitável cara de espanto instála-se no seu rosto!
Mas ainda assim, eu ADORO isso!!! =P
Saudações Linguarudas!