Monday, November 30, 2009

formiga ou cigarra?


Economizar, guardar... guardar para depois, guardar para amanhã, para o fim de semana, para as férias, para a aposentadoria... A maioria dos seres-humanos carregam em si o espírito da formiga em detrimento ao da cigarra. Guardar para usufruir no futuro, ao invés de gastar tudo agora e ter um futuro incerto.

Isso pode soar correto quando as economias são para um futuro mais tranqüilo, e o material economizado é (simplesmente) o chamado "vil metal", mas e se estivermos falando de tempo? Um banco onde se depositasse tempo para ser usufruído mais tarde? Só que, assim como o dinheiro, o tempo "economizado", só pode ser economizado se não for "gasto" - é claro! Assim, você vai estocando tempo para fazer coisas no futuro, coisas que na verdade você não quer - ou não pode - fazer agora.

Nessa metáfora, não existe tempo presente, tempo passado ou tempo futuro; apenas o tempo gasto e o tempo guardado. Você é quem escolhe: sentar e ler um bom livro, ou "guardar" este tempo para o bom livro para depois, e agora simplesmente "zapear" a TV...

E se não for o livro, vai ser aquele telefonema para um amigo que há muito não encontra, ou o bate-papo sem importância com o vizinho, uma visita nas casas dos avós... guarde, guarde para depois, um dia você "saca" tudo de uma vez. E leva consigo, em seu túmulo de ouro...

Friday, November 27, 2009

uma virada literária e tanto


Amanhã acontece a segunda edição do "Vira Cultura", prometendo 35h de literatura, cinema, música & performance. Os locais dos crimes serão as lojas da Livraria Cultura do COnjunto Nacional, na avenida Paulista, no Cine Bombril e na academia Bio Ritmo, ambos também no Conjunto Nacional

No cardápio, muitos autores dando autógtrafo, que não é uma atividade cultural, ao pé da letra... autor dando autógrafo tá preocupado com primeiro com o tamanho da fila: se é pequena, fica constrangido e saca da garrafa de whisky debaixo da mesa pra amenizar o vexame; se a fila é longa, quer mais é que tudo acabe logo pra poder tomar uma sossegado!

Há algumas palestras também, é verdade, mas os temas... se estivesse lá, não saberia qual palestra atender, se a que discursa sobre a atividade dos fãs-clubes das sagas do Harry Potter, do Senhor dos Anéis, ou de Star Wars!

Mas dá pra salvar o evento... tem coisa boa também, como a peça "Kafka in Off" que é um estudo profundo da psique kafkiana (vixe!). No cinema tem a exibição do documentário 'Contratempo', que retrata o projeto social Villa-Lobinhos, que ensina música erudita a jovens de comunidades carentes... e no gancho (musical), a Orquestra Villa-lobinhos também se apresenta na Virada, mais Ana Cañas (promete), e os músicos do Barbatuques (interessantíssimo!).

A programação completa esta aqui. Por 35 horas de "espetáculos", agora é só você escolher o que você você NÃO vai assistir...

Thursday, November 26, 2009

não dá pra ser patriota


Na mesma linha de ontem...

Apelar para o patriotismo, a meu ver, é desespero de causa. Patriota é aquele que ama a pátria, invariavelmente. É aquele apego fervoroso, de forma quase litúrgica, uma afetação ostensiva e simulada, que chega, nesse caso, a ser piedade mesmo!

Ao invés de implorar pela piedade alheia, seria melhor que o governo revisse suas próprias ações e prováveis erros. Que os fat cats não pagam impostos - ao menos não como o resto dos mortais - não se justifica mais. Abaixar o salário mínimo também não se sustenta É oportunista. É ação de lobby. Olhar para o saco dos impostos sim, seria razoável, como quase todos os outros países europeus.

Exemplo é os movimentos quase migratórios para o norte, em busca de bens de consumo de primeira e segunda necessidades. Alguns setores se movimentaram; os produto para bebês... soube ontem que uma lata de leite em pó enriquecido custava aqui na República, 14 euros. Lá no Norte, 7 pounds. Pouco mais da metade! O preço cá na República agora é 9 euros. 35% mais barato do que o preço orioginal, e seria muito ingênuo da nossa parte achar que o fulano não está tendo seu lucro vendendo a 9.

