Saturday, December 23, 2017

colhões, é preciso!


Ter colhões nada mais é do que ter coragem. Expressão sexista, é verdade, pois mulheres não tem colhões. E como lá na Terrinha de Portugália tudo é mais civilizado, eles dizem que és "um homem de tomates!", o que soa bem menos chulo e sexista. Mas para as mulheres, dizem que és "uma mulher de cona funda"! Vai entender...

Falo de colhões, tomates e conas porque sempre que tenho uma idéia literária que não é propriamente desenvolvida, geralmente devido à falta de tempo, acabo me pergurtando quando é que vou tomar vergonha na cara (ou ter colhões!) e me dedicar à literatura em tempo integral! Trocar a comodidade e a segurança da féria mensal pela incerteza da literatura? É... precisa de muito colhão para viver de literatura, e muito mais para morrer de literatura! Assim, por enquanto vou passando...



Mas é natal afinal, e novamente. Ainda bem! Significa que sobrevivi mais um ano! Ao mesmo tempo, começa tudo de novo, o mesmo ovo, do mesmo cu sujo da mesma galinha de ouro... o tal Consumismo, aquele Senhor das Terras Distantes, refinadíssimo, que nos encara com seus olhos de fornalha, seus brincos de tortura e seus colares de acorrentes, que nesta época do ano se veste de papai noel, e sobrevoa o abismo vertiginoso do consumo despropositado.

Mas pode ser que haja uma luz, minguante luz, no fim do túnel...

Baseado na ideia de que os recursos do planeta um dia se esgotarão, o conceito de Decrescimento Econômico conquista cada vez mais adeptos mundo afora. A mim, no cume da minha leiguice, parece uma solução bem viável, baseada principalmente no princípio da relocalização, que tem a ver não só com a redução da energia necessária para o transporte, mas também com o fomento da cooperação de base (vixe, tão comunista...) numa escala onde as comunidades possam retomar o controle das economias locais. Claro, não há mágica, mas poderia ser uma opção em meio ao crescimento e consumismo desenfreado, onde a maioria dos bens que consumimos vêm de longe, e não necessariamente sabemos como são produzidos, tampouco nos importamos com o quão eticamente são produzidos.

Sem falar da pegada ecológica que eles deixam para trás (toda essa livre movimentação de bens - eu disse bens, porque pessoas precisam de "visto"), tudo para optimizar o lucro dos investidores... Essa é a palavra-chave hoje em dia no mundo corporativo. Tenho certeza que você não só já ouviu mas também sabe muito bem o que quer dizer: tudo para "eles", migalhas para você.

E quem tem o poder? O Capital! E o Capital precisa de... consumidores! Então, quem tem o poder é VOCÊ, consumidor! Basta decidir não consumir! Ou ao menos consumir com responsabilidade. Por exemplo, boicotando produtos Israelenses em protesto à expansão territorial arbitrária e à matança sistemática de civis, incluindo crianças! E não me venha com esse papo de anti-semitismo, pois não se trata de ódio ao povo judeu, e nada contra seu histórico étnico, cultural ou religioso. O fato é, as ações políticas de seus líderes são crimes contra a humanidade!

É, pode soar um pouco chato, mas é essa a minha mensagem de natal, que envio para mim mesmo... mas se alguém quiser plagiá-la, fique à vontade.

  • Assuma responsabilidade pela face do mundo
  • Estabeleça os limites de uma vida privada
  • Faça contato visual com as pessoas, e bata-papo de verdade (não por email, texto, celular)
  • Contribua para alguma boa causa
  • Compre menos, muito menos, nesse natal (talvez a mais importante)
  • E do pouco que comprar, compre com consciência!

Além do mais, como dizia Walter Franco, naquele lindo estribilho:
Tudo é uma questão de manter
A mente quieta
A espinha ereta
E o coração tranquilo
É, camaradinha... haja tomates - e conas!

<8¬]=
Ho... Ho.. Ho.

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