Wednesday, December 24, 2014

Um estado de espírito

... ou Uma Oportunidade de Negócio


Seria o Natal um estado de espírito? Antes fosse...

Estado de espírito, ou em que estado seu espirito se encontra. As faculdades mentais do homem, em contraposição à parte física, à carne: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca." (Evangelho de São Mateus, 26, 41).

Já era, camaradinha! O que deveria ser uma celebração cristã, e para os não-cristãos ao menos uma oportunidade de cultivar atitudes altruístas, transformou-se uma simples data de comércio, incentivado por apelos consumistas.

Mas quem liga? É isso mesmo - NINGUÉM!

Calhei de estar no Brasil nesta época. Na TV - expressão máxima da condição e condução humana - os neo-messias anunciam aos pregões sobre a apocalíptica salvação que o desprendimento financeiro proporciona. Desprendimento financeiro dos fiéis seguidores - não dos pastores. A nova Religião do Consumismo também briga por fiéis, só que de maneira muito mais sofisticada do que o puro messianismo: eles entram na sua mentem, literalmente, e fazem você acreditar que precisa daquilo que não precisa. Poderosíssimos manipuladores de vontades alheias, fazem-no consumir com compaixão: presentes para a família, para os amigos, para os colegas de trabalho... quanto mais presentes, mais natalino você se torna.

De onde veio isso?!? Na Europa também se consome, mas não assim! Dos EUA, provavelmente... tudo de mal acusamos os EUA! Mas tudo de bom também lhes creditamos... como a fábula de Esopo sobre a língua: o pior e o melhor do homem.

Aqui se discute mulher levando cantada obscena nas ruas! Coisa cultural que ninguém entende! Tem gente que culpa a mulher de ser bonita e "provocar", por isso leva cantada! Elas ficam indignadas, e com razão, mas ao mesmo tempo classificam as cantadas: se partir de um gatinho, é elogio; se partir de um feioso, é assédio! E as propagandas de cerveja?!? Não se respeita mulher neste país... e elas hora gostam disso, hora abominam. Tem que se posicionar, senão ninguém entende nada mesmo!

Mas falando de paz, que é o que realmente importa, ao lado da saúde, tenho mesmo saudades daqueles Domingos de ruas desertas no bairro, a cidade, qualquer cidade praticamente deserta... Domingos de comércio fechado, transporte público rareado ou parado, sentar-se na calçada após o almoço e jogar conversa fora com os vizinhos, até o fim da tarde... Hoje tem gente que nem conversar conversa mais! É só computador, tablet e celular! E pior que essa incomunicabilidade, é estarmos todos condenados a ler a Veja, com suas idéias feitas disfarçadas de notícias, com seus interesses propagandísticos e manipulativos, tal qual os neo-messias e os invasores de mentes! E tem gente que acredita que aquilo é jornalismo! Primeiro que notícia velha não é notícia, é história. E a Veja é a Illuminati da mídia, com seu despotismo esclarecido! Leu a Veja? Azar seu!

É isso! Que o Natal lhe seja feliz, quando lhe vier. Enquanto isso, corre lá abrir sua felicidade, segundo a Coca-Cola!
"O que foi felicidade, me mata agora de saudade
Velhos tempos, belos dias
"
Esse é o Rei...

Wednesday, November 12, 2014

Saudades de Nápoles ~ Bertha Worms
de olhos bem fechados
e mente enebriada
deixo-me entrar, por acaso
nessa melodia de transcedência

sinto-me criança ainda
acolhido pela mãe:
o lugar mais seguro do mundo
de todos os tempos
passados e futuros

só essa distância
dos que me são caros
mais esta imensidade que sinto -
maior que tudo
- não são o bastante
para conterem as lágrimas
no coração
apenas.

e essa vontade imensa
de estar lá
onde quer que este lá seja...

Wednesday, July 09, 2014

A Pátria sem Chuteiras

Foi uma pena ver aquela garotada toda perdida em campo... garotos de vinte e poucos anos, com cara de choro, de desespero... Oh dó! Deu dó mesmo, mas logo lembrei de quanto eles ganham e a dó passou... Poderia ter dado lugar à raiva, mas não... raiva não. Deu lugar à indignação! Esse tanto de dinheiro pra quê? Eles produzem o quê? Entretenimento? É... deveria ser só isso mesmo... E juntando com os gastos da Copa, a corrupção da FIFA e a miséria brasileira, vira uma gororoba de sentimentos que, penerando, sobra o alívio!

