Tuesday, June 24, 2008

a voz do povo

ou "Cala a Boca, Mané!"

Quem achava que o NÃO irlandês poria fim à discussão sobre o Tratado de Lisboa, enganou-se. Depois dos irlandeses terem rechaçado o Tratado, Bruxelas comporta-se como se o referendum não tivesse acontecido, na esperança que An Taioseach Brian Cowen se explique e tome providências para contornar "a bagunça" irlandesa!

Não parece muito justo tratar a opinião dos irandeses como um erro, ou como sendo O problema - o que ainda é menos ruim do que se falar numa nova votação. Embora o texto do Tratado não parece ter sido feito para uma leitura simples, tampouco trata de questões que possam ser respondidas com meros sims e nãos (os portuguêses diriam sins e nões), mas a verdade é que 11 Estados-Membro prometeram que dariam a seu povo algum tipo de referendum em se tratando da Constituição Européia, e 10 deles têm sido desonestos em tentar disassociar o Tratado da Constituição. São exatamente o mesmo documento. A constituição irlandesa prega que toda decisão em nível europeu deve ser conduzida pelo voto direto do povo.

Bruxelas, num atentado terrorista à democracia que faria Aristóteles revirar-se no caixão, sinalizou aos outros Estados-Membro que continuassem a ratificar o Tratado. Ora, o que isso realmente quer dizer se a regra hoje prega que toda decisão deve ser UNANIME? An Taioseach Brian Cowen embaraçadíssimo, está num mato sem cachorro: se convocar um novo plesbicíto, literalmente manda às favas os princípios democráticos. Se sustentar a vontade do povo, corre o risco de ser desmerecido politicamente no parlamento Europeu.

Terrorismo à parte, a Europa vai bem, e a tão proclamada crise parece ser mito. Essa história de que a Irlanda pode sair da União Européia, ou que serão criadas duas linhas de desenvolvimento, uma mais rápida e outra mais lenta, e que a Irlanda fará parte da mais lenta, ou ainda que, a pior de todas, 1 milhão de irlandeses emperraram o futuro promissor de 450 milhões de pessoas, não passa de balela! Bruxeals, Luxemburgo e Estrasburgo já estão atolados até o pescoço em deconfortos diplomáticos, mas parecem não ligar. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

Não se pode dizer muito sobre o motivo dos irlandeses terem votado NÃO. Basicamente foi por ignorância mesmo. Culpa do governo - novamente - por não informar o povo propriamente. Culpa também dos eurocratas, que não são capazes de dizer em termos humanamente compreensíveis o que muda e por quê. Mas ainda assim, a democracia deve ser respeitada, ao menos. Declarações como a do escritor irlandês John Banville (postado aqui) apenas mostram como uma mente totalitária e xenófoba pode deturpar as informações com requintes de liberalismo e progressismo. UM PERIGO!

Com tantos assuntos importantes à flor da pele, melhor mesmo seria que a Europa colocasse o Tratado de Lisboa num lugar seguro - a sete palmos abaixo da terra - e tivesse assim mais tempo para eles. Questões como combustíveis, subsídios e imigração não podem ser deixados ao léu, ao alcance de líderes deturpados como Sarkozy, que acha que deve-se trabalhar 60 horas por semana, e Berlusconi, que decretou que imigrante sem papel é criminoso. Berlusconi tambem pleiteia "carta branca" para poder atuar sem o congresso italiano "quando necessário". Ainda existe isso?

Muito além - mas muito além mesmo! - do que a manifestação legal e democrática dos irlandeses contra um tratado obscuro e verboso, estes políticos sim são uma ameaça ao ideal humano que sempre caracterizou a União Européia.

Thursday, June 19, 2008

Atraso - uma cultura nacional ?

É isso! Agora estamos - ou melhor, estão, pois me excluo veêmentemente desta prática - todos perdoados. Acabo de saber que o atraso é considerado uma coisa "cultural" - embora espanta-me só a idéia de tentar relacionar o atraso à cultura!

Se assumirmos que somos "furões", resta-nos a boa-fama de amigáveis. "Brasileiro é amigável", é o que se ouve, geralmente de brasileiros e quando comparados a ingleses e alemães (frios), a italianos e espanhóis (grossos) ou a franceses (esnobes). Um panelaço de estereótipos!

