Friday, October 29, 2010

Ela não é mais virgem...

Como se sentiria, você, sendo ou não sendo pai, marido, com ou sem namorada. Como um bom apreciador de vinhos, como se sentiria ao saber que sua taça preferida não é mais virgem?!?

Exatamente com eu me senti - traído!

Não só minha taça preferida, TODAS as minhas taças de vinho sendo lavadas com... detergente! A mesma esponja usada em pratos e panelas, e ainda mais com detergente...

Detergentes, por mais que se enxágue depois, podem deixar resíduos que comprometerão o vinho seguinte. Por isso use apenas água quente, não muito clorada, e uma esponja virgem. Lave cada copo separadamente e seque com um pano especifico. Tudo isso deve ser feito com muuuita paciência e atenção. Guardar os copos separadamente e em local arejado também ajuda, mas o recado principal é: Taças de vinho devem ser lavadas à mão, com água quente e esponja virgem. Só isso!

Wednesday, October 27, 2010

Overdose de Jazz

Charles McPherson, Charlie Haden, Jason Moran e Herbie Hancock. Quatro shows num só dia não é todo mundo que têm a oportunidade de assistir... ou que aguenta! Ainda mais sendo quatro feras - eles mesmos rodeados de outras feras - da cena jazzística atual.

Para mim, esta foi uma das melhores edições do Guinness Cork Jazz Festival dos últimos anos. Na minha modesta opinião de quem já viu O Chick Corea e John McLaughlin no festival, achei esta edição muito bem balanceada, do pouco que vi. Um probleminha aqui e outro ali, é verdade, mas a qualidade artística me impressionou desta vez.

Quanto aos problemas, só de ordem técnica. Começando pelo teatro: Everyman Palace Theatre. Notoriamente feito para acomodar peças tetrais, onde a necessidade acústica é bem diferente daquela de um show musical, o lugar deixou a desejar. Não sei porque a organização do festival não acomodou os shows de Charlie Haden e Herbie Hancock no Cork Opera House, por exemplo, que tem uma acústica infinitamente melhor. Talvez seja este o maior problema dos shows em geral. Já que os organizadores sempre privilegiarão o caráter monetário do show, nunca os aspectos técnicos para que o público aprecie adequadamente.

Só assim podemos justificar o fato do O2 em Dublin - uma das piores acústicas que já presenciei - ser um lugar onde se permite shows musicais...

Friday, October 22, 2010

Enrolhando uma Guinness no Jazz

Eu sei, enrolhar (não enrolar) não é um verbo que a gente saia usando por aí, assim, a torto e a direito... mas hoje eu IRIA "enrolhar uma guinness no jazz" - é o Guinness Cork Jazz Festival, que acontece em Cork neste final de semana. E digo iria hoje, porque perdi o vôo devido a um acidente na M50, a auto-estrada que circunda Dublin. Mas não significa que tenha desistido... tentei o trem - estava muito caro - e o ônibus - o último saiu às 19:00 - sem sucesso.

O que me restava? Uma carona (que infelizmente não rolou) ou o ônibus às 7 da manhã, amanhã... Vou de bus ! Tudo pelo JAZZ...

Charlie Haden e Herbie Hancock que me aguardem!

Tuesday, October 19, 2010

A palavra, essa esquecida

Ah, eu me lembro do tempo em que as pessoas "davam" sua palavra... e só isso já era o suficiente para conquistar a confiança dos outros. Às vezes, par reforçar o comprometimento, chegava-se a falar, com certo exagero, "dou-lhe minha palavra de honra"! Um caso claro de pleonasmo, já que a palavra só pode ser dada em nome da honra: palavra de honra, a honra da palavra.

Pois é, bons tempos aqueles...

Na Idade Média a palavra empenhada era um dos fundamentos do próprio direito. Com a progressiva modernização do mundo, ela foi declinando, o respeito à palavra empenhada foi desaparecendo.