Os alemães não imaginam, nem de perto, o favor que fizeram ao Brasil - digo Brasil como nação, e não o Brasil do torcedor, essa subclasse da violência e do fanatismo! No outro extremo, temos o torcedor Irlandês, que vai assistir a um jogo amistoso Brasil vs. Irlanda e, sentado, aplaude as jogadas! Pode parecer aborrecedor, mas me parece uma questão de educação.

Mas eu dizia do favor que os alemães fizeram ao Brasil, pois finalmente, e tomara que permanentemente, vamos perder essa áurea danosa de país do futebol, e quem sabe, passar a nos concentrar em coisas mais importantes.

Agora, para fechar a Copa das Copas com chave de ouro, só falta mesmo a Argentina ser campeã!

Tuesday, July 01, 2014

Óia a Veja!

Era para eu ter postado antes, mas acabou dando um pau no bicho-computador e o meu texto todo digitadinho foi-se. Aí desanimei... isso sem falar na censura! Tive que sair do Brasil para poder postar!!!

CENSURA DA VEJA: postei um comentário no artigo As caneladas de Dilma em Nelson Rodrigues são um insulto ao Brasil que pensa, do jornalista Augusto Nunes, PUBLICADO EM 20 DE MAIO de 2013, e o “moderador” da revista VEJA - vulgo Óia! - vetou!

Vetou por quê? Por quê vetou?

O artigo cita uma citação (sic) no Portal do Planalto - uma declaração da Presidente? Do Lula? - que diz“... Ele (o cronista Nelson Rodrigues) dizia que se uma equipe entra... eu não vou citar literalmente (o grifo é meu), não, mas se uma equipe entra para jogar com o nome Brasil, se ela entra para jogar com o fundo musical do Hino Nacional, então ela é a pátria de chuteiras” (grifo meu novamente).”.

Postei que, embora seja claro que foi dito “não vou citar literalmente”, o colunista cismou com o artigo “de”, já que o livro de Nelson Rodrigues é A Pátria EM Chuteiras. Eu digo que o povo - e todo mundo - entendeu o recado. Ele foi implicante mesmo!

Mais adiante tenta associar todos os problemas históricos do Brasil ao governo PT. Eu, longe de defender o PT, apenas apontei a irresponsabilidade do colunista e sugeri que ele se informasse mais e que escrevesse, já que a coluna é intitulada Direto ao Ponto, sobre assuntos mais relevantes, e não sobre preposições e verdades parciais.

E A ÓIA NÃO PUBLICOU MEU COMENTÁRIO!!!

Ah... também termino o comentário “lembrando” que tal “artigo” foi publicado na Veja, que não é e nunca foi jornalismo, e portanto, o artigo é apropriado. Assim como colunista.

Peguei pesado?!?

Saturday, June 14, 2014

A Cambada de Preto


A Cambada de Preto - leia-se a cambada vestida de preto - é outra onda brasileira de imitar tendências internacionais. E como quase tudo que invade nossa praia, acaba criando um mar de aproveitadores, oportunistas, interesses escusos e bandidismo.

Surgido na Alemanha no final dos anos 70, início dos 80, o Schwarzer Block, ou Black Boc em inglês, é uma tática de protestos e passeatas onde os indivíduos usam roupas pretas, lenços, óculos escuros, balaclavas, capacetes, e outros items para cobrirem o rosto, com a intenção de que a massa pareça compacta, distinta, não-identificável. Assim intimidam, parecerem numericamente superiores do que são, e covardemente se escondem atrás de suas máscaras.

Frequentemente associados com anarquismo e proclamando-se anarquistas eles mesmos, intriga-me saber se teriam, nas manifestações brasileiras, pessoas que realmente se consideram anarquistas - sabendo o que realmente é o anarquismo.

Esse é um debate antigo. Desde a resistência aos militares nos anos 60 discute-se se a luta deveria ou não ser armada. E como bem colocou Ferreira Gullar uma vez, seria estupidez partirmos para a luta armada contra militares: nós, civis em busca de justiça, eles, soldados preparados para a guerra e no poder, conduzindo o aparato da repressão, no campo deles, a guerra! A saída, dizia Gullar, seria atacarmos com o que temos de mais forte: a inteligência; em nosso campo, a cidade.

Protesto inteligente é o que atinge o cerne - não a superfície - do problema. Quebrar patrimônio público e cercear o direito de ir e vir é abuso, oportunismo e burrice.

Thursday, June 12, 2014

De Abuso e de Direito

ou a balela da liberdade democráticia.