É isso camaradinha... enquanto tiver gente pagando 3.000,00 US$ em leilão por uma camisa suada de um artista da Brodway, não dá pra ser patriota!

Wednesday, November 25, 2009

vamos pagar mais caro?


Nepotismo não distingue raça, cor, nacionalidade, geografia... nem mesmo classe e posição social, embora geralmente ocorra entre os mais abastados.

Aqui em Dublin, ontem foi o dia da greve geral, em protesto às medidas que o governo pretende implementar: aumento de impostos e redução de despesas. E por redução de despesas leia-se de salários, de profissionais da área da saúde, educção e os burocratas.

Durante as manifestações, enquanto alguns protestam veementemente contra tais absurdos, sugerindo que os políticos comecem por cortar seus próprios salários (o que, convenhamos, não mudaria muita coisa - poucos ganham muito, e muitos ganham pouco), passem a cobrar impostos dos ricos (os chamados fat cats), e coisa e tal, há outros que não ligam muito pra isso, e aproveitam o dia para dar uma "esticadinha" até o norte (Irlanda do Norte), para uma "shopping trip".

Depois no rádio ouvimos mais protestos - agora do governo sobre os viajantes. Algo como "fazem greve para fazer compras no norte? Gastar o dinheiro lá, enquanto a economia aqui é que precisa de incentivo, dos impostos? Isso não é patriótico!"

Bem, te digo camaradinha... precisa de muito patriotismo pra deliberadamente escolher pagar mais caro em pról do país, principalmente quando os políticos carregam esta fama de mal administradores que embolsam uma fortuna em salários, benefícios e caixinhas (não é, Bertie?).

Monday, November 23, 2009

dá pra sair da internet...


... que eu estou trabalhando?

As previsões são apocalípticas: a Internet pode colapsar até 2014! Isso devido ao astronômico aumento nos acessos - seja por computador, seja por celulares, e pelo absurdo volume de informação que trafega diariamente pela redinha. E um dos principais "vilões" é o YouTube!

O YouTube é um site que permite que seus usuários carreguem e compartilhem vídeos digitalmente. Fundado em Fevereiro de 2005, desde Outubro de 2006 pertence ao gigante americano (e candidato a "bigbrother") Google.

Então, camaradinha... desliga esse computador! Vai assistir TV e deixa o pessoal usar a Internet pra coisa mais séria... como blogar! ;)

Friday, November 20, 2009

negro até nos dentes


O cio das cores
é uma vontade diferente
de ser negro até nos dentes.

Éle Semog, in Demanda da Cor

Feriado em Sampa. Dia da Consciência Negra. Uma conquista? Não creio. E meus amigos negros vão discordar de mim... parece até que posso ver Arnaldo Xavier, na sua postura cangaceira desferindo palavras-peixeira, como sempre fazia quando o assunto era negritude. E eu adorava isso, pois Arnaldo, há muito, não discutia negritude com ninguém, muito menos com os negros do Movimento Negro, movimento que muitas vezes chamou de "oportunista" e "desfocado".

Sempre fui pró minorias - mesmo quando essas minorias são maiorias em volume - e contra qualquer tipo de discriminação e preconceito, e é por isso que penso que promover a diferença piora as relações de igualdade. Diferentemente das comemorações de categoria - Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia da Secretária, Dia dos Professores, etc, o chamado Dia da Consciência Negra (assim como o Dia da mulher, o Dia do Imigrante, etc) reforça a qualidade de minoria, já que agrupa e classifica baseado em classe, cor, raça, etc. Tal distinção, ao invés de promover, celebrar, acaba por colocar tal grupo em destaque como são: minorias. E se o objetivo maior desses grupos é a integração e o fim do preconceito, nada melhor para integrar do que passar a ser tratado igualmente. As maiorias não comemoram! Não existe Dia do Homem, Dia da Consciência Branca - porque homem e branco é um conceito social fortemente impregnado na cultura ocidental - por que não precisam se afirmar. Os negros e as mulheres precisam? Sim, mas não através da afirmação como minoria. O fim do preconceito sim, por medidas legais de crime inafiançável - como já temos.

