Thursday, March 05, 2009

rumo à moeda-única

Conjecturemos hipoteticamente que o presidente Lula, conhecido por ser ou ter sido de esquerda, resolva, numa recaída marxista, leninista, stalinista ou trotskista, distribuir dinheiro à população para que ela consuma mais, gaste mesmo, e assim aqueça a frígida economia brasileira, que começa a dar sinais de dependência da bagunça que vem acontecendo no mundo!

Pois é, isso é o que o governo japonês está fazendo: distribuindo dinheiro para a população. É, deu na BBC Brasil! Por isso aproveito para conjecturar nosso hipotético quadro; só que sendo Lula brasileiro da gema, ex-torneiro mecânico, sofrido na vida e devidamente vacinado contra malandragem, diferentemente dos japoneses, ao invés de dinheiro, lançaria os vale-consumo - nome aplaudidíssimo, aliás, pelo povo nos discursos da anunciação. O que nem todos sabem é quanto Duda Mendonça embolsou para chegar a tão genial analogia!

Bem, lançado o tal do vale-consumo, o próximo passo seria só esperar o povo consumir, e logo, já que o vale tem prazo de expiração. Mas não é bem isso que acontece... A economia se aquece, sim, mas de outra maneira: a população, calejada de acreditar em elixires milagrosos vendidos por alquimistas caseiros em cima de charretes mambembes, resolve, ao invés de gastar o vale-consumo, recorrer ao "mercado-branco" - alusão ao antigamente chamado "mercado-negro", banido por ser considerado racismo - e vender os vales por algo em torno de 70% do seu valor de estampa. Isso rapidamente agitou a economia informal, criando os famosos "valeiros", camelôs especializados em compra e venda de vales-consumo. Vendo que o prazo de expiração dos vales se aproxima, os comerciantes, que deveriam ser os principais favorecidos no esquema, subsidiam um forte esquema de propaganda onde declaram que não respeitarão o prazo de validade estampado nos vales-consumo, e que a população pode utilizá-los quando bem entenderem. Tal pronunciamento causa uma alta no "câmbio" do vale-consumo, onde os felizardos possuintes conseguem permutar os vales por até 25% a mais do valor de estampa. Preocupado com a volta da Inflação, aquela senhora refinadíssima, de brincos e colares de brilhantes em sua silhueta delicada, anéis de ouro em seus dedos longos e audazes, bem conhecida dos brasileiros, o presidente Lula autoriza a Casa Da Moeda a imprimir mais vales-consumo, desta vez devidamente não-expiráveis e em diversos valores. Silvio Santos, tido como um "expert" em transformar papel-comum em papel-moeda, é convidado para ocupar o Ministério da Economia e do Messianismo Pidorâmico, e o Brasil exporta a tecnologia para o mundo todo.

Está criada a "moeda única".

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