Consta que no Brasil do século retrasado - XIX - havia pessoas que seriamente entregavam como garantia de um negócio ou dívida, um fio de barba. O outro tomava o fio de barba, guardava num envelope e restituía na hora de receber a dívida. Ainda neste tempo a barba do homem era uma espécie de produção consciente de título de honra. E o fio de barba ia sem assinatura, mas era o amor do homem ao seu fio de barba que servia de garantia.

Hoje em dia, neste mundo informatizado de contratos, certificados digitais e assinaturas eletrônicas, tudo isso não passa de lembranças, e o que vale é o poder do dinheiro, nada mais. Aqui na Irlanda, por exemplo, o empréstimo da casa própria, num determinado momento (pós-crise do crédito), deixou de oferecer as condições fixas de juros atrelados à taxa do Banco Central Europeu, e passou a negociar só as taxas pré-fixadas, que embutem todos os riscos possíveis e impossíveis na orgia dos mercados. Ou como o Sarkozy, que depois de eleito pelo povo, quer mudar as regras da aposentadoria, empurrando a idade mínima de 65 para 67 - poço que o Lulinha-paz-e-amor também remexeu.

E assim vai, tantos outros causos em que começamos jogando paciência sozinhos, e terminamos numa rodade de pôquer rodeado de jogadores profissionais...

Vou fazer a barba!
outra mesma
Subtítulo aqui.

Monday, October 18, 2010

De Bois e de Vacas...


... ou Quando o Paraíso Vira um Inferno.

Pode parecer fácil, mas requer muito esforço: destruir o que tinha tudo para dar certo é um processo que exige muito empenho de muita gente!

Começando pelo projeto em si - um desastre! O suposto ambiente de desenvolvimento não reflete os sistemas que executam no ambiente de testes. E como o ambiente em si estava um pouco bagunçado, resolveram "arrumar a casa" e modificar - para melhor - a arquitetura do ambiente... só que decidiram fazer a mudança diretamente no ambiente de produção, pois alegou-se que não havia tempo hábil para implementar as mudanças no ambiente de teste!

Segundo desastre: A segurança. Por um lado, em nome da segurança, proíbem acesso até no ambiente de desenvolvimento! Por outro lado, implementam uma "exit" de domínio público para controlar todas as conexões ao sistema de mensagens...

Até aí, tudo bem... erro de quem desenhou, problema deles! Mas quando começaram a mexer com as pessoas... aí o inferno começou a se configurar!

A fórmula é fácil... primeiro você deixa o funcionário descontente mudando ele da sua mesa para um cubículo improvisado, sem cadeiras nem mesas apropriadas, telefone comunitário que passa de mesa para mesa, com fios pendurados aqui e ali, sem espaço físico nem para mover a cadeira. Depois você delega o projeto para uma Gerente de Projeto desequilibrada, que se não concorda com sua opinião simplesmente lhe vira as costas. Para apimentar ainda mais o caldeirão, você cria uma panelinha e deixa certas pessoas de fora, desinformadas do que acontece.

Não bastasse isso, agora os contratados - a corja - não pode mais estacionar nas dependências do banco...

Ah, que trabalho maravilhoso fizeram, hem?

Thursday, October 07, 2010

tiriricando


A eleição de Tiririca sensibilizou a opinião internacional. Aqui na Europa, principalmente. Imaginem todos aqueles jargões maravilhosos: "Vote no Titririca, pior do que está não fica", "Quero ser deputadô, porque eu quero ajudar os mais necessitados inclusive minha família", "Se vocês não votarem em mim, eu vou móóórrer", "Você sabe o que faz um deputado federal? Eu também não sei, vote em mi que te conto depois". Tudo traduzido para o inglês, francês, espanhol, italiano, alemão... e até para o português! É, nosso patrícios levaram os vídeos para os mais altos escalões linguísticos e etimológicos, tentando descobrir que complexos pensamentos poderiam ter por trás de tais palavras, pois estavam certos de estarem perdendo algo!

E eu digo - perderam nada não! Só aquela vez, lá nos idos de 1500, quando perderam o rumo tentando chegar à Índia... aí deu no que deu!