Sunday, May 31, 2009

radares dentro da lei

Deu na CBN que "Rádio Pirata desvia aviões de Congonhas para Viracopos e Guarulhos". Essa idéia de que interferências de rádios piratas possam derrubar aviões, é um mito que a grande mídia criou, em conluio com os grandes detentores das licenças de transmissão - um lobby poderossíssimo!

De certo que o espectro de transmissão é pequeno e comporta um número limitado de rádios, e assim interferências entre as rádios pode acontecer, mas a freqüência usada por aeronaves é superior à freqüência usada pelas emissores de rádio. Não existe sequer um caso registrado no mundo todo de acidente relacionando a rádios livres e quedas de aviões.

Ou alguém aí acha que os equipamentos de comunicação dos aviões e dos aeroportos, com seus radares, vão distinguir quais rádios têm licença para operar?

É cada uma, hem?

Saturday, May 30, 2009

O Giroflexódromo da CBN


O Brasil deveria ser um dos países mais ricos do mundo, devido à quantidade de pérolas que se encontra por aí... isso se fosse aquele outro tipo de pérola, aquelas das ostras, e não estas da mídia!

Desta vez foi o âncora radiofônico Heródoto Barbeiro, ao comentar o caso dos giroflexes (já comentado aqui) em São Paulo. Como Barbeiro já divulgou escancaradamente sua opinião pessoal através do programa que deveria informar, todos sabemos que ele é daqueles que, contra o que a lei rege, NÃO dá passagem para carros com giroflex que NÃO tenham identificação apropriada - ou seja, ele se acha no direito de, em fração de segundos, julgar o certo e o errado.

Não bastasse isso, agora ele é também o divulgador de piadinhas no ar... Bem, me corrijo: não é de agora que Barbeiro atua como comediante. Sempre atento para meter uma música - geralmente "marchinhas", como ele as chama - relacionada ao assunto que esteja sendo comentado em seu programa, também é conhecido como colecionador de vinhetas de O Bem-Amado, pois parece tê-las todas!

A mais nova é a criação do Giroflexódromo. Segundo Barbeiro, já que os "espertinhos" usam o giroflex impunemente, deveríamos todos adotar o uso do giroflex também, e assim transformar as marginais em verdadeiros giroflexódromos, com sirenes por todos os lados...

É claro que é uma piada, não? Sim, mas não duvide da onipotência megalomaníaca de Heródoto Barbeiro... já pensou? Vamos comprar armas também, assaltar bancos, infrigir as leis todas! E no caso do giroflex, ao contrário - seria muito mais fácil - proíba o giroflex em carros oficiais - nenhuma ambulância, bombeiro, polícia ou investigador pode usar giroflex. Assim saberemos que aqueles que continuarem usando são os infratores!

Cada uma, né?

Friday, May 29, 2009

e porque hoje é sexta...

De uma maneira ou de outra, os filmes do roteirista Charlie Kaufman sempre acabam por falar do amor, da morte, da dor e do sofrimento e seu impacto na mente humana. Assim foi "Quero Ser John Malkovich", "Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças", "Adaptação", "Confissões de uma Mente Perigosa", "Natureza Quase Humana". A exploração da psique está lá. E "Synecdoche, New York", que marca a estréia dele na direção, não é uma exceção - é uma progressão natural da obsessão, complexo e angustiante. Uma viagem através de seus pesadelos mais neuróticos e pessimistas, sem abandonar a graça. Kaufman consegue fazer do absurdo algo leve de ser consumido, remetendo-nos ao melhor de Woody Allen, o mestre em involver o público em complexas condições existenciais enquanto mastigam pipocas de plástico em cadeiras confortáveis de complexos cinemáticos!

"Synecdoche, New York" nos introduz um escritor e diretor teatral (o brilhante Philip Seymour Hoffman, de Capote, Doubt, Charlie Wilson's War) como o protagonista hipocondríaco e naturalmente propenso a enxergar o lado ruim da vida, que parece estar sempre a espera da própria morte.

De repente, o absurdo entra em cena, quando ninguém parece se importar com o fato de um imóvel estar em chamas, ou quando os desenhos na TV mostram o dramaturgo como personagem, numa de suas inúmeras projeções alucinadas. Mais ou menos como em "Quero Ser John Malkovich", não estamos sentados na poltrona de um cinema assistindo a um filme, mas estamos dentro da mente do protagonista, experimentando suas alucinações.

