Friday, November 30, 2007

máfia & jazz

O bom e velho Cronemberg

Eastern Promisses é um filme para ser visto. Não posso dizer porque, não sei dizer porque, mas deve ser visto. Como quase todos os filmes de Cronember - Scanners (meu primeiro contato), Videodrome e Naked Lunch (meus dois favoritos), M Butterfly, Crash, eXistenZ, Camera, A History of Violence, e por aí vai, cronologicamente ou não.

Eastern promises fala de uma mulher que investiga a morte de uma jovem russa, prostituída e violada, no violento universo da máfia russa em Londres. Mas a sutileza dos personagens de Cronemberg é que é algo muito além de histórias...

* * *

Estive em Leeds fim-de-semana passado. Terra de Allan Holdsworth - na verdade ele é de Bradford, vizinha de Leeds. E estive lá justamente para o show de Holdsworth, junto com duas feras - o baixista Jimmy Johnson e o baterista Gary Husband. Bom show? MA-RA-VI-LHO-SO! Holdsworth com seu estilo inconfundível é ainda mais impressionante ao vivo, onde você pode constatar tanto a agilidade quanto a abertura de mão, usadas em conjunto.

Holdsworth se pôs bem à vontade. Chegou brincando com o público, como se conhecesse alguém. Tocou com descontração, bebeu muita água, destilou virtuosismo - até demais, diga-se. Mas faltou algo... faltou algo que só Holdsworth poderia mostrar: faltou o próprio Holdsworth! Aquelas frases geniais, aquela sensibilidade, aquele fator surpresa, o inusitado, além do comum, além do esperado.

Holdsworth não nos agraciou com as maravilhosas melodias que costuma mostrar em performances de estúdio, ou mesmo em trabalhos ao vivo.

E daquela simpatia toda mostrada no começo e durante o show, nada sobrou para depois do show: o que deveria ser uma "prometida" sessão de autógrafos acabou por ser alguns constrangidos apertos de mão sem sequer um sorriso - mas ele teve disposição para olhar para (e comentar sobre) a bunda de uma fã depois de um autógrafo, e depois deu as costas para alguns fãs que ainda esperavam por um autógrafo no CD comprado no show...

É... algo não foi bem naquele show. E era a própria banda, diga-se de passagem.

Ainda Dezembro? Finalmente!


Mais um fim de ano... e junto com as festas começam também as mesmas e velhas chatices natalíneas: o trânsito, que é sempre horrível, presencia o caos dos megacongestionamentos; as falsas liqüidações que tomam as vitrines de supostas lojas de grife, enquanto supostas liqüidações tentam se impor em falsas lojas de grife; gente triste que se veste de pacotes na esperança de encontrar a felicidade perdida, mesmo que passageira, e gente tristemente vestida de papai noel em busca de do dinheiro perdido, infelizmente passageiro; o frio e a garoa que já são bem deprimentes tomam uma dimensão surreal nesta época... mas com alguma sorte tem-se um pouco de neve, nem sempre; os dias que se tornam mais raros e preguiçosos, e só dão o ar da graça entre 9h e 15h; o amigo-secreto em que você sempre tira alguém que não conhece, aí é aquele constrangimento do aperto-de-mão, do tapinha nas costas, do "Feliz Natal pra você e pra família" a quem você só encontra no corredor uma ou duas vezes por semana; mais lixo ainda na TV, sempre as mesmas canções natalinas, um monte de gente bêbada... enfim, Natal!

E aquele Espírito Natalino, aquele verdadeiro, que esperamos encontrar nas pessoas mas nem sempre nos preocupamos em saber se também o transmitimos... será que aquele Espírito Natalino já era? Seria culpa da Igreja que supervaloriza valores muito religiosos e acaba afastando os não-religiosos ou não-católicos? Seria culpa das mensagens comerciais cada vez mais apelativas? Uma pergunta: que diabos (com o perdão da palavra) Aquele-Bom-Rapaz-Judeu tem a ver com o Natal se ele (dizem por aí...) nasceu em Fevereiro? Cristo só nasceu no dia 25 de dezembro por obra do papa João I, que decretou a data do natal no ano de 525, mudando o calendário cristão. Consta também que Cristo nasceu durante o governo de Herodes, no ano 7 a.C.: É... Cristo nasceu "antes de Cristo".