Lembro que Junho de 2013 um grupo de brasileiros resolveu bloquear a O'Connell Street, uma das ruas centrais do centro-norte de Dublin, capital da República da Irlanda. Centenas de pessoas gritavam "Oohh, o Brasil acordou, o Brasil acordou!", e apesar dos cartazes dizendo "Sorry 4 the inconvenience. We're building a new Brazil!", ninguém entendia bem o que a O'Connell Street e as pessoas que a usam tinham a ver como o caos que aquela obstrução causava! Como disse à época, deviam sim segurar cartazes que dissessem "Desculpem-nos por não respeitarmos o seu direito de ir e vir e por fazer protestos contra nosso país corrupto aqui, em suas ruas!".

Saca só, que bonitinho:


Tem até um filme atualmente em cartaz, chamado Junho - O Mês que Abalou o Brasil:

Uma "rebelião" puramente acéfala, como diriam, já que sem partido, discurso, ou bandeiras - foi um marco nos protesto através do caos coletivo, que na verdade representa um grande foda-se à liberdade de ir e vir dos outros (ah, teve os R$0,20 de almento na tarifa dos ônibus)! O filme mostra manifestantes que foram feridos, como a garota que levou um tiro de bomba de efeito moral na cara e foi parar no hospital! Mas também não podemos esquecer o cinegrafista que morreu com um rojão atirado por um manifestante. Ou seja, é um campo de batalha... é isso que queremos para expressar nosso descontentamento com alguma coisa? O que quer que seja: governo, salário... até Copa!

Copa, que no fundo é sobre esporte, e esporte é jogo, e jogo pra que serve? Para o desenvolvimento do ser humano. É jogando, simulando lutas, caçadas e fugas que as crianças se preparam para a vida adulta. E sendo o futebol nada mais que um jogo, é justo termos torcida à favor e torcida contra. Faz parte do processo democrático, não? Mas as TVs, a mídia em geral, através de seus comentaristas e colunistas, e o governo, andam numa campanha louca contra os que estão contra a Copa. Mas por quê? Só porque o Brasil gastou o que não podia com estádios megalômanos e projetos super-faturados e não querem fazer alarde? E não só os nossos políticos levaram a bufunfa, mas a FIFA principalmente!

Pois é, atualmente há leis estaduais que proíbem a venda de bebidas alcoólicas em estádios, e o Estatuto do Torcedor barra a entrada do goró. O governo diz que a Copa é um evento específico e que precisa de regras igualmente específicas. Mas, nesse caso da bebida, a mudança seria sobreposta a eventuais regras contrárias em âmbito municipal ou estadual. Uma alteração e tanto, só para acomodar a Budweiser, uma das maiores patrocinadoras da FIFA...

E o governo, para desviar as atençoes, ajudam - e incitam - o fanatismo, um patriotismo messianismo ao país do futebol, onde o futebol também é religião!

Recentemente assisti ao longa O Velho - A História de Luiz Carlos Prestes, e com saudosismo vi, o que um dia foi, manifestações organizadas e conteudísticas! Uma época em que, sem facebook, twitter ou youtube, pais podiam dar palmadas em suas crianças quando merecessem, criavam-se seres não só inteligentes mas pensadores e com atitudes corretas perante valores básicos de uma sociedade. E estamos falando de comunistas lutando contra militares, estes matando e torturanso, aqueles sonhanbdo com a luta armada como meio à utopia socialista...



E tem gente que se acha no direito de ... no país do futebol!

Monday, May 12, 2014

Foi esse o sonho...


Uma mulher me falava que meu pai e minha mãe tinham sofrido um acidente. Era em Dublin, tenho quase certeza. Eu a interrogava “Onde eles estão?” e ela dispersava, “Ah, estão ali...” “Onde?”, gritava desesperado, “Ali...” e apontava displicentemente para um beco escuro, e alertava: “Mas se eu fosse você eu não iria lá...”.

Claro que eu fui.

Entro no beco e encontro minha mãe caída, desacordada, e meu pai cambaleante, tentando levantá-la. Num instante - num daqueles instantes de sonho que transgridem todas as leis da física - estávamos todos no saguão de um hospital: lembro-me bem de pai, Alê e Teresa. Tem mais gente mas não me lembro quem são, ou não vejo seus rostos. Todos estavam bem calmos, esperando não sei o quê. Eu só queria chegar ao quarto de minha mãe.

