Ainda bem que tremeu São Paulo. Aliás não só São Paulo. Por aproximadamente 6 segundos, moradores de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná sentiram efeitos de um tremor de mais de 5 pontos na escala Richter.
Logo depois da palavra "Ritcher" a Folha de São Paulo acrescenta: "geológos não descartam novos abalos". É mentira? Provavelmente não. Provavelmente, o "jornalista" perguntou ao geólogo algo como "isso pode acontecer de novo?" e o cara responderia "é difícil dizer...", da qual o "jornalista" interpretou com a pérola descrita acima.
É esse o jornalismo praticado no Brasil - não todo, é claro... apenas 110% dele. Mas foi bom o tremor, assim os jornais, as rádios e os telejornais deram um tempo no caso Isabella. UFA!
A capa da Veja desta semana é bem o estilo do que pregam:
Isso só é pior do que ler o Clóvis Rossi querendo tirar o cú (da imprensa) da reta, dizendo que se a informação é divulgada é porque a polícia disponibiliza. Todos nós sabemos que a coisa não funciona bem assim: "jornalista" publica o que bem entender, e se questionado sobre a fonte, se esconde sob a pretensa lei de proteção do segredo de fonte dos jornalistas, que deveria proteger contra repressão e censura, mas acaba protegendo de especulação e meias-verdades. Como a lei de impunidade, digo, imunidade parlamentar, que acaba protegendo ladrões e assassínos quando deveria proteger políticos sérios contra a repressão de idéias divergentes do "status quo".
Clóvis Rossi assume, no entanto, que a culpa não é SÓ da imprensa. Mas erra o alvo ao dizer que a polícia é a maior culpada. Acredito que a polícia tenha sua parcela de culpa - a sociedade dos espetáculos - mas a maior culpada é a imprensa mesmo. E o consumo desta mídia demente. O consumidor desta mídia que vai pra porta da delegacia esperar os suspeitos chegarem, os mesmo que ficam na porta do prédio dos suspeitos e bradam "justiça", querendo até linchamento. É isso que a mídia alimenta, numa clara alusão à fábula "Esopo e a Língua", onde perguntado sobre a maior virtude da Terra, Esopo responde "é a língua", e quando perguntado sobre o maior vício, responde igualmente "é a língua". E explica que "... do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios.
Os clássicos... busquemos a sabedoria nos clássicos!
Logo depois da palavra "Ritcher" a Folha de São Paulo acrescenta: "geológos não descartam novos abalos". É mentira? Provavelmente não. Provavelmente, o "jornalista" perguntou ao geólogo algo como "isso pode acontecer de novo?" e o cara responderia "é difícil dizer...", da qual o "jornalista" interpretou com a pérola descrita acima.
É esse o jornalismo praticado no Brasil - não todo, é claro... apenas 110% dele. Mas foi bom o tremor, assim os jornais, as rádios e os telejornais deram um tempo no caso Isabella. UFA!
A capa da Veja desta semana é bem o estilo do que pregam:
Isso só é pior do que ler o Clóvis Rossi querendo tirar o cú (da imprensa) da reta, dizendo que se a informação é divulgada é porque a polícia disponibiliza. Todos nós sabemos que a coisa não funciona bem assim: "jornalista" publica o que bem entender, e se questionado sobre a fonte, se esconde sob a pretensa lei de proteção do segredo de fonte dos jornalistas, que deveria proteger contra repressão e censura, mas acaba protegendo de especulação e meias-verdades. Como a lei de impunidade, digo, imunidade parlamentar, que acaba protegendo ladrões e assassínos quando deveria proteger políticos sérios contra a repressão de idéias divergentes do "status quo".
Clóvis Rossi assume, no entanto, que a culpa não é SÓ da imprensa. Mas erra o alvo ao dizer que a polícia é a maior culpada. Acredito que a polícia tenha sua parcela de culpa - a sociedade dos espetáculos - mas a maior culpada é a imprensa mesmo. E o consumo desta mídia demente. O consumidor desta mídia que vai pra porta da delegacia esperar os suspeitos chegarem, os mesmo que ficam na porta do prédio dos suspeitos e bradam "justiça", querendo até linchamento. É isso que a mídia alimenta, numa clara alusão à fábula "Esopo e a Língua", onde perguntado sobre a maior virtude da Terra, Esopo responde "é a língua", e quando perguntado sobre o maior vício, responde igualmente "é a língua". E explica que "... do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios.
Os clássicos... busquemos a sabedoria nos clássicos!