Sim, eu sei que o natal foi criado para a comemoração do nascimento de Jesus Cristo... e afinal, o que eu, um agnóstico de ascendência cristã, tem a ver com o natal? Bem, gosto das comidas, da festa, e aprecio presentear, especialmente crianças. Gosto também da paz que - falsa ou não - parece imperar nas pessoas. Em mim impera. Me torno mais ameno, receptivo, emotivo, sereno... e nesses momentos aproveito para refletir e fazer promessas a mim mesmo de melhoras para o ano que se avizinha... invariavelmente e inevitavelmente. Seria esse um Espírito Natalino ou apenas um resquício de algo maior que já se perdeu?

Seja o que for, já me basta!

Feliz Dezembro... Ho, Ho, Ho!!!

Thursday, November 29, 2007

I did nothing today...


Gozado observar o comportamento das pessoas em diferentes empresas... Tendem a se agruparem, é claro, mas tentar descobrir o fator agrupante é uma tarefa interessante. O que faz cada um se agrupar com este ou com aquele, aqui ou ali... e mais interessante ainda é quando os padrões são flexíveis.

Por exemplo, cá onde estou esta semana, há o grupo dos fumantes, composto por Sra. A, Sr. B e Sr. C. A, B e C dão, regularmente, suas escapadas para o cigarette break - a pausa do cigarrinho. Sr. D, que não fuma, eventualmente junta-se ao grupo para um bate-papo rápido nos fundos do escritório - o fumódromo.

Há também o grupo do almoço, composto por Sra. A, Sr. B e Sr. D. Eu participo deste grupo também, mas o Sr. C não! Ele parece não almoçar. Já o grupo do café, é composto pela Sra. A, Sr. C, Sr. D e o Sr. E. O Sr. B, que é fumante, estranhamente não toma café.

* * *

Os Jogos Olímpicos Dos Bêbados, um subproduto dos Jogos Olímpicos (Não-Bêbados), é uma competição atlética em que os atletas só competem quando estão bêbados muito além do humanamente aceitável. Os primeiros Jogos Olímpicos Dos Bêbados ocorreram em Utah em 2005. Foi durante uma Olimpíada de Bêbados que o popular empilhamento de copos foi inventado. Em janeiro de 2004, Bode Miller fez uma declaração arrojada e controversa sobre esqui enquanto estava completamente bêbado. Após um dia e meio de bebedeiras, Miller apareceu na ESPN2 proclamando orgulhosamente: "EAAMPH, Airgve Glub Spleeekd Waidaaded HAHAHA!!" Após consultarem o Dicionário Oxford de Bêbedêz-Inglês, a declaração de Miller foi traduzida aproximadamente como "É... eu esquiei à toa. Hahaha." O âncora do ESPNEWS Steve Berthiaume mostrou-se visivelmente irritado.

Cheque esta e outras curiosidades na mais nova e acurada Enciclopédia da internet: Uncyclopedia!


* * *

Ah... e o Corinthians está quase lá!

Tuesday, November 27, 2007

Certifique-se de cancelar seus cartões de crédito ANTES de morrer!

Pode ser mais um HOAX, o famoso ciber-boato, mas é engraçado, e achei que valeria a pena dividir...

Uma senhora morreu num Janeiro qualquer, e o banco cobrou-lhe a anuidade do cartão de crédito em Fevereiro e Março. Como as faturas não foram pagas, o banco passou a adicionar mensalmente as devidas taxas, juros e correções sobre o valor original. Vendo aquele valor crescer todo mês, o sobrinho da falecida resolve ligar para o banco:

Sobrinho: "Bom dia. Estou ligando porque minha tia faleceu recentemente mas vocês continuam mandando faturas para o endereço dela."

Banco: "Meu senhor, nos nossos registros a conta nunca foi fechada, portanto as últimas taxas ainda são aplicáveis."

