Brasilianas, a série, começa assim, com um nariz entupido. Qual nariz? O meu... logo ao sair da área de desembarque do Aeroporto de Guarulhos sou agraciado pela baforada de um fumante. No carro, entalado na Marginal Tietê, os vidros abertos para suportar o calor de 30° faz com que poluição de automóveis e caminhões façam parte do seu espaço-íntimo-respiratório, ou seja, o ar que você respira! Cadê aquele verde da Irlanda, gente... não deu outra: o nariz entupiu em apenas 30 minutos de São Paulo!
E lá vou eu, leprechaun-nauta no banco dianteiro-direito do carro, querendo segurar um volante imaginário, pisando em freios inexistentes e ineficientes, torcendo o corpo para a direita e para a esquerda, e levando sustos a cada curva, achando que meu pai - o motorista - estava entrando na contra-mão.
Esse é meu pai reclamando ao tentar entrar numa avenida, duma via secundária e sem semáforos, o que faz que seu sucesso dependa da falta de veículos na pista principal ou da boa-vontade dos seus motoristas. E era esta falta de boa-vontade que ele agora maldizia. O interessante é que quando alguém sinalizava para ele pedindo passagem, ele, como todo mundo, ao invés de reduzir, acelerava... É, o pisca-alerta, a famosa "seta", aqui funciona no sentido inverso: ao invés de indicar ao motorista de trás que você pretende mudar de faixa, assim ele pode diminuir a velocidade num procedimento seguro, acaba significando para o receptor que o espertinho da faixa ao lado quer tomar a sua frente, e por isso ele deve acelerar para que o outro não consiga a manobra a tempo! E se puder também buzine exageradamente e xingue sua mãe!
As placas com o limite de velocidade, para um motorista desavisado, podem ser um perigo, pois ao invés de indicarem a velocidade máxima, parecem indicar a velocidade mínima! Não é brincadeira não! Se alguém se atrever a andar a 40km/h numa via sinalizada com uma placa que tenha o número quarenta num círculo branco com bordas vermelhas, saberá do que estou falando! E trocar este número para 60, 70, 80 ou mesmo 100, 120, não muda nada.. aliás, piora! Neguinho vai te atropelar, LITERALMENTE!
E as motos? Tinha esquecido dos motoqueiros, de como eles se comportavam no trânsito...
Quando vim para cá entre 2006/2007, a novidade era a pista do motoqueiro - o espaço entre a última e a penúltima faixas da esquerda. Agora a novidade é que A CIDADE é dos motoqueiros. A coisa anda piorando a cada dia: semáforos-fantasmas, placas de direção invisíveis e calçadas imaginárias... esta é a realidade dos motoqueiros em São Paulo.
E não canso de dizer, "Se o senhor quer passagem, tem que passar a dá-la também". "Mas ninguém me dá, então também não dou!" Aí eu digo que é uma questão de "contaminação". Você simplismente não consegue dirigir assim na Irlanda... as pessoas não dirigem assim, e este comportamento acaba te contaminando, e você passa a dirigir defensivamente, mantendo uma distância do próximo carro - a regra dos 2 segundos - e parando a uma distância em que se possa ver os pneus do carro da frente. Você aprende a respeitar os limites de velocidade e passa a ser gentil e dar passagem aos outros veículos, pois percebe que sempre lhe dão passagem também.
Dito tudo isso, fui às ruas, pronto para dar a minha contribuição cívica para o trânsito tupiniquins, mas como disse antes, tudo é uma questão de contaminação...
E lá vou eu, leprechaun-nauta no banco dianteiro-direito do carro, querendo segurar um volante imaginário, pisando em freios inexistentes e ineficientes, torcendo o corpo para a direita e para a esquerda, e levando sustos a cada curva, achando que meu pai - o motorista - estava entrando na contra-mão.
"Mas ninguém dá uma chance mesmo... ô povinho!"
Esse é meu pai reclamando ao tentar entrar numa avenida, duma via secundária e sem semáforos, o que faz que seu sucesso dependa da falta de veículos na pista principal ou da boa-vontade dos seus motoristas. E era esta falta de boa-vontade que ele agora maldizia. O interessante é que quando alguém sinalizava para ele pedindo passagem, ele, como todo mundo, ao invés de reduzir, acelerava... É, o pisca-alerta, a famosa "seta", aqui funciona no sentido inverso: ao invés de indicar ao motorista de trás que você pretende mudar de faixa, assim ele pode diminuir a velocidade num procedimento seguro, acaba significando para o receptor que o espertinho da faixa ao lado quer tomar a sua frente, e por isso ele deve acelerar para que o outro não consiga a manobra a tempo! E se puder também buzine exageradamente e xingue sua mãe!
As placas com o limite de velocidade, para um motorista desavisado, podem ser um perigo, pois ao invés de indicarem a velocidade máxima, parecem indicar a velocidade mínima! Não é brincadeira não! Se alguém se atrever a andar a 40km/h numa via sinalizada com uma placa que tenha o número quarenta num círculo branco com bordas vermelhas, saberá do que estou falando! E trocar este número para 60, 70, 80 ou mesmo 100, 120, não muda nada.. aliás, piora! Neguinho vai te atropelar, LITERALMENTE!
E as motos? Tinha esquecido dos motoqueiros, de como eles se comportavam no trânsito...
Quando vim para cá entre 2006/2007, a novidade era a pista do motoqueiro - o espaço entre a última e a penúltima faixas da esquerda. Agora a novidade é que A CIDADE é dos motoqueiros. A coisa anda piorando a cada dia: semáforos-fantasmas, placas de direção invisíveis e calçadas imaginárias... esta é a realidade dos motoqueiros em São Paulo.
E não canso de dizer, "Se o senhor quer passagem, tem que passar a dá-la também". "Mas ninguém me dá, então também não dou!" Aí eu digo que é uma questão de "contaminação". Você simplismente não consegue dirigir assim na Irlanda... as pessoas não dirigem assim, e este comportamento acaba te contaminando, e você passa a dirigir defensivamente, mantendo uma distância do próximo carro - a regra dos 2 segundos - e parando a uma distância em que se possa ver os pneus do carro da frente. Você aprende a respeitar os limites de velocidade e passa a ser gentil e dar passagem aos outros veículos, pois percebe que sempre lhe dão passagem também.
Dito tudo isso, fui às ruas, pronto para dar a minha contribuição cívica para o trânsito tupiniquins, mas como disse antes, tudo é uma questão de contaminação...
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