Friday, July 31, 2009

De viagens...


Eu adoro viajar. Literalmente, e de qualquer maneira: ônibus, trem, avião, navio, e até carro (quando eu não estou dirijgindo). Cada meio de transporte me trás certas lembranças, e uma certa nostalgia até. Ônibus, por exemplo, me lembra a juventude, sem dinheiro, e de viagens baratas, as mais baratas possíveis. No outro extremo, os aviões me lembram duas coisas: primeiro negócios - viajo muito a trabalho - e depois lazer, os "weekend breaks" europeus, mas a principal lembrança é o Brasil, já que 11 horas de vôo não é algo fácil de esquecer. E os trems - os meus preferidos - me trazem a imagem da aventura que realmente busco nas viagens... uma poltrona confortável numa cabine vazia, uma garrafa de vinho e um bom livro, jazz nos fones de ouvido e uma maravilhosa paisagem na janela - o eurotúnel londrino, os vales normandos, as trilhas montanhosas de Luxemburgo, as margens do rio Reno em Renânia-Palatinado, os alpes suíços...

Como já disse John Donne, poeta inglês do século XVI, em seu famoso texto "Meditações XVII", "Nenhum homem é uma ilha, sozinho em sí mesmo..." Bem, eu estou numa ilha, e acabo por me obrigando a explorá-la, também. O que é muito interessante: o Oeste, a verdadeira Irlanda da língua gaélica; o Sul e suas vilas de pescadores, o norte e seus conflitos patrióticos, e mesmo Dublin, em sua jornada de tolerância e diversidade...

E já que é sexta-feira, camaradinha, eu te digo: viaje, viaje bastante e sempre... e quanto mais lúcido melhor!

Thursday, July 30, 2009

Bancos...


Os bancos estão em baixa. Não emprestam, mas também não devolvem. Caloteiam e são caloteados. Escondem-se atrás da complexa máscara da regulamentação - o bedelho do estado - ultimamente do próprio mercado - em seus negócios. E até quando?

Com essa crise de crédito e de confiabilidade, talvez a única solução seja voltarmos aos tempos em que trocávamos grãos e cabras, serviços e favores...

Até que um espertinho qualquer, com reputação e confiabilidade suficiente para persuadir, saque um pedaço de papel, escreva uma quantia e assine, dizendo "Me apresente este papel amanhã e lhe dou a quantia nele escrita".

Tuesday, July 28, 2009

De Platão e de conspiração

Os sábios falam porque têm algo a dizer. Os tolos, porque precisam dizer algo.
O doutor Leonard Horowitz é dentista, empresário da área de saúde e autor de uma série de livros, panfletos, DVDs, CDs e artigos sobre saúde pública - a maioria publicado por ele mesmo.

Controverso, acusado (?) de muçulmano radical - talvez por sua influência, juntamente com o movimento Nação Islã, em campanhas anti-vacinação americanas, ele vem agora com mais uma teoria da conspiração - ele é famoso por elas - para a gripe suína, dizendo qeu ela foi criada em laboratório por poderosos lobistas da área, em conlúio com o governo americano, num plano de ganhar milhões, mas também de genocídio.

Assista aqui e tire suas conclusões...

Sunday, July 26, 2009

Uma carta de Pindorama...