Por ser feriado, a CBN está muito mais séria, transmitindo notícias e matérias realmente interessantes. Creio que seja porque os âncoras (ou seriam os show-men?) Heródoto Barbeiro e Milton Jung não estão trabalhando, e a rádio fica na mão do competentíssimo "segundo escalão" de apresentadores. E por ser mais séria aos feriados, dá mais gosto de ouvir... Hoje por exemplo, estão divulgando pequenas matérias radiofônicas sobre racismo. Basicamente pessoas negras fazendo compras - em lojas de roupas, concessionárias de carros... e em todos os casos o preconceito apareceu.

Comemora-se o Dia da Consciência Negra no dia da morte de Zumbi, o último líder do Quilombo dos Palmares. Zumbi (às vezes Zambi) significa, a grosso modo, "duende". No Brasil, Zumbi virou "fantasma" , e segundo a crença popular afro-brasileira vagueia pelas casas a altas horas da noite...

Hhuuuu....

Thursday, November 19, 2009

Eire x France

Vou te dizer uma coisa, camaradinha... nem de futebol eu gosto muito, mas um bom jogo eu até assisto. E foi isso mesmo que aconteceu em Irlanda x França - um jogaço!

O jogo acabou 1 x 1, desclassificando a Irlanda para a Copa de África do Sul. Uma pena, já que a Irlanda vinha jogando maravilhosamente bem. Bem melhor que a França, diga-se de passagem...

Mas gol com a MÃO, pode?

Pode! Não é uma técnica oficialmente aprovada no "Manual Oficial de Ludopédico", mas anda-se aplicando, cada vez mais. Lembremos de Maradona, que comandou a equipe argentina na vitória sobre a seleção ingleas, papando assim o bicampeonato na Copa de 1986.

A verdade é que o gol de mão, quando validado, fica sendo mais um mérito pela malícia e a malandragem do jogador. Não é "roubado", mas malandramente roubado. Como no truco, é esperado que os jogadores usem de malícia e malandragem... senão, pra q ue ter árbitro? Só que quando acontece com o SEU time, aí torna-se a coisa mais injusta do mundo, não?

Aqui vai uma compilação de gols de mão...

Wednesday, November 18, 2009

Another Tech Tip

Achei fantástico este desenho... "Mac OSX - porque é mais fácil deixar o Unix amigável do que resolver os problemas do Windows"

Logo terei que partir para um sistema Linux nativo, e "rodar" Windows em uma máquina virtual... No fundo, no fundo, estou adorando tudo isso!

Monday, November 16, 2009

livrovermelho


Para os aficcionados em z/OS - como eu - acaba de ser re-editado o volume 12 da coleção The ABCs of z/OS System Programming - O ABC do Z!

A coleção, que tem 13 volumes, dá uma introdução ao sistema operacional z/OS (também conhecido como MVS - Multiple Virtual Storage) e ao sua arquitetura de hardware. E sabe qual é o melhor de tudo? É de graça!!! Você pode baixar os PDFs aqui. Não só o ABC do Z, mas qualquer "livro vermelho" da IBM.

O conteúdo dos 13 volumes do ABC do Z:
Volume 1: Introduction to z/OS and storage concepts, TSO/E, ISPF, JCL, SDSF, and z/OS delivery and installation;

Volume 2: z/OS implementation and daily maintenance, defining subsystems, JES2 and JES3, LPA, LNKLST, authorized libraries, Language Environment, and SMP/E;

Volume 3: Introduction to DFSMS, data set basics, storage management hardware and software, VSAM, System-managed storage, catalogs, and DFSMStvs;

Volume 4: Communication Server, TCP/IP and VTAM;

Volume 5: Base and Parallel Sysplex, System Logger, Resource Recovery Services (RRS), global resource serialization (GRS), z/OS system operations, automatic restart management (ARM), Geographically dispersed Parallel Sysplex (GPDS);

Volume 6: Introduction to security, RACF, Digital certificates and PKI, Kerberos, cryptography and z990 integrated cryptography, zSeries firewall technologies, LDAP, Enterprise identity mapping (EIM), and firewall technologies;