Suas relações com as mulheres que o cercam ou o abandonam, o simulacro de seu mundo num galpão, onde todos os dias dá instruções bem específicas sobre como deverão interpretar, numa eterna performance da própria vida...

"Synecdoche, New York" é um exercício narrativo fascinante, construído numa complexa estrutura de camadas - um galpão dentro do galpão a fim de representar o simulacro do simulacro. Um círculo enlouquecedor de inúmeras representações dramáticas numa ficção da ficção da ficção da ficção. Meros figurantes no universo, mas ainda protagonistas de nossas próprias vidas.

Um Filmaço!

* Sinédoque - tipo especial de metonímia baseada na relação quantitativa entre o significado original da palavra usada e o conteúdo ou referente mentado.

Thursday, May 28, 2009

orkuticídio


Pessoas de bem,

Hoje cometi orkut-cídio. Mais sofisticado do que o anterior - já me orkut-cidei uma vez, mas por ser membro do Google Mail, ress-orkut-scitei automaticamente, como o milagre de Jesus Orkristo! E essa experiência transcedental me mostrou uma outra verdade - que não há clemência e compaixão no ciberespaço, a nova Terra de Ninguém...

Diferentemente dos aspirantes à popularidade que pregam e vivem a célebre frase (do Orson Welles, creio eu) que acabou por se popularizar em ditado, e daí passou a ser repetida, por vezes irrefletidamente, sem se atentar à sua profundidade e gravidade: "falem bem ou falem mal, mas falem de mim". Eu geralmente e particularmente, nesses casos, prefiro ser ignorado...

No passado tive alguns problemas de invasão de privacidade e de individualidade no Orkut, que eu defino como "O Purgatório Cibernético", onde pecadores (orkuteiros) esperam (se expõem) para serem julgados (vistos) pela Justiça Divina (os outros, orkuteiros ou não). Naquela ocasião, andaram postando injúrias e insultos sobre a minha pessoa em meu scrapbook. Meu (suposto) "amigo" - pois só amigos podiam postar - colocou infâmias sobre mim, sugerindo coisas que iam de encontro a alguns de meus princípios. Questionado, ele me disse para "relaxar", que era apenas uma brincadeira, e que todo mundo fazia isso!

Bem, não foi o caso agora. Minha amiga - sem aspas - não postou nenhuma injúria, infâmia ou heresia... só fez uma brincadeira, sem maldades, que eu aceitei, mas que me fez despertar (novamente) para a fragilidade dessas comunidades dinâmicas, chamadas redes de relacionamento.

Hoje cometi orkut-cídio. Mais sofisticado, é verdade. Entrei em estado de suspensão, congelamento por nitrogênio líqüido, e assim deixarei meus restos na remota esperança de uma futura ressurreição, quando os avanços científicos permitirem regressar à vida de maneira digna e segura, ou quando irradicarem de vez a estupidez humana - acreditem... há muita estupidez lá fora!

Este estado de crioconservação consiste em excluir todos os meus amigos (desculpem, mas é por uma boa causa, acredito...) e não aceitar mais ninguém. Fazendo isso, ninguém me "scrapbooka", e ninguém vê além do que eu quero que seja visto... ainda estarei lá para divulgar meus projetos musicais, literários e blogs. Afinal, todos os meus amigos sabem onde me encontrar - seja virtualmente ou em carne e osso.

Podem me chamar de eremita (não seria a primeira vez!), mas nesta Terra de Ninguém do Ciberespaço, prefiro ser um cibereremita... Como já disse Andrew Keen (em outras palavras) no seu interessantíssimo "The Cult Of The Amateur": Há um preço a ser pago pela popularidade amadora e sua conseqüência, a mediocridade... pegue-pague (ou pague-pegue) quem quiser!

Ave Orkut, morituri te salutant!

Wednesday, May 27, 2009

Colaboração: para que te quero?