Sobrinho: "Talvez vocês devessem encaminhá-las ao setor de cobranças."

Banco: "Como já faz se passaram mais de dois meses, já foram encaminhadas."

Sobrinho: "E o que eles farão quando descobrirem que ela está morta?"

Banco: "Ou enviam para o Departamento de Fraudes ou para o Setor de Crédito... talvez para ambos."

Sobrinho: "Você acha que Deus ficará chateado com ela?"

Banco: "Como?"

Sobrinho: "Você entendeu o que eu disse? A parte sobre ela estar morta?"

Banco: "Senhor, seria melhor o senhor conversar conm meu supervisor."

O supervisor atende ao telefone:

Sobrinho: "Olá. Estou ligando em nome de minha tia, e estou tentando explicar que ela faleceu em Janeiro."

Banco: "Bem, consta em nossos registros que a conta nunca foi fechada, portanto as últimas taxas ainda são aplicáveis."

Sobrinho: "Você quer dizer que vocês vão descontar dos bens dela?"

Banco: "Eh... O-o se-senhor é o advogado dela?"

Sobrinho: "Não, sou o sobrinho."

Banco: "O senhor poderia nos enviar a certidão de óbito por fax?"

Sobrinho: "Claro."

Após o banco receber o fax:

Banco: "Nosso sistema simplesmente não está preparado para mortes meu senhor. Não sei mais o que posso fazer para ajudá-lo."

Sobrinho: "Bem, se você descobrir como, ótimo! Se não, vocês podem continuar mandando-lhe as cobranças... não creio que ela irá se importar."

Banco: "Mas as últimas taxas ainda são aplicáveis."

Sobrinho: "Vocês gostariam de ter seu novo endereço de cobrança?"

Banco: "Sim, seria útil."

Sobrinho: "Certo, anote aí: Cemitério da Quarta Parada, Av. Salim Farah Maluf, s/nº, Quadra 26, jazigo 269."

Banco: "Mas meu senhor, isto é um cemitério!"

Sobrinho: "Ora, e o que é que vocês fazem com os mortos no seu planeta?"

Sunday, November 25, 2007

... eu tô voltando!

É, eu tô voltando... Depois de uma árdua experiência em Montpellier, França, volto pra Dublin - home sweet home.

Depois de tanto tempo na Irlanda, já havia me esquecido das jornadas de 12 a 15 horas de trabalho do Brasil... digo-lhe amigo, não foi fácil! Estou fora de forma! Duas semanas de trabalho, de domingo a domingo, das 9 da manhã até meia-noite, 1 da manhã, não foi fácil. O preço de um projeto mal-planejado - um disastre!

Mas já estou em franca recuperação. E como o perdão beneficia mais ao perdoador do que o perdoado, perdôo prontamente a todos que de alguma maneira me maltrataram, para que tudo se acalme novamente. Mas sempre lembrando que, como proclamado no "Livro das Virtudes Humanas - Lições A Se Aprender Antes De Morrer", não existe nada mais importante no mundo do que você mesmo, e embora possa soar egoísta, é o princípio de tudo, como explicam: "TÚ és o requisito mínimo para que possas fazer algo, até mesmo praticar o amor ao próximo. Preserve-te para que possas doar-te".


Agora só preciso lidar com minha consciência e convencer-me que não colaborei para um mundo pior, oferecendo alternativas ao capital humano - "Deus est machina!"

Sunday, November 11, 2007

Tudo em seu tamanho e em seu lugar

Em questão de segurança, nem mesmo a Europa é uma maravilha, sabemos disso. Mas também está longe, mas muito longe, dos problemas que temos no Brasil. E por quê? Ora, longe de querer ser o iluminado que diz o que anda errado aqui ou ali, posso apontar um dedo ou dois: educação. E educação é um problema até para quem é educado.

Aqui, aprende-se desde criancinha que todos têm um papel social a cumprir, com responsabilidade, e geralmente cumprem. Não é porque algum espertinho não respeita a pista correta para a conversão à direita que os outros também não a respeitarão. Têm-se um senso comum do que é correto, e ninguém precisa lembrar ninguém.