Olá meu dileto amigo, que prazer em receber (boas) notícias suas. Eu estou bem, a gente acaba se acostumando com o fim do mundo; como diria Martin Page em Como me Tornei um Estúpido. Estou lendo muito, não tanto como gostaria, pois tenho vários compromissos importantes e inadiáveis, tais como dormir, almoçar, jantar, tomar banho, procurar livros pela internet, passear com o cachorro, escovar os dentes, evacuar, e por aí vai... Agora estou tentando pegar coragem para ler O Homem sem Qualidades, de Robert Mussil. O romance tem 1200 páginas, mas não é isso que me assusta, mas a certeza de me identificar com o título. Estou participando sim daqueles encontros literários, Expedições Pelo Mundo da Cultura. Sábado próximo iremos analisar A Peste de Albert Camus. Faltei a uns 3 encontros pois tinha certeza que se fosse causaria a maior celeuma, pois os livros eram O Livro do Genisis , O Livro de Jó e outra baboseira qualquer que agora não me lembro. Como neste monturo que vivo, latrina do mundo, está cada vez pior - não passa um dia sequer sem um grande escândalo, sem exagero. Mas o que incomoda não são os escândalos, mas esse quietismo dos onagros, mandriões que habitam esta latrina. A população só se une para futebol e carnaval, para discutir quais os jaezes que vão usar como vestimenta
de tal nulidade.

Aguardo você me responder quando estiver chegado a este monturo, digo, Pindorama, mas não se esqueça de trazer botas de cano longo, pois a merda está por toda a parte.

Amplexos...

Saturday, July 25, 2009

Os ensaios do U2


O U2 anda ensaiando arduamente nas últimas semanas... são os chamados ensaios-abertos - os shows em Barcelona, Milan, Paris, Nice, Berlin e Amsterdam - que não passam de aperitivos para o Grande Show em Dublin, terra natal da banda. Na verdade, eles são de Ballymun (B), do ladinho de Blanchardstown (A), onde eu moro!


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Fui... pro show!

Friday, July 24, 2009

De blogs, cognição & headhunters

Às vezes fico ansioso para blogar coisas que penso e escrevo - mas assim que acabo de escrever e vou efetivamente postar, acabo me retraindo um pouco, principalmente se o post tratar de algum assunto delicado ou controverso - bem do jeito que eu gosto! Geralmente essa sensação desaparece - pelo menos na maioria das vezes - ao ler e reler o post - é que acabo por achá-lo nem tão embaraçoso assim, e, afinal, não estarei prejudicando ninguém a não ser eu mesmo...

Pois é, não dizem que hoje em dia, na era da vulnerabilidade regulamentada, da falta de privacidade pessoal e individualidade extremamente comunitária - tudo é coletivo - e do voyeurismo institucionalizado, as companhias de recrutamento e os headhunters vasculham a internet em busca de informação verdadeira, do verdadeiro ser, o eu-profundo, em blogs e forums, em redes de relacionamento e até mesmo no tipo de newsletters você recebe? Pois é...

Há momentos em que me preocupo com isso... seja por não acreditar na vigilância "bigbrotheriana" e procurar sempre desafiá-la, seja por não acreditar mais no que escrevi, seja por ter excedido certas fronteiras na tentativa de encontrar a melhor maneira de textualizar os pensamentos - pensamento, palavra e escrita, mídias tão distintas. Afinal, quem não é multicognitivo não pode compreender o que é ser multipersona. Talvez algum dia eu volte aos meus blogs e faça uma seleção para os selecionadores - se algum dia precisar deles.

Mas já que falei dos meus blogs, seguindo uma tendência de simplicidade que vem martelando os meus miolos - tanto os direitos quanto os tortos, quer dizer, quanto os esquerdos, sem falar nos centrais, frontais, traseiros, internos e externos - vou reduzir o número de blogs para... 1! Os famígeros The Waste Land - este que estás a ler, ora pois! - The Little Green Bug, The Lens of the Mind, Plog: poetry log e Auto-Pensante migrarão para um único - a decidir entre The Waste Land, The Little Green Bug e Auto-Pensante.

Continuarão independentes o Eduardo Miranda - Literatura, e o mais recente (ainda em construção) The Virtual Em3. E a TUDA, é claro, que é um projeto à parte. Só não posso garantir que não mudarão de domínio - wordpress talvez?