Perguntado sobre qual seria a tendência mais forte na evolução da Tecnologia da Informção até agora, um especialista responde, convicto: Colaboração. Fingindo surpresa - já que tudo é combinado previamente, mas as personagens insistem em fazer o que não sabem: representar - o entrevistador pergunta "Colaboração? O que é isso, Ethevaldo?", e o teatro continua com Ethevaldo exemplificando a Wikipédia, e se põe descarregar cifras nos ouvintes: escrita em mais de 200 línguas, 2.800.000 artigos em inglês, 470.000 em português, 800.000 em francês, e dá-lhe números, números e números. Perguntado se não haveria o perigo de alguém obter informações erradas, duvidosas, ou mesmo de má-fé, Ethevaldo responde que sim, mas que também há a correção constante (!)

Ufa, que alívio! Agora, se você, camaradinha, pegar a informação num "momento não-confiável", já era! Nada vai mudar isso, e vai ser difícil se explicar lá em casa! Exatamente como já lhe ocorreu, não é Ethevaldo? (Leia aqui).

Bons exemplos, porém, ainda temos: como o Linux, o OpenOffice... é só dar um tratamento profissional na colaboração. A cultura do amador não vai - por enquanto e se tudo der certo, nunca - nos levar a lugar nenhum.

Ave, Caesar (morituri te salutant)!

Tuesday, May 26, 2009

Preto, Negro, e as outras cores...


Alguém me diz que estou na sua "Lista Negra"! De cara, me sinto honrado em fazer parte de tal nobre lista, pois sua origem remonta no Macartismo americano dos anos 50, quando artistas e intelectuais acusados de comunistas (simplesmente por serem contra a situação) tinham seus nomes adicionados numa suposta lista, e eram perseguidos de seus direitos de cidadãos, e impedidos de exercerem suas atividades. A lista negra da sociedade, essa era a idéia, e que logo virou expressão de alto culto no Brasil escravocrata do final do século XIX e começo do século XX.

No sentido físico, o preto é a ausência de cor, e o branco é a soma de todas as cores. No sentido antropológico, negro é raça, preto é cor. No sentido branco/racista/freyriano (sim, Gilberto Freyre, o maior racista intelectual que o Brasil já teve!), negro é preto e preto é negro, e são tudo de ruim.

Expressões como "deu um branco", por exemplo, segue a "lógica inversa" de que branco é a ausência de cor, quando o certo seria "deu um preto". Branco (todas as cores) Preto (ausência de cor). Mas pega mal falar deu um preto... aí optou-se por deu um branco, pare reforçar o aspecto de limpo, a impressão do vazio (de idéias) e o sentido do puro, já que branco.

Outras pérolas são "preto de alma branca", "a coisa ficou preta", "denegrir a imagem", e por aí vai. Quem mexe com a palavra deve tomar cuidado para não instigar expressões galgadas em horrores do passado, causados principalmente por exploração da condição de superioridade econômica ou social de um determinado grupo sobre o outro, buscando tomar vantagem ou mesmo eliminar o mais fraco.

Por isso, gente que diz que tais expressões são inofensivas e apenas expressam ditos "populares", estão a negar a história e assumir os seres humanos horríveis que foram/fomos no passado. Reparação, já! Podemos mudar, sempre!

Vixe!

Tuesday, May 19, 2009

processando...

As últimas pendências técnicas para a fusão da Perdigão com a Sadia foram resolvidas ontem, e o negócio parece que vai mesmo pra frente... “Brasil Foods" (com S mesmo), é o nome de batismo da maior empresa de alimentos industrializados do Brasil, a 10ª maior das Américas, e a maior do mundo no processamento de carne de frango! A Perdigão fica com 68% das ações da nova empresa, enquanto a Sadia com 32%.

Mas, o que todo mundo quer saber é como é que ficam aqueles que adoram ser bombardeados com musiquinhas que não saem da cabeça, e continuam falando pérolas como "Presunto é Sadia", ou "Salame só Perdigão"? Devem mudar para Presunto é Brasil Foolds", "Salame só Brasil Foods"... não cola, né?

Mas este é o menor dos problemas da Brasil Foods. Pela frente, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) - pois há forte concentração de mercado em vários segmentos - e a situação financeira da Sadia, que dizem não ser nada boa, e a tentativa de diluir seu endividamento dentro da nova estrutura envolve uma oferta pública de ações para captar cerca de R$ 4 bilhões...

Eu, que conheço TUDO de mercado financeiro, não compraria...