Outro exemplo. A reciclagem do lixo. A coleta é realmente uma coisa não muito eficiente: as latas verdes para os recicláveis - papel, papelão e latas - só passa uma vez por mês. Plásticos - não todos - devem ser levados aos centros de reciclagem, que não são muitos. Mas mesmo assim, as pessoas vão. E geralmente, não usam as latas verdes para outros lixos - a coleta das latas verdes são gratuítas, enquanto o lixo não-reciclável custa 8 euros [pouco mais de 20 reais] por lata de 240 litros.

Geralmente é este o "background" do europeu-ocidental. Há excessões, mas elas não são as regras, e assim todos vivem bem, mesmo os espertinhos que eventualmente são apanhados em suas pequenas subversões e muitas vezes têm que desembolsar a multa na hora - ao vivo e à cores, já que o euro é bem coloridinho, como o real (Parênteses: episódio de Os Simpsons em que o Brasil é esteriotipado com macacos nas ruas, bandidos por todos os lados, seqüestros, favelas - nada de novo, na verdade, só o fato Rio do Janeiro ser ao lado da Amazônia - e o dinheiro colorido - "coisa mais gay!", foi o comentário. Fecha parênteses)

Na mesma linha da conduta social, tem o governo, que não é dos melhores - governo e perfeição são palavras que não cabem no mesmo pote - mas tem seus méritos, nem tanto econômicos - já que deve seu sucesso aos incentivos europeus - mas sociais. Paga-se caros impostos por isso, mas eu acho que vale a pena. Tem gente que reclama: "Onde já se viu pagar impostos para sustentar vagabundos e drogados?" É um ponto. É apenas uma parte do dinheiro que vai para este fim - habitação e auxílio financeiro para quem não trabalha - e é esta mesma parte do dinheiro que mantém os níveis de violência baixos, pois o governo dá casa salário para essa gente. Eles têm três opções: 1) viverem com o mínimo possível, aquém do limite do que muitos considerariam humano e digno, e assim comprarem suas drogas e se matarem aos poucos; 2) viverem simples, mas dignamente com o pouco que o governo oferece; 3) arrumarem um emprego e mudarem de vida. É isso, o benefício desse dinheiro é que não se cria bandidos. Violência [quase] zero. Aqui na Irlanda só morre gente de velhice, em tiroteios entre gangues de narco-traficantes, acidentes de carro envolvendo bêbados e suicídio de adolescentes.

Ainda assim uma doce-triste realidade!

Aonde é o aqui?

Close your Eyes
Dinho Ouro Preto, Bebel Gilberto, Béco Dranoff




You know you can feel the breeze with patience of a lifetime
Dance above the trees to the rhythm in your mind
Gently touching your skin inside out
Floating on the seas, it carries me around

You can close your eyes and never be alone
You can close your eyes and never be alone
You can close your eyes and never be alone
You can close your eyes and never be alone

Penso em você, sinto um gosto de mar
Nos grãos de areia, e eu a rolar
Vou rodar o mundo , mas aqui é o meu lugar
Eu vou rodar o mundo mas aqui é o meu lugar

Tuesday, November 06, 2007

E a saúde, como vai?

Sete mulheres foram diagnosticadas com câncer de mama após serem inicialmente informadas que nada tinham pelo Midland Regional Hospital em Portlaoise, no Condado de Laois, República da Irlanda.

Das aproximadamente 2.900 mamografias realizadas entre Novembro de 2003 e Agosto de 2007, cerca de 250 foram re-examinadas e dentre estas, 45 mulheres foram chamadas para refazerem seus testes.

Imagina, se você já fica puto da vida - eu fico - quando entra no "recall" da montadora de automóveis e xinga todo mundo dizendo que "estes filhos da puta só querem saber de ganhar dinheiro, fazem um serviço de merda e depois incomodam a gente pra arrumar as cagadas deles", o que dirá se te chamarem pra um "recal" num exame de câncer?