E falando em multicognição, um colega na aula de japonês me perguntou por que me interessava em aprender japonês. Disse-lhe que gostava de línguas, e que também estudava inglês, espanhol, francês e russo. Impressionado ele perguntou se eu trabalhava com línguas. Disse-lhe que não, que trabalhva com computadores, mas também era músico, escritor e poeta. Espantado, comentou do alto de sua serenidade zen-budista, "tal qual o pato..." Eu, inteirado da cultura e sabedoria oriental e suas sutilezas proverbiais, tentei por alguns segundos associar a imagem do pato a algum ensinamento budista... sem sucesso. Foi quando lhe perguntei, Pato por quê? E ele, O pato é capaz de nadar, andar e voar... mas não faz nada disso com perfeição! Meu primeiro sentimento foi de embaraço, já que todos riram, menos ele. Logo veio a raiva - bem curta, é verdade - que deu lugar à iluminação. Ele mesmo não ria, o que me ajudou a refletir... O pato é um generalista! Aquele cujos conhecimentos e interesses se estendem a vários campos, não se confinando em uma especialização. Era exatamente como me sentia - e me sinto até hoje. Não quero a chatice da especialização, mas a diversidade do genérico - ou a generalidade do diverso.

Quem sabe o meu novo blog venha a ser... The Duck!

Thursday, July 23, 2009

Nenhum homem é uma Ilha


John Donne, poeta inglês do século XVI, em seu famoso texto "Meditações XVII", disse:
"No man is na island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if promontory were, as well as if a manor of thy friend’s or of thine own were. Any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee"
Ou, em palavras luso-brasileiras:
"Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um grão for levado pelo mar, a Europa sai perdendo, assim como se fosse um pontal, assim como se fosse parte da terra de teus amigos ou mesmo da tua própria; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti"
Esse trecho mais tarde foi usado pelo escritor norte-americano Ernest Hemingway em seu romance "Por Quem os Sinos Dobram".

E o Zé Sarnento que tem uma ilha dele mesmo? Alguém aí sentiu o Brasil - ou mesmo o Maranhão - menor? Oras, já que a ilha é dele, conseqüentemente não é do Estado! E por extensão de sentido, se o Zé Sarnento vai pra Ilha Dele - que não faz parte do Maranhão, e portanto não faz parte do Brasil - podemos considerá-lo ausente do Brasil, não? Ora pois, se ele se ausentou, metaforicamente o mesmo que morrer, deveríamos nos sentir menores, já que fazemos parte da humanidade...

Estranhamente, sinto um alívio tremendo!!

Wednesday, July 22, 2009

Pichação ou Grafite?

Fotógrafo do jornal Folha de S.Paulo João Wainer e seu irmão Roberto T. Oliveira produzem um documentário sobre os pichadores de São Paulo.
Documentário se baseia na vida do ex-pichador Djan Ivson, e discute se a pichação é uma expressão artística ou um crime contra o patrimônio. O filme ainda registra diversas ações de pichadores e desvenda alguns dos códigos de conduta desta tribo.

Já em Paris, a Fundação Cartier convidou Djan para participar, no próximo mês, da exposição sobre o grafite no mundo. A ocasião servirá também para a divulgação do documentário. Djan foi condenado por uma pichação que fez em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo.

Bem diferente, porém, pichação de grafite. Não só esteticamente - que é o mais óbvio - pois alguém poderia falar que é uma questão de estilo [o que seria do pagode se todos gostassem de jazz?], mas na intenção propriamente dita. Enquanto o grafiteiro não grafita sobre outros "bens", o pixador procura o "bem" para pixar.

Veja trecho do documentário:



Assista mais aqui.