Volume 7: Printing in a z/OS environment, Infoprint Server and Infoprint Central;

Volume 8: An introduction to z/OS problem diagnosis;

Volume 9: z/OS UNIX System Services;

Volume 10: Introduction to z/Architecture, zSeries processor design, zSeries connectivity, LPAR concepts, HCD, and HMC;

Volume 11: Capacity planning, performance management, RMF, and SMF;

Volume 12: WLM;

Volume 13: JES3.
O volume 13 já saiu, mas certamente você precisará de algum tempo para terminar os outros 12!

DIVIRTA-SE!

Sunday, November 15, 2009

Deu no The times... John Cheever


Li no "The Times" hoje a crítica de um livro sobre John Cheever chamado A Life e achei super-interessante. Diz o artigo que em 1979, três anos antes da morte de John Cheever, uma pesquisa constatou que ele estava em terceiro lugar (atrás de Saul Bellow e John Updike) entre escritores americanos vivos, cujo trabalho era esperado para "resistir e ser lido por gerações futuras". Essa fama, no entanto, não durou. Se tal pesquisa fposse conduzida hoje em dia, consta na biografia, provavelmente ele não apareceria na lista dos 20 mais lidos. Isso me intrigou... como um autor tão badalado num momento pode ter caído no esquecimento?

Bem, adianto que não comprei a biografia - não sou dado a biografias - mas comprei The Stories of John Cheever, livro que lhe deu o prêmio Pulitzer de 1978, e que ainda hoje é uma das melhores coletâneas de contos dos Estados Unidos.

Vamos ver se me animo em traduzir algo para alguma TUDA...

Saturday, November 14, 2009

sábado catorze


Sábado Catorze é um filme que satiriza Sexta-feira 13 - deu pra perceber? Nada de tão horrível pode acontecer num sábado 14... mas quando eu assisti, lançamento, no cimena, achei fan-tás-ti-co! Digamos que teve lá seus méritos...

Mas isso é só uma deixa, devido ao post de ontem... falando de cinema (!), fui assistir a dois filmes ontem: The Fourth Kind e Taking Woodstock. O primeiro de horror, o segundo sobre o festival de Woodstock - claro, né?

O primeiro trata de abduções alienígenas. Intrigante, já que tem jeito de documentário, e alega ser baseado numa história real acontecida na cidade de Nome, no Alaska. O cineasta diz que o filme foi uma reencenação documental - e realmente mistura "imagens reais" com imagens filmadas. Mas também parece ser - e funciona bem como - uma grande e agressiva campanha publicitária.

O segundo, uma história do festival de Woodstock, baseado no livro de uma das personagens, Elliot Tiber, Taking Woodstock: A True Story of a Riot, a Concert, and a Life. Uma comédia suave sobre os bastidores de como foi escolhido o lugar para o festival.

Friday, November 13, 2009

sexta-feira 13...

Primeiro os fatos: no calendário gregoriano, a sexta-feira 13 ocorre pelo menos uma vez por ano, e no máximo 3. Neste ano de 2009, Fevereiro, Março e Novembro foram agraciados com o dia, tido como de má-sorte. Isso só ocorrerá novamente em 2015. Dizem que não há ciência na adivinhação, mas mesmo nela pode haver - a interação química entre os vários elementos existentes entre o objeto de adivinhação e o adivinhador, até mesmo através do tempo - apenas mais um fator nesta grande equação... porém, quando se trata do imaginário do povo, as coisas tomam proporções imensas, e uma espécie de "cadeia de fatos" parece esclarecer tudo... digno da mais intrigante (teoria da) conspiração!