Pois é, o Health Service Executive (HSE), orgão responsável em fornecer serviços sociais e de saúde a todos que vive na república da Irlanda, desculpou-se às 45 mulheres que receberam o comunicado para o re-exame, lamentando a tensão que a notícia pode causar. Para as 7 infelizes que tiveram seus diagnósticos alterados para positivo, depois da lamentação de praxe, a ministra da Saúde Mary Harney soltou uma pérola digna do Ibrahim Suede: "Infelizmente foi uma notícia ruim, mas veja pelo outro lado: se elas tivessem câncer e fossem posteriormente diagnosticadas como negativas, não seria uma boa notícia?"

SOCORRO!!! Chama o SÍNDICO, que isso é uma palhaçada! Chama a Father Ted, que só pode ser piada! Chama o Michael Moore pra refilmar o "Sicko IN Ireland"!

E depois apaga a luz e me acorda no próximo século!

* * *

E falando em Michael Moore, fui ver o Sicko. É bom, esclarece o que a gente já sabia - ou ao menos desconfiava: o sistema de saúde americano é uma merda puramente capitalista. Uma loja com uma vitrine bonita, com produtos caros e um atendimento terrível, com contratos com mais entrelinhas do que linhas, advogados corruptos e inescrupulosos que ficam procurando - e às vezes criando - coisas para você ser desqualificado quando precisa usar os alegados benefícios do plano.

Ok, ele é um pouquinho tendencioso sim, principalmente quando sai dos EUA e se arrisca a entender a saúde em países europeus... mas e daí? A verdade foi dita: o sistema de saúde americano é um negócio, onde pagar os serviços a algum beneficiado é perder dinheiro.

Sunday, November 04, 2007

Soft Porn ou Plástica por Caridade?

Tire umas fotinhos semi-nua, coloque na net e ganhe por click. O dinheirto vai para um "bolsão" que, ao final da quantia necessária, pode ser sacado e usado para uma operação de... AUMENTO DE SEIOS!!!

Esta é A idéia controversa de Jason Grunstra, o criador do site MyFreeInplants.com.

Enquanto alguns acusam-no de pornografia suave, outros acham a idéia genial, e uma maneira eficiente de mulheres consegiurem realizar seus sonhos - ter um peiuto grande!

Leia mais aqui.

Os Esgotos da Liberdade


Rio Grande, Ciudad Juarez, México. O rio está seco. É uma rua de terra, então, que separa o paraíso do inferno: El Paso, Texas de Ciudad Juarez, no México.

Fortemente vigiada, esta fronteira México-EUA é talvez a mais tentadora de todas as fronteiras americanas, pois basta atravessar uma ponte, uma rua, ou uma boca-de-lobo para se chegar à América! Conhecidos como "Os Esgotos da Liberdade", a rede de saneamento básico de Ciudad Juarez / El Paso são as vias mais procuradas pelos imigrantes clandestinos.

E quem são os clandestinos? Geralmente são jovens vindos do sul do país, que trabalham nas "maquilas", as fábricas norte-americanas transferidas ao México. Eles se alternam em três turnos diários de oito horas cada, transportados por ônibus particulares e vigiados por guardas e contramestres. Os interesses são enormes, e as máquinas não param nunca. Por um salário de US$ 50 por semana, o mínimo para sobreviverem e vislumbrarem um futuro tão monótono quanto o percurso do rio Grande. Se estivessem nos EUA, em um mês de trabalho clandestino poderiam ganhar o equivalente a um ano de salário de operário no México.

No balanço de 2006 foram quase 123.000 clandestinos interpelados, cadastrados e enviados de volta Ciudad Juarez. Com a mobilização dos 6.000 homens da Guarda de Fronteira, o número de travessias caiu pela metade, mas mesmo assim, quase 1 milhão de imigrantes conseguem penetrar ilegalmente nos EUA a cada ano. Muitas vezes ao custo da própria vida. Muitos são encontrados boiando no rio Grande ou estendidos no deserto ao oeste da cidade: são adultos, mulheres, crianças, idosos... não há idade ou sexo: todos mortos pelo sol, pelo calor e pela exaustão.