Peço informação. Era o quarto número 9, mas disseram que eu não saberia chegar lá... Mostraram-me o mapa do hospital, que parecia o James Connolly, lá de Blanchardstown, em Dublin, mas as imediações tinha a representação urbana de Barcelona, na Espanha.

Chamei Teresa para dar uma olhada no mapa, na esperança de que ela conhecesse o caminho, mas ela estava distraída... Peguei o mapa e disse “Deixa que eu me viro.” Chamei Alê para ir comigo. Ele veio, mas no caminho nos perdemos um do outro. Pedi informação para um enfermeiro-estudante - era um hospital universitário. Ele pegou o mapa, olhou, coçou a cabeça, chamou outro colega, “Não é aquele lugar onde não se pode dormir à noite?”, “Sim, lá não se dorme...”. “Tudo bem”, disse, "eu só quero chegar lá!".

O enfermeiro-estudante me conduziu, correndo um pequeno trote, entre portas e corredores. Um verdadeiro labirinto, e conforme nos emaranhávamos hospital adentro, suas alas ganhavam um aspecto de abandono, de desolamento.

Chegamos ao lugar. O enfermeiro sumiu - mais uma daquelas distorções das leis da física. A porta do quarto número 9 ficava numa parede, e parecia uma gaveta. Confuso, abro a tal porta e vejo o corpo de minha mãe. Embora ela estivesse bonita, não aguento a imagem e despenco em prantos. Retoricamente me pergunto "Por que não me avisaram antes?", já que eu tinha a impressão de que todos sabiam, menos eu.

Acordo... e me concentro em entender o sonho. O número 9.

Para quem acredita em numerologia, o 9 encerra um ciclo natural, a morte de um ciclo e as portas para o início de outro. Pode ser interpretado como o fim das ilusões ou como um recomeço.

Eu, que sou e sempre fui cético para estas coisas, acabo dando ouvido mais pela mitologia, como fenômeno popular de transformação e sua capacidade de conectar diferentes culturas através de histórias, geralmente baseadas em tradições e lendas feitas para explicar os fenômenos naturais, a criação do mundo, o universo ou qualquer outra coisa além da simples compreensão.

Nessa linha, tem um mito bem descritivo da essência do número 9: o Mito da Descida de Ishtar ao submundo. Ishtar, deusa suméria da fertilidade, do amor, da guerra e do sexo, desce ao submundo através de uma imensa caverna vertical e conforme avança os sete portões do inferno, um guardião retira uma peça de seu vestuário real. Quando chega ao fundo do poço, Ishtar está totalmente nua, despojada de suas armas e atributos reais, de seus símbolos de status e de realeza. Voltou ao seu estado original. Quando consegue voltar, ela está modificada - pode-se dizer que morreu e renasceu.

Está aí uma boa explicação para o meu número 9...

Thursday, May 08, 2014

a chama que vem de fora


        Qualé, qualé, qualé quelé
de quem é a vez, a vez de quem é
do velho da velha da moça do moço
carteira celu documento e trôco

        Qalou, qalou, qalhou de qalar
do que viu não gostou e não soube falar
qala discórdia da barulhenta horda
silêncio vazio arredio e qalhorda

        De porre, de porre, só mais um gole
esfolegue e esfole caramucho no bucho
desforre ocaso da morte e desporre
s'imole em flamejar de fogo estrebucho

assyno eduardo miranda,
d este temporário porto imsseguro da Terra Brazillis,
oje, qvª-fejra, oitº dia do qvjº mez d este anno de MMXIV

Wednesday, February 19, 2014

Como você é mal-humorado!!!

Detesto gente mal-humorada! Podem me chamar de intransigente e desconectado - como já fizeram, mas ainda assim considero um ponto-de-vista... agora MAL-HUMORADO?!? Isso não!

E não é só questão de senso de humor não... vai além. Falta de senso de humor é como não entender a piada, se você explicar, capaz do outro até entender... mas quem aí quer explicar piada? Não tem pior coisa do que tentar explicar uma piada. Você mesmo acaba se sentindo ridículo, e o fulano vai acabar soltando um risinho sem graça ao invés da merecida gargalhada.

As pessoas deviam usar um sinalizador de mau-humor. Onde quer que fossem, teriam o sinalizador dependurado no pescoço; uma placa grande o bastante para ser lida, digamos, a 5 metros de distância, onde um lado diria BEM-HUMORADA e o outro MAL-HUMORADA. Tal qual as placas de Aberto / Fechado das lojas. E em letras garrafais, para ajudar, e o bem-humorada em verde e o mal-humorada em vermelho. Seria mais simples, não? Muito melhor do que receber uma patada por um simples bom dia.