Existem duas lendas da mitologia nórdica que tentam provar a origem da fobia da sexta-feira 13. Uma conta que houve um banquete e 12 deuses foram convidados. Loki, o espírito do mal e da discórdia, apareceu sem ser chamado e armou uma briga que terminou com a morte de Balder, o favorito dos deuses. Daí a crendice de que convidar 13 pessoas para um jantar era desgraça na certa. À outra reza que a deusa do amor e da beleza, Friga (que deu origem à palavra friadagr mais tarde, fredag, sexta-feira). Quando as tribos nórdicas e alemãs se converteram ao cristianismo, a lenda transformou Friga em bruxa, e como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas com outras 11 bruxas mais o demônio. Os 13 ficavam rogando pragas aos humanos. E pra aquecer ainda mais o caldeiraão do imaginário, mais recentemente na história, Jesus Cristo foi crucificado numa sexta-feira, e na sua última ceia, eram 13 as pessoas à mesa, ele mais 12 apóstolos...

Existem muitos estudos - e muitas polêmicas quanto ao método e quanto ao assunto estudado tambem - sobre os riscos de acidentes na chamada "black friday". E como tudo não passa de estatística, que embora seja um ramo da matemática, que é exata, trata da coleta, da análise, e da interpretação e apresentação de dados, e tudo que depende de interpretação, camaradinha, me obriga a desacreditar que o ideal humano da imparcialidade resista e prevaleça sobre os irrefreáveis instintos nepotistas, geralmente emanados do próprio umbigo...

E já que tudo não passa de estatística, juntemos a ela muita superstição e imaginário coletivo, que isso sim as pessoas têm de monte... imaginação! Tudo o que não se pode provar, imagina-se. Ora, afinal, onde já se viu?!? Alguém, em plena consciência, acreditar nestas besteiras que na sexta-feira treze alguém tem que morrer? Ora, para mim isso não passa de uma baita besteir...
AARRGGHH
hhhhhhhhhHh
hhhhhhhhhhhhn

APAGÃO!!!

Hahahaha... muito bem! Você teve "a luz" de procurar por um texto escondido... um texto "sub-liminar! Hahahaha... "TEXTO SUB-LIMINAR!"... entendeu?!?

Anyway, se você "pegou" o meu truque, me manda um email ou deixe um comentário com a palavra "gotcha"... aí eu saberei que você descobriu o truque e não deixou dica pra ninguém!






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Thursday, November 12, 2009

WHERE were you?

Tive que comparecer ao Consulado Brasileiro esta semana - fui de trem. Raramente uso o trem, mas quando uso, procuro dividir meu tempo entre a leitura e a paisagem; e foi pela janela lateral que algo me chamou a atenção - não, não, ninguém levava a minha bolsa desta vez (lembra?). Um cartaz enorme, perguntando Do you remember the last time you said I was there? Isso me fez pensar...


Eu estive lá... nas Diretas Já!, sem muito engajamento político ainda, mas no meio da bagunça - minha mãe nem imagina!


Estive também no RockInRio de 1985 e 1990!


Estava entre os caras-pintadas no impeachment do Collor - mas de cara lavada.


Estive até na Argentina, num panelaço promovido por funcionários públicos de Buenos Aires, além de presenciar uma manifestação das Mães da Praça de Maio em frente à Casa Rosada.


Sem contar os inúmeros shows de bandas e artistas que sempre sonhei assistir, cuja empreitada agora é bem mais viável...

Pois é, camaradinha: VOCÊ esteve lá?

A propósito, o cartaz terminava dizendo "Be there!", numa referência a algum lugar ou evento, mas esse there é um lugar que não me lembro... provavelmente não mereceu a movimentação organizada de meus neurônios a fim de reterem tal informação...

Tuesday, November 10, 2009

Alguém deu pra trás...


Depois de tanto aventar matéria fecal no aparelho provido de pás que, movendo-se, fazem agitar o ar, refrescando-o, a UniBan resolveu declinar da decisão de expelir a Geni (ops, Geisy) de seu corpo estudantil...

Consta que a menina teria levantado a saia para que os colegas pudessem ver melhor os produto, já que o vestido, ao contrário do que andam dizendo, era muito longo!

Oh, Geisy... levanta o vestido, vai?

Devia expulsar os babacas que acham que mulher que provoca merece ser comida... "quem mandou provocar?" No mínimo são os votantes daquele outro político, muito famoso pela famosa frase - "estupra, mas não mata!"

Pau nelas!!!