E o que procuram? Um trabalho, que pode ser o de empregado agrícola, ou de empregado doméstico, vendedor de pizza, jardineiro ou até mesmo lixeiro. E, o mais importante, uma escola e um pouco de futuro para seus filhos. Nada pode deter essa gente. Um muro não vai represar esse fluxo de pessoas. Apenas tornará a travessia mais dura e perigosa, e conseqüentemente mais cara. É que quando os caminhos "tradicionais" da imigração ilegal são cortados, os "coiotes" inventam vias novas. É aí que os preços aumentam, as mortes se multiplicam, e a máfia organizada assume o monopólio do tráfico de seres humanos, um negócio de US$ 1.500 por cabeça, e que representa uma mina de ouro, mais lucrativo do que uma caravana carregada de entorpecentes.

Os novos coiotes - pessoas que ajudam imigrantes ilegais a atravessarem fronteiras - não hesitam em abandonar uma mulher grávida no meio do deserto ou em roubar um grupo de 20, 30 ou 50 clandestinos, antes de abandoná-los, sem dinheiro e sem água.

O Diabo-Moita (The Evil Bush) - Ao invés da compreensão, a repressão.

Sabendo-se, estatisticamente, que aumentar a repressão nas fronteiras americanas só causa mais mortes e inflaciona o serviço de coiotes, por que a política americana insiste nesta tática?

Os planos anexionistas dos EUA no século XIX incorporaram (roubaram?) considerável parte do território mexicano ao americano. Ou seja, originalmente, o povo deveria estar lá! Se sob este ou aquele governo, não importa. E esse papo de "isso é coisa do passado" não cola não! Quer dizer que antes podia e agora não pode mais? Tem que haver reparação... REPARAÇÃO JÁ!!! Abram as fronteiras! Escancarem as pernas das putas capitalistas-imperialistas, que o falo dos desvalidos gozem nas entranhas da podridão sem-alma dos abençoados pela informação privilegiada e pelo nepotismo...

Por séculos e séculos, amém!

Leia a reportagem completa aqui.

Thursday, November 01, 2007

de Papéis & de Gêneros

Não sou machista, não sou feminista. Quem me conhece sabe que gosto das causas dos desprivilegiados, dos desfavorecidos, das minorias abafadas. É inerente à minha formação de esquerda: Marx / Trotsky / Adorno / Hokheimer / Gramsci / Etcetera e Tal. E mesmo abalada pelos erros históricos, a "Fé Esquerdista" me mantém na linha, longe da cultura do dinheiro e das tentações do consumismo desenfreado, longe do essencial-fugaz e do "shopping therapy". Mas quando se trata de "papéis sociais" sempre acabo gerando a discórdia, principalmente entre as mulheres.

Se alguém vier com a velha história que mulher é minoria eu viro a página. Mulher não é minoria nem aqui, nem na China... bem, talvez na China e na Índia, onde ainda se comete feticídios femininos [ter uma menina”, diz um ditado chinês, é “cultivar o campo de outros”; um ditado indiano diz que é “cuidar do jardim do vizinho”], mas fora estes absurdos, é comum haver um equilíbrio entre homens e mulheres na idade jovem, embora predominem as mulheres na fase adulta e na velhice.

Esclarecido o aspecto demográfico, passemos ao aspecto social - este sim, delicado. É aqui que mora a discórdia: entre o que passa na cabeça dos homens e o que passa na cabeça das mulheres. E por mais que sejam de Marte ou de Vênus, ainda assim os papéis sociais existem. Infelizmente, dirão uns. Felizmente, outros, mas o que basicamente difere é como e por quem eles devem ser cumpridos.

Os papéis sociais podem, num sentido bem amplo, determinar quem caça e quem coleta numa sociedade. Independente de macho ou fêmea, deve-se concordar que - até agora - estes papéis devem ser executados.