Sinaleiros à parte, mau-humor versus bom-humor, todo mundo tem o direito de ficar mal-humorado. Mas SER mal-humorado é diferente... requer esforço e dedicação, acredito. Não deve saer fácil entornar tudo que lhe é dito em algo depreciativo, negativo e mal-humorado! Se fosse eu, por exemplo, tentando ser mal-humorado, acabaria rindo de situações, ou acabaria dizendo algo engraçado sem querer... mas não! Os realmente mal-humorados conseguem manter-se lá, firmes, no lado obscuro do dia quiça da vida!

Ô tristeza...

Tuesday, January 21, 2014

Me chamaram de intransigente...

Intransigent, by Derrick Higgins
Me chamaram de intransigente... Justo eu!!!

Intransigente, adjetivo de 2 gêneros para aqueles que não transigem - para os que não toleram. Também usado para descrever quem é austero e rígido, e por vezes inflexível.

E já que transigir foi citado, cabe dizer que é verbo transitivo e intransitivo, portanto transigimos algo ou a algo, sempre por meios de concessões recíprocas, que é o jeito de se contemporizar, conciliar, condescender e ceder.

E intolerante, também adjetivo de 2 gêneros dos que não toleram e não manifestam indulgência, contrários aos princípios da liberdade, que não aceitam ou compreendem diferenças de opinião ou de conduta, sectários.

Isso dito, retoricamente me pergunto: onde me encaixo?

Sunday, January 19, 2014

Me chamaram de desconectado...


Gerenciamento do tempo hoje em dia é uma dádiva! Eu que o diga! Sem tempo para muita coisa além do trabalho e da família, os poucos momentos que tenho livre são muito valiosos. E não são muitos estes momentos... bem menos do que eu gostaria!

E é fácil saber quanto tempo livre eu tenho. É só reparar a frequência com que posto nos meus blogues! Quase nada! Indo mais além, tem minha produção literária que está quase inexistente; TUDA sempre atrasada, a música, quase que abandonada, coitada... e o negócio dos vinhos, embora a passos lentíssimos, moribundo se arrasta!

E vieram me chamar de desconectado... Vai ver que sou mesmo!

Tem facebook, twitter, instagram, youtube, whatsapp, viber, g+, linkedin, blogger, wordpress, outros ainda têm orkut, tumblr, pintrest, yahoo, bing, mais o celular, o sms, os emails...

Não dá gente... é muita perda de tempo, não?!?

Saturday, January 18, 2014

deus das pequenas coisas

... ou a arte de se surpreender sempre

Surprise ~ Leonard Filgate
Sem querer me referenciar ao livro de Arundhati Roy, é realmente impressionante como pequenas coisas afetam o comportamento das pessoas e suas vidas! Hoje, quando voltava da caça (entenda-se trabalho, que é a caça moderna), vinha pensando com meus botões, em coisas da vida, como a idade chegando, os pequenos prazeres que valem a pena, as incontáveis coisas que não valem a pena, o mundão ainda por descobrir... e inevitavelmente me veio a imagem da Teresa, num país qualquer em que viajamos, observando uma paisagem e me pedindo para tirar uma foto... Sorri. Andando na rua, sozinho, sorri, ri mesmo, de uma alegria imensurável, pela imagem que me ocorrera, e por saber que a poucos passos estaria em casa, e ela estaria lá...

Eu por exemplo, tenho amigos de todas as categorias: solteiros, casados, separados. Dentre os solteiros há os aventureiros que navegam e pescam em quaisquer águas, e há os que querem achar um porto para seu barquinho. Dentre os casados há os que cuidam bem do seu jardim, há os acham a flor do vizinho mais cheirosa do que a dele, e há os que pulam a cerca em busca da flor alheia. Os separados geralmente navegam entre estas situações...

Tenho certeza que alguns amigos ficariam surpresos, ou mesmo com aquela pontinha de inveja. E essas coisas ainda me surpreendem, e eu me pergunto: como posso, na minha sensibilidade poética e musical, não ser assaltado por tais sentimentos com mais frequência? Culpo o trabalho, o dia-a-dia, e as pequenas coisas consumidoras de tempo - jogos eletrônicos, mídias sociais e TV. Nestas últimas nem me atenho... uma tvzinha de quando em vez e só.

O que eu quero mesmo é ter a disposição dos meus trinta anos quando estiver nos 60... será que é pedir demais?