Monday, November 09, 2009

Geisy & o Zepelim


Estão querendo associar a letra do Chico Buarque ao bullying (intimidação, ameaça) sofrido pela estudante Geise Arruda, na UniBan semana passada... da qual eu discordo.

Bullying define-se por aquelas moléstias e intimidações que determinado grupo aplica a uma pessoa - geralmente por apresentar uma característica diferente do resto; por destacar-se no meio de um grupo - seja por cor, raça, nacionalidade, inteligência (os chamados nerds geralmente sofrem este tipo de tratamento). Geni não é sobre isso.

Geni é sobre hipocrisia - que também se aplica ao caso da estudante Geise. A hipocrisia de quem julga os outros, e depois muda seu julgamento (ou ameniza-o) em detrimento de interesses próprios. Isso é Geni...

Geise também foi apedrejada (figurativamente) por se expor, por provocar, mas no íntimo de cada um, provavelmente rolava outros sentimentos... nas mulheres, a inveja (aquela mescla de ódio e desgosto provocado pela prosperidade d'outrem, ou ainda aquele desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é possuído ou gozado por outrem) cai bem - Geise é bonita de corpo e rosto, e estava "vestida para matar", atraindo a atenção de TODOS os homens da faculdade. Nos homens, o sentimentos eram tesão e impotência - aquele mulherão, cheia de sí, inalcançavel...

Foi isso que aconteceu... não foi bullying não. Foi a tão conhecida e retrógrada inveja e impotência, acompanhadas de outras coisinhas mais!

Vai de Geni aí, vai.
De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada
Dá-se assim desde menina
Na garagem, na cantina
Atrás do tanque, no mato
É a rainha dos detentos
Das loucas, dos lazarentos
Dos moleques do internato
E também vai amiúde
Com os velhinhos sem saúde
E as viúvas sem porvir
Ela é um poço de bondade
E é por isso que a cidade
Vive sempre a repetir

Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Um dia surgiu, brilhante
Entre as nuvens, flutuante
Um enorme zepelim
Pairou sobre os edifícios
Abriu dois mil orifícios
Com dois mil canhões assim
A cidade apavorada
Se quedou paralisada
Pronta pra virar geléia
Mas do zepelim gigante
Desceu o seu comandante
Dizendo - Mudei de idéia
- Quando vi nesta cidade
- Tanto horror e iniqüidade
- Resolvi tudo explodir
- Mas posso evitar o drama
- Se aquela formosa dama
- Esta noite me servir

Essa dama era Geni
Mas não pode ser Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Mas de fato, logo ela
Tão coitada e tão singela
Cativara o forasteiro
O guerreiro tão vistoso
Tão temido e poderoso
Era dela, prisioneiro
Acontece que a donzela
- e isso era segredo dela
Também tinha seus caprichos
E a deitar com homem tão nobre
Tão cheirando a brilho e a cobre
Preferia amar com os bichos
Ao ouvir tal heresia
A cidade em romaria
Foi beijar a sua mão
O prefeito de joelhos
O bispo de olhos vermelhos
E o banqueiro com um milhão

Vai com ele, vai Geni
Vai com ele, vai Geni
Você pode nos salvar
Você vai nos redimir
Você dá pra qualquer um
Bendita Geni

Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem dá-se ao carrasco
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas logo raiou o dia
E a cidade em cantoria
Não deixou ela dormir

Joga pedra na Geni
Joga bosta na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni

Sunday, November 08, 2009

uma palavrinha do nosso patrocinador...


Adoro rádio - notícia, matérias, discussões, entrevista... eventualmente música, em programas temáticos e específicos. Em criança (essa construção é antiga, hem?) ouvia O Pulo do Gato, com José Paulo de Andrade, e o utilíssimo Boca no Trombone. Isso porque mamãe ouvia, mas eu também gostava... agora, eu gosatava mesmo era de ouvir o repórter policial Gil Gomes (Naquela noite...), dramático! Recentemente no Brasil ouvia à CBN, na voz de Heródoto Barbeiro e também à Eldorado AM, na voz de Geraldo Nunes.

Aqui na Irlanda, me apeguei à RTE 1 (Morning Ireland) e à Newstalk (em geral). A RTE Lyric FM apresenta uma boa programação clássica, aventurando-se também no jazz e na world music. E até então venho me dando bem, mas semana passada...