Desmistificando os estereótipos, poderíamos dizer que os ingleses são deveras recatados e educados - demais até, o que sugere a frieza; os alemães, metódicos ao ponto de não ouvirem nada que não tenha sido previamente especificado; italianos e espanhóis têm o sangue quente dos latinos, nos gestos e nas palavras, mas são muito respeitosos, e os franceses acabam sendo levando a fama de esnobes devido aos seus valores culturais, principalmente o idioma.


Turistas no Brasil são tão inocentes que o simples fato de não serem estorquidos, coagidos ou puramente assaltados, os faz deles pessoas mui satisfeitas, e acabam por achar tudo uma maravilha, e todos muito simpáticos. Não é verdade! Estereótipos à parte, esta coisa de brasileiro ser amigável é balela! Podemos, sim, ser "flexíveis", coisa que poucos gringos entendem. De sermos furões, sim, é um fardo que carregamos mesmo! O que é inadmissível para outras culturas, até mesmo para nossos vizinhos sul-americanos e centro-americanos. Em outras palavras, poderia-se dizer que não o atraso, mas a falta de respeito, sim, é que é coisa de brasileiro!

Monday, June 16, 2008

santa (euro)ignorância!

Deu no que deu: o NÃO era o mais positivo dos resultados. O que preocupa, porém, é o alto índice de abstinência. Dá um medo danado que a Irlanda - repetindo a história do Tratado de Nice em 2001/2002 - convoque um novo referendum e emplaque um SIM. E é bem provável que o governo já esteja pensando nisso, agora que o "Plano B" falhou: uma "re-educação" do povo seguido de novo plesbicito. Seria o "Plano C" à já fracassada Constituição Européia, que em 2005 teve seu texto negado pelos governos francês e holandês.

O que houve também foi muito sensacionalismo para agitar ainda mais o bole-bole. A imprensa espanhola, por exemplo alardava que "Irlanda decide en referéndum el futuro de la UE", ou "Tres millones de irlandeses tienen en sus manos el futuro de Europa". Junte a isso a desinformação, a propaganda, e a opinião em forma de notícia - esta sim a pior modalidade - e pronto, está feito o vavavá! Embora não se veja nenhuma novidade, que me conste, das tendências previstas para a Europa de 2008 (segundo o The Economist): Bruxelas escrevendo tratados nas entrelinhas, as grandes economias em declínio, as direitas se espalhando e os nacionalismos equivocados crescendo de maneira egocêntrica, a ascensão (e reinvidicações) dos pequenos países do leste...

Lendo a uma entrevista com o escritor John Banville (Wexford, Irlanda, 1945) no El País, na qual fala que "Mais que euroescépticos, somos euroignorantes" - uma frase de impacto, sem dúvida, mas que carrega uma opinião peculiar de que os euroignorantes, no caso, são os que votaram NÃO, mesmo que ninguém - tampouco os do SIM - tenham lido sobre o Tratado. Diz ele querer distância de toda forma de nacionalismos, sem distingüir o que eles possam ser - aspectos culturais de um povo e de uma nação, por exemplo? - soa como eliminar fronteiras e junto com elas identidades, em pról de uma burocracia elitista cada vez mais distante dos interesses do povo, achando até que é "... um absurdo perguntar aos cidadãos sobre semelhantes questões. Que decidam os Governos, para isto servem! Daqui a pouco o povo decidirá se eles devem ficar ou ir para casa". Uma infeliz idéia de democracia, esta. E infelizmente muita gente também se baseia em idéias de pessoas com estes princípios.

Foi isso o que mais se viu nos jornais por toda a Europa na semana da votação do Tratado. Opinião - a grande maioria pelo SIM - ao invés de informação. E não há nada de errado se o SIM ganhar - um pleno direito democrático, a expressão da opinião - mas que as campanhas sejam mais claras. Infelizmente as pessoas baseiam suas opiniões na opinião dos outros: se fulano diz que não é bom, provavelmente não é mesmo, e vice-versa.

"Não há nenhum pensamento importante que a burrice não saiba usar, ela é móvel para todos os lados e pode vestir todos os trajes da verdade. A verdade, porém, tem apenas um vestido de cada vez e só um caminho, e está sempre em desvantagem". Robert Musil em "O Homem sem Qualidades"

Um Classico Superiore...