Monday, July 20, 2009

A Nova Dubai

Escute aqui, seu flácido e decadente ocidental, você pode ter seu salário livre de impostos, desde que se mantenha no emprego, caso contrário você perderá tudo o que tem e ainda será deportado. Você pode ter seu apartamento gigante, desde que você possa pagá-lo - mesmo em tempos difíceis, já que não temos cláusulas para calote por aqui - ou irá para a cadeia. Emprestar dinheiro é crime. Você pode passear em seu automóvel reluzente e ir aos shoppings como se você estivesse em Londres, Paris, Sidney ou Pretória. Você pode se vestir como se fosse para uma noitada de bebedeira em Praga, ou como uma prostituta de Amsterdam, nós vamos ranger os dentes de raiva mas vamos olhar para o outro lado. Você pode até usar suas drogas e fornicar livremente que vamos fechar os olhos para isso e para todas as putas pós-soviéticas em seus horríveis pubs de estilo britânico, discotecas e wine-bars. Basta que mantenham o dinheiro jorrando, continuem construindo edifícios gigantescos e facilitando nossos empréstimos.
Este era o "acordo de cavalheiros" em Dubai... mas parece que não é mais. A crise do crédito bateu feio por lá, e Dubai agora se agarra a sua antes desprezada mas menos impotente vizinha, a capital Abu Dhabi, para tentar um grande resgate, bem ao estilo hollywoodiano - ou seria bollywoodiano?. Empresas com apoio do Estado devem mais de £400m a empresas britânicas. Os luxuosos apartamentos na marina essão quase vazios, o investimento entrou em colapso levanto o mercado imobiliário junto com ele. Os preços das casa estão abaixando na ordem de 50% e há previsão de cair mais 20%. Ninguém está comprando, ninguém está alugando, não há novos negócios. Estima-se que cerca de £335 milhões em projetos foram interrompidos ou estão na espera. E é esperado que a população diminua em até 17% até o final do ano, sugerindo que as coisas vão melhorar tão cedo.

A depressão em Dubai faz da européia parecer um fim-de-semana prolongado devido a um feriado bancário... apenas um marasmo nas bolsas! Em nenhum lugar do mundo tem-se um capitalismo tão desregulamentado e irrestrito como em Dubai, além de uma crença árdua e aparentemente perpétua no aquecimento eterno do mercado imobiliário. E como acontece em todo lugar que enfrenta crise financeira, os culpados são logo apontados: os estrangeiros. Aí camaradinha, quando se junta racismo, preconceito, insegurança e ignorância no mesmo caldeirão... sai de baixo!

Friday, July 17, 2009

até que enfim...

... é Sexta-feira.

E por ser Sexta-feira, aqui vai uma dica: Peur(s) du noir. Assisti ontem em DVD. São pequenos medos encaixotados por animação em preto-e-branco, onde histórias assustadoras se interligam por um homem de sorriso diabólico com seus cães infernais, mais o monólogo de uma mulher sobre seus próprios medos e receios... uma pérola!

Ainda vou ao cinema hoje. Não sei se vou encarar o Brüno - andam falando muito mal, e questionando o gosto das piadas, mas acho que terei que constatar por mim mesmo, claro!


Bruce Springstein + Bono Vox = Grandpa Elliot

Sempre achei Bruce americaníssimo, mas ouvindo Granpa, a coisa toda muda... Vale a pena curtir na internet a mais nova celebridade mundial do ativismo social - Bono Vox que se cuide: o americaníssimo Grandpa Elliot no Playing for Change, cantando God Bless America, com muita emoção! Confira!




Tá muid inár gcónaí ar an domhan

E como ando estudando para minhas aulinhas de Irlandês - só freqüentar as aulas não adianta, é o que eu sempre digo! - no meu email diário "iris word of the day", coincidentemente com o Playing for Change, veio a palavra do dia: domhan, que quer dizer Planeta Terra! Tá muid inár gcónaí ar an domhan, ou seja, Nós todos vivemos no Planeta Terra. Seria bom fazermos algo para melhorá-lo não? Como? Ora, não estragando já ajuda muito!

