Multitarefa. É só falarmos em multitarefa e alguém já diz: "Não é o que as mulheres são?". Bem, resumindo o resumo do resumo, a grosso modo, multitarefa é um conceito que começou a ser introduzido na computação lá pela década de 60 (se não me engano), como uma tentativa de fazer dos computadores algo ligeiramente menos ordináiro... e na década de 90 algum espertinho resolveu aplicar o conceito também aos seres humanos.
E não sei por que, quando se fala em multitarefa, sempre vem um (geralmente uma) e diz "isso é o que as mulheres são". E o que antes era piada vira irritação, fácil, fácil, pois tal frase de impacto passa a ser parte da "sabedoria popular" - aquele tal de "inconsciente coletivo" junguiano - como verdade absoluta! E se você ousar dizer algo diferente, não importa quão coerente seja, mostrará ao mundo que simplesmente tem aversão ao progresso, e possivelmente bate na esposa.
Mas como todos sabemos que, no caso dos computadores, uma CPU só pode fazer uma coisa por vez (se você estiver usando Windows Vista num PC, nem isso!). O conceito é bem simples, uma questão de prioridade: executa-se um pouquinho por vez de várias coisas, mas ainda assim uma por vez. E com os humanos não poderia ser diferente. Podemos fazer várias coisas, mas nunca ao mesmo tempo... E aí, camaradinha, percebemos o verdadeiro nome do que se chama multitarefa, que não passa de um nome propagandístico, é simplesmente "não-dar-a-devida-atenção-para-a-sua-tarefa".
Não é o que as mulheres fazem? Na verdade, nos dias de hoje, é o que todos nós fazemos. E o pior é que fazemos isso compulsivamente e com orgulho; um vício que rotulamos de habilidade. O pirralho do seu sobrinho "não consegue" jogar um jogo no computador sem estar com a TV ligada, papeando no MSN com no mínimo três coleguinhas, lendo emails, assistindo a um vídeo no YouTube e atualizando o orkut... ah, e claro, desobedecendo a mãe que lhe pede para vir jantar, fazer a lição ou ir dormir... Ele é o futuro!
Então vamos lá, rumo ao futuro - o dentista que perfura seu dente com uma mão enquanto manda mensagem via celular para a esposa, combinando o jantar; controladores de vôo com um radar numa tela e o YouTube na outra, lado a lado. Professores - além dos alunos - dando suas aulas com seus MP3 players nos ouvidos. Todas as coisas serão ainda mais superficiais do que já são, tudo será ainda mais pequenininho, rapidinho, tal como os "twitters", os mini-blogs alimentadores de voyeurs); tudo não passará de uma versão do que um dia foram de verdade. E o resultado, como sempre, sãos as famosas perda-de-tempo, erros demais e falta de atenção, frustração e uma imensa sensação de estar perdendo tempo, e não ter tempo suficiente para fazer nada!
Provavelmente, num futuro não muito longe, mesmo quando tivermos relações sexuais, o nosso pensamento vai estar, em parte, nos últimos acontecimentos do nosso programa favorito de TV, num naqueles três livros que você está lendo, ou simplesmente vai querer dar um fast-forward nisso tudo e partir para a próxima sensação...
Aí alguém diz: "Mas peraí... não é isso que as mulheres fazem?"
E não sei por que, quando se fala em multitarefa, sempre vem um (geralmente uma) e diz "isso é o que as mulheres são". E o que antes era piada vira irritação, fácil, fácil, pois tal frase de impacto passa a ser parte da "sabedoria popular" - aquele tal de "inconsciente coletivo" junguiano - como verdade absoluta! E se você ousar dizer algo diferente, não importa quão coerente seja, mostrará ao mundo que simplesmente tem aversão ao progresso, e possivelmente bate na esposa.
Mas como todos sabemos que, no caso dos computadores, uma CPU só pode fazer uma coisa por vez (se você estiver usando Windows Vista num PC, nem isso!). O conceito é bem simples, uma questão de prioridade: executa-se um pouquinho por vez de várias coisas, mas ainda assim uma por vez. E com os humanos não poderia ser diferente. Podemos fazer várias coisas, mas nunca ao mesmo tempo... E aí, camaradinha, percebemos o verdadeiro nome do que se chama multitarefa, que não passa de um nome propagandístico, é simplesmente "não-dar-a-devida-atenção-para-a-sua-tarefa".
Não é o que as mulheres fazem? Na verdade, nos dias de hoje, é o que todos nós fazemos. E o pior é que fazemos isso compulsivamente e com orgulho; um vício que rotulamos de habilidade. O pirralho do seu sobrinho "não consegue" jogar um jogo no computador sem estar com a TV ligada, papeando no MSN com no mínimo três coleguinhas, lendo emails, assistindo a um vídeo no YouTube e atualizando o orkut... ah, e claro, desobedecendo a mãe que lhe pede para vir jantar, fazer a lição ou ir dormir... Ele é o futuro!
Então vamos lá, rumo ao futuro - o dentista que perfura seu dente com uma mão enquanto manda mensagem via celular para a esposa, combinando o jantar; controladores de vôo com um radar numa tela e o YouTube na outra, lado a lado. Professores - além dos alunos - dando suas aulas com seus MP3 players nos ouvidos. Todas as coisas serão ainda mais superficiais do que já são, tudo será ainda mais pequenininho, rapidinho, tal como os "twitters", os mini-blogs alimentadores de voyeurs); tudo não passará de uma versão do que um dia foram de verdade. E o resultado, como sempre, sãos as famosas perda-de-tempo, erros demais e falta de atenção, frustração e uma imensa sensação de estar perdendo tempo, e não ter tempo suficiente para fazer nada!
Provavelmente, num futuro não muito longe, mesmo quando tivermos relações sexuais, o nosso pensamento vai estar, em parte, nos últimos acontecimentos do nosso programa favorito de TV, num naqueles três livros que você está lendo, ou simplesmente vai querer dar um fast-forward nisso tudo e partir para a próxima sensação...
Aí alguém diz: "Mas peraí... não é isso que as mulheres fazem?"
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