Deu na mídia semana passada (mídia real, de verdade... o bom e velho jornal) que o Facebook - que eu gosto de chamar de Livrocara - atingiu a marca de 2 bilhões de usuários por mês! É muita gente perdendo tempo nesse programinha, não?
Nada de errado com isso, alguém pode dizer... cada um perde seu tempo como quer! Afinal, a recém renovada "missão" do Livrocara é dar às pessoas o poder para construírem comunidades, e juntas tornarem o mundo mais próximo.
Quem engole tal balela?
A primeira pergunta, e bem básica, que vem à mente é Por quê? E para entendermos o Por quê da questão, devemos entender o Para quê e o Para quem!
O escritor laureado John Lanchaster, num ensaio revelador para a revista The London Review of Books, desvenda alguns fatos que Zuckerberg - o Zuck - faz questão de não divulgar! Sim, fatos, e não "teoria da conspiração", uma tarja bem comum atualmente, usada para dissimular as pessoas dos grandes esquemas que cada vez mais vão sendo revelados mundo afora, geralmente arquitetados, facilitados e financiados pelo Capital.
A coisa toda remete à 2012, quando Zuck resolveu vender ações do Facebook na Bolsa de Valores Americana. Um pequeno parênteses: dizem que foi em 2012 que Zuckerberg pensou em ganhar dinheiro pela primeira vez, mas todo mundo que assistiu o filme do Social Network (brilhantemente traduzido em Pindorama como A Rede Social) sabe que ele era mal-caráter e ganancioso desde o começo, que passou a perna em todo mundo envolvido no protótipo do que hoje é o Livrocara, roubou não só a ideia, mas também o dinheiro das pessoas que o contrataram.
O Facebook tem muita, mas muita informação sobre sua "comunidade". E podem classifica-las com uma especificidade nunca antes vista: pode ser demográfico (por exemplo, pessoas entre 30 e 40 anos, do sexo feminino), geográfico (pessoas num raio de 50km da cidade de São Paulo), e ainda baseado no seu perfil no Facebook (solteira ou casada, com ou sem filhos, preferências sexuais, etc.).
Assim podemos entender o Para quê e Para quem: a verdadeira missão do Facebook é vender espaço para anúncios publicitários para seus clientes. E não se iluda achando que você, mero usuário do Facebook, é o cliente... quem paga por aqueles espaços são os clientes! E você, usuário dependente dessa droga, apenas trabalha para o Facebook, fornecendo a ele suas informações pessoais, suas preferências, sua localização, suas ideias e opiniões, além de sua família e amigos. Todo mundo agregando valor ao Facebook!
E o modelo facebookiano parece ser infalível, e baseia-se num princípio de que "imitar é a raiz de todo o comportamento". Ainda, de que as redes sociais "são nossa (seres-humanos) natureza". E dói perceber de que eles não estão errados! As pessoas adoram ver os outros, e adoram serem vistas pelos outros, e para isso constroem uma imagem online de como gostam de serem vistas pelos outros, e se empenham muito em divulgar essa imagem!
É a coisa mais estúpida já inventada pelo homem, e ao mesmo tempo a mais brilhante! O Facebook - e todas as redes sociais - não está nem aí com o caminho que a humanidade pode tomar, afinal todas as coisas ruins que acontecem conosco são coisas que nós fazemos. O Facebook apenas permite que as pessoas se conectem... e as pessoas se conectam. Se conectam àqueles que pensam como eles! E embora ainda não haja estudos suficientes que possam provar o quanto perigoso a criação dessa "bolhas" é para a sociedade, as consequências já estão começando a surgir, e a velha ideia de "nós" está se estreitando cada vez mais, e a humanidade como conhecemos, está ficando menor e menor...
Mas vender informação e espaço para publicidade é apenas o primeiro aspecto do Facebook. O segundo aspecto surge da percepção de como essa especificidade de informação pode ser usada. Bem-vindo ao fake news!
Fake news e post-truth são termos cada vez mais comuns hoje em dia, que começou a feder mesmo com os escândalos de influência das mídias sociais nas eleições americanas e no Brexit! Tanto que o próprio Zuckerberg assumiu publicamente que sim, pode ter havido informações falsas no Facebook!