Semana passada desfrutamos um espetacular Ripasso della Vapolicella no italianinho lá perto de casa - o La Terrazza.

Pena que il risotto al frutti di mare não estava lá estas coisas... sem sal mesmo! Devem ter mudado de chef! Tanto que Te, Fabi e Marcelão mandaram ver um formaggio parmigiano no riso, sob o olhar perplexo do garçom - um romeno com sotaque italianíssimo!

Mas o vinho... Um Domini Veneti, Vigneti Di Torbe, Ripasso Della Valpolicella, DOC Classico Superiore, 2005, estava fantastico! E isso porque era um Ripasso - feito com o que foi deixado para trás da produção do Amarone! Já pensou?

Wednesday, June 11, 2008

madrileñas X

"Hasta el Cuarenta de Mayo No Te Quites el Sayo"

O dia hoje em Madrid amanheceu triste e moroso. Choveu, mas sem desejo... nem mesmo para chegar ao ponderar as águas de maio. O clima estival que há alguns meses realiza incursões estratégicas em nossas vidas, voltou à retaguarda, e deixou-nos uma vez mais a ver navios. Como diz um ditado madrileño: "hasta el cuarenta de mayo no te quites el sayo", que tem um parente inglês, que diz "N’er cast a clout till May be out" que significa algo como "até 10 de junho não tire o agasalho." Amanhã já é "42 de maio" e podemos ter que sair de paráguas novamente! Parece que este ano, em Madrid, o ditado irá até os quarenta... de junho!

Ah, e hoje não teve puros... este é de ontem!

um tratado português

Lisboa é Aqui

Olha, foi difícil, mas depois de váááááários pedidos (dois comentários do Bruno, e só!), resolvi postar sobre O Tratado de Lisboa. E o negócio é complicado, pois há muito nas entrelinhas, muita informação que precisa ser "cruzada" com outras para que se tenha a abrangência completa das medidas.

Em todo caso, o texto do tratado pode ser encontrado aqui, e em português! Para nossa sorte Portugal, país-sede do tratado, é membro da Comunidade Européia e fala-se lá uma língua bem parecida com a nossa, o que facilita o entendimento! Mas se mesmo assim você tiver qualquer dificuldade em entender um regionalismo qualquer, você pode tirar suas dúvidas nas versões english ou español.

Os jargões do tratado são:
  • Mais democracia e transparência
  • Mais eficiência
  • Mais direitos e valores, liberdade, solidariedade e segurança
  • Maior atuação na cena mundial
Como sempre, nas entrelinhas - sempre as entrelinhas! - é que reside o verdadeiro tratado. Querem delegar mais poder ao Parlamento Europeu, pondo-o em pé de igualdade com os governos nacionais. E embora preguem maior participação das nações, ao final será a União quem dirá quais as melhores medidas a serem tomadas em pról do todo.

Sob uma capa de (suposta) maior eficiência nos processos de tomada de decisão, quer a criação da função de Presidente do Conselho Europeu - o Presidente da Europa! Junto a isso, quer mudar o sistema de votação para o chamado sistema de dupla maioria de Estados-Membros e de população, onde 55% dos Estados-Membros representem pelo menos 65% da população da União. Nesse sistema há uma tendência que os novos Estados - sem força política e tampouco poder econômico - embora possam ter maioria populacional, podem não representar a maioria no Conselho, sugerindo que não será a voz da maioria, outra vez e como sempre, a contar, no final das contas!

Mas nem tudo é inferno no que diz respeito à eficiência dos processos democráticos: o Tratado também propõe que um Estado-Membro possa sair da União. A mim fica claro que tal abertura se transforme na porta de saída para aqueles que não se moldarem à vontade do Parlamento. Assim seriam gentilmente convidados a se retirarem. Não está contente? Saia! Ou sairemos com você!

Já nos consagrados direitos e valores, as consagradas liberdade, solidariedade e segurança, sob o tema de "reforçar as «quatro liberdades»* dos cidadãos europeus e de proporcionar-lhes mais segurança, a União passa a ter "mais capacidade para intervir nas áreas da liberdade, segurança e justiça e, por conseguinte, para lutar contra o crime e o terrorismo". E se alguém achar que soou um pouco bushiano este discurso, lembre-se que é tudo em pról do combate às ameaças da segurança dos cidadãos europeus. Me parece a regulamentação do "Estado Big Brother", tal qual ocorreu aos pobres norteamericanos, ao votarem no Bush.