Monday, May 18, 2009

que tal um cafezinho?

Dentre as várias histórias da origem do café, a mais popular é a de Khaldi, pastor etíope da antiga Abissínia dos anos 600-800 desta nossa era, que ao observar suas cabras mais ativas ao comerem umas frutinhas vermelhas, resolveu experimentá-las ele mesmo, e sentiu-se revigorado. Planta originária da região conhecida como Arábia, península situada entre o Golfo Pérsico e o Mar Vermelho, o cafeeiro tinha seus frutos consumidos quase que exclusivamente pelas tribos nômades. Os beduínos esmagavam os frutos maduros e os misturavam com gordura animal, armazenando essa pasta em bolsas de couro para consumirem durante suas viagens, e eventualmente bebiam o líquido obtido da infusão dessa pasta em água fria.

No século X os Árabes descobriram o sabor da bebida preparada com água quente, que denominaram "GAHWA" (literalmente significa: aquele que impede o sono). Já no século XIII surgiram nos países árabes as primeiras casas especializadas em servir café, e logo se tornou conhecido como o "vinho árabe" pelos mulçumanos, que proibidos de consumir álcool, usavam o café como estimulante, consumido-o nas mesquitas, até mesmo durante as orações.

O café foi primeiramente cultivado no Yemen na África entre os anos 1250 e 1600. Os árabes, cientes do potencial econômico do café, mantiveram total monopólio, pois exportavam apenas grãos torrados, enquanto não permitiam a saída das plantas e frutos "in natura" de seu território.

A primeira cafeteria que se tem noticia surgiu em Constantinopla (Istambul) em 1475, dois anos após ser introduzido na Turquia pelos Otomanos. O café ficou conhecido na Europa somente no século XVII, através de viajantes que visitaram cidades do oriente próximo e muito provavelmente tiveram contato com o café nas cafeterias onde eram negociados diversos produtos e nas ruas onde eram vendidos pelos camelôs. Foram os venezianos que primeiro trouxeram grandes quantidades de café para a Europa, sendo que no início do século XVII, em 1.615, mercadores venezianos embarcaram na Turquia, aquele que seria o primeiro carregamento de café para a Europa. Os britânicos, apesar de famosos por apreciarem o chá, foram os primeiros a abraçar o comércio de café na Europa...

Bem, mas o mais interessante que fiquei sabendo ao visitar o JArdim Botânico de Dublin, foi a informação de que uma árvore de café produz meio quilo de café torrado... Um absurdo, não? Acho que preciso diminuir meu cafezinho...

Saturday, May 16, 2009

senhora liberdade...

Um dos grande problema por trás das pseudo-notícias que os senhores jornalistas divulgam está a independência: será que podemos falar de independência de órgãos de imprensa que, querendo ou não, são obrigados a correr atrás de IBOPE? O que fala mais alto, ao final, não seriam os interesses dos investidores? Não creio que a sejam tão isentos assim.

Outro grande problema é a confiabilidade... basta olhar as mentiras alimentadas em formato de propaganda, a hipocrisia cultural e a coisificação do senso crítico ao banalizarem os fatos intercalando entretenimento popular de gosto duvidoso com notícias que deveriam ser tratadas seriamente; mais os filtros que colocam nos espaços abertos a comentários, a pós-edição de material da internet para eliminar erros e enganos cometidos ao vivo, com a clara intenção de não permitir que as pessoas acessem tal informação para posterior crítica e análise.

Sendo assim, toda e qualquer "notícia" vinda de tais órgãos deve passar pelo filtro do caráter, já que manipulação de fatos, mentiras e jogo de interesse são problemas de caráter, para não dizer de polícia. Deveriam os senhores da imprensa, aprender sobre o julgamento para poderem julgar: a difícil arte de julgar requer que seu executor se mantenha ileso à demanda que lhe chega às mãos; é mais que uma obrigação, um dever para que sua missão não apresente ranhuras ou distorções, e não permitir que seus próprios valores morais interfiram em sua profissão.

A corrupção que constantemente se apresenta na mídia deve ser banida. E, meus caros jornalistas, leiam mais os teóricos da mídia e dos meios de comunicação como cultura de massa e cultura popular, e tenham um pouco mais de respeito pelas pessoas que ainda vos ouvem...