Todo mundo sabe que rádio vive de patrocínio, mas espera-se limites e bom senso... No Morning Ireland de hoje, durante uma entrevista com um médico sobre um perigo de infecção, uma nova bactéria que pode se proliferar neste inverno, uma das âncoras, Aine Lawlor, simplesmente interrompeu - como de costume - o entrevistado, desta vez para chamar os comerciais do patrocinador! E a gente, do outro lado, com cara de tacho, sem saber direito da tal possível epidemia!

É um desserviço, não?

Thursday, November 05, 2009

Ladrões de Bicicleta


Tem um filme que me lembro bem, e que já assisti várias vezes... "Ladri di Biciclette" (Ladrões de Bicicleta) de Vittorio de Sica, o poeta do neorrealismo italiano, movimento artístico dos meados do século XX com ideologia marcada na esquerda marxista e que influenciou a literatura, a pintura e a música, mas teve no cinema o seu expoente máximo. E particularmente no cinema italiano.

Ladrões de Bicicleta faz uma relação entre o mercado negro - representado pelo mercado de bicicletas - e o desespero humano; até onde uma pessoa pode chegar, a degradação humana pela necessidade, em busca do banal, que no desespero não é banal, e sim vital, a exploração do ser-humano pelo próprio ser-humano; tudo com o toque sentimental inconfundível de De Sica.

Ladrões de Bicicleta mostra a triste realidade de uma época... mas ainda mais triste é a realidade real! É que nesta semana dois amigos tiveram suas bicicletas roubadas - um na porta de casa ("pô, mas eu moro numa rua sem saída!", reclamou indignado), e e a outra na estação de trem (nas estações existem umas vagas onde o pessoal pode parar - e trancar com corrente e cadeado - suas bicicletas).

Esta última nos ligou pedindo se poderíamos emprestar uma das nossas bicicletas, (temos 3) pois a usa para trabalhar. "Sem problemas", falei, e desci até a garagem do prédio onde tenho as bicicletas acorrentadas naquele mesmo tipo de vagas existentes nas estações de trem. E qual não foi a minha surprêsa! Haviam levado as 3 bicicletas! Cortaram os cabos de aço - que eu julgava serem "inquebráveis" e levaram as bicicletas... as três!!! Será que vivemos novamente aqueles tempos desesperados que De Sica retratou? Menos românticos, talvez...

Como consolo, deixaram os cadeados... super-resistentes!

Monday, November 02, 2009

the big big-brother

Quando tomei conhecimento que o corpo humano era constituído de trilhões de células fiquei fascinado. Estas células são quase como pequenos organismos - eles crescem, se reproduzem, consomem e respondem a estímulos assim como o próprio organismo. É como se o corpo humano fosse uma colônia, e não apenas um indivíduo.

Na verdade, se pensarmos nos primeiros agrupamentos sociais, podemos fazer uma analogia entre os organismos multicelulares - colônias de células - e os indivíduos; não passam de indivíduos que se mantiveram unidos e começaram gradualmente a evoluir também como grupo, e não apenas como indivíduos.

Isso me faz pensar... e se as colônias agissem como indivíduos numa escala maior? Se colonizassemos o universo, poderíamos nos tornar sociedades complexas o suficiente para desenvolvermos uma consciência própria dessa colônia como indivíduo? E poderíamos, como indivíduos, tornarmo-nos conscientes desta consciência (meta-consciência)? Supostamente (até por causa da velocidade da luz) tal consciência individual seria muito mais lenta do que a nossa coletiva, e as gerações vindouras nasceriam e morreriam ignorantes de tal consciência... e o tempo que levaria para um único pensamento atingir o nível superior dessa consciência, seria imensurável... No entanto, já que, ao contrário de nossas células, somos seres inteligentes, poderíamos ler os escritos deixados ao longo da história, por um semelhante... e tal semelhante seria tido como uma espécie de deus, num certo sentido, já que nos transcende em sabedoria e compreensão, mas ao mesmo tempo não seria onipotente, onisciente ou onipresente, e certamente não teria criado o universo...