* Addendum para quem não sabe, «quatro liberdades» é uma realização da UE que consiste de um espaço sem fronteiras na qual (1) as pessoas, (2) as mercadorias, (3) os serviços e (4) os capitais podem circular livremente. Agora, bom mesmo seria se fosse verdade também para romenos, búlgaros, polonêses, checos, cipriotas, eslovacos, eslovenos, estonianos, húngaros, letões, lituanos e mateses, que embora cidadões europeus, não podem trabalhar legalmente nos países da comunidade.

Ainda no que se refere à política europeia de segurança e defesa, o tratado prevê disposições especiais para a tomada de decisão e prepara o caminho para uma cooperação reforçada no âmbito de um pequeno grupo de Estados-Membros. Traduzindo novamente do politiquês para a língua dos mortais, significa que futuras guerras serão de todos! Os EUA devem estar torcendo por nós!

A Campanha do Tratado

Sobre as campanhas do Tratado, pouco tem-se dito, mas muito tem-se alardado. Taoiseach Brian Cowen lembrou-nos que os partidos das quais representam 90% dos votos dos irlandeses acreditam que é de interesse nacional votar pelo SIM. Ora, infeliz referência do Mr. Cowen, já que há bem pouco tivemos a renúncia do homem mais votado de toda Irlanda por corrupção descarada, ao apropriar-se de dinheiro público para interesses que não eram, nem de longe, do povo.

Aí, políticos com integridade duvidosa querem pregar que votar NÃO é votar contra o Projeto Europeu. Por outro lado, os partidários do NÃO apenas dizem que seria postergar o Tratado para um novo e melhor acordo.

O Projeto Europeu é bem interessante. Só é preciso tomar cuidado com a onda ultra-direitista que anda em voga em certos países - Itália, França, Luxemburgo, por exemplo. Votar NÃO significa dar outra chance a um acordo melhor. Pelo que andei olhando, o Tratado é dúbio em certos pontos, o que dá margem a discórdia e má-interpretação. Eu estou com eles! Eu estou com o NÃO!

E basta ver as mais novas notícias européias, onde os ministros do trabalho da União chegaram a um acordo sobre a futura lei de tempo de trabalho, que prevê a possibilidade de estender-se de 48 para 60 horas semanais! Outra: a tendência inglesa dos salários serem negociados diretamente com patrões, numa clara volta ao capitalismo selvagem do início do século 19.

Ó Cético, Cético,
o Teu anjo terrível é sempre assim?
Por que me fazes sofrer tanto
derramando verdades sobre mim?
Se eu votasse, seria um redondo NÃO, mas como não voto, melhor ficar na minha, né?

Vídeo do VOTE;

Video do NÃO;

Vídeo do SIM.

Tuesday, June 10, 2008

madrileñas IX

Um Estado de Direito

Gozado o tapear... deve-se dedicar um tempo a ele. Por exemplo hoje, comecei às 6pm - devido ao jogo Espanha x Rússia - e só fui terminar às 11pm! Hay que hacerlo despacio. Uma tapa aqui, outra tapa ali... e la notte vá!

E nessas de tapas aqui e tapas ali, entrei no Kaixo Tabernas, uma taberna galega, muito ajeitada, simpática mesmo... uma taberna gay!

Como sempre digo, os gays têm muito bom gosto, e são, geralmente, muito educados, sensíveis, cultos e articulados. Por conseguinte, um bar gay - desde que não seja hard-core - é um lugar agradabilíssimo! Aliás , sempre que posso e me sinto seguro - I'm sorry Nelsão, but you know what I mean... there's such hard-core places in Spain you just cannot go! - freqüento. Bem decorados, boa comida, boa bebida, boa gente... que mais?

Um detalhe que me ocorreu no Kaixo: acendi um puro - meu Cohiba Maduro - pois era permitido fumar ali. Algumas pessoas da mesa ao lado me olharam, primeiro com discrição, depois com carrancas e depois chegaram a abanar seus narizes imensos... Que desparate!