Friday, May 15, 2009

e só porque hoje é sexta-feira...

Uma vez que Anjos e Demônios se passa no Vaticano e é ornamentado com ritos e cerimônias internas do catolicismo romano, começo eu mesmo este post com uma confissão: diferentemente do seu antecessor O Código Da Vinci, eu não li Anjos e Demônios, o livro de Dan Brown! E não o li devido a uma artigo, em que o (renomado) crítico diz que ler o livro de Dan Brown foi um pecado, não à Igreja Católica, mas à língua inglesa! Demorei a me convencer de que não seria um pecado eu mesmo assitir ao filme - uma blasfêmia do entretenimento! Me enchi de coragem e encarei o Caminho da Luz!

Embora não seja particularmente ruim, o filme agrada... ao menos. Embora comece com uma gafe (para entrar numa sala protegida por leitura da íris, o intruso teve que arrancar o olho de uma pessoa que autorizada no sistema, só que esta pessoa aparece morta DENTRO da sala!), e algumas conclusões sejam tomadas sem maiores explicações lógicas convincentes - o tal do Caminho Da Luz, por exemplo -, é uma boa fita de ação, e te leva a muitas dicas falsas sobre o desfecho - o que eu particularmente gosto.

Muita gente acha que Anjos e Demônios é a continuação de O Código Da Vinci. Não é! Anjos foi escrito antes de que Da Vinci. O problema é que sendo o filme com o mesmo ator interpretando a mesma personagem, dá a idéia errônea da continuidade - idéia esta que a própria personagem passa logo no começo do filme, quando é procurado por um agente do Vaticano pelo seu "notável trabalho no passado", numa referência ao Código Da Vinci.

Dá pra assistir sem sentir muito remorso...

Que respeito é esse?


O Deputado Sérgio Moraes do PTB do RS acabou ficando conhecido como "O Deputado que se lixa" - injustamente, eu diria... Em todos os depoimentos que se ouve na internet, claramente se percebe que o deputado foi provocado pela repórter, que chegou mesmo a ameaçá-lo de jogar a opinião pública contra ele... e conseguiu!

Mas o nobre deputado não é santinho não... afastado da relatoria do caso do colega Edmar Moreira no Conselho de Ética da Câmara por haver se pronunciado sobre o mérito do caso, dizendo que inocentaria o colega antes mesmo de ler os autos... Na minha cartilha, nobre deputado, isso sim mostra o quanto o senhor respeita a opinião pública!

O estado democrático de direito e a democracia estabelecem imunidade parlamentar de opinião. Uma opinião errada de um deputado não pode ser o centro da decisão do Parlamento. Se forem contra contra seu parecer, que o barrem! É assim que as coisas funcionam na democracia. O deputado afirmou que sua popularidade aumentou após a polêmica frase. Disse à imprensa que "...vocês não imaginam que mão me deram com essas manchetes!"

E o Heródoto Barbeiro fala nele todos os dias... até quando, hem?!?

Thursday, May 14, 2009

Coronelismo & Giroflex

A CBN anda a divulgar o absurdo de certos motoristas que metem um giroflex em cima do carro, ligam uma sirene ensurdecedora, e assim furam o mega-trânsito da cidade de São Paulo nas horas do "rush". Muito bem! Só que, na sua missão imaculada de salvar o mundo, A CBN - precisamente o âncora Heródoto Barbeiro - vem instigando a população a não sair da frente de um carro não-identificado como ambulância, bombeiro, polícia, ou outro carro que mereça ter um giroflex e uma sirene. A CBN, na sua messiânica função de regulamentadora do que é certo ou errado, além de querer influenciar seus ouvintes e a opinião pública com sues próprios julgamentos de valores, resolveu ignorar o fato, aliás já alertado por alguns ouvintes, de que certos policiais que trabalham à paisana, devido ao tipo de investigação que fazem, simplesmente não podem afixar nenhum tipod e identificação em seus veículos, caso contrário acabaria com o fator camuflante da qual depende o sucesso de suas operações, e até mesmo suas próprias vidas.

