Pessoas de bem,
Hoje cometi orkut-cídio. Mais sofisticado do que o anterior - já me orkut-cidei uma vez, mas por ser membro do Google Mail, ress-orkut-scitei automaticamente, como o milagre de Jesus Orkristo! E essa experiência transcedental me mostrou uma outra verdade - que não há clemência e compaixão no ciberespaço, a nova Terra de Ninguém...
Diferentemente dos aspirantes à popularidade que pregam e vivem a célebre frase (do Orson Welles, creio eu) que acabou por se popularizar em ditado, e daí passou a ser repetida, por vezes irrefletidamente, sem se atentar à sua profundidade e gravidade:
"falem bem ou falem mal, mas falem de mim". Eu geralmente e particularmente, nesses casos, prefiro ser ignorado...
No passado tive alguns problemas de invasão de privacidade e de individualidade no Orkut, que eu defino como
"O Purgatório Cibernético", onde pecadores (orkuteiros) esperam (se expõem) para serem julgados (vistos) pela Justiça Divina (os outros, orkuteiros ou não). Naquela ocasião, andaram postando injúrias e insultos sobre a minha pessoa em meu
scrapbook. Meu (suposto) "amigo" - pois só amigos podiam postar - colocou infâmias sobre mim, sugerindo coisas que iam de encontro a alguns de meus princípios. Questionado, ele me disse para "relaxar", que era apenas uma brincadeira, e que todo mundo fazia isso!
Bem, não foi o caso agora. Minha amiga - sem aspas - não postou nenhuma injúria, infâmia ou heresia... só fez uma brincadeira, sem maldades, que eu aceitei, mas que me fez despertar (novamente) para a fragilidade dessas comunidades dinâmicas, chamadas redes de relacionamento.
Hoje cometi orkut-cídio. Mais sofisticado, é verdade. Entrei em estado de suspensão, congelamento por nitrogênio líqüido, e assim deixarei meus restos na remota esperança de uma futura ressurreição, quando os avanços científicos permitirem regressar à vida de maneira digna e segura, ou quando irradicarem de vez a estupidez humana - acreditem... há muita estupidez lá fora!
Este estado de crioconservação consiste em excluir todos os meus amigos (desculpem, mas é por uma boa causa, acredito...) e não aceitar mais ninguém. Fazendo isso, ninguém me "
scrapbooka", e ninguém vê além do que eu quero que seja visto... ainda estarei lá para divulgar meus projetos musicais, literários e blogs. Afinal, todos os meus amigos sabem onde me encontrar - seja virtualmente ou em carne e osso.
Podem me chamar de eremita (não seria a primeira vez!), mas nesta Terra de Ninguém do Ciberespaço, prefiro ser um cibereremita... Como já disse
Andrew Keen (em outras palavras) no seu interessantíssimo "
The Cult Of The Amateur": Há um preço a ser pago pela popularidade amadora e sua conseqüência, a mediocridade... pegue-pague (ou pague-pegue) quem quiser!
Ave Orkut, morituri te salutant!