Como princípio capitalista, o Facebook não tem o mínimo interesse financeiro na verdade. A internet já nos ensinou muito bem que se o produto é gratuito, você acaba sendo o produto! Negar isso é ingenuidade, aceitar ainda é uma opção - mas pode deixar de ser! Uma vez que os clientes do Facebook não são seus usuários, por que se preocupar em pagar por notícias? E se o que é divulgado é verdadeiro ou não? É o modelo perfeito, o que as pessoas postam, o que os anúncios vendem ou o que os "agentes de notícias" divulgam, não tem nada a ver com o Facebook!
Em uma ocasião em 2016, houve um "anúncio" anti-Clinton no Facebook, que repetia incansavelmente um discurso que Hillary Clinton deu em 1996 sobre "super-predadores". O anúncio foi direcionado ao público negro de áreas onde os Republicanos estavam perdendo. Ninguém mais no Facebook viu o anúncio, apenas as comunidades negras das áreas escolhidas! Noutra ocasião, em 2017, descobriu-se que a inteligência Russa comprou 100 mil dólares em anúncios no Facebook que apontavam para páginas que divulgavam material no mínimo controverso sobre raça, armas e religião.
Por isso camaradinhas, cada vez mais os apelos de consciência demandam ação, num mundo onde tentam remodelar a moral e acomodá-la ao interesse de grandes corporações. E se formos mais criteriosos ao analisarmos aqueles 2 bilhões de usuários, devemos considerar que apenas 3.5 bilhões de pessoas no mundo têm acesso à internet, cerca de 750 milhões estão na China e/ou Irã, onde o Facebook é censurado; na Rússia, cerca de 100 milhões, usam outro applicativo, o VKontakte. Assim o potencial de audiência do site é de 2.6 bilhões em países desenvolvidos. Considerando estatísticas americanas de que 75% da população usa o site ativamente, e temos 1.95 bilhões. Ou seja, não há muito mais para onde expandir, esse Facebook. em termos de seres humanos! O que mais irão inventar?
A única arma contra o Facebook é não usá-lo... mas talvez esse seja um preço muito alto a pagar para salvar a humanidade.
Nada de errado com isso, alguém pode dizer... cada um perde seu tempo como quer! Afinal, a recém renovada "missão" do Livrocara é dar às pessoas o poder para construírem comunidades, e juntas tornarem o mundo mais próximo.
Quem engole tal balela?
A primeira pergunta, e bem básica, que vem à mente é Por quê? E para entendermos o Por quê da questão, devemos entender o Para quê e o Para quem!
O escritor laureado John Lanchaster, num ensaio revelador para a revista The London Review of Books, desvenda alguns fatos que Zuckerberg - o Zuck - faz questão de não divulgar! Sim, fatos, e não "teoria da conspiração", uma tarja bem comum atualmente, usada para dissimular as pessoas dos grandes esquemas que cada vez mais vão sendo revelados mundo afora, geralmente arquitetados, facilitados e financiados pelo Capital.
A coisa toda remete à 2012, quando Zuck resolveu vender ações do Facebook na Bolsa de Valores Americana. Um pequeno parênteses: dizem que foi em 2012 que Zuckerberg pensou em ganhar dinheiro pela primeira vez, mas todo mundo que assistiu o filme do Social Network (brilhantemente traduzido em Pindorama como A Rede Social) sabe que ele era mal-caráter e ganancioso desde o começo, que passou a perna em todo mundo envolvido no protótipo do que hoje é o Livrocara, roubou não só a ideia, mas também o dinheiro das pessoas que o contrataram.
O Facebook tem muita, mas muita informação sobre sua "comunidade". E podem classifica-las com uma especificidade nunca antes vista: pode ser demográfico (por exemplo, pessoas entre 30 e 40 anos, do sexo feminino), geográfico (pessoas num raio de 50km da cidade de São Paulo), e ainda baseado no seu perfil no Facebook (solteira ou casada, com ou sem filhos, preferências sexuais, etc.).