Heródoto Barbeiro, do alto de seu microfone paraguassônico - já que vive soltando vinhetinhas de Odorico Paraguassú, personagem de O Bem-Amado -, após ler a observação de um ouvinte que sugeria que se anotasse a placa do veículo para posterior verificação junto a autoridades competentes, ao invés de simplesmente não lhe dar a passagem, decretou: "Eu não saio (da frente de carro com giroflex e sirene, sem identificação oficial)!"

Tudo bem, Coronel Barbeiro!

Wednesday, May 13, 2009

Dylantante...

Tive a oportunidade de atender a um show do Bob Dylan. Sim, o Grande Bob Dylan... endeusado por suas letras brilhantes e suas melodias deliciosas, certeiras. Mas, devo lhe dizer, Bob decepcionou. Não artisticamente, mas em postura. Entrou mudo e saiu calado; não deu boa noite, não falou um obrigado sequer ao público: apenas cantou e tocou teclado (!), três ou quatro solos de harmônica e duas canções no violão.

Eu, que apesar de não ser um fanático em saber todas as canções de cor, conheço bem sua produção, e te digo... conhecia apenas três ou quatro das canções que ele selecionou para a noite - parecia um show "lado B" - o que não é mal, mas creio que demandaria um pouco mais de interatividade... mais afeto mesmo. E os (re)arranjos das canções também deixaram muitos fãs desapontados... muitas delas ficaram irreconhecíveis! Mas como já disse, isso não é mal, mas um pouco mais de... respeito? É.. é isso!

Para aqueles que o consideram um deus do folk pela sua música, um guru pela sua poesia e literatura, e agora também um virtuoso pela sua pintura, saibam que sua aura está brilhando menos agora... infelizmente!

Tuesday, May 12, 2009

Essa imprensa...

Tá certo que o Deputado Sérgio Morais falou que pouco se lixava pra opinião pública... e quer saber? Eu apoio totalmente o que ele disse! Como sempre, a imprensa faz seu exercício propagandístico, que é o de descontextualizar depoimentos e usá-los largamente para ressaltar aspectos de seu interesse.

Ouvindo ao discurso do Deputado, fica claro que ele foi ameaçado por uma repórter do jornal O Globo, dizendo que ela poderia influenciar a opinião pública, e se ele não temia isso. E nesse contexto, o Deputado soltou (também uma pérola) que pouco se lixava para a opinião pública. Ele podia ter sido mais feliz, dizendo que ela poderia fazer o que bem quizesse para o bom cumprimento do dever dela, que ele faria o que precisasse para exercer bemn a fiunção dele, que claramente significa não sucumbir a ameaças de ninguém, muito menos de jornalistas, que acabou por deixar muito claro o tipo de ética que os rege... a do sensacionalismo, que tem por fim as vendas... o vil metal!

A CBN, na voz de Heródoto Barbeiro, também vem batendoi na tecla do "que se lixe a opinião pública", sem contextuar o ocorrido... aí, camaradinha, só quem é trouxa não percebe que tudo não passa de uma briguinha de interesses...

É como nos ensina aquela fábula de Esopo sobre a língua: um bem e um mal ao mesmo tempo... lamentável.

Saturday, May 09, 2009

E falando em enganação...

Indo de alhos para bugalhos mas sem mudar de assunto, comentei recentemente um artigo (ao meu ver equivocadíssimo) do Jabor (aqui e aqui). Na ocasião, disse que melhor seria ele, na falta de idéias, se limitar a reler ou reescrever o que já havia produzido no passado, expediente aliás cujo usufruto Jabor já gozou. Mas não citei a fonte (oh, meu deus, que pecado! Como se a imprensa [não só a brasileira] não se apoderasse desse subterfúgio). Então retomo...

Foi uma leitora quem notou que um artigo (21 de abril de 1998) lhe parecia "muito familiar". Ela consultou os arquivos da Folha e descobriu que Jabor publicara o mesmo texto em 23 de janeiro de 1996. A fonte é a própria Folha de São Paulo, onde Arnaldo Jabor costumava colaborar. Deu no Ombudsman daquele jornal num domingo, 03 de maio de 1998.

Mas o pior é que o Jabor quis negar - aí fedeu! Fazer a besteira é uma coisa: precisava entregar o artigo, estava indisposto, sem criatividade, com o saco-cheio, o que seja, mas negar o erro... aí se queimou! O cara escreve bem, tem boas idéias, dá umas gafezinhas aqui e ali de vez em quando, mas MENTIR é grave.