Pequeno Tratado da Ascenção e Queda dos Tempos Modernos

Agora é oficial: França declara que "acesso à internet é um direito humano fundamental". O primeiro passo para a regulamentação e institucionalização da internet como protocolo humano (como eu já preví aqui, e pretendo escrever sobre o tema, no meu (tão esperado) livro-profecia "Pequeno Tratado da Ascenção e Queda dos Tempos Modernos". Eu já tenho o Conteúdo, pelo menos:
  • Tecnologia
    - A Inteligência Totalmente Artificial
    - Bio-Eletrônica & Psico-Eletrônica
    - A Internet Como Protocolo Humano

  • Consumo
    - A Produção de Bens de Consumo
    - Necessidade x Hábito
    - A Mitificação da Necessidade

  • Entretenimento
    - Coisificação do Intelecto
    - A Formação de Paradigmas
    - Valor Social x Valor Artístico

  • Mídia
    - O Universo Líquido
    - A Opinião Formada x A Formação da Opinião
    - A Realidade Inventada

  • Economia
    - Homo-Economicus
    - O Fim da Dignidade
    - Por Mecanismos de Troca Mais Eficientes

  • Nosso Século
    - A Monetarização do Ser-Humano
    - Da Idade da Pedra à Idade da Água
    - A Poeira Cósmica
Ainda porque é Sexta-Feira, dia oficial de jazz - agora que descobri que aquele café pertinho de casa toca jazz toda Sexta, ninguém me segura! Das 18:30 às 21:30. Antes, um cineminha (claro, afinal, hoje é Sexta, e todo mundo sai mais cedo - eu saio às 3pm!) e depois um carteado com um vinhozinho lá na casa da Lú - vai rolar?!?

Fui.

Thursday, July 16, 2009

Um milhão de olhos


É o preço da segurança... Estão querendo implantar micro-câmeras de segurança (sic) nas auto-estradas brasileiras. Pequenos big-brothers para te vigiarem... e tem gente dizendo que é o preço a pagar pela segurança... alguém aí lembrou do Bush ou foi só eu?

Jorginho Caminhador Arbusto, também conhecido como George Walker Bush, tinha exatamente o mesmo discurso: o preço da segurança é a liberdade. Se dava ao direito de, para supostamente proteger sua gente, bisbilhotar malas, caixas postais, emails, e até lares dos (pobres!) cidadãos americanos...

Tuesday, July 14, 2009

O Paradoxo da Estupidez


É o "Dia da Laranja" lá no norte. Como todos os anos, católicos & protestantes, unionistas & separacionistas, republicanos & fiéis da coroa, todos se preparam para a grande comemoração: porrada!

O Dia da Laranja comemora a vitória de "William of Orange" sobre o rei James II na Batalha de Boyne, em 1690. Embora o termo 'marcha' ou 'parada' seja amplamente usado na mídia, Os Laranjas preferem usar o termo 'caminhada' ou 'desfile'' - pura provocação, eu diria...

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come

Os Laranjas se acham no direito de desfilarem para comemorarem seu triumfo. Os nacionalistas acham isso ofensivo, principalmente quando desfilam nos distritos de predominância católica.

Uns diriam: ora, bem poderiam Os Laranjas não marcharem em bairros notoriamente católicos, e assim evitar a provocação. Outros diriam: Não gostam da parada? Mudem-se de lá! Afinal, estamos na Irlanda do Norte, parte do Reino Unido!

Essa é a base de todo o conflito - território Irlandês (a "Ilha da Irlanda") oficialmente pertencendo ao Império Britânico - ou o "Brutish Empire", como os Irlandeses costumam dizer!

Houve violência em Belfast (assista aqui). Não é novidade, e não deixará de ser algo esperado, até que se resolva o paradoxo da estupidez...

Friday, July 10, 2009

Tem cada uma...

Dirigir em São Paulo?

Nunca mais!