No fundo, achei o máximo! Eu estava exercendo meu "Estado de Direito" - num bar onde se é permitido fumar - e muitos fumavam - por que eu não poderia fumar meu charuto? Por que era "mais fedido" na opinião deles? Ora pois, o cheiro do cigarro me incomoda muito mais!

Vejam bem, não é uma questão de valores - eu acho isso, você acha aquilo - mas de DIREITO. Eu, particularmente, sou contra o fumo em lugares fechados, mas na Espanha é permitido. Embora sofra diariamente no café da manhã e no almoço com os fumantes, se entro num restaurante de fumadores é por pura opção. E olha que, acreditem, tem gente que fuma até enquanto come! Aí quando chega a janta, depois de umas tapas & uns vinhos, peço meu conhaque e acendo meu puro...

Afinal, soy también un hijo de diós!

Monday, June 09, 2008

New NPM


NPM é a sigla para Nils Petter Molvær, trumpetista norueguês cujo estilo simpatizo muito, e tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente em Paris, e estar com ele em outras duas ocasiões.

A Novidade é que NPM está de disco novo - re-vision. E melhor ainda é que ele oferece um álbum inédito - Edy - para download gratuito. Confira!

Outro que está de disco novo é o pianista Bugge Wesseltoft, com o disco IM. Mais intimista do que quando o conheci, mas igualmente profundo... E o bom é que pode-se baixar coisas gratuitas também do seu site oficial. Confira!

Sunday, June 08, 2008

madrileñas VIII

de meninos & meninas

Tanto se fala em combater à prostituição na Europa, que não entendo como ela ainda existe. Será que é porque só discutem ao invés de agir? Digo, é só discurso ou há ação? E se há ação, como é que nos classificados de jornais e revistas, que sempre termina com a sessão "serviços particulares", fora uma ou outra professora e um encanador, só dá "massagistas". Vai ver que as autoridades realmente acreditam que sejam massagistas, sei lá! Mas nem isso seria desculpa, pois há anúncios tão diretos como por exemplo "ATIVO. Dotadíssimo. Fone: xxxxxxx". Mais direto impossível, como diria o Macaco Simão.

Aí os governos, como no caso espanhól, passam a acirrar os requisitos de entrada no país alegando que tem muito disso ou daquilo. No caso brasileiro, prostitutas e travestís - sério, é tanta propaganda de travestí, e sempre brasileiros, segundo os anúncios. Estão querendo colocar a culpa da prostituição nas prostitutas! É como colocar a culpa da poluição nas pessoas que dirigem seus carros, e solução então seria acabar com os carros. Óbvio, e ululante, não?

Parenteses:
Lendo a coluna do Simão, vi que o Maluf vai publicar uma biografia. "Maluf: O Personagem da Audácia". Será dia 16 próximo. E dizem que a editora está com um problemão para o lançamento com relação aos autógrafos; como é que fica se o Maluf sempre diz que a assinatura não é dele? Ele dirá "Eu não assinei nada! Eu não assinei nada!"

"Maluf: O Personagem da Audácia". Roube já o seu!

Saturday, June 07, 2008

madrileñas VII

ou um pouco de humor não faz mal

Falando um pouco de trabalho - assunto proibido aqui! - Ontem, num momento qualquer, em meio a um problema dentre vários que vimos enfrentando neste projeto "trágico", eu analisava uma mensagem de erro. Comprenetadíssimo, massageando o queixo numa clara alusão a "O Pensador" de Rodin, lia a mensagem com uma colega da IBM local acompanhando, quando soltei uma expressão iluminada. Os colegas todos me olharam espantados e esperançosos, esperando que eu dissesse algo. Frente o meu silêncio, ainda massageando o queixo, um me pergunta "¿Oige Eduardo, que pensas?" Virei-me para ele (sempre massageando o queixo) e me ocorreu a piada, que não poderia perder:
¡Tio, pienso que necesito afeitarme!
Mais tarde, enquanto fazíamos o tapeo, a piada foi o assunto da noite... mesmo quando comecei a 'impor' o português como língua oficial naquele grupo. Depois de algumas cañas, o pessoal já estava aceitando de tudo!

E hoje, tenho que decidir entre ir a Granada, a Sevilha ou passar um fim-de-semana tranqüilo em Madrid - ler um jornal no parque, escrever, desenhar... estas coisas chatas e sem graça!