Num artigo Jabor discorre sobre o sentimento de inadequação que invade brasileiros em Nova Iorque e a orfandade dos intelectuais de esquerda. Faz suas reflexões a caminho do Brasil. No outro, Jabor não está mais no avião. O comentário sobre os transeuntes na 5ª Avenida se desloca para a Broadway. O motorista de táxi com quem conversava se transforma em vendedor de cachorro-quente. As diferenças terminam aí! Ah, sim: um texto tem 1018 palavras, o outro 1100! Em números, 59% do texto é reprodução literal do material antigo; desconsideradas as alterações cosméticas, a intersecção sobe para 65%. Entre as mudanças, estão a substituição de coisinhas como "promessa" por "esperança", "alguns" por "meus inimigos", "gorjeta" por "mixarias" e a introdução de expressões ou frases no meio de períodos antigos... Nos cinco primeiros parágrafos há apenas duas sentenças diferentes do original!!!

Em conversa telefônica com a ombudsman na quarta-feira, o ex-cineasta - que agora está voltando ao cinema!!! - rejeitou veementemente ter clonado seu próprio texto. "Os artigos são semelhantes", disse. "Reutilizei trechos de idéias para tratar do mesmo tema", afirmou, e fechou com o chavão: "Nelson Rodrigues fazia a mesma coisa!"

Pô, Jabor... você deveria ter disfarçado melhor, não?!?

O que Jabor disse não colou, na verdade... nem na época e nem nunca! Uma coisa é resgatar histórias e raciocínios. Outra, muito diferente, é republicar um artigo praticamente na íntegra sem nenhum tipo de esclarecimento ao leitor.

Friday, May 08, 2009

ESPALHE ! ! !


Tempos duros, estes... aqui e acolá! Enquanto nos mantermos lendo jornais, ouvindo rádio e assistindo TV, não tem jeito dessa crise ir embora...

ESPALHE do título significa que se deve mexer no statu quo, significa que devemos despalhar - separar a palha do grão, o joio do trigo - significa também que temos que tornar público, propalar, propagar e debandar a pouca vergonha, desunir a bandidagem, difundir a notícia da corrupção, dispersar os pilantras... alastrar nosso conhecimento das causas das filhadaputagens todas, disseminar as informações, distribuir fartamente o que se sabe, esparramar por toda a parte para que todos saibam quem é quem!

Isso é o que devemos fazer com os políticos brasileiros, não? Sim. E não só isso, mas com tudo que tenta te enganar, te passar a perna, te fazer de palhaço. "Qual o crime do parlamentar trazer a mulher pra Brasília?" Nenhum, Lula, desde que o excelentíssimo parlamentar pague do bolso. A não ser que a esposa dele faça o papel dela - de esposa - não só para o ilustríssimo esposo, mas para TODO O POVO BRASILEIRO!!! Isso sim seria uma ORGIA! Tal qual a orgia com o dinheiro público - família é sagrado, declarou um infeliz, e por isso mandei eles para a Europa! Eu, você, trabalhadores operários e até empresarios... os TROUXAS pagando IR pra pilantra mandar os seus vagabundearem na Europa e nos EUA. E como falou o outro desinfeliz esta semana, "... quero que a opinião pública se dane!" E pior que ele tem razão! O povo não reage... pode falar, denunciar que esses mesmos safados são reeleitos...

Saturday, May 02, 2009

Não atirem! Eles são amigos...

Finalmente a gripe suína deu o ar da graça também na Irlanda - o pessoal já estava se sentindo preterido, discriminado e tal, e já se preparava para uma iminente protesto pró-gripe suína na Irlanda! Por bem tal manifestação não foi necessária, e os preços das passagens aéreas Dublin-Cidade do México (vôo direto, criado em caráter de emergência, com medo que o vírus se perdesse numa conexão qualquer!) finalmente voltou aos patamares normais, sem a especulação oportunista dos fazedores de dinheiro fácil...

Agora, como a ministra da saúde Mary Harney já declarou "NO PANIC!!! NO PANIC!!!" todo mundo está beeeem mais traqüilo. Como cantaria Jorge Benjor, se cá morasse,
Os porquinhos estão chegando,
Estão cegando os porquinhos...