Assim podemos entender o Para quê e Para quem: a verdadeira missão do Facebook é vender espaço para anúncios publicitários para seus clientes. E não se iluda achando que você, mero usuário do Facebook, é o cliente... quem paga por aqueles espaços são os clientes! E você, usuário dependente dessa droga, apenas trabalha para o Facebook, fornecendo a ele suas informações pessoais, suas preferências, sua localização, suas ideias e opiniões, além de sua família e amigos. Todo mundo agregando valor ao Facebook!
E o modelo facebookiano parece ser infalível, e baseia-se num princípio de que "imitar é a raiz de todo o comportamento". Ainda, de que as redes sociais "são nossa (seres-humanos) natureza". E dói perceber de que eles não estão errados! As pessoas adoram ver os outros, e adoram serem vistas pelos outros, e para isso constroem uma imagem online de como gostam de serem vistas pelos outros, e se empenham muito em divulgar essa imagem!
É a coisa mais estúpida já inventada pelo homem, e ao mesmo tempo a mais brilhante! O Facebook - e todas as redes sociais - não está nem aí com o caminho que a humanidade pode tomar, afinal todas as coisas ruins que acontecem conosco são coisas que nós fazemos. O Facebook apenas permite que as pessoas se conectem... e as pessoas se conectam. Se conectam àqueles que pensam como eles! E embora ainda não haja estudos suficientes que possam provar o quanto perigoso a criação dessa "bolhas" é para a sociedade, as consequências já estão começando a surgir, e a velha ideia de "nós" está se estreitando cada vez mais, e a humanidade como conhecemos, está ficando menor e menor...
Mas vender informação e espaço para publicidade é apenas o primeiro aspecto do Facebook. O segundo aspecto surge da percepção de como essa especificidade de informação pode ser usada. Bem-vindo ao fake news!
Fake news e post-truth são termos cada vez mais comuns hoje em dia, que começou a feder mesmo com os escândalos de influência das mídias sociais nas eleições americanas e no Brexit! Tanto que o próprio Zuckerberg assumiu publicamente que sim, pode ter havido informações falsas no Facebook!
Como princípio capitalista, o Facebook não tem o mínimo interesse financeiro na verdade. A internet já nos ensinou muito bem que se o produto é gratuito, você acaba sendo o produto! Negar isso é ingenuidade, aceitar ainda é uma opção - mas pode deixar de ser! Uma vez que os clientes do Facebook não são seus usuários, por que se preocupar em pagar por notícias? E se o que é divulgado é verdadeiro ou não? É o modelo perfeito, o que as pessoas postam, o que os anúncios vendem ou o que os "agentes de notícias" divulgam, não tem nada a ver com o Facebook!
Em uma ocasião em 2016, houve um "anúncio" anti-Clinton no Facebook, que repetia incansavelmente um discurso que Hillary Clinton deu em 1996 sobre "super-predadores". O anúncio foi direcionado ao público negro de áreas onde os Republicanos estavam perdendo. Ninguém mais no Facebook viu o anúncio, apenas as comunidades negras das áreas escolhidas! Noutra ocasião, em 2017, descobriu-se que a inteligência Russa comprou 100 mil dólares em anúncios no Facebook que apontavam para páginas que divulgavam material no mínimo controverso sobre raça, armas e religião.
Por isso camaradinhas, cada vez mais os apelos de consciência demandam ação, num mundo onde tentam remodelar a moral e acomodá-la ao interesse de grandes corporações. E se formos mais criteriosos ao analisarmos aqueles 2 bilhões de usuários, devemos considerar que apenas 3.5 bilhões de pessoas no mundo têm acesso à internet, cerca de 750 milhões estão na China e/ou Irã, onde o Facebook é censurado; na Rússia, cerca de 100 milhões, usam outro applicativo, o VKontakte. Assim o potencial de audiência do site é de 2.6 bilhões em países desenvolvidos. Considerando estatísticas americanas de que 75% da população usa o site ativamente, e temos 1.95 bilhões. Ou seja, não há muito mais para onde expandir, esse Facebook. em termos de seres humanos! O que mais irão inventar?
A única arma contra o Facebook é não usá-lo... mas talvez esse seja um preço muito alto a pagar para salvar a humanidade.
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