O Senado aprovou ontem um projeto de lei que regulamenta a profissão do mototaxista, alegando que a mototáxi já existe em mais da metade dos municípios do país... e só acabaram com o obstáculo jurídico para sua proliferação!!! Lula deve sancionar o texto, mas vai caber a cada Câmara Municipal ou Prefeitura determinar em que lugar o serviço poderá ser realizado. Já tem a até a Fenamoto (!) que representa o setor, dizendo que a previsão é de dobrar os atuais números de 500 mil mototaxistas e 10 milhões de passageiros por dia.

Já pensou?

O Rio de Janeiro continua...

Lindo, sem dúvida, mas cada vez mais violento! Tão violento que tem gente de todo o mundo preocupada com isso - o que eu acho um abuso!

Jornalista americano prepara reportagem sobre tráfico no Rio para a revista 'New Yorker', e diz que A cidade é uma calamidade". Nada de novo, eu diria... o cara pasmou ao ir à uma delegacia (dar queixa de um furto que sofrera) e encontrá-la dominada por traficantes - ele até teve que deixar mais uma graninha...

Aí vem o Cony - Carlos Heitor Cony, que escreve maravilhosamente bem, mas fala cada uma... - e diz tamanha besteira, que em Nova Iorque o problema de droga é pior que no Rio, que ele mora no Rio há anos e nunca nunguém ofereceu drogas para ele nas ruas, como em Nova Iorque...

Ora Cony, em Amsterdam, Lisboa, Londres e em muitas outras cidades Européias, são oferecidas drogas às pessoas na rua... mas aqui não se morre por um relógio!

Eu, hem?

Thursday, July 09, 2009

OBMJ


Já que falei de música, uma boa dica é a OBMJ - Orquestra Brasileira de Música Jamaicana. Éisso mesmo! Por mais estranho que o nome possa parecer, você vai acabar achando que soa bem - a música pelo menos!

O disco dos caras traz clássicos brasileiros - em todos os sentidos - como O Guarani, Tico-tico no Fubá, Carinhoso, Águas de Março e O Barquinho. E o melhor de tudo? Dá pra abaixar de graça! Confira!!

Tuesday, July 07, 2009

... enquanto isso em Pindorama...


Tem novidade no circuito cultural pindorâmico: O CD solo da vocalista do Pato Fu, Fernanda Takai. "Onde brilham os olhos seus" traz músicas de Nara Leão com arranjos diferenciados. Outro lançamento é da cantora Martinália, onde ela regrava em ritmo de samba o clássico do novaiorquino Bobby McFerrin, Don't worry, be happy!

Muito bem. Cá pra nós, cantar desafinado é mais difícil do que cantar afinado. João Gilberto que o diga. Outros que também disseram com maestria foram Chico Buarque e Chet Baker. Será que precisamos de outra desafinada? Até que ela soa direitinho - em sua desafinação quase meio-tonal - mas... sei lá! Cada um que julgue por sí, mas EU não compro - nem baixar eu baixo!

E quanto à Marginália, quero dizer, Martinália - ô nome... - nem se fala, né? Quem é que precisa de Bobby McFerrin pandeirado? Se fosse bom, ele próprio, diverso como é, já teria gravado!

Eu, hem?

Monday, July 06, 2009

na contra mão...

Na contramão dos fatos, a Irlanda parece viver um outro mundo. Com um dos piores índices de desemprego e recessão dos últimos 30 anos - pior ainda do que os famigerados anos 80 - e o pior da Europa (lembremos que a Islândia não faz parte da UE), ela, na voz imperial do Taoiseach Brian Cowen, resolver adotar medidas justamente contrárias a todos os outros países do bloco. Onde eles acabam com certos impostos, a Irlanda cria novos (Imposto de manutenção de aeroportos, um novo imposto para proprietários, uma nova e mais cara variante do imposto do lixo); onde os outros países diminuem suas Taxas de Valor Agregado (o famoso VAT - Value Added Tax), o brilhante Brian aumenta - foi de 21% para 21.5%; Onde os outros, e por aí vai... Por isso, alguns empresários de setores afetados se manifestam, o que é saudável. Só temos que discernir interesse setorial de melhorias econômicas.