Eles são discretos
E silenciosos
Moram bem longe dos homens
Escolhem com carinho
A hora e o tempo
certo de atacarem...

São pacientes, assíduos
E perseverantes
Executam
Segundo as regras herméticas
Desde o contágio, a infecção,
O abatimento e a pandemia...

Trazem consigo, vírus
Congestionamento
das vias respiratórias
Dores de cabeça
Dores de garganta e febre
Para as pessoas
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido
Afinal, são todos parentes, não?!?

Friday, May 01, 2009

The Great Firewall


Intrigante... estava eu lendo os suplementos culturais que recebo em meu e-mail quando me deparei con este do New York Times:

A Tibetan Blogger, Always Under Close Watch, Struggles for Visibility

É sobre uma tibetana identificada como "Ms. Woeser", poeta e blogueira, cujas palavras parecem ser de grande interesse para as autoridades chinesas.

Em contraste com dissidentes tibetanos que se exilaram, Woeser é uma rara voz "feroz e corajosa", mas nunca estridente. Ela (diz o jornal) não está metida em política, é apenas uma poeta que muito tarde em sua carreira começou a falar sobre política.

Curoiso que sou, fui lá xeretar o site dela: Invisible Tibet. Embora não seja leitor de chinês, não me acanhei. Se ela é poeta, deve ter poesia, pensei... e procure por 诗歌 - que significa poemas, poesia, em chinês. Achei o que parece ser um label para poemas (haviam 31 postagens na ocasião), e segui o link. Abre-se uma página com várias fotos e poemas, PORÉM... após a página ser completamente carregada, ela se auto-recarrega para uma seção de comentários, não lhe dando tempo de ler os poemas...

Seria essa a tão falada censura chinesa à internet?

100 dias de solidão

Obama é todo alegria - e nem era para ser diferente: amado e popular, o primeiro presidente negro norte-americano é um marco ele mesmo: negro, elegante, simpático, articulado, educado - o mesmo o que representou, guardadas as proporções, Celso Pitta ao assumir a prefeitura de São Paulo em 1997. Pitta também representava para o movimento negro brasileiro, um marco; o primeiro negro num cargo executivo de importância e representatividade, também simpático, elegante, refinado, inteligente, educado... só tinha um defeito (e que a negritude não queria enxergar): era cria do Maluf, um dos maiores bandidos da política brasileira. E foi justamente isso que determinou o seu legado, como tristemente constatamos em pouco tempo de administração. Aliás - um parênteses - foi decretada a prisão do ex-prefeito de SP Celso Pitta em primeiro de Abril (e não é mentira não!). Pitta deve mais de R$ 155 mil em pensão alimentícia à ex-mulher Nicéa Camargo (leia).

Mas tratemos de assuntos mais nobres: os 100 anos do Obama. Que nem é sobre o que quero tratar - muito popular este tema. Os 100 dias de solidão do título são de Bush... onde andou Jorginho Caminhador Arbusto nestes 100 primeiros dias de sucesso de Obama? Sucesso por estar, justamente, fazendo e dizendo exatamente o oposto do que o Senhor Arbusto fazia e dizia?

De volta ao Rancho...

Nos seus históricos 100 primeiros dias de esquecimento, Jorginho Caminhador Arbusto tem transgredido as fronteiras de atividades tipo faça-você-mesmo (muito comum nos EUA e na Europa - compra-se um manual e pronto: você pode até construir um puxadinho no fundo do quintal!), passou a praticar mountain bike e tem se encontrado com amigos e grupos de interesse para audiências informais após o jantar.

Daqui há algumas centenas de anos, quando historiadores e pesquisadores se depararem com este período da história, verão que Jorginho Caminhador Arbusto exerceu funções de ex-presidente como nenhum outro jamais fez ou fará: Bushinho esteve incansavelmente engajado na árdua tarefa de resolver os mais sérios problemas mundiais, dentre os mais dramáticos e complexos estão a instalação de um novo sistema de irrigação para seu gramado, determinar novas fronteiras no fundo sua garagem e cuidar pessoalmente da pavimentação de novas ciclovias rancho afora.

Estes são os tipos de trabalhos ao qual Jorginho deveria ter se atentado... desde os primórdios do ano 2000!