Como bons primatas, carnívoros e mamíferos, historica e antropologicamente herdamos alguns hábitos sociais: agrupamo-nos, acasalamos, procriamos, constituimos um lar e protegemos nossa prole. E para sobreviver [olha os "papéis" aí, gente!], caça-se e coleta-se: enquanto um trabalha o outro cuida, prepara e ordena o lar e a prole. Sejam homens ou mulheres exercendo estes papéis, não importa. E como não há uma linha divisória clara entre eles, um ajuda o outro dentro do possível, sem negligenciar seus próprios papéis. O que importa aqui é que ambos os papéis - igualmente importantes - sejam cumpridos. Não é porque o papel da caça - o trabalho - tenha sido secularmente desempenhado pelo homem enquanto o das prendas domésticas - a coleta - pela mulher que deva ser sempre assim, isso é certo... mas simplesmente "abandonar" o papel para reivindicar "igualdade" tampouco parece justo. Por isso é o momento de discutir estes papéis, tanto sociais como sexuais. É hora de cuidar do que foi abandonado, de rever o que foi reivindicado no desespero da repressão.

Por isso é que eu brado aos quatro ventos: Viva a executiva que trabalha 16 horas por dia e ganha $200.000,00+ por ano! Viva a mulher que freqüenta os bares em cachaçadas sociais e canta homens menos poderosos que elas! Viva as mulheres que sustentam seus maridos para que fiquem o dia inteiro em casa tocando um instrumento e escrevendo poesia!

VIVA O ÓCIO ULULANTE ! ! !

só pra anotar...

Loucura total: Tanta coisa acontecendo e eu aqui caladinho, caladinho... quase letárgico! É a "responsa", meu camaradinha, afinal, alguém tem que trabalhar, senão a geringonça pára!

Mas deixando de lado este meu eterno conflito de estar colaborando para o vil metal, lá vou eu, ao menos para anotar...

A Solução para o Brasil II

Desbancando Raul Seixas que queria alugar o Brasil, muito melhor parece ser arrumar um evento internacional qualquer e assim ter a "chance de ouro" para resolver "todos os nossos problemas". Que tal então, aproveitar e tirar vantagem da Copa do Mundo? Claro! Exatamente nestes termos é que se anda proclamando como deveria ser utilizado o "Orçamento da Copa": aproveitar a oportunidade e melhorar a infra-estrutura, arrumar de vez o transporte público, os aeroportos etecétara e tal... mas só nas cidades premiadas, é claro! E se sobrar, pensa-se no resto... Ou vai se gastar tudo em chopp?

É preciso sobrar alguma coisa pra se falar depois, né?

* * *

Velho agora é valioso!

Já se fala em "Apagão de Mão-de-Obra" no Brasil. Este mesmo apagão já conhecido pelos Estados Unidos e por grande parte da Europa. Fala-se na "Volta dos Aposentados", aqueles mesmos que foram desprezados, humilhados e descartados de seus empregos há alguns anos atrás e agora são valiosos...

É, ainda bem que tem gente que já conhece este filme...

* * *

E aqui na Ilha Verde do Eire...

Polêmica sobre o "Provisional License" - a carteira de motorista provisória, que pode ser adquirida num escritório após um teste escrito de múltipla escolha. Por lei, um "motorista aprendiz" precisa ter alguém qualificado - portador da carteira de motoroista definitiva - ao seu lado toda vez que for dirigir. O problema agora é que vão por em prática - deixar de fazer vistas grossas - a tal lei. E aí surgem as indignações, pois o sistema de qualificação para a carteira definitiva tem uma fila de espera [em média] de um ano, O transporte público é um problemão, e não há nenhuma perspectiva de mudança a médio prazo.

Fala-se também de como os "hábitos da bebedeira social" aumentaram nos últimos anos, e como os índices de acidentes envolvendo álcool aumentaram exponencialmente em relação às estatísticas passadas, a grande discussão é "o que fazer para mudar esse quadro?" Há quem pergunte: Não será exagero esses números todos, e no fundo somos apenas pessoas normais tentando se divertir? Eu só sei que, em meio a tudo isso, ainda é necessário ter uma receita médica para se comprar anti-inflamatórios!