O VAT deveria ser reduzido em 10% - Concordo! O da Irlanda é um dos mais alto da Europa, e está bam acima de UK, daí a evasão do consumo para o norte.

O Partido Verde destruiu o mercado de automóveis com tantas restrições populistas - Será? Ou serão os empresários que querem que construam-se mais e mais estradas, que o combustível seja subsidiado, e que o imposto do carro diminua para aumentar o consumo, que na verdade seria um caos!

A Assistência Social provida pelo Estado arruinou a competitividade da Irlanda - Hum... alhos & bugalhos na mesma salada; Assistência Social mantêm índice de criminalidade baixo. Mendigo aqui usa Nike (que não é roubado), fuma do próprio cigarro (OK, eles pedem um ou outro de vez em quando...), e alugam DVD na locadora local! Mendigar é opção, e no caso aqui, um trabalho - ficar o dia todo sentado na rua, com cara de coitado, pedindo por trocados.

Brian Cowen é inútil, mas não tão ruim como Bertie Ahern, o Taoiseach anterior - Concordo plenamente. Bertie vai acabar por ser lembrado como o homem que afundou a Irlanda...

Uma trégua de 12 meses nos impostos para a compra de imóveis aqueceria o mercado novamente - Duvido, pois o mercado está inflado justamente porque construiram-se mais casas do que a demanda de pessoas para morar nelas... a trégua só benificiaria os uqe já compraram e não estão podendo arcar com suas dívidas.

Um ponto que eu desconhecia, porém, é que todos os funcionários públicos trabalham apenas 32 horas semanais... e além disso têm horários flexíveis e "abono-doença" de dez dias... Numa semana em que o país viu o equilíbrio do Tesouro se deteriorar ainda mais, e a taxa de desemprego passar de 11,9%, o que poderia nos consolar?

Os franceses, é claro!

Friday, July 03, 2009

Flarf

"Flarf" é um termo bastante controverso na comunidade poética contemporânea, e tem-se revelado difícil de estabelecer uma definição correta para ele. "Googling" na net, achei três sentidos principais que abrangem a maior parte dos contextos em que o termo geralmente é utilizado:

1) "Flarf" foi usado pela primeira vez em referência aos poemas produzidos por um grupo de escritores chamado "Flarflist Collective". Foi cunhado por Gary Sullivan no final de 2000, ao enviar deliberadamente alguns poemas ruins para um suposto concurso da Poetry.com (um esquema de marketing para fisgar escritores), e assim "testar" os padrões de excelência do site, por pura travessura.

2) "Qualquer-nota". Define a poesia que faz uso de mecanismos de busca na internet - acredite!

3) "Flarf" também se refere a qualquer produção intencionalmente ruim ou leviana: "O que são estes rabiscos?" "Nada, apenas algo que eu 'flarfei' durante a minha hora de almoço." "O que o cara disse?" "Não sei. Para mim soou como flarf." É claro que isso só funciona em, inglês, tal como o termo "google", que já virou um verbo.

Flarf Poetry

O que me chamou mais a atenção - e por isso postei esse artigo - foram os poemas "On Demand” escritos à partir de resultados de pesquisas na redinha... Os temas procurados acabam virando títulos dos poemas. Check this out:

Three Poems on Demand
by Jordan Davis

turtles generate poems

No wonder they move so slowly—
Somebody in there is
Trying to write.


PICTURES OF BUGS BUNNY DRESSED LIKE A THUG

What drove me to draw this picture
Of Bugs Bunny dressed like a thug?

Plural. Pictures. Not once did I sketch
The buff tattooed torso of Thug Bugs

But many times, over several days.
He looks mean, doesn’t he? When O when

Will this election be over
So I can blow off life again

Without inadvertently producing objects
Of great and mysterious-to-me beauty.


POEM FOR A SIXTH WEDDING

You know a lot better than I do
What you’re doing