E falando em desenhar, depois dos "rabiscos belgas", preparo os "rabiscos madrileños", que já contam com dois dibujos
Pena que minha cara 1/1 não esteja aqui...

luv u te

Wednesday, June 04, 2008

madrileñas VI

El Retorno!

Dizem que ninguém se perde no caminho de volta ("Rejubila-me a alma repatriada. A memória pode falhar, mas no coração não há nada esquecido. Volto. Voltar é uma forma de renascer. Ninguém se perde na volta."
José Américo de Almeida
). A pergunta é 'para onde' se volta? Ou ainda, 'aonde é' a volta? Que me sinto em casa quando estou na Espanha não me espanta. Me sinto em casa também na Itália, na França e, claro, na Irlanda. Mas algo mudou nesta minha volta...

Aeroporto de Dublin, 17:25h. Dirijo-me ao check-in da Ibéria para o embarque com destino Madrid. Dou à comissária passaporte e e-ticket (só de ida!). Segue-se o diálogo:
- O senhor mora em Madrid?
- Não. Moro em Dublin.
- O senhor tem a passagem de volta para Dublin?
- Não, pois não sei quando volto.
- Pois não posso deixá-lo embarcar, sendo o senhor de nacionalidade brasileira.
- Mas estive lá semana passada e viajei no mesmo esquema, só ida e depois comprei a volta!
- Bem, então não viajou conosco. Não posso deixá-lo embarcar!
Era verdade. Voara de Aer Lingus Dublin-Madrid, e Ibéria Madrid-Dublin. Nem mesmo minha 'inegável' aparência luso-italiana (ou ítalo-portuguesa) ajudou no apelo... Tive que comprar o bilhete de volta. Mais um motivo para eu ficar PUTO da vida com os BRASILEIROS! Devem estar aprontando umas boas na Espanha para tamanha repressão!

Ainda mais agora que, segundo as mais novas pesquisas - aquelas na qual só acreditamos quando é consoante com algo que também concordamos - o vinho tinto promete ser muito mais benéfico do que pensávamos, sendo até capaz de retardar o envelhecimento, fica cada vez mais difícil saber onde quero envelhecer: Espanha, Itália ou França... quer dizer, se é que envelhecer é possível!

Tuesday, June 03, 2008

Um Acontecimento Social


Segunda-feira passada, dia 02/06/2008, comemorou-se o "niver" da princesinha Maria Luiza Novak das Neves (é assim mesmo?), na casa dos papais Júnior e Adriane, que não cabiam em sí, de tanto contentamento! O acontecimento, que deu-se em 9 Riverwood Greens, D15, Dublin, soube, foi um su-ces-so! Soube porque me contaram, mas do pouco que participei pude notar que o evento daria o que falar. Com a presença de ilustres - todos vocês! - o ensejo badalou a redondeza até altas horas do "June Bank Holiday". Pena que tive que deixar a festa mais cedo, devido a um compromisso em Madrid!

Embora não tenmha participado plenamente, como padrinho deixei minha colaboração em forma de poemas. Os que atenderam ao evento devem te-los visto por lá...

an Meitheamh
00. June. The month of the flowers.
Just before the northern Midsummer.
A little princess opened her heart to ours
and let her light shines over & over.

na Lúnasa
02. August. The month most sacred
a grin to life for now and while
an unique time to be prepared
to the brightness of a smile

Deireadh Fómhair
04. October. As leaves fall from trees
she stretches out all her little body
Even I barely can make a cup of tea
Little princess is the one most dilly

na Nollag
06. December. Last month of the year
While Santa Claus don't knock our door
With his sledge and the reindeers
She moves along the ground on all fours

na Feabhra
08. February. The shortest of all ones
as the strength of my biting and grinding.
but a hard bonelike structures in my jaws
starts to help me out with my chewing.

an tAibreán
10. April. The open season all around
the opening of trees and flowers
just before the summer she found
how to use her feet to step the ground

an Meitheamh
12. Is June again. In the 19th day
before The Midsummer, a cycle completes
the first of many we'd like to portray
and for years and years to repeat.

Happy Birthday to you, Malu!
Lá Breithe Sona, Malu!
PARABÉNS PARA VOCÊ, MALU!